The Dancer escrita por Asynjurr


Capítulo 4
Chapter Three


Notas iniciais do capítulo

Meus amores, esse é um capítulo divido em algumas partes, OKAY. Eu espero que gostem das atualizações.
BOA LEITURA MEUS AMORES!



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No instante em que meus olhos foram de encontro ao corpo escultural de León, senti fortes palpitações apressando os batimentos do meu coração e por mais que soubesse que estar ali era errado, não conseguia evitar aquela sensação. Ele ainda incrédulo de minha presença no cômodo, caminhou alguns paços até mim, em contrapartida recuei um pouco e acabei tropeçando, caindo em uma das camas logo em seguida.

De todos os lugares do mundo aquele era o único onde eu não queria estar. Ainda assustada levantei-me me recompondo, e assim que o fiz, León sentou-se em uma poltrona que ali estava e pôs-se a me fitar. O silêncio pairou e no último resquício de coragem que tinha consegui indagar algo.

— É-e... León, desculpe-me... ah... e-eu... Eu pensei que... Bom eu p-pensei que você fosse meu noivo e... – tentei me explicar e provavelmente, ele não compreendeu nenhuma de minhas palavras que eram quase inaudíveis e as atropelei de forma violenta, percebendo meu nervosismo, ele pôs-se a sorrir contidamente.

— Calma... calma, Violetta! Nunca passou-me pela minha mente que estivesse aqui por outros motivos – pronunciou, sem conter o riso, como se aquilo fosse a coisa mais óbvia do mundo. – Você é "certinha" demais para isto – menosprezou-me de uma forma explícita e meus olhos estreitaram em sua direção.

Poderia responder mil coisas para as afirmações incisivas de Léon, entretanto, de certa forma ele tinha um pouco de razão, todavia, a exatidão com que ele se referia a mim, me intrigava. Era como se ele me conhecesse há anos e sem dúvidas isso era muito estranho.

Ainda atordoada, sorri timidamente e então me direcionei a porta para ir embora, todavia, ao notar uma mão gélida tocar a minha, senti meu corpo inteiro entrar em atrito e todos os pêlos do mesmo eriçaram-se quase que instantâneamente. De forma ríspida voltei meu corpo para trás e foi como se um filme invadisse minha mente ao vê-lo.

Relembrei desde o primeiro momento em quê avistei esse garoto. Primeiro no balé, depois na rua e finalmente no meu noivado. Demasiada naqueles momentos confusos, sai um pouco dá realidade e quando voltei a mim encarei León, que me olhava aparentemente confuso, passeando seus dedos entre o cabelo ainda molhado.

— Violetta... você... você está bem? – questionou-me franzindo o cenho e tratei de afasta-lo de mim. Me desvencilhei de sua mão e recuei um pouco.

— Sim! Estou bem – praticamente cuspi estas palavras, eram as únicas que tinha em mente. – Vou procurar... Vou procurar meu noivo e mais uma vez peço-lhe desculpas, não te encomodarei mais. – novamente me direcionei a porta.

— Você está linda com essas roupas, quase irreconhecível. – as palavras de León, não soaram como elogios e sim como ironias. O sorriso sarcástico em seu rosto afimava isto.

Saí daquele quarto com mil coisas em minha mente. É incrível como somos diferentes. Sempre que nos encontramos ou estamos próximos acontece algo inexplicável e sempre que pode ele me agride com suas palavras e atitudes. Procurei meu noivo por todo o resort até que finalmente o encontrei no jardim, sentado em um banco com um notebook em mãos.

Certamente estava trabalhando, mesmo assim me aproximei sorrateiramente e o surpreendi com um abraço. Assim que me viu, Tomás puxou-me e acabei caindo em seu colo, entretanto, apenas um simples beijo foi dado, logo me afastei e sentei-me ao seu lado no banco.

— Não acredito que vai ficar trabalhando mesmo aqui nesse paraíso! – protestei enquanto gesticulava fazendo-o rir meigamente e então ele parou o que estava fazendo e começou a me fitar.

— Não posso fugir de minhas obrigações, meu amor, mesmo estando louco para esquecer tudo e me jogar em seus braços, mas... – nesse momento deitousse no banco apioando sua cabeça entre as minhas pernas – não posso, mesmo querendo muito, eu não posso. – afirmou mordendo o lábio inferior, apenas desviei meu olhar ignorando as afirmações de meu noivo.

— Vamos dá um passeio? Seria muito bom conhecer melhor este lugar. – sugeri eufórica – O lugar me parece lindo e...

— Não posso Vilu, tenho que terminar um projeto, você sabe que aquela empresa não funciona sem mim – levantou-se e afirmou me ignorando completamente, mesmo querendo não insisti no assunto.

— Tudo bem. Depois nos vemos então, vejo que está com muitas ocupações nesse momento – murmurei baixo e Tomás pareceu não me ouvir, pois nada disse, estava concentrado digitando algo no notebook e sequer me olhou.

Atenção. Durante toda a minha vida só quis ter um pouco de atenção, entretanto, sempre sou deixada de lado, até mesmo por aqueles por dizem me amar. Primeiro o papai, depois Alejandro e até mesmo Tomás.

Ser ignorada por meu noivo deixou-me muito irritada, ele sequer notou essas roupas. – olhei para as vestimentas irritada. – Seria capaz de atropelar o primeiro que ousasse a aparecer em minha frente. Por sorte ninguém apareceu. O lugar realmente era muito bonito, além de enorme. Caminhei até um lago e sem muitas opções sentei-me bem próximo a ele. Para passar o tempo comecei a jogar pedrinhas na água fazendo-a espirrar para todos os lados. Estava tão entretida que não notei alguém aproximar-se de mim. Sorri, pois estava certa que Tomás estava arrependido por ter me ignorando a instantes atrás.

— Finalmente sentiu minha falta não foi? – indaguei sem visualizar quem havia sentado-se ao meu lado e quando o fiz, infartei parcialmente, pois novamente não era Tomás. Novamente era Léon, que me olhava fazendo confusão com suas expressões.

— Bom... Violetta, só estava tentando espairecer um pouco e...

— Deve estar me achando louca, não é? – o encarei, mesmo que envergonhada. – Pensei que fosse Tomás, novamente peço-lhe desculpas por outro equívoco. – desculpei-me deixando ele pensativo.

— Queria me desculpar também, por ter sido tão grosseiro com você ontem, estava irritado e agi interinamente por impulso. – murmurou, sentado-se ao meu lado e me imitando também começou a jogar pedrinhas na água.

— Não me deve desculpas, León, só precisa ser um pouco mais gentil, sabendo separar seus problemas pessoais do seu trabalho. – levantei-me e ele fez o mesmo se pondo em minha frente me fazendo recuar alguns passos.

— Por que tem tanto medo de mim, garota? – após o questionamento mirou meu corpo e não demorou muito um sorriso pervertido fez-se presente em seus lábios.

— Pode parar de rir, por favor? – rosnei e caminhei alguns passos. – A culpa desse equívoco vestuário foi de sua namorada, Lara só quis me ajudar e... – ouvi risos e voltei meu corpo para trás incrédula do que estava ouvindo.

— Sua ingenuidade me comove. Lara, só quis se divertir com você, nada mais – satirizou se sentando-se novamente. – Você foi uma boneca em suas mãos, usou seu corpo para te moldar a sua forma, mas... – deu uma pausa em sua fala e voltou a me observar, entretanto, seu semblante irônico foi-se dando espaço para um sorriso alinhado – Não precisa ser como Lara, para se sentir bonita ou desejada, você é perfeita a sua maneira.

A forma intensa como tudo foi dito me deixou sem chão, não havia ouvido tão belas nem mesmo de meu noivo. León e suas mil e uma faces, já não sei em qual delas devo acreditar. Sua bipolaridade é insanamente instigante e sempre que nos encontramos fica um clima estranho no ar. Após alguns minutos em um puro silêncio ensurdecedor, ele caminhou em minha direção ficando bem próximo a mim. Era inexplicável como sua aproximação estava se tornando incômoda.

— E... seu noivo... onde está? – fixou seu olhar no meu após o questionamento, com um semblante confuso presente em sua face. – Tomás não deveria te deixar sozinha por tanto tempo. Pode ser perigoso! – umedeceu seus lábios com um sorriso devasso brincando de uma forma provocante com os mesmos.

A conversa estava tormando outro rumo e sabia que não poderia deixá-la prosseguir. Não deveria está falando sobre esses assuntos com uma pessoa que mal conheço. Definitivamente não me pareceu adequado e logo tratei de justificar a ausência de meu noivo, mesmo estando muito irritada com ele.

— Tomás têm muitas ocupações, responsabilidades e sinceramente prefiro não intervir em seus assuntos de trabalho porq...

— Nada justifica sua ausência, Violetta! – revirou seus olhos dando de ombros comigo. – Deveriam estar aproveitando, se é que você me entende – arqueou as sobrancelhas, movimentando-as de uma forma engraçada. – Ao invés de perderem tempo com bobagens. – comentou movimentando-se em torno de mim.

Ele tinha razão em tudo o que disse, a exatidão com a qual ele se referia ao meu relacionamento com Tomás, era no mínimo assustadora, mesmo assim nada respondi. Queria finalizar aquela conversa o quanto antes.

Um pouco incomodada caminhei apressadamente para frente e foi então que quase caí no lago, após dá um passo em falso. Seus braços estavam pressionados contra meu quadril e foi como se uma corrente elétrica percorresse todo o meu corpo. Seu rosto estava próximo demais, ele estava próximo demais a mim. Seu olhar fixou-se ao meu, as batidas de nossos corações estavam ritimadas e sua respiração acelerada encontrava-se ligeiramente com a minha.

Estávamos ofegantes, o susto era tanto que todas as palavras pareceram sumir naquele instante. Foi como se o tempo estivesse se congelado. Ficamos estáticos por alguns instantes até que avistei, Lara que apreassadamente caminhava em nossa direção com cara de poucos amigos. Certamente ela não havia gostado nenhum pouco de me ver tão próxima ao seu namorado.

— Eu... Eu... Eu preciso ir... eu realmente preciso ir embora – gaguejei expondo meu nervosismo descomunal e em seguida me desvencilhei de seus braços. – Obrigada, Vargas. – me afastei um pouco, ficando o mais longe que consegui.

Me direcionei ao resort e não gostei nenhum pouco dá cena que vi ao olhar para trás: León aos beijos com sua "amável" namorada. Sinceramente não estava entendendo porquê vê-los juntos me incomodava tanto. O que sentia não era inveja ou despeito, era algo que definitivamente não tinha uma denominação exata.Talvez só estivesse comparando minha relação com Tomás.

Apressei o passo e em poucos minutos já estava em meu quarto. Sobre a minha cama estava um buquê de rosas brancas, as minhas favoritas. Confesso que a forma como meu noivo tenta resolver nossos problemas íntimos me assusta.

Constantemente tenta suprir sua ausência com presentes e já estou farta de fingir que não me importo quando na verdade estou morrendo por dentro. Queria ter sua presença ao meu lado já que somos noivos, queria conhecê-lo um pouco mais a fundo, descobrir qualidades, aprender a lidar com seus defeitos. Às vezes me pergunto "quem realmente é Tomás Heredia?"Insistentemente me questionei isto durante os anos de nosso relacionamento.

Aquele quarto estava se tornando minúsculo diante a minha inquietação. Deitei em minha cama e meus olhos fixaram-se ao teto e sem que me desse conta meus pensamentos foram de encontro a única pessoa na qual não deveria estar pensando: León. Me sinto horrível por me sentir assim e por ter pensamentos insanos. É como se estivesse traindo á mim mesma e aos conceitos que foram me ensinados desde sempre.

Cansada de me martirizar levantei-me e ainda com os pés descalços me direcionei a janela e assim que a abri deparei-me com Léon e sua namorada. Pareciam estar se divertindo bastante. Após fita-los procurando vestígios idênticos ao meu relacionamento, decidi ligar para Francesca.

Precisava desabafar com alguém e assim que peguei o telefone visualizei Tomás, ultrapassando a porta. Ele estava aparentemente nervoso e assim que adentrou sentou-se na cama e sem dizer nada chamou-me com uma de suas mãos. Ainda abismada me aproximei e ele me conduziu até seu colo e assim que eu me sentei ele abraçou-me fortemente e logo após encaixou suas mãos as minhas. Já não sabia o que pensar quando ouvi meu noivo se pronunciar.

— Vooletta, amanhã cedo infelizmente preciso voltar à Buenos Aires. – comunicou e logo após pressionou seus lábios contra minha nuca.

— Mas, porquê? Achei que essa viagem seria para se redimir de sua ausência no entanto, até agora o que fez foi me ignorar – desabafei de uma vez, o deixando pensativo – Por que precisamos voltar? – questionei expondo minha irritação para com ele.

— Surgiram vários problemas, e mesmo o Pablo, sendo um excelente profissional, não está conseguindo lidar com os contratempos sozinho.– calmamente me explicou, sendo o mais persuasivo possível comigo. – Peço-lhe apenas um pouco de compreensão, meu amor – lamúriou acariciando meu cabelo.

— Tude bem. – Fingi compreensão, porém, na verdade queria esgana-lo. – É uma pena ter-mos que partir tão cedo – expressei implicitamente minha frustração.

— Você não entendeu, meu amor – murmurou, deixando-me confusa. – Você, Lara e León ficarão, voltarei sozinho. Não quero estragar seu final de semana, você está precisando de um pouco de divertimento.

Não me pareceu uma boa ideia ficar sozinha nesse resort com Léon e sua namorada. O que realmente queria era o máximo de distância dos dois, ainda mais por está sentindo "coisas", estranhas pelo lindo moreno de olhos caramelados. Não necessitava de divertimento e sim de isolamento. Não satisfesta logo me opus a sua imposição, externando meu descontentamento.

— Prefiro voltar com você. Não faz nenhum sentindo para mim continuar aqui com você estando longe – protestei e Tomás me olhou incrédulo, realmente não me reconheci ao pronunciar tais palavras.

— Violetta... Fico lisonjeado com suas afirmações, todavia, não há motivos para que você volte comigo meu amor. León e Lara lhe farão companhia. – era justamente isso que me preocupava e fiquei bem pior assim que ouvi essas palavras do meu noivo.

— Tomás eu...

— Violetta! Por favor, meu amor, não discuta comigo – ordenou depositando carinhosamente suas mãos em minha silhueta e com o dedo indicador direcionou meu rosto ao seu, roçando o seu nariz no meu. – Já está decidido. Você ficará e com o Velho Germán, eu me entenderei, não preocupe-se.

Sem querer contrária-lo me calei, como sempre. É incrível como ele sempre consegue o que quer. Um tanto impulsivo, Tomás começou a beijar-me com intensidade e um pouco mais de ousadia, entretanto, nos interrompendo, Lara adentrou o cômodo e logo sugeriu que fôssemos até a piscina para nos juntarmos a León.

Não tenho boas recordações em piscinas, a última vez que me atrevi a banhar-me em uma, quase me afoguei e não queria voltar a sentir aquela sensação de sufocamento como senti há alguns anos atrás. De todas as formas possíveis, insisti em ficar em meu quarto, entretanto, Lara foi insistente e juntamente com meu noivo conseguiu me tirar do quarto. Só ao me imaginar dentro daquela enorme piscina sentia o ar fugir de meus pulmões, era uma sensação horrível e que não podia evitar senti-la. Sentei-me em uma cadeira de praia e fiquei a observa-los.

Contido como sempre, Tomás sentou-se ao meu lado me concedendo um pouco de sua atenção. Incrivelmente não conseguia desviar meu olhar de Lara e León. Por mais que eu tentasse e quisesse não estava conseguindo, era algo incontrolável e que eu não estava conseguindo administrar.

— Violetta... Violetta... Violetta, você está me ouvindo, meu amor? Parece que está em outro lugar – movimentei-me dá cadeira para encara-lo e sua expressão confusa fez despertar-me de meus desvaneios inoportunos.

— Tomás, você se importa se eu me retirar? Não estou me sentindo bem – realmente estava mal pelo simples fato de está ali presenciando algo que de alguma forma me afetava.

— Você está se sentindo mal, meu amor? Eu posso...

— Tomás... estou indisposta e necessito ficar um pouco sozinha, estou bem de certa forma, espero que não se chatei comigo – tentei explicar-me e ainda confuso, ele me abraçou selando nossos lábios em um beijo rápido.

Já rumava meu quarto quando, León surpreendentemente decidiu me dirigir a palavra. Gentilmente ele me pediu uma toalha que estava próxima. Me direcionei a mesa dás toalhas, peguei uma e levei até ele que ainda permanecia a piscina.

— Obrigado, Violetta. Você já vai embora? – me questionou enquanto pagava a toalha de minha mão, apenas assenti com a cabeça. – Espera! – estalou e não entendi o porquê daquela ação.

— Ainda precisa de algo Vargas? – aproximei-me um pouco dá piscina para ouvi-lo melhor.

— Preciso sim. Me ajuda, por favor? – pediu me estendendo sua mão e mesmo confusa estendi minha mão.

No momento em que estendi minha mão, senti meu corpo sendo puxado de forma brusca para dentro dá piscina. Apavorada me debatia na água enquanto clamava por ajuda. Léon parecia não acreditar em meu pedido de socorro e juntamente com sua namorada sorria debochadamente.

Já não tinha mais forças para gritar quando vi meu noivo pular apressadamente na piscina e assim que me encontrou, Tomás impulsionou meu corpo para cima e como já havia muita água em meus pulmões, respirava com muita dificuldade e assim que ele me deitou no chão aos poucos fui perdendo minha consciência.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Não sou boa em capítulos assim OKAY?
Obrigada pelos comentários do capítulo anterior, eu lovo vocês d+++ FAVORITEM, COMENTEM... PFVR atualizações em breve e não esqueçam de deixar suas opiniões. Kisses honeys XXGehxX