Então eu senti o cheiro. Não era Jane. Mas o que...

   - O. Que. Você. Esta. Fazendo. No. Meu. Quarto? – Perguntei sibilando para que ele visse que eu não estava nem um pouco feliz com sua presença.

   - Vim. Visitar. Você. E. Sei. Que. Você. Adora. Minhas. Visitas. Surpresas. – Jack me respondeu, imitando o meu tom, e também sibilando. O que me irritou mais.

   - Ah, qual é. Por que você não me deixa em paz?

   - Por isso. – Ele se aproximou lentamente, passou os braços em volta da minha cintura e me beijou.

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   Por que eu não podia simplesmente resistir de primeira a ele? Eu sentia raiva, muita raiva. Mas o meu desejo era maior, então acabei me entregando.

   Jack se deitou no meu “sofá-cama” enquanto me beijava e me puxou para cima dele. Os beijos ficavam cada vez mais urgentes, e eu mais excitada. Acabei rasgando sua camisa e deixando seu peitoral perfeito nu. Para o meu deleite. Por sua vez, ele arrancou meu vestido de uma vez. Eu não precisava ler sua mente, muito menos olhar em seus olhos para ver o quanto ele estava excitado. Eu sentia um grande volume crescer cada vez mais dentro de sua calça. Ops, pensei, e ri comigo mesma. Com um golpe de agilidade arranquei seu cinto e desabotoei sua calça. Logo após ele estava me ajudando a tirá-la entre beijos. Rolamos em sincronia e ele era vez dele de estar por cima. Ele acariciou minha barriga, mordeu delicadamente minha orelha, beijou meus seios. Enquanto isso, eu o prendi a mim, com minhas duas pernas e toda a força que me era disponível.

   Droga! O que eu estou fazendo? Perguntei a mim mesma, e afastei Jack de mim. O QUE  VOCÊ ESTA FAZENDO ISABELLA SWAN VOLTURI?!

   - Algum problema, Bella? – Jack pareceu confuso, mas eu ainda podia ver o que ele realmente queria. E não tinha nem um pouco haver com o meu bem estar, eu podia garantir.

   - Tudo. Tudo aqui é um problema, tudo é um erro! – Choraminguei. – Você esta me deixando louca. E é de uma maneira ruim.

   - Tão ruim assim? – Ele riu maliciosamente e beijou meu pescoço fazendo com que eu me arrepiasse.

   - Sim. Eu não sei onde eu estava com a cabeça – Comecei. – Jack, me entenda. Eu não quero isso. Você esta tornando tudo isso uma droga. Eu me sinto suja fazendo isso com você, sem ao menos gostar de você. – Ele ia retrucar, mas interrompi. – E não venha com desculpas baratas. Eu sei muito bem o que você quer. Você não se importa comigo. Você só esta jogando, por jogar. Por gostar da conquista. Depois você vai me dar um belo pé na bunda. Quer saber? PAREI POR AQUI. É melhor parar enquanto não tenho nada com você. Não sou babá para ensinar as criancinhas a não serem egoístas e muito menos tentar brincar com os sentimentos dos outros.

   - Ah, Bella. Não me diga que você não esta achando nosso jogo tão excitante como eu. Eu estou me divertindo e você também! Por que não apostar todas as cartas e esperar para ver o resultado? – Ele deu um sorriso convidativo, junto com um apelo para que meu corpo se juntasse ao dele. Isso me enfureceu. Ele estava pensando que eu era só mais um joguinho? Pois se enganou.

   - Eu não estou me divertindo. Eu estou ficando pra baixo. E que se dane seu jogo imbecil. Estou caindo fora, me esqueça Jack. Vai jogar seu jogo com outra. Em mim você não toca mais. Agora, caia fora daqui! – Eu gritei.

   Jack não protestou, porém antes sussurrou:

   - Você sabe que ainda será minha. Não tem como fugir. – Disse ele com ar sedutor, estalou os lábios me mandando um beijo, e o soprou. Cretino. Eu estava cansada demais para responder a brincadeirinhas de criança. A minha fase Jack-mexe-comigo acabou. Ou pelo menos, eu estava decidida a acabar com ela, ela não teria um valor para mim, já que só me trouxe coisas ruins. EU NÃO PRETENDIA FRAQUEJAR, OU VOLTAR ATRAS NA MINHA DECISÃO. E, SE ele continuasse tentando me provocar, eu lhe intimidaria de verdade. Eu tinha toda a eternidade, mas me parecia muito babaca perder tempo com Jack.

   Passei o resto da madrugada pensando nos meus dois outros problemas. Agora eu havia acabado de eliminar um e me sentia aliviada. Mas eu tinha que pensar nos outros dois. Então, percebi que eu AINDA não havia me livrado de Jack Simply. Mesmo que eu tenha acabado com suas expectativas, o clima entre nós dois ficaria estranho e amargaria minha morada, aqui com os Volturi. Então a segunda opção surgiu... Por que não ir com James e Will, por que não ir morar em Forks? Por que não cursar o colegial novamente? Por que não... Então lembrei de meus amigos Volturi: Jane, Alec, Chelsea, Félix, Demetri e Heidi. Até Aro, que me tratava com extremo cuidado e carinho. Talvez Jane tivesse razão para ficar com ciúmes. Mordi minha língua. Também me lembrei da expectativa que eu vivia. Afinal, quando seria meu primeiro julgamento oficial com os Volturi? Eu estava tão ansiosa...

   Passei o resto da madrugada calculando como iria ser, e medindo cada ângulo de perfeição que a minha estréia poderia ter.

   Os dias se passaram e eu ainda não havia recebido a nova data da minha estréia até que:

   - Bells, os mestres estão chamando todos nós para uma reunião. – Então, ele sorriu. – Vão marcar a data para uma investigação e um julgamento, se houver. É meio urgente, então vai ser logo. Ou seja, sua estréia se aproxima a todo vapor! – Sorri junto com ele e saímos correndo (apostando corrida, rárá) até o salão principal.

   Chegando ao salão principal, não havia evidências de alegria alguma. Pelo contrário, so havia tensão. Todos estavam sérios. O clima estava pesado. Eu não entendi o porquê, até Aro começar a falar:

   - Caros filhos e filhas Volturi. É com imenso desgosto que falo que temos um caso misterioso e perigoso para resolver. Mas, acredito que com a união de nossas forças e especialidades o desvendaremos e novamente a segurança e a paz reinará para nós, vampiros.

   “Há algum tempo viemos investigando vestígios que nos levaram a possibilidade de que um clã poderoso de vampiros e... Alguma outra coisa sobrenatural havia se formado. Além de tomar nosso poder, eles também planejam dominar o mundo, os humanos. Desse jeito, vão nos expor, milhares de vampiros inocentes vão morrer, por nada. Sim, pois os humanos agora são proprietários de máquinas letais, até para nós, vampiros.

   E se permitimos que isso aconteça, seremos todos expostos e não terá volta. Nenhum humano vai se esquecer da destruição que eles irão causar e nos culparão. Nós, os inocentes. Por isso, vamos nos empenhar com muito esforço para descobrir se nossa teoria esta certa, e se estiver, vamos julgar e condenar os culpados para que essa tragédia não chegue a acontecer”.

   Por um instante, olhei para Jack, para ver como ele estava. Frio, obviamente. Ele sempre fora assim. Mas, quando Aro falou do empenho e da condenação dos culpados, Jack inconscientemente fez uma expressão de quem tem culpa no cartório... Ou será que foi impressão minha?

   Eu estava certa, sem dúvidas. Jack escondia algo relacionado ao seu passado ou presente, sei lá. Eu não sabia o que era, mas pelas partículas que tirei de sua mente, era algo muito pesado e... Cruel. Algo estava bloqueando sua mente de mim, mas o quê? Bom, pelo menos eu ainda conseguia um pouco do teor de sua mente. Senti-me como um mendigo vivendo de migalhas. Fui tirada de minha investigação quando Aro voltou a falar:

   - Devido a ser um assunto de extrema importância, partiremos amanhã mesmo. – O quêêê? Minha estréia seria amanhã! Eu mal podia acreditar! Ah, mas que droga. Minha estréia envolvia algo extremamente perturbador e perigoso. Por incrível que pareça, isso só me excitou mais. Eu queria LUTAR.

   Depois do aviso, fui correndo de volta ao meu quarto. Chegando lá, havia uma carta. Sem hesitar, abri e a li.

   Querida irmã,

Você pode me odiar para sempre por isso. Eu espero que não. Mas é que andei observando você mais de perto esses dias. Você me parece tão feliz, ai com os Volturi! Então decidi que era hora de partir, eu e Will já estamos em Forks. LEMBRE-SE: AS PORTAS SEMPRE ESTARÃO ABERTAS A VOCÊ, SEJA PERMANENTEMENTE OU APENAS UMA VISITA TEMPORÁRIA. Decidi não me despedir, isso seria muito triste. E você estava tão animada com seu primeiro serviço! Não queria mais a desapontar. Eu te amo mais que tudo.

De seu irmão, James.

Ah, aqui esta meu telefone, ligue QUALQUER COISA, mesmo que seja insignificante: 6543-7956.

   Não pode ser verdade, ele me deixou. Meu ombro, meu escudo, meu irmão, minha única família. Eu estava perdida agora. Eu sabia que eu não iria deixar os Volturi e que talvez fosse melhor assim, mas... Não tinha explicação. Eu tinha a nítida sensação de que acabara de perdê-lo. Meu coração sangrava, passei o resto da noite chorando. Bem, se isso fosse possível. Eu só não consegui me recompor. COMO EU CONSEGUIRIA SEGUIR EM FRENTE SEM ELE?