- Olá, adorável Bella. – Ele falou com doçura. Droga. Por que a voz dele era tão sexy?!

- Oi. – Respondi secamente, odiava que me seguissem quando não eram convidados. – Você não devia estar se alimentando com os outros? – “E também não deveria ficar longe de mim?” Pensei.

- Não estou com sede. E a necessidade que tenho agora, é outra. – Ele me olhou maliciosamente. – Já lhe disse que você fica divina com esse vestido de seda lilás? – Dessa vez, além de malicia, notei a luxúria. Ele começou a se aproximar de mim, então desabafei:

- Pare com isso, que droga! Eu nem te conheço direito. Já você, sabe meu nome, meus poderes e qualquer outra coisa a mais que já tenham lhe contado. Não entendo você e não quero nada com você. – Terminei. Ele me olhou com uma expressão de raiva, que me fez sentir uma formiga e ele um gigante, de tanto medo que eu estava.

- Eu já lhe disse meu nome. Meu poder não é nada demais, bom, para você. Tenho o poder da hipnose. Mas você tem escudo mental, então, não funciona. – Falou Jack, em um tom decepcionado. – Mas acredito que não preciso de hipnose. Admita para si mesma, Bella... A atração entre nós dois, é inegável. E irresistível. – Ao mesmo tempo em que falava, Jack se aproximava cada vez mais e mais e mais de mim. Parou quando eu já podia alcançá-lo com meu braço. Ótimo, ele estava me testando. Vamos lá Bella, seja forte, me encorajei mentalmente. – E então Bella? Vai conseguir mentir agora e falar que você não me quer? Ah, e não venha com essa desculpa de “eu nem te conheço” porque já passou do ponto. – Melhor ainda. Eu teria de falar, SEM GAGUEJAR E SEM FICAR NERVOSA. Eu teria que provar para ele que eu não sentia exatamente NADA por ele. Então, espero que eu seja boa atriz.

- Estou tão normal quanto antes. Não senti nada, viu? – Gracias. Hoje eu estava uma boa atriz.

- E agora? – Ele se aproximou mais ainda, fazendo com que nossos corpos quase se tocassem. Cretino. Canalha. Nojento. Jogar sujo é muito fácil. Ele sabia que eu o queria. E eu sabia que ele me queria. Então, o que fazer?

- Continuo não sentindo nada. – Eu falei, dessa vez arrogante, para ver se ele me deixava em paz. Apesar de eu querer agarrá-lo ali mesmo.

Sem me perguntar mais nada, Jack me enlaçou e me apertou em seus braços.

- E agora, vai negar? – Eu estava transtornada demais para responder. Não que ele tivesse me dado alguma chance para isso.

Sem ao menos me deixar responder, ele me levou no colo até eu estar contra a parede. Depois disso começou a beijar meu pescoço. E eu começava a delirar. Eu queria mais. Eu queria... Ele. Sem conseguir evitar minha reação, agarrei seu cabelo escuro e liso com uma mão e deslizei a outra em sua barriga bem definida, escultural, ou tanquinho, como preferir. Ele tremeu ao sentir meu toque, e eu fiquei satisfeita. Ao mesmo tempo que minha mão passeava em seu “tanquinho”, Jack me apertava cada vez mais contra a parede, enquanto me beijava ardentemente. E eu gostava disso. Sem querer, rasguei sua camisa para facilitar o passeio de minha mão. Jack me apertou mais. Então pude sentir o volume em sua calça crescendo. Comecei a arrancar o cinto de sua calça e... Parei.

“Merda. O que eu estou fazendo? Estou parecendo uma vadia, eu nem conheço ele, não vou ceder tão fácil assim.”

E me afastei dele. Ele pareceu confuso,então tratei de explicar:

- Eu não sou qualquer uma que você pode tascar de beijos e depois jogar fora, Jack. E também não sou qualquer uma que da pra um cara que conheceu no mesmo dia. Você é um cretino! Veio jogar sujo comigo, para sua sorte ainda não cai. Ou você se arrependeria depois – Ameacei.

- Eu nunca me arrependo de nada, querida. Eu não brinquei quando disse que você seria minha. – Ele sorriu para mim com malicia e tentou me beijar de novo. Dessa vez fui mais ágil, me desviei, e depois corri o mais rápido que pude para o castelo dos Volturi.

------------------------------- ENQUANTO ISSO EM FORKS -----------------------------------------------

As aulas já haviam começado há três meses. E isso era muito chato. Eu tinha que me segurar para não morder qualquer humano indefeso naquele colégio, além de ter que agüentar as matéria repetitivas. Esse era o ruim de ser vampiro e viver para sempre. Como eu não dormia, as minhas noites também eram entediantes, geralmente, para afastar o tédio, eu lia livros, ou inventava de aprender algo novo. Esse era o ruim de ser vampiro e não poder dormir, sonhar, e esquecer de noite por pelo menos algumas horas.

Eu sabia que era difícil para todos, mas foi como escolhemos encarar nossas vidas como vampiros. Mas eu acreditava que era mais difícil ainda para mim. Eu não tinha uma companheira, um amor. Alguém que eu amasse incondicionalmente e que partilhasse cada segundo da minha “vida”. Para eles, era mais fácil. De dia fingiam ser normais e passavam a noite se amando. Por que todos os Cullen tinham de ser casais, e só eu, teria de ser o solitário? Será que eu estava destinado a isso?

Talvez sim. Talvez não. Mas havia uma imensa probabilidade no sim. Antes de me tornar vampiro, eu tinha meus 17 anos, mas nunca havia pensando em namorar, nem nunca havia gostado de alguém. Eu apenas sonhava em me tornar um glorioso soldado. Bom, isso até que a gripe espanhola me consumiu, e Carlisle me transformou. Mas eu não queria lembrar disso.

- Edward, vamos logo!Vão estranhar se chegarmos atrasados. – Gritou Alice, minha irmã.

- Calma! Já estou indo. – Respondi, meio a contra-gosto.

E lá eu ia passar mais um dia entediante de colegial no colégio de FORKS.

__________________________ VOLTANDO AO CASTELO DOS VOLTURI ___________________

Ao chegar no castelo, eu não quis ver nada, cumprimentar ninguém. Eu estava tão confusa! Apenas fui para meu quarto, refletir. Já era noite, quando alguém bateu na minha porta:

- Bells, posso entrar? – Era Jane. Respirei de alivio.

- É claro que sim! – E depois a lembrei – Você tinha que me contar algo importante, não é?

- Sim... – Ela parecia envergonhada.

- Anda, Jane. Desembucha. – Falei brincando.

- Ah, ok. Vamos lá, vou ser direta. Acho que estou gostando de Demetri. – Ela mordeu o lábio.

- Que noticia maravilhosa! – Me animei. – Eu não queria te contar nada, para não te pressionar. Mas, já havia notado isso há muito tempo. O jeito como você olha para ele...

- Fica tão evidente assim? – Perguntou ela, preocupada.

- Calma, me deixe terminar. E o jeito como ele olha para você é tão... Perfeito. Vocês formam um belo casal.

- Mas... Bella. Ele ainda não me disse nada, não sei se ele gosta de mim.

- Ah, que é isso. Ele não gosta de você – Ela gelou – Ele A-M-A você. E eu o apoio. É quase impossível não amar uma baixinha metida chamada Jane. – Dei língua para ela, igual ao que uma criança de cinco anos faria. Ela riu junto comigo.

- Obrigada. Tomei coragem. – Depois de um suspiro, ela sibilou – Vou. Falar. Com. Ele. E tomara que o destino esteja a meu favor.

- Ele esta. Não se preocupe. – Depois disso, beijei sua testa e a bela e pequena vampira saiu delicadamente pela porta do meu quarto.

Uns minutos depois, mais batidas na porta do meu quarto. Droga, pensei. Jane esta passando dos limites. POR QUE EU NÃO CONSEGUIA UM MOMENTO DE PAZ?

- Entre, Jane. – Falei, ainda que meio contrariada.

Então eu senti o cheiro. Não era Jane. Mas o que...

- O. Que. Você. Esta. Fazendo. No. Meu. Quarto? – Perguntei sibilando para que ele visse que eu não estava nem um pouco feliz com sua presença.

- Vim. Visitar. Você. E. Sei. Que. Você. Adora. Minhas. Visitas. Surpresas. – Jack me respondeu, imitando o meu tom, e também sibilando. O que me irritou mais.

- Ah, qual é. Por que você não me deixa em paz?

- Por isso. – Ele se aproximou lentamente, passou os braços em volta da minha cintura e me beijou.