Solemnia Verba escrita por Blitzkrieg


Capítulo 21
Capítulo 20: Suicídio e Ressurreição.


Notas iniciais do capítulo

A batalha entre o prisioneiro de Chronus liberto pelo Krypsimo contra o major do exército de defesa da fortaleza de Hecate chegava ao fim. Sorrow utilizou sua cartada final, a solemnia verba que consistia num tipo de recito que poderia alterar as características originais do mundo. Poder este passado de gerações a gerações desde o primeiro devatã pai de todos. Enquanto isto, no futuro o Chernobog tentava a todo custo compreender os ataques que estava sofrendo. Os devatãs invasores não revelavam suas verdadeiras identidades e seus objetivos de forma alguma. O desejo do saber começava a se tornar um peso para a sobrevivência. Era preciso lutar com todas as forças.



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Heliot estava preso dentro da redoma aquática gerada pelo cantio de Vlad. O rapaz de cabelos prateados olhava seu oponente seriamente, analisando suas características. Fitou seus trajes incomuns, tentando buscar na memória qualquer lembrança sobre aquelas vestimentas. Deduziu que ambos os devatãs que o atacaram não possuíam muita experiência em combate. Tirou tal conclusão devido ao ato impulsivo do devatã de areia de tentar atacá-lo motivado apenas pela chance de obter vantagem sobre o tipo de cantio que avistara. Foi um ato ingênuo, deduziu o Chernobog, qualquer devatã bem treinado saberia que era no mínimo suspeito um devatã com um aliquid incomum como ele se encontrar primeiramente preso em uma redoma aquática, sem a presença de qualquer outro devatã por perto que pudesse realizar um cantio de natureza correspondente e ainda assim realizar um cantio de natureza tão contrária, como o fogo. Não fazia sentido. Quem havia ordenado eles de o atacarem? Vlad recordava que um de seus adversários havia mencionado algo sobre uma ordem imposta a eles.



“Que tipo de devatã viria a minha procura nesta época? Será que Hiero finalmente conseguiu me alcançar? Estes trajes me são familiares.Será que eles possuem alguma relação com o Krypsimo?”



Uma forte pressão se fez sentir, como se um grande objeto viajasse rapidamente em algum lugar. O último Chernobog virou seu corpo para o lado, tratou de se proteger com os dois braços rapidamente:



Actio Nullitatis! – gritou, uma barreira côncava com aspecto translúcido obscuro se projetou frente o corpo de Vlad.



Gin surgiu como uma bala imersa num turbilhão de energia avermelhada. O soco foi tão forte que rompeu a barreira sombria atingindo o Chernobog em cheio. Este foi arremessado novamente. Gin pousou seus pés no chão ao lado da esfera de água, concentrou a irradiação de energia em seu punho direito. Logo depois, deu um murro na esfera flutuante com as costas do seu punho fechado. A redoma se desintegrou imediatamente libertando seu companheiro.



– Acabei de mudar de idéia. Vamos acabar com ele Heliot. – disse Gin, seriamente.



– Você é muito teimoso. Acho que esta teimosia é hereditária. Um filho de um general não pode se deixar abater por emoções frívolas como as que você geralmente expressa. – comentou Heliot, erguendo-se até adquirir uma postura ereta.



– Não fale do meu pai neste momento, por favor. Ele foi um grande homem, morreu realizando um ato grandioso. Apesar de também ter apenas cumprido ordens.



– Está certo. Estamos em uma situação similar não acha? Estamos cumprindo ordens.



– A ordem era para vigiá-lo, analisá-lo e mantê-lo longe do garoto Hiro. – disse Gin, olhando de soslaio para seu companheiro.



– Não acha que está na hora de tomarmos alguma atitude mais séria? Está evidente que este devatã é uma ameaça para o garoto. Vamos acabar com isto de uma vez. Ele não irá poupar nossas vidas uma vez que nos revelamos nesta batalha. Então está na hora de pensarmos e agirmos por contra própria se quisermos proteger o Daisuke.



– Não o chame de Daisuke.



– Enquanto não soubermos qual a melhor maneira de nomearmos seu aliquid, prefiro chamá-lo de Daisuke. – respondeu Heliot.



– Bom, vamos lá. Ele está caminhando em nossa direção, não é possível que não consegui nem arranhá-lo com este golpe.



– Precisamos unir forças.



Vlad caminhava ao encontro de seus adversários. Estava imerso em seus pensamentos, até que uma lembrança borrada lhe veio à mente. Parou de se movimentar, colocou uma mão em um dos bolsos e a outra prendendo o queixo.



“Este poder violento. Esta brutalidade. Eu já presenciei este poder em algum lugar. Estas roupas, parecem roupas de soldados antigos, soldados medievais, porém com algumas peculiaridades.”



– Já que não irão se identificar, nem irão embora, lutarei com todas as forças. Talvez o responsável por isto apareça. – disse Vlad, repudiando as imagens que vieram a sua mente. Em seguida, colocou as duas mãos nos bolsos. – Peço que lutem no limite. Se for necessário terei que matá-los, portanto não baixem a guarda. – aconselhou.



– Não seja arrogante! Quem você pensa que é para nos ameaçar desta forma!? – gritou Gin, se enfurecendo.



– Você não irá nos vencer. Notamos que o seu nível é inferior ao nosso. Talvez individualmente, lutando com apenas um de nós dois, você teria chances, mas não lhe daremos este privilégio. – comentou Heliot.



– Qual o objetivo de vocês dois? – indagou o Chernobog.



– Proteger...



– Matá-lo! – gritou Heliot, interrompendo Gin que o olhou com uma expressão de incerteza.



O devatã de cabelos prateados suspirou.



– Venham. Desta vez será muito diferente. – disse Vlad, direcionando seu olhar rubro aos seus dois alvos.



Sem hesitação os invasores desapareceram subitamente. Gin surgiu frente ao Chernobog socando uma barreira negra translúcida que se projetou. Vlad esgueirou o olhar para o lado, um turbilhão de areia estava se aproximando. Subitamente o Chernobog desapareceu, surgiu Heliot substituindo-o. O segundo soco de Gin parou no ar próximo do rosto de seu companheiro.



O devatã de olhos escarlates surgiu há alguns metros de distância. Observou seus dois oponentes de longe. O devatã de cabelos ruivos de repente lançou um chute contra seu aliado, este sorriu para Vlad antes da concretização do golpe. O chute atingiu o torso de Heliot desintegrando-o em um tufão de areia que logo se dirigiu ao encontro do Chernobog. Este se surpreendeu por um momento.



Aquatica carcerem!



A redoma aquática surgiu prendendo Vlad. O tufão logo a atingiu. Deformou-se após o contato com o líquido e se espalhou.



Nullitatis. – disse o devatã de cabelos prateados, o cantio aquático foi cancelado.



Quando o Chernobog se deu conta, percebeu que estava preso em uma tempestade de areia. Direcionou o olhar ao redor, notou que havia perdido a visibilidade da área em que se encontrava.



– É fácil de perceber...



Foi possível ouvir a voz de Heliot vindo de dentro da tempestade.



– Que este seu cantio possui uma limitação espacial, além disto parece que você precisa enxergar o alvo para poder realizá-lo. – acrescentou.



– Interessante. Então você criou esta tempestade para impedir que eu pudesse confundir vocês com este meu cantio. Aquele ataque foi apenas uma distração para que eu dispersasse a areia. – comentou Vlad.



O Chernobog não recebeu resposta.



– Posso deduzir que o devatã com grande força irá utilizar sua agilidade e poder para me atingir enquanto eu não puder utilizar o meu cantio de transmutação. – acrescentou Vlad.



– Está zombando de minhas táticas? – indagou Heliot, com uma irritação perceptível em sua voz.



– Não. Você parece estar incomodado com as minhas reações. Creio que você esperava algum tipo de desespero ou surpresa. Não sou deste tipo de devatã. Desde criança fui treinado para manter a seriedade em batalhas. Sem deixar as emoções me interferir. – explicou o Chernobog.



“ Porém, naquele momento com Hiero e Hecate, fui dominado pelas minhas emoções.“



– Ora! Cale a boca! Não queremos saber do seu passado! Deixe de ser imbecil! Eu vou acabar com você agora! – gritou Gin. - Vires Intrisicus. Efflari!



Uma luz vermelha acendeu de um lugar distante na tempestade. Vlad direcionou o olhar a irradiação.



– Aí está você. – balbuciou o devatã de cabelos prateados, erguendo sua mão contra a luminosidade.



Antes que pudesse conjurar qualquer cantio, a luz vermelha se distendeu e disparou como se fosse um relâmpago realizando movimentos circulares dentro da tempestade ao redor de Vlad.



– Hum... – resmungou o Chernobog. – Entendo. A estratégia deles se baseia em ataques surpresas.



Um raio vermelho se dirigiu velozmente ao encontro do Chernobog.



“Está vindo.”



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“Mestre? Preciso lhe fazer algumas perguntas.”



“Prossiga Godard.”



“Se o sobrenome de Alastor trata-se de Anúbis e este foi um discípulo de William, um humano que se tornou imperitus por meio de um contrato com o mesmo, posso concluir que o sobrenome de William também era Anúbis?”



“Não, não há conclusões que podem ser inferidas deste tipo de informação. Um imperitus pode ser contratado em outro nome, geralmente se inventa um segundo nome como se fosse um renascimento ou, por meio da aquisição de algum vestígio orgânico de um outro devatã, como o sangue por exemplo. É possível contratar o humano utilizando este método, mas poucos utilizam este meio sem a concessão do devatã que se coleta o material. Porque é preciso posteriormente registrar o “nascimento” deste imperitus por meio de alguma autoridade, como os juízes da trindade por exemplo, para que este humano possa criar sua própria história. Porém, existem casos em que o contratador cede o nome de seu aliquid para seu imperitus. O devatã que opta por esta escolha, com certeza possui uma forte convicção de que seu humano contratado irá substituí-lo futuramente, quebrando a barreira da expectativa de vida limitante do organismo humano. Ainda não sei, se o nome do aliquid de William tratava-se de Anúbis. Pretendo descobrir em breve.Creio que não era, pois algo me diz que seu aliquid era muito poderoso.Sorrow não conseguiu derrotá-lo.”



“ Um Leviathan o derrotou. Um Leviathan derrotou o mestre de Anúbis, será que um devatã com tal aliquid não será capaz de derrotar o discípulo do mestre?”



“Eu sinto que por trás desta morte existe um egnima intrigante. Confrontar um Anúbis com um Leviathan irá fortalecer a minha teoria ou irá enfraquecê-la em pontos extremos.De qualquer forma terei um fato importante para uma conclusão mais importante ainda.”



“ Se Sorrow vencer esta luta minha cabeça irá explodir!”



“ Entendo. Se isto acontecer, terei a todo custo que desvendar o quebra-cabeça. Isto será interessante. Veremos o resultado do confronto destas minhas cobaias.”



“Alastor realizou uma solemnia verba do tipo de violação temporal mestre. Estou vendo daqui a rem temporária.Logo irá se fragmentar.”



“Um materializador do tipo hipnótico. Isto explica muita coisa.Além de me deixar com um certo tipo de náusea. ”



Uma pequena pirâmide negra flutuava a poucos metros de distância do solo, a insígnia já não estava no mesmo local onde Waldrich e Alastor se confrontaram. Seus corpos desapareceram , tudo que se podia notar era apenas aquele pequeno objeto flutuando. Godard observava o artefato curiosamente. Sabia que não iria demorar muito para que a mesma revelasse o vencedor da batalha. Somente mais alguns segundos de espera e como esperado a pirâmide se desmontou em mini cubículos negros. Alastor se projetou subitamente, seu corpo foi montado de forma milimétrica a uma velocidade impressionante. Seu adversário surgiu caido no chão há alguns metros a frente materializado pelo mesmo fenômeno. Sorrow cuspiu uma porção de sangue, seu peito estava furado com o último golpe do Leviathan. Havia perdido seu braço direito, o sangue não hesitava em escorrer da carne dilacerada. Parecia que o Leviathan não havia sofrido nenhum dano físico. Estava desacordado, estirado ao chão.



“Como eu imaginava, Godard. O corpo está íntegro. Veremos o que ele irá fazer.”



“Parece que foi vitorioso, mestre.Nossa! Isto é muito confuso! Deixe-me interferir na batalha um pouco.”



“Vá em frente.”



– Alastor! – gritou o pequeno servente do Krypsimo. – É de se surpreender que seu aliquid lhe dê poderes hipnóticos. Um tipo hipnótico, esta eu não esperava. Que tipo de ilusão você criou na mente deste pobre Leviathan? – indagou Godard, com um tom inquisitivo.



Sorrow que se encontrava ofegante e com a boca cheia de sangue, não conseguiu controlar a risada. Gargalhou intensamente, seu corpo inteiro vibrou.



– Criatura tola! Tipo hipnótico? Isto está além de sua compreensão. Se deseja tanto ver o que este Leviathan viu, eu irei conjurar a solemnia verba novamente. – respondeu em tom de ameaça, esgueirando o olhar para a pequena criatura no céu. – Não mexi com a mente deste devatã. Olhe para seu corpo. Está sem vida!



– Você que é um velho tolo! Nestas condições não iria conseguir conjurar uma solemnia verba de tal nível nem com a benção de um alveus. – riu Godard, após comentar em tom irônico. Fitou o corpo do Leviathan imóvel no chão, pôde notar a palidez característica de cadáveres. – Está certo. Se você houvesse aprisionado a mente, os outros orgãos ainda funcionariam por um período, deixando-o em estado vegetativo. – acrescentou a pequena criatura, logo depois seus olhos mudaram de cor e seu corpo estremeceu. – Só me responda uma coisa... – disse o Krypsimo, emitindo sua voz imponente através de seu fiel servente, que se misturava com a do mesmo. – Waldrich Leviathan ainda está vivo?



Alastor alterou sua fisionomia para seriedade plena, tentou controlar a dor imensa que sentia pelos ferimentos. Mesmo com tantos machucados decidiu prosseguir com o diálogo sem se importar com a indiferença intrigante de Hiero que mais parecia um cientista com questionamentos frios sobre sua própria experiência.



– Infelizmente está. – respondeu Sorrow com um tom quase inaudível. – Você é muito inteligente, filho de Phrynichius. – sorriu Alastor, com uma observação perturbadora.



– Digamos que o mestre conhece um tipo materializador hipnótico. – disse Godard, reassumindo o controle de seu corpo.



– Então ele não está usando nenhum aterfato para dominá-lo, pequeno alveus? – indagou Alastor, porém ficou sem resposta. – Não há outra forma. A minha próxima atitude irá revelar os segredos dos meus poderes. Não preciso dizer nada, apenas observem.



Alastor se aproximou lentamente do cadáver do major, em sua mente recordava de algumas lembranças junto de seu antigo mestre. Godard havia lhe contado que o mesmo havia sido assassinado por um Leviathan. Sorrow não fazia idéia de como alguém como ele pôde ter sido derrotado por um devatã que ele próprio julgou tão fraco. Por um momento, chegou a pensar que o seu oponente poderia ainda de alguma forma enfrentá-lo através de uma habilidade oculta que provaria os fatos ocorridos na realidade, porém nada aconteceu. Balançando a cabeça negativamente enquanto caminhava, tentou retirar o pensamento tão ingênuo. Seria impossível ter escapado do julgamento de Anúbis. Se fosse em outra época, até poderia ter ocorrido, mas não atualmente. Com o maior presente de William o Anúbis havia encontrado um meio de driblar as falhas do julgamento.



O corpo estava imóvel, Waldrich estava pálido, com a boca entreaberta e os olhos abertos. A imagem do desespero ainda estava gravada em seu rosto. Aquilo excitou Sorrow, este não pôde segurar uma risada. Agachou-se lentamente, Godard estava atento. O prisioneiro de Chronus, agora liberto, deslizou o braço pelo corpo do major até chegar em seu pescoço. Inclinando o corpo, sussurrou alguma coisa no ouvido pertencente ao corpo sem vida.



– Isto agora me pertence.



Rapidamente ergueu o corpo do major pelo pescoço, arrastando-o pelo chão áspero. Várias almas se desprenderam de seu corpo se solidificando em seguida e o ajudaram a erguer o major. O velho passou a língua entre os lábios e em seguida várias almas que ainda permaneciam em aspecto translúcido abocanharam o cadáver. Elas pareceram agarrar algo invisível, pois não surgiu sangue nem feridas.



“ Mas o que é isto? Que cena intrigante. Parece um monstro se alimentando. “



De repente, um líquido esverdeado saiu da boca do Leviathan e serpenteou no ar. Sorrow abriu a boca o máximo que pôde e o estranho líquido que mais se parecia um tipo de plasma adentrou o corpo de Alastor pela sua boca. As almas se desprendiam do corpo do velho em massa se agitando. Subitamente o plasma desapareceu, como se houvesse se esgotado, em seguida várias insídias se solidificaram e atacaram Alastor. O corpo foi mutilado violentamente, as insídias se alimentavam como se sentissem uma fome intensa. Sangue, vísceras, músculos e pele eram mastigados várias vezes até serem engolidos. As caldas das insídias que escapavam do corpo de Alastor se enrolavam no corpo de Waldrich que ainda permanecia imóvel, erguendo-o no ar.



“ O que houve? Por que as insídias estão atacando seu próprio mestre? “



Após o corpo do ex discípulo de William ter sido totalmente devorado, Godard se aproximou do local. Pousou os pés sobre o chão e olhou ao redor, procurando qualquer coisa que poderia explicar o que havia acontecido. As insídias estavam enroladas no corpo do major fazendo o mesmo flutuar.



– Suicídio? – indagou Godard, para si mesmo. – Aquele maldito se matou. Será que não conseguiu suportar o fato de meu mestre tê-lo superado? – acrescentou, esgueirando o olhar em seguida para o cadáver do major. – Provavelmente elas irão devorá-lo também. E depois de um tempo irão desaparecer, uma vez que seu criador agora está morto.



“ Não é possível que ele tenha se matado Godard. Não faz sentido. Preste mais atenção. “



O pequeno subordinado de Hiero fitou o cadáver seriamente, notou que a expressão do Leviathan havia se alterado. O olhar estava sério, observando-o, um meio sorriso na boca do mesmo foi o suficiente para fazer Godard se assustar e se afastar.



– Criatura tola. Como você pode confundir suicídio com renascimento? São duas coisas tão distintas. – disse Waldrich, surpreendendo Godard.



– Eu sabia! – disse Hiero através de Godard. – Você tomou o corpo do major Leviathan, isto esclarece muitas coisas. – acrescentou, logo depois gargalhou.



“ Zero, gostaria muito que você tivesse visto esta cena, qual seria sua reação? Saiu tudo como eu esperava. E agora, consegui presenciar algo bastante confortante. A possibilidade de adquirir a imortalidade. Agora tudo se encaixa. O motivo de Sorrow realizar um consilio transio sem uma rem, é que na verdade não quer dizer que ele não use uma rem, a rem é o próprio corpo que ele domina. Isto também explica a razão de um humano, de um imperitus, ter sobrevivido por tanto tempo. Talvez o Yggdrasil não será mais necessário para mim, eu não sei quais são as razões do Belobog de encontrá-lo, talvez queira o mesmo que eu. Porém, agora estou a um passo de adquirir a imortalidade, e o Belobog não saberá. Em breve, irei ter o poder necessário para derrotá-lo. E sobre a morte de William...verei até onde isto irá chegar.“



Preview:...



Um corredor tocado pela escuridão. Os passos eram dados silenciosamente, havia algo de estranho. Uma energia sofria oscilações intrigantes. Os solados dos sapatos diminuíam o ritmo. A incerteza do reconhecimento da identidade de seu aliado tomava forma em seu semblante. Era preciso investigar. Neste momento não poderia haver falhas. Pressionou sua jaqueta fortemente para frente, como se ordenasse que seu corpo seguisse adiante mesmo contra a vontade. Havia uma passagem pela direita, apoiou-se na parede com suas costas. Iria observar sorrateiramente, exatamente como os espiões fazem. Um pensamento no mínimo divertido vinha a sua mente, o de se comportar como uma espiã naquele momento. Observou uma porta semi aberta. Lá estava ele. Sentado na cama. Trajando algumas roupas comuns surradas. Os cabelos prateados eram os mesmos, o porte físico de um soldado bem treinado. As mãos estavam tampando o rosto. Ele transpirava muito. Algo ainda podia ser enxergado pela fresta da porta.



“O que há com ele?”



– Comporte-se, criança teimosa... – sussurrou, logo depois fez um chiado com a boca como para calar a si mesmo. – Eu preciso de mais tempo. Preciso estar aqui para mostrar a verdade á aqueles olhos imersos na escuridão por tanto tempo. – continuou, com uma voz mansa, como reconfortasse seu próprio espírito. – Tenho a obrigação de consertar os erros daquele monstro. O fruto de sua perversidade diversas vezes esteve frente aos meus olhos e eu nada pude fazer. Não posso deixar que essa loucura continue. Compreenda por favor. – suplicava, com as mãos tampando o rosto, a voz saía abafada, com um tom de tristeza notável.



“O que está acontecendo? Ficou louco?”



Próximo Capítulo: A Experiência Bem Sucedida.


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Notas finais do capítulo

Comentem por favor. Estou postando este capítulo agora para compensar o tempo que fiquei sem postar por causa do Enem. Depois de fazer as provas continuarei escrevendo o último capítulo que já está quase completo, talvez dará tempo de postar ainda no domingo a noite. Muito obrigado.