Manu e Rodrigo - O que houve depois? escrita por Liane


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Oi!! Agora fui rápida! rsrs
Então, como sei que minha semana será corrida (como sempre) resolvi postar este capítulo hoje! Espero que gostem!
Boa leitura! ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/537125/chapter/8

As palavras de Júlia atingiram de cheio em mim. Eu não conseguia mais raciocinar nada, a não ser o fato da Ana ainda gostar do Rodrigo. Isso me leva a pensar no dia em que ela esteve aqui em casa me falando que estava começando a gostar do Lúcio. Então tudo aquilo era mentira? Será que mais uma vez ela estava usando o Lúcio numa tentativa de esquecer o Rodrigo?

– Mamãe? Mamãe? Você está me ouvindo?

– Hã, oi Jú. O que você estava falando mesmo, meu amor?

– Eu perguntei se você vai embora se minha mãe Ana voltar a namorar o papai?

–Não, claro que não. Naquela vez eu fui embora porque eu precisava, coisa de adulto. Agora eu vou ficar independente do que aconteça. Jú, não é certo ficar ouvindo a conversa dos outros, você sabe... mas você escutou mais alguma coisa?

–Não, só escutei isso. Mamãe, você podia esquentar a minha lasanha? Tô com muita fome.

–Claro, meu amor. Vai terminando a lição enquanto eu vou pra cozinha esquentar sua comida.

Depois do jantar e de arrumar tudo na cozinha, subo para o meu quarto e penso em tudo o que eu ouvi. Eu queria entender melhor a situação, mas sinto que não conseguiria, pois não teria coragem de confrontar novamente a Ana. Se ela assumisse que ainda gostava do Rodrigo, eu não iria suportar. Mas eu também não poderia dar uma oportunidade a ele sabendo do sentimento da minha irmã. Definitivamente minha história com o Rodrigo tinha chegado ao fim.

No dia seguinte, a manhã passou lentamente, cada minuto passado pareciam horas, meu pensamento estava totalmente no Rodrigo. Eu sabia que ele estaria preparando tudo para a viagem e que estaria no fim do dia me esperando no aeroporto. Eu deveria avisá-lo, mas não conseguiria encará-lo, seria doloroso pra mim falar não, enquanto meu coração implorava pra dizer sim.

Tentei ocupar o meu dia com os afazeres de casa. Resolvi separar umas roupas da Júlia que já não cabiam mais nela e preparei uma mala para enviar ao brechó da Nanda. Enquanto separava cada peça, vi passar um filme na minha frente com tudo o que eu tinha vivido com o Rodrigo. A forma como o destino havia nos aproximado, quando nos descobrimos apaixonados um pelo outro mesmo sem saber como isso tinha começado, tão envolvidos que não tínhamos outro caminho senão assumir esse sentimento. Os nossos sonhos de família, nossos desejos como casal. Meu Deus, como eu fui feliz! Mesmo depois de todo o sofrimento com aquele flagra e da separação, meu coração doía por saber que eu não teria mais a oportunidade de tentar retomar essa felicidade. Eu já havia me acostumado com a possibilidade de não estar com o Rodrigo, pelo menos assim pensava até ele decidir lutar por nós novamente. Cada tentativa dele de reconciliação era como se surgisse uma chama a mais e derretesse um pouco do gelo que tinha virado o meu coração. Eu não queria assumir, mas estava cada vez mais envolvida a aceita-lo. Eu ainda tinha insegurança, mas o meu amor por ele eu nunca pude negar. Ainda estava perdida nesses pensamentos quando escuto o meu celular tocar. Meu coração para por um instante e um medo invade o meu corpo só de pensar na possibilidade de ser o Rodrigo, mas volto a respirar tranqüila quando vejo o nome da minha avó na tela do celular.

– Vó, tudo bem?

– Manu, minha filha, você não retornou minhas ligações, já estava ficando preocupada. Então, você já decidiu se vai viajar com o Rodrigo hoje?

– Já decidi sim, vó. Eu não vou pra Paris.

– Sei... e eu posso saber os seus motivos para não ir?

– É... eu pensei melhor.... e... nossa relação estava melhor como amigos, e acho que para o bem de todos é melhor continuar assim.

–Estranho porque eu não consigo sentir verdade nas suas palavras. Minha filha, quem está na linha é sua avó, uma pessoa que te conhece como ninguém. Então, por favor, seja sincera comigo e me fale o verdadeiro motivo da sua recusa.

Já não consigo segurar as lágrimas e às vezes odiava saber o quanto que minha avó me conhecia. Ela já havia percebido que eu não estava bem, por isso ligou em um momento providencial, parecia que adivinhava quando eu estava precisando de seus conselhos.

– Eu não posso voltar pro Rodrigo, não mais. O que eu vou dizer pra Ana? Como vou dizer pra ela que passei por cima de seus sentimentos e pensei só na minha felicidade? Eu não sou assim, vó.

– A Ana? Mais uma vez essa sua idéia de achar que está magoando sua irmã. Manu, não existe mais nada entre a Ana e o Rodrigo. Entenda isso de uma vez.

– Existe sim vó, e comprovei isso ontem. A Júlia me falou que tinha escutado a Ana conversar com a Alice e confessar que ainda gostava do Rodrigo.

–Espera, você foi falar com sua irmã? Essa história está muito estranha, não condiz com o que eu venho conversando com ela.

– Vou falar como, vó? Eu sei que não vou suportar ouvir a Ana assumindo que ainda ama o Rodrigo. Eu não quero reviver isso novamente, eu não sobreviveria.

– Meu amor, se não fosse essa sua ‘descoberta’ sobre a Ana, você agiria de outra forma sobre essa viagem?

– Sim. Eu iria me encontrar com o Rodrigo com o coração saltando de felicidade. Eu ainda o amo, não vou negar. E eu estava disposta a tentar novamente... mas isso não vai acontecer. Eu já desisti desta viagem e eu vou ter que me acostumar, mais uma vez, a viver sem o Rodrigo.

– Manu, eu preciso resolver umas coisas... você vai estar em casa o dia todo?

–Não, eu estou separando umas roupas da Julia e vou levar pro Brechó da Nanda, depois volto pra casa. Não tenho nada importante pra resolver hoje no Buffet.

– Então está certo. Se cuida, minha filha!

Eu confesso que esperava ouvir as palavras sábias da minha avó me reconfortando nesta hora, mas acho que o que ela tinha pra resolver deveria ser mesmo muito importante. Só me restou terminar de arrumar a mala com as roupas da Jú e levar pro Brechó.

Chegando no Brechó fui recepcionada com o olhar de surpresa da Nanda.

– Manu, o que você está fazendo aqui?

– Eu vim deixar umas roupas da Júlia que não servem mais.

– Você sabe muito bem do que eu estou falando. Então você já tomou a sua decisão? Ai meu Deus, coitado do meu irmão... – Nanda desabafa pondo as mãos na cabeça em tom quase de desespero.

– É isso mesmo. Se você quiser avisar o seu irmão, fique à vontade. Pra mim essa história já acabou e não gostaria mais de falar sobre isso.

– Manu, vamos conversar... quem sabe eu possa... ai, Manu, espera que o meu celular está tocando.. alô! Ah oi, tudo bem? Sim, sim... – Nanda se afasta para falar ao telefone enquanto eu penso em uma desculpa pra sair o mais rápido dali e fugir das tentativas dela de me fazer mudar de idéia. Quando Nanda volta, eu já ia começar a falar a minha desculpa quando ela me interrompe.

– Ok, Manu, essas são as roupas que você trouxe? Ótimo! Luana, você pode, por favor, separar essas roupas pra mim – Nanda ordena pra uma funcionária levar a mala com as roupas.

– Está tudo bem, Nanda? Eu achei que você iria me prender aqui e só me soltaria quando eu mudasse de idéia.

– Não. Eu ainda acho que você deveria viajar com o meu irmão, porque está obvio que vocês ainda se amam. Mas quem sou eu pra me envolver nisso, não é? A decisão é sua e não posso fazer nada. Agora me dá licença Manu porque preciso sair pra resolver um assunto do Brechó. Tchau!

Eu nunca vi a Nanda tão fria comigo. Infelizmente eu não podia fazer nada porque eu não mudaria a minha opinião, mas fiquei um pouco preocupada. Eu não queria que minha decisão interferisse na minha amizade com a Nanda. Eu gostava muito dela e queria continuar sua amiga. Depois que Nanda saiu, resolvi ir embora também, mas na porta do Brechó dou de cara com minha avó.

– Manu, que bom que eu consegui te encontrar.

– Vó, o que a senhora está fazendo aqui?

– Eu vim resolver uns assuntos do baile e resolvi passar aqui no Brechó pra ver se te encontrava. Ainda bem que dei sorte de ainda te achar aqui.

– Mas foi por pouco porque eu já estava indo embora. A senhora já resolveu tudo?

– Ainda não. Eu precisava comprar umas coisas pro próximo baile. Você poderia me ajudar, minha filha?

– Claro vó! Tudo o que eu quero agora é ocupar a minha mente. Vamos?

Eu e minha avó passamos um bom tempo andando em lojas e comprando coisas para o baile. Mas tudo o que compramos, em minha opinião, não era de tão importante e urgente. Minha avó encontraria tudo em Gramado, mas mesmo assim não comentei nada. Na verdade até gostei porque pude passar mais tempo com ela. Quando parecia que finalmente as compras haviam acabado, minha avó se ofereceu para passar na minha casa, o que eu achei ótimo.

Ao chegar em casa sou surpreendida com a Ana e a Nanda no meio da minha sala e algumas malas próximas a elas. Eu não estava entendendo nada, o contexto da cena que eu estava vendo não batia. Eu olhei para a minha avó na tentativa de buscar uma resposta e só recebi um sorriso emocionado de volta.

– Ana, Nanda? O que vocês duas estão fazendo aqui?

– Olha o que você me aprontou, dona Manuela. Todo mundo sabe que não morro de amores pela Ana... desculpa Ana... mas não sou hipócrita, enfim... mas confesso que até gostei de ser sua cúmplice nessa história toda. Acho que você ganhou alguns pontos comigo – Nanda fala rindo e olhando pra Ana.

– Nossa, Nanda.. até me emocionei. Eu sei que fiz muita besteira, mas espero poder te mostrar que eu amadureci. E sabe, foi até divertido ter você como cúmplice! – Ana também ri.

– Espera um pouco vocês duas. Que história é essa de cúmplices, o que vocês fizeram e por que essas malas estão prontas aqui na sala? – Eu perguntei já exigindo uma explicação imediata.

– Essas malas são suas, Manu. A vovó me ligou hoje assim que falou com você. Ela me contou tudo. E como eu sabia que você talvez não falaria comigo e resolveria as coisas do seu jeito sempre me protegendo e esquecendo de si mesma, eu decidi tomar as rédeas da situação desta vez. Chamei a Nanda pra me ajudar nisso. Eu arrumei as suas malas pra você viajar com o Rodrigo. E não adianta tentar dizer que não! Você merece e vai ser feliz, minha irmã!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ai, gostaram??
Vou tentar postar o próximo ainda essa semana, mas não prometo! rs
Até a próxima! ;)