Antes que mais palavras pudessem ser ditas Regina caiu no chão e tudo ficou branco.

– O que está acontecendo? - David perguntou.

– Ela está perdendo o bebê! - Snow sussurrou.

– Não! - Regina gritou. Regina estava perdendo muito sangue e ela estava fraca e pálida. A delegacia ficou escura novamente, o espectro voltaria. Em meio àquela situação de horror alguém tinha que fazer algo e foi Snow.

– Charming! Você e Emma cuidam do espectro e eu de Regina.

– O que? - Ambos disseram, se fosse em outra situação ela teria rido da semelhança.

– Não posso deixar ela aqui assim. Eu vou ficar, vamos leva-la ao médico não sei. Mary estranhou o comportamento repentino do marido, por que ele se importava? Momentos antes ele nem ligava se ela sairia viva ou não.

– Se eu for no médico eu vou dar um soco nele nem pense nisso. - Regina disse o mais firme que pode.

– Eu sinto muito Regina... Já está morto. - Snow disse suavemente.

– Não! - Lagrimas escorreram pelo seu belo rosto, ela imaginou que morreriam, mas ela queria que não tivesse que ver isso acontecer.

Sua esperança estava indo junto com aquela criança, seu milagre, sua luz, sua segunda chance. A única pessoa que poderia ama-la de volta, que ela já amava, a única pessoa que seria só dela. Um grito de dor saiu de seus lábios, aquela dor era horrível.

– Escutem todos vocês! – Snow gritou firme. – Charming você está com o chapéu e Emma... Vocês dão um jeito de reabrir o portal e atrair o espectro pra lá. Regina você vai ter que empurrar... Essa criança tem que sair ou você vai morrer junto com ela! - Ela tentava parecer firme e gritava rapidamente, mas por dentro ela estava desolada por Regina.

– Como vamos abrir um portal Mary Margareth você ficou louca? - Emma rebateu.

– Não temos outra opção a não ser tenta Emma. - Charming reconheceu. Eles pegaram o chapéu e saíram deixando Snow e Regina a sós.

– Eu sei que vai ser desagradável, mas você tem que fazer isso. Provavelmente vai ser a coisa mais difícil que eu já tive que fazer... Ele se foi, agora você só tem que colocá-lo para fora.

Snow com muito cuidado colocou Regina sobre a pequena cama da delegacia e em meio a tanto sangue e as lágrimas de desespero da Regina ela pediu.

– Empurra...

Um grito de dor escapou dos lábios de Regina, ela estava fazendo o seu melhor. Mesmo que ela saísse viva dessa de que valeria a pena? Ela era a única a dar à luz a um bebê morto, ela não superaria. Tinha sido uma gravidez acidental, mas mesmo assim ela já o amava com cada fibra do seu ser. Mas um grito de dor e ela estava forçando e nada.

– Eu acho que não consigo.

– Você consegue Regina. Força! Com um último pensamento ela gritou e empurrou com toda a força que ainda restava em seu corpo.

– Você conseguiu. Ela ouviu Snow sussurrar, a imagem de sua enteada foi sumindo e ela perdeu seus sentidos.

***

REGINA P.O.V

Abri meus olhos lentamente, cada célula do meu corpo doía. De repente a dor parou e vi a fada azul olhando para mim.

– Os ferimentos dela estão curados, ela perdeu muito sangue. Ela ficará bem, só precisa descansar.

Ouvi azul dizer. Snow chegou perto de mim e colocou um pano morno na minha testa e sorriu brevemente. Por que ela estava me ajudando afinal?

– Você está a salvo agora.

– Obrigado... - Saiu como um sussurro fraco, mas consegui reunir forças e me sentar, afinal não sentia mais dores, apenas cansaço.

– Você faz parte da nossa família Regina, mesmo que isso não lhe agrade. Senti um silencio desconfortável então resolvi mudar de assunto.

– E o espectro...? –

Emma conseguiu abrir o portal, não sei como. Você está a salva, como eu disse. Eu poderia estar a salva fisicamente, mas nada me salvaria dos meus demônios interiores.

Tudo que eu precisava e desejava no momento era ficar sozinha, mas no fundo eu não queria... Como seria ficar sozinha perdida em meus pensamentos? Eu perdi um filho que eu nem tive a chance de segurar em meus braços, nem ao menos ver seu rosto.

Eu queria chorar, finalmente era a minha ruína. Eu estava calada até que a voz da Snow me chamou de volta para a realidade.

– David me contou... Sobre ele poder ser o pai.

Arregalei os meus olhos, como assim? Eu não estava pronta para falar do caso que tivemos antes da maldição.

– Ele estava amaldiçoado. Eu dormi com Whale. Eu entendo. Mas você Regina... Porque? Me ferir?

– Snow... - Ela estava me olhando como quando era criança e procurava por uma resposta. Eu apenas me sentia suja. – Eu gostava da companhia dele. Era sexo casual, que virou algo mais... Era o David Nolan “veterinário” e a Regina Mills “médica”. Eu me lembrava de qualquer maneira, mas eu não esperava que fosse se torna sério quando começou. Só que eu tinha engravidado, acho que o que aconteceu foi que a gente só tínhamos se apegado por ser solitários.

Snow me olhou nos olhos e acho que ela viu sinceridade em minhas palavras, eu queria vomita. O que estava acontecendo comigo?

– Bem... Eu entendo. - Ela limpou a garganta e continuou. – David poderia ter sido pai, assim como Killian. Ambos estão aqui querendo falar com você.

Bufei em irritação, não queria nem vê-los agora. Snow apertou a minha mão e saiu. O primeiro a entrar foi Hook.

– Como você está? - Ele perguntou suavemente e se sentou na beira da cama.

– Estou ótima... Estou agora mesmo me preparando para dar uma festa e convidar todo mundo. O que você acha, imbecil? - Não estava com paciência para responder perguntas idiotas.

– Hey! Calma, amor. Revirei os olhos em resposta.

– É só isso?

– Nossa minha rainha... Você está realmente o cão hoje. Estou indo e eu sinto muito tá? Obrigada...

Após ele sair David entra, bem o que eu não queria ver.

– Vamos lá... O que você quer príncipe

– Primeiramente eu quero saber como você está se sentindo.

– Até por que você se importa muito. Estou tocada.

– Sem sarcasmo tá? A única pessoa que tem o direito de ser rude sou eu.

Soltei uma risada debochada, ele não podia estar falando sério.

– Você me deixou para morrer grávida, você não teve que dar á luz a um bebê morto, você tem a sua família de volta e eu perdi a única pessoa que poderia me amar de verdade e é você que tem o direito de ser rude? Ótimo.

– Vamos lá, tudo bem eu entendo. Mas você me seduziu para se vingar da Snow, você sabia que eu era casado, você foi baixa.

– Você não tinha suas memórias, Snow te perdoou. Todo mundo feliz. Acabou?

– Não! Não acabou! Eu quero saber o porquê.

– Por que sim David, eu não estou mais grávida e não tenho mais nenhum tipo de ligação com você agora por favor, vai embora?

– Isso não acabou. Você é muito baixa é por isso que...

– É por isso o que? Que não tenho ninguém? Que meu filho está morando com vocês? Que eu perdi meu bebê? Isso não é problema seu.

Coloquei meus muros no lugar, aquele homem não merecia ver a minha dor.

– Se essa criança tivesse nascido, eu não á deixaria com você. Nunca.

– A sim, foi um momento de fraqueza seu dizer que me amava que doce. Esse bebê estava dentro de mim, eu o levaria aonde eu quisesse. E além do mais você nem sabia se o filho era seu mesmo. Você não passa de um filho de pastor metido a príncipe arrogante. Agora saia!

– Eu vou... Mas o seu dia não acaba por aqui, tem mais alguém para te ver.