– Bom dia, pequena! – Angie abraçou Violetta com muita força ao vê-la passar pelos corredores do Studio.

– Bom dia, tia. – A garota correspondeu o abraço e sorriu – Desculpa por ontem, eu não queria ter que deixar vocês sozinhos.

– Tudo bem, princesa. – Angie ficou um meio desconsertada ao lembrar do que acontecera e logo após a preocupação com German e com a própria sobrinha tomou conta dela, ao que ela acabou suspirando.

– Hum, tia... – Violetta fez cara de sapeca e piscou pra loira, que ficou mais desconsertada ainda – Como foi lá com o papai, em?

– Ora como foi, Violetta! – Angie falava rápido e quase gagueijando – Não tem nada pra ser, não foi nada e nem vai ser nada!

– Ui, tá certo tia – Violetta ria sem parar – não precisa ficar nervosa não, respira! – Angie bufava e segurava o riso – E pode deixar que eu não vou perguntar nada do que aconteceu ontem, tá?

– Mas não aconteceu nada, Violetta Castillo! – Angie aumentou o tom de voz e bufou ao ver a sobrinha se afastar ainda rindo. Angie respirou fundo e se permitiu soltar um risinho bobo, ao que ela percebeu alguém abraçando-a por trás. A loira pulou de susto e virou-se para ver quem era.

– Jean? – A mulher falou confusa – O que você está fazendo aqui?

– Eu vim ver minha loira argentina favorita – ele riu e ela sorriu sem mostrar os dentes – algum problema?

– Claro que não! – Ela o abraçou forte – Senti sua falta, Jean.

– Eu também senti sua falta, Angie... muita falta, na verdade. – Ele riu e acariciou o rosto da mulher.

Angie estava mais confusa do que nunca. O que Jean estava fazendo ali? E logo agora que... Que nada! Não podia nem estava acontecendo nada com ninguém. Não podia acontecer, mesmo que ambos quisessem mais que tudo. Mas mesmo assim não seria certo enganar Jean. Ele era, acima de tudo, um grande amigo, e ela nunca faria nada para magoá-lo.

– O que você tem feito, minha linda? – Jean cortou o silêncio que já estava irritando e continuou a acariciar o rosto da mulher.

– Trabalhado! – Angie falou e soltou uma risada – Somente isso.

– Imagino, imagino... – o homem olhou ao redor e voltou a olhá-la – Isso está muito bem organizado... acho que isso se deve à dona, né.

– À dona e a todos os funcionários. – Uma voz masculina invadiu o ambiente e Angie deu um pulinho de susto. Virou e se deparou com Pablo de braços cruzados.

– Oi, Pa! – Angie sorriu ao vê-lo e respirou fundo. – Esse aqui é o Jean, um amigo meu da França.

– Pablo Galindo. – O homem esticou a mão e apertou com firmeza a mão do outro.

– Jean Berthand. – O homem falou sério e encarou Pablo. – Muito prazer.

– É. – Pablo encarou o homem e voltou a olhar para a loira que estava assustada e sem ação. Também, quem não estaria? Ver dois homens quase se matando só com o olhar. – Angeles, a gente precisa resolver uns assuntos.

– Ah, é verdade. – Angie fez bico e virou para o francês – Depois a gente se ver, que tal?

– Tudo bem, princesa – Ele se aproximou da loira, entrelaçou os dedos nos cabelos da nuca da mulher e beijou levemente o canto da boca dela. – Eu te ligo.

– Uhum. – Angie respirou fundo e fechou os olhos. Aquilo não daria certo, de jeito nenhum. E, ao virar-se, teve a mais certeza ainda.

German estava na porta e vira tudo aquilo. Ele suspirou, deu as costas e saiu andando. Seu rosto não era um dos melhores, com toda certeza, ela sabia o quanto aquilo tinha machucado a ele.

– Ai meu Deus... – Angie suspirou, sentou-se na cabeira, colocou as mãos na cabeça e apoiou o cotovelo na mesa – Não sei mais o que fazer.

– Ei – Pablo suspirou e sentou-se ao meu lado – tá tudo bem. Ele vai ficar bem, não se preocupa.

– Eu estou com medo, Pa... – Angie respirava fundo pra segurar o choro enquanto Pablo afagava seus cabelos – O German... ah...

– Ele vai entender... – Pablo fez uma pausa – se você explicar, claro. – ele riu e ela o olhou estranhando.

– Que foi, Pablo? Do que você está rindo?

– De você, Angie. – ela ficou ainda mais confusa – Você diz que não sente mais nada pelo German mas fica ai se preocupando porque ele viu outro cara te abraçando e agora ele vai fica com ciúmes.

– Mas.. – Angeles bufou e cruzou os braços. Ela realmente estava fazendo tudo o que ela prometera não fazer. – Ah, Pablo, eu não estou assim porque o que German tem ciúmes, tá?

– Então por que é?

– Por... porque eu... eu estou preocupada com... a Violetta. Isso. – Pablo riu e balançou a cabeça.

– Você não me engana, loirinha, não me engana. – o homem se levantou e olhou para Angie – Você não vai conseguir pensar em nada para o show por enquanto, então pode fazer o que quiser agora de manhã.

– Eu posso trabalhar, Pablo! – Angie fez birra e cruzou os braços.

– Não pode não. – ele riu e balançou a cabeça – Vai dar uma volta e colocar esses teus pensamentos em ordem, vai.

– Tudo bem. – Angie bufou, levantou-se e saiu da sala.

XXX

– Ei você. – German tentou chamar atenção do homem que estava andando pela praça e mexendo no celular.

– Eu? – O homem virou-se e olhou para German.

– Você mesmo. – Ele falou sério e se aproximou do loiro.

– Pois não... – o homem guardou o celular e encarou German.

– O que você é da dona do Studio? – ele cruzou os braços e soltou um olhar intimidador para o francês.

– Eu sou amigo dela... – ele sorriu de lado e deu uma piscadela para German – mais ou menos isso... quer dizer, ninguém pode ser só amigo de uma loira daquela, né.

O sangue de German subiu até a cabeça dele fazendo com que suas mãos se fechassem em punho. Como ele podia estar falando daquela forma de Angie? Ele queria mata-lo.

– É. – German respirou fundo – E onde vocês se conheceram?

– Na França, ela compôs umas músicas pra mim. – o homem franziu a testa e olhou-o – Mas porque tantas perguntas? Quem é você e o que você é dela?

– Sou o pai da sobrinha dela. – German falou ríspido.

– Ah sim! – O loiro se aproximou de German e colocou um braço ao redor do pescoço do homem – Logo logo faremos parte da mesma família, meu caro, logo logo.

– Vamos? – German falou entredentes e respirou fundo. Ele estava se segurando para não quebrar a cara daquele francês. – Tão fácil assim?

– Claro! – O homem soltou um risinho – Quando eu quero uma coisa, eu consigo. – ele piscou e olhou para German – Principalmente quando eu quero alguém que cairia aos meus pés facilmente.

– Ah é? – German separou-se do homem, cruzou os braços e o encarou – Como tem tanta certeza?

– Qualquer putinha ficaria louca comigo, meu caro amigo. Eu sei como fazer uma mulher gemer e a Angeles já provou e aprovou. – ele soltou uma risadinha sarcástica mas não pode nem respirar, pois German o segurou pelo colarinho e socou com muita força o rosto do francês. Jean era alto e forte, mas German era ainda mais forte.

– German! – Angeles gritou ao ver o que havia acontecido e correu até os homens.