You were strong and i was not escrita por Queen of the bitches


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, mas eu estou aqui! Espero que gostem.
E ah, estou triste porque ultimamente quase não vejo comentários!! Adoraria que vocês começassem a comentar, a fic já está na reta final, então...

E esse capítulo vai pras lilas, amo vocês.



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Duas semanas haviam se passado desde a primeira sessão de quimioterapia de German, ele estava completamente fraco e decaído, após tanta radiação ter passado pelo seu corpo. Ele estava se preparando para ir para a sua última sessão, seria a que iria decidir se ele precisaria fazer ou não a cirurgia para tirar o tumor de seu peito, o que seria muito arriscado.

Angie estava ao lado do marido a cada passo que ele dava, mas o homem não permitia que ela fosse com ele para o hospital, quando ele estivesse indo fazer as sessões. Ele não queria ela o visse naquele estado, ele sempre ficava frágil, mal e debilitado e ele não queria que Angeles se preocupasse com isso, seria muito complicado para ela.

German estava se arrumando, quando Violetta entrou no quarto, com Agus em seus braços.

– Nós viemos dar o beijo de boa sorte do papai, não maninho? – ela falou sorrindo e se aproximou do pai, German pegou Agustin em seu colo e sorriu.

– Como você tá grande, filhão. – ele disse rindo e olhou para a menina, que sorria bobamente olhando para os dois – Sua mãe e sua irmã vão cuidar muito bem de vocês, certo?

German olhou para a garota, que assentiu animadamente, no mesmo momento, Angie adentrou no quarto, vendo aquela cena que a enterneceu muito. Ela se aproximou deles, colocou uma mão no ombro do seu namorado e sorriu.

– Sim, nós vamos. – ela falou e deu um selinho nele.

– Ih, Agus, - a garota pegou o bebê dos braços do pai e foi se afastando, em direção a porta – vamos logo antes que nós acabemos vendo uma cena meio constrangedora.

Violetta saiu e deixou German e Angie rindo. A mulher virou-se para ele e sorriu, acariciou cuidadosamente o rosto dele, ao que o homem fechou os olhos.

– Você não quer mesmo que eu vá? – ela perguntou baixinho.

– Não, meu amor, é melhor não. – German segurou a mão dela que estava em seu rosto e beijou com carinho.

– Eu vou estar aqui te esperando, eu prometo. – ela sorriu e se aproximou de German, enlaçou os braços no pescoço dele e beijou-o calmamente.

XXX

German havia saído da sala de quimioterapia e estava sendo levado para o seu quarto. Ao chegar lá, o homem olhou para todos os lados procurando pelo seu velho amigo, que sempre estava lá quando ele voltava das sessões.

– Com licença, senhorita... – German chamou a enfermeira, que já estava saindo do quarto – Onde o senhor Ramos?

A enfermeira o olhou e rapidamente a sua expressão mudou, um sorriso triste se alojou nos lábios da mulher, ela respirou fundo e balançou a cabeça. German sentiu como se seu coração fosse parar.

– O senhor Ramos teve uma parada cardíaca durante a cirurgia. – a enfermeira suspirou e olhou com pena para German, ele odiava quando faziam isso. – Sinto muito.

O homem balançou a cabeça e então a mulher saiu do quarto. German ficou olhando fixamente para o teto, sem saber o que pensar, como pensar, nem o que fazer. Ele estava completamente confuso, triste e, principalmente, com medo. Ramos tinha o mesmo tipo de câncer que ele, será que os seus destinos seriam iguais também? Ele respirou fundo e fechou os olhos, não iria dormir, era impossível fazê-lo. Mas a luz o estava deixando tonto e sentia como se tudo ao seu redor estivesse rodando, ele não sabia o que fazer, tinha medo de tudo. Só Deus o poderia tirar daquilo e ele acreditava nisso. Angeles e seus filhos estavam ao seu lado... Mas e se ele morresse? O que seria de Angeles? Violetta e Agustin continuariam crescendo sem pai? Muitas perguntas rondava a cabeça do homem e ele sentia como se, a cada segundo, a dor fosse ainda maior. E se a quimioterapia não fosse o bastante? E se fosse preciso fazer a cirurgia? E se ele tivesse o mesmo destino que o velho Ramos? E se...

Haviam milhares de perguntas que rondavam a cabeça de German, ele estava em um momento completamente incerto da sua vida, poucas coisas ainda o traziam certeza de algo, a sua família. Ele sabia que enquanto a sua família e Deus estivessem ao seu lado, ele poderia enfrentar qualquer coisa. Aquilo era real. Ele tinha uma vida, uma família, tudo o que ele sempre sonhara. Se morresse naquele minuto, seria grato, tão grato quanto o senhor Ramos foi.

O tempo passou tão rapidamente que German nem percebeu que já estava na hora de ir, ele já estava recuperado e poderia ir embora. Diferente da primeira vez que ele fora fazer a quimioterapia, Ramallo o estava esperando na porta do hospital. Ele saiu e entrou no carro calmamente, cumprimentou o amigo e logo estavam no caminho de casa. No dia seguinte German faria os exames para saber se o tumor ainda estava presente nas suas células. Ele estava com medo, mas também estava confiante. Acreditava que tudo aquilo poderia ser enfrentado.

Ao chegar em casa o homem foi diretamente para o seu quarto, precisava de um banho e descansar. Ao entrar no cômodo, viu Angie deitada em sua cama, ele sorriu ao vê-la lá, tão tranquila e calma, ao vê-lo, a mulher pulou da cama e foi em sua direção.

– Oi, meu amor. – ela falou e se aproximou para abraça-lo, mas German se afastou. Angie respirou fundo e baixou o olhar.

– Desculpa, Angie, mas não seria bom você me abraçar agora. – o homem falou baixo e olhou para ela. – Desculpa.

– Tudo bem. – ela o olhou e respirou fundo.

– Vou tomar banho. – ele falou e foi em direção ao banheiro.

XXX

– German? – Angie batia na porta sem parar. – German, você está bem? – ela não recebia nenhuma resposta – Meu amor, me responde.

E mais uma vez, nenhuma resposta. Angeles cansou de esperar a boa vontade de German deixa-la entrar, então rapidamente abriu a porta com a chave extra, que ela vira o namorado guardando em sua gaveta da mesinha de cabeceira. O seus olhos vasculharam o local e se encontraram com German jogado no chão, dentro do box, com os olhos vermelhos de tanto chorar. A mulher se aproximou e abaixou-se, ficando em sua altura.

– Meu amor, - ela engoliu o seco ao vê-lo daquela forma – o que aconteceu?

– An-angie... – ele fechou os olhos e bateu a cabeça na parede, como se estivesse brigando consigo mesmo.

– Para, German, não faça isso. – a mulher colocou as mãos no rosto do homem, fazendo com que ele a olhasse. – O que está acontecendo, meu amor?

– Tudo está acontecendo, Angie. Tudo. – ele falou um pouco mais alto e colocou as mãos na cabeça, enlaçou os dedos nos cabelos e puxou, quase sem colocar força, os fios de cabelo que saiam da sua cabeça.

As lágrimas voltaram e junto com elas German puxava os fios de cabelo cada vez mais. Angie estava aterrorizada com o estado do homem, não sabia o que fazer, como agir nem o que falar.

– German, German pare! – ela segurou as mãos dele e se levantou com cuidado, trazendo-o também. Ela o encostou contra a parede e fez com que ele a olhasse. – Isso é normal, meu amor.

– Normal, Angeles? – ele a encarou com os olhos vermelhos, ardentes, que já não conseguiam mais espantar as lágrimas, pois elas eram escassas. – Eu estou perdendo o meu cabelo, Angie!

– Eu sei, meu amor, eu sei. – ela segurou as mãos dele e o abraçou, fazendo com que o homem afundasse seu rosto no pescoço dela, a este ponto ela já estava completamente molhada, então não se importava a=mais. Angie fez carinho nas costas do homem, enquanto ele a abraçava com toda a força que podia, ele parecia um bebê, precisando apenas de cuidados, carinho.

– Eu pareço um monstro. – ele murmurou e fechou os olhos, querendo mais lágrimas para chorar.

– Não, não parece. – a mulher afastou o homem um pouco e ficou de ponta de pé, beijou a testa de German e sorriu. – Espera aqui.

Angeles saiu, mesmo estando molhada, e foi até o armário onde guardava os produtos de beleza e as suas coisas, trouxe de lá uma máquina de cortar cabelo, que ela usara há muito tempo atrás, com um de seus alunos, que passara em uma grande academia de dança, então os seus amigos rasparam os seus cabelos, como uma espécie de comemoração, então ela guardara aquilo de recordação. Voltou e puxou German para o aparelho, fez com que ele sentasse lá e ligou a máquina na tomada. O homem a olhava, notava cada mínima ação da mulher, ela foi para trás dele e começou a passar a lamina da máquina pelos cabelos do homem, arrancando os que faltavam. German estava imóvel, e Angie respirava fundo, segurando as lágrimas que queriam brotar de seu rosto, mas ela não permitia, pois queria ser forte o bastante para lidar com tudo aquilo e cuidar do seu amor, que estava ali, fragilizado e precisava de seu apoio. Quando a mulher acabou, deixou a máquina de lado e foi para a frente dele, segurou nas mãos do homem e o guiou até o espelho.

German encarou seu reflexo e sentiu um baque em seu coração, estava completamente careca, sem um único fio de cabelo na cabeça. Ele respirou fundo e sentiu mais lágrimas brotarem dos seus olhos. Angie o fez olhá-la e balançou a cabeça negativamente.

– Não, não chora, meu amor. – ela limpou as lágrimas que surgiam dos olhos dele e beijou com carinho o rosto do homem.

German foi se acalmando aos poucos e respirou fundo. Olhou nos fundos dos olhos de Angie e sentiu a calmaria que eles transpareciam. Ela fez carinho no rosto do homem e encostou a testa na dele.

– Não é que você fica bonito de todos os jeitos, Castillo? – a mulher falou encarando o homem e sorrindo – Até careca você consegue me deixar caidinha por você.

German deu uma risada abafada com as lágrimas e sorriu olhando no fundo dos olhos da loira. Ele não conseguia entender como ela conseguia fazer aquilo. Mesmo quando o mundo estava desmoronando, mesmo quando tudo parece conspirar contra a gente, mesmo quando tudo está ruim, ela sorri e tudo volta ao normal. No sorriso dela German encontrava o motivo para continuar, para seguir em frente, para não desistir de tudo aquilo. Ele sabia, que mesmo que ele fizesse tudo errado, no final Angeles estaria lá, sorrindo e consertando tudo com um simples olhar.

O homem se aproximou da mulher, ainda sem cortar a ligação entre os olhares. – Eu te amo tanto, Angeles. – ele encostou a testa na dela e sorriu – Eu te amo tanto que só dizer que te amo não é o bastante.

– Então não diz. – ela passou os dedos pelos lábios do homem delicadamente e sorriu de lado – Só me beija, que eu consigo sentir esse amor.

German fechou os olhos e puxou-a mais para perto, selou os seus lábios com os da loira e ali estava. Ali estava o amor que ambos sentiam e que era impossível demostrar com palavras. Era mais do que amor, já não tinha nomeação nem sinônimos nem antônimos. Era um amor sem medida, um amor sem cobranças, um amor que aceitava tudo, um amor que aceitava as diferenças e que não havia nada que pudesse abalar. Um amor mais conhecido como amor verdadeiro.


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Notas finais do capítulo

Comentem, coisinhas.



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