You were strong and i was not escrita por Queen of the bitches


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem e comentem. No capítulo passado quase não teve comentários):



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– Você está preparado? – Angie perguntou e suspirou ao ver o homem saindo do banheiro, após tomar banho. Ela estava sentada na cama amamentando o pequeno Agustin.

– Acho que sim... – suspirou e encarou a mulher.

– Vai dar tudo certo, meu amor. – ela falou e suspirou, como se também estivesse tentando acreditar naquilo. – Eu vou com você.

– Não, você não vai. – ele murmurou enquanto procurava uma roupa – Você está amamentando e pode dar algum tipo de problema.

– Você não vai sozinho, German. – Angie falou baixo.

– Sim, eu vou. – ele pegou uma roupa voltou para o banheiro, se vestiu e rapidamente saiu. – Eu já estou indo, vou só falar com a Violetta.

A mulher já havia acabado de amamentar a criança, então levantou-se e após deixar o bebê no berço, foi até o homem e o abraçou com toda força do mundo.

– Eu te amo muito. – ela o olhou no fundo dos olhos e respirou fundo – Vai dar tudo certo, meu amor.

– Eu sei... – ele fechou os olhos e respirou fundo – Eu também te amo, minha linda.

Eles se beijaram calmamente por alguns segundos e depois se separaram, ficaram com uma troca de olhares intensas e um pouco preocupada. German suspirou, beijou a testa da mulher foi até o filho, beijou a cabeça do garoto e sussurrou um eu te amo para o garotinho que gemeu alguma coisa que não era possível entender.

Após toda a despedida, o homem saiu do quarto e foi até o de Violetta, que estava deitada e abraçada com o seu diário, olhando fixamente para um ponto qualquer. Ela estava muito preocupada com seu pai, já que hoje seria a primeira sessão de quimioterapia de German.

– Filha? – o homem falou ao entrar no quarto.

– Oi, papai. – Violetta sentou-se rapidamente e deu um fraco sorriso para o pai.

– Como você está? – ele se aproximou e sentou do lado da garota – Dormiu bem?

– Sim, pai. – ela sorriu e o olhou, respirou fundo e engoliu o seco – E o senhor?

– Eu... estou bem. – ele falou e puxou-a para um abraço – Não se preocupe comigo, ok? – ele a olhou ainda abraçado com a garota – Eu sou forte e Deus está aqui me ajudando.

– Você é forte até demais, papai. – a garota brincou e sorriu.

– Viu? – ele riu junto – Seu pai é forte e vai enfrentar isso. Não se preocupe.

– Não é tão fácil assim, pai. – a garota falou e cansou de segurar as lágrimas, então começou um choro com o rosto no peio do pai. – Eu tenho muito medo de perder o senhor.

– Eu sei, filha. – ele respirou fundo e abraçou-a mais forte, segurou as lágrimas o mais forte possível. – Mas as coisas vão dar certo e você não vai me perder, eu prometo.

– Promete? – ela fungou e olhou para o pai.

– Prometo, minha princesinha. – ele falou e beijou a testa da garota. – Eu te amo muito.

– Também te amo, papai. – ela murmurou e fechou os olhos abraçando o pai mais uma vez.

Ele separou o abraço depois de um tempo e levantou, se despediu da filha, então desceu. Na sala estava Ramallo e Olga o esperando para darem boa sorte ao homem. Aquele dia seria muito complicado para ele, mas German não deixava transparecer tal nervosismo ante todos os que se preocupavam com ele.

O homem saiu de casa após toda o show que Olga deu, como sempre, então foi pegar um taxi, não poderia ir de carro, já que não poderia dirigir quando saíssem do hospital. A clínica que ele iria se tratar era longe, quase fora da cidade e demoraria muito até que ele chegasse lá.

POV German

Para todos eu estava parecendo um homem forte, que não ligaria para o que aconteceria em algumas horas, mas não. Eu estava com muito medo e muito aterrorizado, já que eu mal conhecia o tratamento. Já perceberam que as pessoas sempre tem medo das coisas que não conhecem? O desconhecido sempre é mais aterrorizante, mais perigoso. Ninguém confia em uma pessoa que acaba de conhecer. Ninguém quer pular em uma piscina que não se sabe se é funda ou não. Ninguém quer amar alguém que não conhece. Ninguém quer comer uma comida desconhecida. Ninguém quer morrer, porque não saber como é a morte. Ninguém sabe o que é até experimentar e depois que experimenta não volta para nos contar.

Eu não havia me informado para saber o que era aquilo tudo, não sabia o que iria enfrentar, não sabia o que era tudo aquilo que me aterrorizava incessantemente. E preferia ter ficado sem saber.

POV German OFF

Algum tempo se passou e o taxi parou em frente a uma grande construção de concreto, mais parecia uma prisão de tão grande que era. Todo pintado de branco e com um jardim quase minúsculo frente a grande posta de vidro que dava para a entrada do Hospital. O homem respirou fundo e saiu do táxi, pagou e depois andou vagarosamente até a porta, o medo o estava corroendo por dentro mas ele acreditava que conseguiria, ele tinha fé. German respirou fundo e entrou dentro do prédio.

XXX

Angie estava deitada no sofá e olhava fixamente para o teto, a TV ligada apenas para fingir que fazia alguma coisa, mas os seus pensamentos estavam diretamente em German, ela não conseguia pensar em mais nada, apenas no homem da sua vida que estava lá, sozinho. A loira sentiu o celular vibrar e logo viu que ele estava chamando.

– Oi Ja. – ela falou ao atender o telefone.

– Oi, Angie! – ela falou alegremente, tentando alegrar a amiga – Como você está?

– Eu estou... – Angie respirou fundo e soltou o ar – Mal, muito mal.

– Calma, amiga, vai dar tudo certo. Não se preocupa, sério. – Jade suspirou, ela sabia que falar aquilo não diminuiria o medo e a preocupação da amiga. – Você quer companhia?

– Você viria? – a loira falou em um suspiro, estava cansada de ficar sozinha e pensar o tempo todo em German.

– Já estou indo. – a amiga falou e a outra riu abafado.

XXX

German havia acabado de fazer a sessão de quimioterapia de hoje e estava completamente exausto, fora levado para um quarto, que dividiria com um homem, já um pouco velho. Ele estava deitado na cama, olhando para o teto, pois não conseguia dormir nem fazer mais nada. Ele não poderia receber visitas apenas das enfermeiras que trariam os remédios. Algum tempo de descanso, German já estava se recuperando, quando os médicos trouxeram o velho para a cama do lado, o homem observava tudo da sua cama. Ele suspirava e ficava olhando para o teto. Como era triste ver tudo aquilo, ver pessoas no mesmo estado dele e ainda pior, aquilo era muito doloroso e acabava com a sua esperança pouco a pouco. Olhou para o lado quando os médicos já haviam saído e viu o homem deitado na cama.

Era velho, estava com uma aparência triste, seus olhos demostravam o cansaço de uma longa vida e de muitos problemas enfrentados, suas mãos eram desgastadas e estavam com várias marcas de furos, como as minhas começavam a ficar. German suspirou pensando em como era fraco em pensar que aquele era o fim de sua vida, vendo uma pessoa como aquela que continuava lutando por sua vida mesmo sabendo que era quase impossível sobreviver.

– Você é novo por aqui, não é meu jovem? – o velho perguntou com a voz tremida.

– Sim. – falou baixo ao ver que ele havia percebido os olhares.

– O que você tem? O que o trouxe até aqui? – olhou para para o velho e contou toda a história de seu câncer. Quando acabou ele riu abafado, o que confundiu German. – Digamos que o Deus é bem engraçado, não?

– Como assim? – o homem perguntou, confuso.

– Eu também tenho esse câncer, meu jovem. – o velho falou e German arregalou os olhos – O meu já está bem avançado. Fazem três anos que eu luto contra ele e tenho poucas opções, a morte é uma delas claro.

German sentiu uma dor no peito ao ouvir aquilo, quanta coincidência e como aquilo o havia afetado.

– Não tem medo? – ele perguntou.

– Não, meu jovem, não tenho medo. – o velho respondeu com um sorriso no rosto. – Eu já enfrentei muita coisa na minha vida, sabe? Já sofri muito e já trabalhei muito. Minha vida não foi daquelas que a gente pode dizer que valeu a pena. – o velho suspirou, mas não tirava o sorriso do rosto – Desde criança trabalho na roça e nunca tive muita oportunidade. Quando descobri meu câncer, pensei que morreria ali mesmo, naquele hospital improvisado... mas não. – ele sorriu largo e me olhou – Deus tinha outros planos para a minha vida. Ele me tirou dali, junto com minha pobre mulher. Um médico de tão bom coração falou que não me deixaria daquela forma, que faria de tudo para que eu me curasse... ele nos trouxe para a cidade grande, sabe? – ele me olhou – Ele me tirou daquele lugar e me salvou e eu sou muito grato. Se eu morrer e não conseguir me salvar, tenho certeza que vou ter cumprido com toda a minha obrigação da vida. E pelo menos Deus me ajudou, filho. – ele sorriu e German sorriu de volta, sendo tocado por aquele carinho tão puro – Eu poderia ter morrido há muito tempo.

German respirou fundo e ficou refletindo consigo mesmo e pensando em como aquele homem era forte e conformado. Ele sabia o quanto era sortudo por ter tudo aquilo que tinha agora e como Deus lhe avisa sido bondoso. O homem olhou fixamente para o velho que estava com os olhos fechados e sorria, refletindo, com certeza. Ele sentia vergonha por estar com tanto medo daquilo tudo enquanto aquele velho estava lá, firme e forte, agradecendo por tudo o que lhe havia acontecido.

Se passaram algumas horas e German fora liberado, ele ainda estava tonto e com muito enjoo, mas precisava ir para casa. Teria que enfrentar a fraqueza e a tontura. Ele pegou suas coisas e fez os últimos procedimentos, então saiu do hospital, foi andando por uma rua vazia e silenciosa procurando chegar até um local que parasse táxi. Quando chegou perto da estrada viu um grupo de meninos se aproximando dele, respirou fundo e continuou andando, a cada segundo os meninos se aproximavam mais e German ficava com mais medo ainda. Se ele estivesse bom, forte isso não lhe causaria medo, mas daquela forma que ele estava, fraco e tonto não havia como se defender.

Os garotos se aproximaram e um deles tirou uma faca do cós da calça, ameaçou cortar o pescoço do homem se ele não lhe entregasse tudo o que tinha. German o fez sem nenhuma constatação, mas ainda assim levou um soco no estomago de um deles. O homem estava acabado, não sabia o que fazer nem como ir embora agora, estava sozinho e sem dinheiro. Nunca se sentira tão solitário e com tanto medo. Continuou andando até chegar perto de um ponto de ônibus, ele imploraria ao motorista para não pagar nada, já que fora roubado.

Depois de muito tempo dentro de dois ônibus, German conseguiu chegar em casa. Ele já não conseguia nem sequer andar direito, seu corpo todo doía, suas mãos latejava pelos furos que as enfermeiras lhe dera, sua cabeça doía, fora a tontura e o enjoo que lhe atingia. Entrou em casa e nem sequer olhou para Angie e Jade que estavam sentadas no sofá. O homem apenas seguiu seu caminho até o banheiro e lá se trancou, deixando Angeles completamente preocupada.


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