You were strong and i was not escrita por Queen of the bitches


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem e leiam as notas finais, por favor.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/536997/chapter/17

POV Angeles

Estava tudo tão escuro... Um vulto branco passou antes meus olhos e eu pude jurar que era a morte, eu estava fria, sentia como se nada pudesse me destruir, senti como se meus pés pisassem em solos infinitos, que nada iria se acabar... eu a estava esperando. A morte não me assustara, na verdade ela nunca o fizera comigo. Eu jamais tive medo do que não conheço ou talvez eu não tenha medo porque eu conheço, a vertigem e o incomodo não me invadiram como sempre fazem com as pessoas que ficam à beira da morte. Eu conhecia aquele sentimento porque ele fazia parte de mim. Eu já morri. Várias vezes. E a maioria dessas vezes foram perante os braços do homem que eu mais amava.

Não foi fácil me livrar da morte, não foi fácil ter que abdicar um dos meus maiores sonhos naquele momento. Eu esperava a morte, sim. Eu esperei que a morte viesse e me levasse para onde quer que ela quisesse, para o céu, para o inferno... seja lá onde ela quisesse que eu fosse. Eu a esperei já que acreditava que mais ninguém poderia me buscar, a não ser ela. Eu esperei pela “toda poderosa”, mas ela não veio. Em vez dela, o meu tão sonhado príncipe apareceu. Eu não o esperava, nada me fazia acreditar que ele poderia voltar.

German era tudo o que eu mais queria, mas o que eu menos esperava. Ele estava com uma vida, com uma família. Não havia lugar nem para mim, nem para o meu filho. Nós éramos um peso, eu sei que seríamos de algum modo, por isso eu precisava fugir, para mais longe possível. Eu precisava deixá-los em sua vida perfeita e sair de lá com os meus problemas e os pesos que eu iria impor sobre todos naquela família. Eu seria um estorvo, com certeza seria... ou pelo menos eu achava isso. Aqueles olhos que me encaravam cheios de preocupação e cuidado a cada segundo das últimas horas me estava certificando que eu havia sido precipitada.

É difícil assumir erros, claro que é. Mas pior ainda é viver com eles para si mesma e eu iria fazer aquilo comigo. Mas agora não, eu não irei mais ocultar tudo isso. Eu errei, eu não dei uma opção para todos os que estavam ao meu lado, eu ignorei tudo o que se passava perante os meus olhos. Eu não dei uma oportunidade para German e nem sequer para a minha sobrinha. Eu estava indo embora sem saber o que ela realmente estava sentindo, sem entender o que se passava em seu coração, eu estava partindo e estava pensando que estava fazendo tudo aquilo para o bem de todos, mas não. Eu estava abdicando tudo e estava menosprezando os sentimentos das pessoas que eu mais amava. Aquilo, sim, era um erro. E eu agora estou aqui, assumindo meus erros, pelo menos para mim mesma, isso já é o bastante de alguma forma.

Eu tenho certeza que um dia eu iria me arrepender de tudo aquilo que eu estava prestes a fazer. Se a tal da morte tivesse ou não me levado, se outra pessoa estivesse me encontrado, se nada disso tivesse ao menos acontecido, e eu estivesse na Europa, fugindo de todos. Isso iria acontecer, eu sei que iria. Ninguém consegue esconder por tanto tempo uma verdade que o corrói por dentro e que estraga todas as chances de ser feliz, uma verdade que você guarda dentro de sete chaves, mas que, pelo menos uma vez na vida, se desprende e faz com que o mundo desabe sobre a própria cabeça e faz com que toda a verdade, que antes fazia sentido, se transforme em uma mentira. É isso que esconder um erro e não admiti-lo faz. É isso que uma vida de mentiras ocasiona, um fim. Um fim que acaba com todas as chances de felicidade e eu estava destinada a todo esse sofrimento, essa dor e essa vida.

Mas German, mais uma vez me salvou. Ele foi, mais uma vez, o tudo. Tudo o que eu precisava era dele e ele apareceu. Para me salvar. Aquele sorriso que estava me acompanhando a cada minuto da minha vida, após eu ter saído do hospital, me traziam toda a segurança e felicidade que eu jamais havia possuído em toda a minha vida.

Após ter saído do hospital tanto German e Violetta quanto Jade insistiram para que eu não ficasse sozinha em meu apartamento com o bebê, já que minha mãe só chegaria uma semana depois, pois ela não conseguia passagem para vir a Buenos Aires. Eu não tinha muitas escolhas, ou ia para a casa de German ou ia para a casa de Jade. Eu não iria atrapalhar toda a vida da minha amiga e de seu marido, mas também estava com medo de ir para a casa de German. No final tive que ceder e acabei indo para a casa dele, eu realmente não faço ideia do que aconteceu com Pricilla, mas quando eu cheguei aqui ela já não estava.

– Bom dia! – German falou com seu sorriso super expressivo que ele insistia em mostrar toda manhã, ao vir trazer o meu café-da-manhã.

Eu estava em seu quarto, depois de muita discussão eu aceitei ficar lá, já que era mais espaçoso e tinha lugar para o berço do Agustin. Ele estava dormindo no quartinho em que eu havia dormido quando era governanta da Violetta.

– Bom dia. – sussurrei, já que estava com Agus em meus braços, amamentando-o.

Ele se aproximou e sorriu ao ver aquela coisinha em meus braços quase fechando os olhos, ele sentou ao meu lado e acariciou os bracinhos do bebê. Era tão bom vê-los daquela forma, contar a German toda a verdade fora a melhor escolha, sem dúvidas. Nós não havíamos reatado (mesmo que nunca tenha havido alguma relação, mas mesmo assim) e as coisas continuavam de uma forma natural. Não havia pressão ou qualquer outro tipo de insistência para que eu decida alguma coisa.

– Quer uma ajudinha? – ele murmurou ao ver que Agustin havia dormido. Fiz que sim com a cabeça e ele pegou-o cuidadosamente e o colocou no berço, um pouco mais afastado de mim. Aproveitei para avançar na bandeja que German trouxera, eu estava faminta. – Fiz bem em te trazer muita comida hoje, não?

POV Angeles OFF

– Com certeza! – falou a mulher rindo enquanto dava uma grande mordida na torrada com geleia de morango, era a preferida dela, e ele sabia – Obrigada, Castillo. – ela falou com a boca um pouco cheia e riu.

– De nada, - ele riu e continuou – e vou agradecer quando você parar de me chamar pelo meu sobrenome. – ele cruzou os braços e bufou – Me irrita!

– Por isso eu te chamo assim. – ela soltou uma gargalhada e deu um gole na caneca cheia de café, sentiu o liquido quente passar pela sua garganta e sorriu satisfeita – Café e suas formas de me relaxar. – a mulher fechou os olhos e deu um largo sorriso.

German ficava encantado cada vez que ela sorria e era impossível evitar um outro sorriso, em correspondência.

– Quanto amor por um café, – ele riu e cruzou os braços – se me amasse pelo menos a metade disso aí eu já estava feliz.

Angeles riu mais uma vez e balançou a cabeça negativamente. Pode-se dizer que a relação deles mudara, sim, um pouco, pelo menos. Os flertes que ambos insistiam em fazer um com o outro eram presentes a cada frase, aquilo melhorava a convivência de ambos.

– Aí você já está querendo muito, não acha, Castillo? – ela mordeu mais uma vez a torrada e deu um gole no líquido, mais uma vez – Café é café, não venha com suas comparações.

Ele sorriu e se levantou, foi em direção da mulher e beijou-a em sua testa.

– Eu preciso trabalhar, - ele olhou-a em seus olhos e sorriu de lado – se cuida e caso queira alguma coisa, pode me chamar. – ele se afastou e andou até a porta, antes de sair ele virou-se – Eu venho pra te salvar de novo, Carrara.

German deu uma piscadela e riu baixo, saiu do quarto e deixou uma Angie com cara de boba e com um sorriso ainda mais bobo em seus lábios. Como ela amava aquele homem, como ela amava cada centímetro dele, como ela amava cada mínimo gesto que ele fazia... ela amava tudo em German, desde o seu sorriso até o seu bico brincalhão, que ele fazia quando queria ganhar alguma coisa.

XXX

– Boa noite, tia mais linda! – Violetta falou entrando no quarto do pai, onde Angeles estava. Ela riu e deixou o computador de lado.

– Boa noite, minha princesa! – Angeles bateu na cama e abriu os braços para que a sobrinha viesse até ela – Que saudades!

– Mas você me viu hoje na hora do almoço, Angie. – Violetta disse entre risos, enquanto abraçava a tia.

– Me deixa ser dramática, Violetta. – a loira falou e olhou para a menina que a olhava – Como você está?

– Bem, tia, e você? – a sobrinha falou e esticou um pouco o pescoço, para tentar ver o seu irmão, dormindo no berço ao lado – E a minha bolinha?

– Bem, estamos todos bem. – Angie disse rindo e olhou para a sobrinha fingindo estar brava – E não chama seu irmão assim!

– Mas ele é uma bolinha, tia, – ela fez uns gestos com a mão e depois agarrou o travesseiro rindo – todo gordinho!

– Não fala assim do seu irmão, Violetta! – German falou rindo ao entrar no quarto e ouvir o que Vilu estava falando.

– Que chatos vocês! – a garota bufou e cruzou os braços.

– Que manhosa. – Angie disse rindo enquanto abraçava a sobrinha.

– Até demais... – German disse rindo, enquanto balançava a cabeça negativamente. Ele as olhava com os braços cruzados, parado em frente a cama de Angie – Angeles, você vai descer ou quer comer aqui mesmo?

– Eu acho que vou comer aqui mesmo. – ela olhou para o berço do bebê – Vou amamentar o Agus, daqui a pouco ele acorda e sabe como é... ele é um Carrara.

– E ainda é um Castillo. – Violetta disse rindo – Uma ótima mistura de gulosos!

– Então daqui a pouco trago a sua comida. – German sorriu olhando para a mulher sorrir também. Seus olhos ficaram conectados por algum tempo, até que Violetta cansou de ser ignorada e se levantou. Foi andando de fininho pela porta, segurando o riso. – Não exagera, Violetta. – German falou quando ouviu um riso da loira, quando ela saiu do transe e viu o que a sobrinha estava fazendo.

– Vocês que estavam ai de melação. – ela disse rindo e saindo do quarto.

German balançou a cabeça e riu, olhou para Angeles que sorria envergonhada e acenou – Volto já. – ele falou e saiu pela porta.

XXX

– Oi. – German falou ao entrar no quarto, ele havia demorado um pouco mais e a mulher já havia amamentado o bebê e ele voltara a dormir como um anjinho.

– Olá. – Angeles ajeitou-se na cama e olhou para German.

Ele se aproximou dela e colocou a bandeja sobre as pernas da mulher, ela murmurou um obrigada e começou a comer, German apenas a olhava, sem nem sequer piscar. Angeles estava um pouco envergonhada, claro, mas os olhos daquele homem não a assustavam como antes. Ela acabou de comer e olhou para o homem, ele se levantou e pegou a bandeja.

– Você quer mais alguma coisa? – ele perguntou e sorriu.

– Hum... – a loira o olhou e fez que sim com a cabeça – Mas antes você pode ir deixar as coisas na cozinha.

German a olhou meio sem saber o que fazer e sorriu desconsertado, ela riu baixo e ele entendeu que já era hora dele sair. O homem saiu do quarto e voltou rapidamente, não sabia o que Angie queria, poderia ser qualquer favor, arrumar o travesseiro dela ou qualquer outro pedido. Não havia nada para que lhe causasse tanta ansiedade, mas ele estava. E muito.

– Com licença. – ele anunciou antes de entrar, sorriu ao ver que Angie já estava deitada, abraçada com o travesseiro – Do que você precisa?

A loira sentou-se na cama e olhou no fundo dos olhos do homem, sorriu de lado e suspirou.

– De você. – ela fechou os olhos e respirou fundo, voltou a abrir e sorriu para ele.

– Você já me tem. – ele falou e se aproximou um pouco mais dela, com um terno sorriso no rosto.

– Então dorme comigo hoje. – ela sussurrou – Eu sinto falta de você.

German sorriu e foi até ela, sentou-se ao seu lado na cama e a trouxe para seus braços, dando um forte e carinhoso abraço na mulher, que se encaixava facilmente em seus braços. Angie precisava de carinho, conforto e atenção, e German era o único que podia saciar esses desejos da mulher.

– É óbvio que eu fico. – ele falou e fez com que ela o olhasse, sorriu ao ver os olhos assustados de Angeles. Era tão raro vê-la daquela forma, com todas as barreiras desarmadas, parecendo uma garotinha com medo do lobo mau – Eu sempre vou ficar.

German deitou-se na cama com cuidado e fez com que a mulher deitasse em seu peito, ele acariciou os cabelos loiros da mulher e sorriu sentindo seu perfume. Era uma sensação de alívio que percorria o corpo de ambos, saciando a necessidade que ambos sentiam de estar juntos, de sentir a energia e o calor do corpo um do outro.

– Obrigada por tudo. – ela murmurou e virou o rosto para olhar para German, ele sorriu e acariciou os traços do rosto da loira com a ponta dos dedos.

Ele balançou a cabeça negativamente e encostou a testa na dela – Eu sempre vou cuidar de você, Angie, e você nunca vai precisar agradecer... – ele roçou os lábios nos dela, ao que a mulher fechou os olhos e deixou um sorriso escapar – Porque te ter perto já é tudo o que eu preciso. – E enfim, German pode sentir o calor e o doce fervor dos lábios de Angie, que foram ao encontro dos seus com sede e saudade. Ambos estavam em sincronia, os corações, os lábios e as respirações. Naquele momento, nada poderia atrapalhar o que estava acontecendo naquele quarto. Duas pessoas abraçadas, olhando-se infinitamente, apenas sentindo a presença um do outro e a ligação que eles tinham, o sono demorou para chegar, mas enquanto isso, ambos sentiam a paz que aquilo estava trazendo. A paz de estarem em família. A paz de estar junto um do outro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, eu preciso mesmo dos comentários, agora mais que nunca. Estou em um momento crítico e quero que cada um de vocês faça o favor de dizer o que acham da fic, o que eu preciso melhorar e o que tem de errado, enfim.. sei lá, comentem, favoritem, recomendem.. ou não.