Nach Dir Kommt Nichts escrita por Becca


Capítulo 12
Medos guardados


Notas iniciais do capítulo

Admito que já estou ficando triste, porque esta quase no final da fic! A fic seria livre, mas principalmente por este capítulo coloquei +13!



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Nur Sie Wissen – Só você sabe

 

Saímos do colégio, sendo menos dois que estariam naqueles corredores vazios, as ruas de Berlim estavam mais movimentadas do que diariamente, não só por ser fim de semana. Bill e eu pegamos um táxi para ir até o McDonald’s, nos surpreendemos quando chegamos. Um lugar lotado, filas imensas que davam a volta, ainda estava tendo festa de aniversário na parte ao ar livre, acabamos desistindo de comer algo ali. Então, fomos caminhando pelas ruas, conversando... O sol já estava indo embora e graças a Deus não estava nevando, porque seria um fiasco andar na neve, levaria mais tombos do que quando patinava nos parques do Brasil. Começava a ficar escuro e eu sempre tivera medo de andar na rua à noite, mesmo que estivesse acompanhada, não me sentia bem ali, algo me incomodava, não sei explicar é algo muito estranho dentro de mim, que esta aqui desde quando era criança, algo que não quer sair.

 

- Bill já esta escurecendo muito, não acha melhor voltarmos para o colégio? – Comecei falando, enquanto volta e meia olhava para trás, somente para ter certeza que ninguém nos seguia, isso era uma das coisas que me deixavam louca, sensações de perseguições.

 

- Esta bem, mas não está passando nenhum táxi por aqui, já estou olhando isso há muito tempo – Disse ele olhando agora para mim – Becky, por que você está tão pálida?! – Perguntou ele em tom de preocupação.

 

- Pálida?! Estou pálida?! – Perguntei começando a ficar nervosa sobre aquilo – Ah, é que... É que...

 

- Diga-me Becky, prometeu  me contar tudo, lembra? – Eu afirmei com a cabeça e novamente dei uma olhada para trás, Bill olhou também e insistiu em saber o que era.

 

- Pode me chamar de louca, que eu entenderei, mas é algo que não sei explicar, desde pequena, quando tinha mais ou menos uns cinco anos, toda a vez que eu saio à noite, mesmo que esteja acompanhada e principalmente em um lugar escuro, sinto-me incomodada, com sensações ruins, como se estivessem me seguindo, como se algo de ruim fosse acontecer, começo a ficar com medo – Continuamos andando, mas agora Bill olhava-me com mais atenção e continuava segurando minha mão, agora com mais força. – E não sei, sei lá, mas aqui estou sentindo-me muito mal, como se estivéssemos sendo perseguidos, uma sensação ruim, sabe?! Você não me entende né? Deve estar pensando que sou louca, mas eu juro pra você que sinto isso e agora que está escurecendo ainda mais, estou ficando com mais medo Bill, por favor, vamos embora daqui logo.

 

- Acalme-se Becky, você não é louca, vamos embora agora mesmo, mas não se preocupe, enquanto você estiver comigo, nada irá te machucar pois não deixarei, irei protegê-la de tudo, tudo.

 

- Por favor Bill, estou com muito medo! – Disse gaguejando, o frio aumentava mais a cada instante, meu coração não parava de bater rapidamente, como se o perigo estivesse ali, ao nosso lado, nos esperando. Olhei para trás novamente e os dois homens que estavam na esquina anterior que passamos estavam andando atrás de nós novamente. – Bill, acho que estamos sendo seguidos por aqueles dois homens que estão atrás de nós. - Bill olhou para trás e afirmou com a cabeça que estavam nos seguindo sim.

 

- Sim, estão nos seguindo já faz um tempo, eu havia notado há algum tempo atrás, mas não te contei para não ficar assustada, mas não se preocupe, eu estou aqui.

 

Olhamos então os dois para trás e os homens altos, com calças largas, camisetas cinzas sujas, com toucas pretas na cabeça e uma impressão de sujos, aquilo que quem já viu um parecido, entende. O cheiro de cerveja estava completo no ar, a coisa que eu mais queria agora é sair dali, segura, junto com Bill.

 

- Ei,  vocês dois ai – Falou um dos homens, agora andando mais rápido. Bill e eu aumentamos o passo e viramos para frente, pude notar que meu amor estava de olho na rua procurando por um táxi vazio. – O casal de pombinhos, a gente tava querendo bater um papo com vocês. – Continuamos calados, andando rapidamente e eles também, quase nos alcançando.

 

Até que sem olhar para trás, um dos homens sujos pegou em meu braço com força e o outro ficou segurando Bill, que estava fazendo de tudo para ser solto por ele, o homem que me machucava ficava mexendo em meus cabelos, tentando beijar-me, passando a mão em mim, comecei a gritar para ser salva.

 

- Larga a minha namorada seu imbecil. – Disse Bill correndo em minha direção e empurrando o homem de mim e dando socos na barriga dele. Nunca tinha visto Bill tão,

mas tão bravo, com tanta raiva assim, ele estava me defendendo, me protegendo. Com isso o homem o que estava segurando Bill tentou tirar ele de perto do outro, mas ele mal conseguia, meu anjo estava com tanta raiva, que conseguíamos ver em seus olhos.

 

- Vá embora daqui agora! – Disse Bill para os dois, que saíram correndo. – Meu amor... – Ele veio correndo em minha direção, me abraçando, beijando-me. – Está tudo bem com você?! Você está bem?! – Não conseguia pronunciar nenhuma palavra, não era paranóia minha, mas meus medos guardados desde criança, haviam esperado para atacar agora, que eu pensava estar indefesa, mas não estava. – Por favor, diga-me alguma coisa Becky! Por favor, diga-me algo! – Abraçando-me ainda com mais força. 

 

- Bill... Meu amor... – Eu disse, ele segurou minhas mãos e estava agora com sua testa encostada na minha, seus lábios pronunciavam um ‘diga-me meu amor’. – Estou bem, graças a você, Bill... Você me protegeu daqueles homens, você Bill... Eu te amo tanto meu amor, obrigada meu amor.

 

- Eu estou aqui Becky. – Sim, isso era verdade, ele estava ali, com os braços ao meu redor, junto a mim, estávamos juntos, como um laço que não pode e nem irá se separar, jamais, éramos dois em um. – Eu te amo demais. – Fiz o mesmo com meus lábios pronunciando um ‘eu também’. – Agora, vamos sair daqui, é melhor irmos logo, já está escurecendo muito. – Segundos depois já estávamos dentro do táxi, que nos levava de volta a Künstler.

 

Ficamos conversando sobre meu medo ao caminho do colégio, falei tudo, tudo que nunca havia contado para ninguém, agora ele sabe, só ele. O meu segredo mais profundo e mais guardado todos esses anos, foi esse! Ele realmente cumpriu o que tinha dito, que ele estaria ao meu lado sempre, que ia me proteger, que comigo nada ia acontecer.

 

Mas admito que morri de medo na hora e continuo com o medo, aquilo ficará guardado, o nojo que senti quando aquele homem me pegou pelo braço, foi como se eu soubesse que tudo aquilo fosse acontecer, como se dentro de mim algo me dissesse que coisas ruins poderiam aparecer, mas eu estava com Bill, segura, com ele. Agora sim, nada poderia acontecer.

 

 


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