The Alice Heart escrita por Mei Nori


Capítulo 4
Julgamento Violeta.


Notas iniciais do capítulo

Heey!~ ♥
Gomen, eu sou uma anta. Eu estou totalmente tranquila achando que o capitulo já tinha ido ao ar e quando eu entrei no Nyah eu descobri que tinha programado o capitulo errado ÇuÇ
De qualquer forma, agora são 4:16 do dia 30/09/14. Não estou muito atrasada.
Há varias cenas nesse capitulo que descrevem situações de certo modo nojentas. Se tratam de sangue e carnificina. Não são tão pesadas, eu juro. E eu também não avisei a hora delas, se vocês sentirem alguma sensação estranha ao ler, vocês podem pular...
Sem mais enrolação, ai esta o capitulo!



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...

Eu forcei a maçaneta e então finalmente ela se abriu.

Meus olhos se tornaram piscinas d’água e minhas pernas bambearam. Eu gritei o mais alto que eu pude, porém, sentia que não tinha nem gritado. Meu estomago embrulhou e por fim eu vomitei tudo que tinha comido. Era horrível, nada podia ser pior do que aquilo. O cheiro de carne no quarto, toda a sala estava coberta com sangue e carne. A carne do meu irmãozinho que agora pouco estava jogando videogame.

Lá estava ele, preso na parede com garfos. Seu corpo tinha sido rasgado bem no meio e suas entranhas estavam para fora. Seu rosto de pavor estava quase normal, tirando o fato de que seus olhos tinham sido arrancados junto de sua língua e boa parte de seus cabelos.

Eu fiquei totalmente tonta e cai de joelhos em cima de alguma coisa. Sem pensar duas vezes eu fui olhar o que era.

Dedos...

Ali tinham quatro, e eles estavam simplesmente horríveis, como se tivessem sido arrancados da forma mais brutal possível.

– Um pesadelo. Tem que ser um pesadelo... – Comecei a murmurar com as mãos na cabeça, fazendo de tudo para acordar. – É isso! Eu vou acordar na banheira e eu vou me secar e dormir normalmente! Eu estava exausta, devo ter adormecido por lá! Há há... – Falei tentando me acalmar. – Vamos, acorde! – Eu comecei a apertar minha bochecha com força.

– O que esta fazendo, miss? – Uma voz bem parecida com a de niko, só que um pouco mais grossa.

– Niko...? – Gaguejei em meio a tantas lagrimas, minha garganta doía.

– Eh? Como assim? Niko esta na sua frente, miss. – Uma fraca risada. – Eu não podia deixar ele aqui, era uma ameaça a senhorita. Por isso eu o matei! – Riu bem mais alto dessa vez.

– Acorde! Acorde! Acorde! – Comecei a puxar meus cabelos com bastante força.

– Pare com isso, miss. – A voz falou. – Seu cabelo é importante. Ele é uma de suas identificações.

Uma mão fria e molhada puxou meu braço, fazendo eu me virar para trás.

Um garoto de aparentemente dezessete anos com olhos grandes de gato, um vermelho e o outro amarelo. Seu cabelo era lilás, só que extremamente claro, parecia mais branco. Ele estava usando uma roupa mais normal que sua aparência, entretanto, tinha um par de orelhas de gato e uma cauda enorme que ficava se mexendo de um lado para o outro. Também usava uma ampulheta no pescoço, a areia estava quase no final.

– Opa... – Ele disse. – Eu não queria te sujar, foi sem querer. – Ele riu um pouco envergonhado.

Foi então que eu percebi que suas mãos estavam encharcadas de sangue, o sangue de Niko. E então eu olhei para o meu braço, agora totalmente sujo com o sangue do meu irmão mais novo.

– Po... que...? – Perguntei o mais alto que eu consegui no momento, ou seja, não chegou nem no final do quarto.

– Não temos tempo para explicações, miss. – Ele disse me puxando para fora do quarto e fechando a porta. – Você precisa estar na caixa antes que o tempo da ampulheta acabe!

Eu estava desesperada, queria apenas sair correndo e gritar. Minhas pernas estavam moles e eu mal conseguia me mexer, minha cabeça doía e eu queria vomitar.

Ele me arrastou até a sala e lá ele me soltou. Tirou de seu bolso uma espécie de flauta e fingiu toca-la.

Tudo ficou quieto por alguns segundos, mas o silencio durou pouco. O garoto com orelhas de coelho pulou pela janela, segurando suas grandes orelhas brancas, como se estivesse irritado com um som.

– Seu inútil. – O mais velho deu um tapa na cabeça da criança. – Era para você ter levado ela até a caixa de brinquedos!

Como da ultima vez, o garotinho se segurou para não soltar nenhuma lagrima. Ele estava sofrendo...

– Perdoe-me, mestre. – Ele abaixou a cabeça. – Eu vou abrir o portal agora, perdoe-me...

Com os olhos carregados de culpa e medo, o “Coelho” pegou a chave do pescoço e depois de recitar alguns versos em um dialeto estranho, um grande portal lilás se abriu.

– Vamos, – O adolescente de orelhas de gato estendeu a mão para mim. – , estamos muito atrasados.

Eu estendi a mão para ele, não porque eu queria e sim porque eu sentia a obrigação. Era uma situação complicada, meu irmão estava morto. Eu não tinha mais nada a perder. Sinto que se eu não fosse, eu perderia algo dentro de mim...

Nós pulamos no portal. E mesmo temendo o que ia ter através dele, a curiosidade estava me dominando.

Aquele “túnel” parecia não ter fim, minha cabeça doía e meu corpo também. Mesmo estando caminhando, sentia que não podia tocar no chão, era uma sensação no mínimo agonizante.

Tudo dentro dele ia diminuindo, criando silhuetas, mudando de cor e por fim criando forma. Depois de mais um tempo andando, todo o túnel roxo se transformou em um corredor gigantesco e escuro.

– Seja bem-vinda a nosso lar, miss. – Ele sorriu. – Oh, que coisa... Eu me esqueci de pegar a chave com o pirralho. Miss, você pode esperar aqui, eu vou dar um jeito de buscar aquela maldita chave.

Ele saiu correndo, seguindo o caminho por qual nos viemos. Pouco a pouco ele ia desaparecendo, até que restou apenas sua calda que balançava e então ela sumiu.

Eu segui na direção oposta. Aquele corredor era enorme, parecia ficar mais comprido a cada passo. Em fim, cheguei a uma bifurcação. Que direção devo tomar?

– Vai ao julgamento? – A garota esfarrapada se contorceu como uma marionete. – É triste ver os inocentes serem condenados, pelo menos esses não sendo tão assim. Tehehe.

– Hum... A verdade é que eu preciso achar uma forma de me acabar com aquele garoto de orelhas de gato. – Disse limpando as lagrimas que já estavam secando.

– Por quê? – Ela jogou os cabelos verdes sujos de fuligem. – Vingança? Você quer mesmo se vingar dele?

– Ele matou meu irm- – Engasguei por um momento, quando me lembrei da visão do quarto. – irmão.

– E você realmente quer mata-lo por isso? – Ela riu. – Bem, se quiser prosseguir com esse plano inútil de vingança, vá em frente. Espero que você não acabe como eu. – Ela começou a rir e chorar ao mesmo tempo.

Por um segundo a luz iluminou a menina e eu consegui enxerga-la melhor. Suas pernas tinham sido cortadas e substituídas por um ferro enferrujado. Suas entranhas estavam para fora e ela estava totalmente suja com alguma substancia pegajosa e violeta.

Sai correndo pela esquerda, sem me importar com o que ela tinha dito. O que ela era afinal? Algum tipo de zumbi? Me distrai tanto com ela que nem percebi que o corredor estava ficando menor. Tão pequeno que eu tive que me agachar para chegar a uma porta no fundo do corredor.

A porta dava na lateral de um grande tribunal com paredes roxas. Tudo estava cheio. E ajoelhados perante o juiz de pelo menos dois metros de altura, havia algumas pessoas.

Uma garota que não parecia ter mais de dezoito anos com cabelos roxos na altura dos ombros, um jovem muito bonito de mais ou menos vinte e tantos anos com cabelos pretos, e por ultimo um homem usando uma mascara de porcelana, imitando a cara de uma boneca.

– Meritíssimo, garanto ao senhor que meus clientes são inocentes, – Disse a mulher em frente o Juiz de óculos e peruca. –, pois não a nenhuma prova de que eles são culpados.

– Discordo! – Disse o homem feito de rabiscos. – Tenho até testemunhas de que esses fizeram o mau e merecem ser punidos! Se vossa excelência deixar, posso trazê-los aqui.

– Seja breve. – Respondeu o juiz dando permissão.

Então o homem rabiscado foi à porta do outro lado e chamou seis pessoas. Nenhum deles parecia ser um adulto completo.

– Então, alguma dessas pessoas fez mal a vocês? – Perguntou a eles.

– Aquele homem é meu criador. – Disse a garotinha de olhos grandes parecendo uma boneca apontando o homem de mascara. – Eu não lembro o que aconteceu antes, mas sei que ele nunca mais tentaria me machucar!

– Eu não me importo com o que meu mestre faça comigo. – Disse o garoto sem olhos. – Não sei o que os outros dois fizeram, entretanto, aquele garoto do meio nunca fez algo para ser condenado!

– A garota que vocês estão acusando é minha irmã mais nova, – Comentou o outro garoto com cabelos escuros presos. –, sou responsável por tudo que ela faz. Se for condenar alguém à morte, queimem a mim!

O advogado de acusação ficou visivelmente irritado com a resposta que os três deram. Ele sacou uma arma de algum buraco de seu corpo e atirou nos três. Deixando vivos apenas aqueles que ainda não tinham falado nada.

Eu estava horrorizada com aquilo. E o juiz sequer impediu ou falou alguma coisa! Os três estavam mortos agora, não tinha mais como voltar... As outras três vitimas começaram a falar, mas eu não consegui prestar atenção nelas.

– O que você esta fazendo aqui, miss? – Perguntou a voz que eu já tinha ouvido. – Vamos, temos que ir para a caixa de brinquedos.

Sem hesitar eu segui o “gato”. Eu só queria sair dali, era horrível.

Seguir aquele menino também não era divertido, toda vez que estava perto dele sentia que estava a um passo da morte. Ele se comportava de forma bipolar, e seus olhos carregavam um desejo doentio e sádico, como se fosse me matar a qualquer momento.

De qualquer forma, eu tinha que ir até a Caixa. Era só isso que eu sabia.

{...}


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Gostaram?
Esse capitulo era para ser bem mais comprido, porém, eu resolvi cortar ele. Ele também tem bastantes Easter Eggs de outras histórias minhas. Quem já é meu leitor ou me conhece(seja pelo twitter ou pessoalmente) sabe que eu amo fazer isso.
Eu realmente espero que vocês tenham gostado, esse é um dos meus capítulos favoritos. Junto com a outra parte dele.
De qualquer forma, até quarta(ou quinta de madrugada se der merda, hehe)!~ :3
Obrigada por lerem! Sayoo!~



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