The history of us escrita por Srta Silva


Capítulo 12
Diário de Azazel


Notas iniciais do capítulo

Oioi. Boa leitura



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A Harley Davidson estacionou em frente à minha casa. Saltei dela e a própria abaixou o encosto e ficou ali. "Julieta e essas coisas esquisitas com vida própria", pensei com ironia. Andei até a porta e girei a maçaneta. Senti uma forte energia negativa vindo de lá. Minha bolsa ficou quente, como se a adaga tivesse sentido também. Fechei a porta com cuidado e caminhei cautelosamente pela casa. Nas paredes, grandes desenhos de galhos e flores foram feitos. Tão profundos e tão reais que pareciam verdadeiros. Prestei atenção e de repente aquilo pareceu familiar. Cheguei mais perto e olhei melhor. Eu conhecia aqueles desenhos. Estiquei a mão e toquei o desenho com a ponta dos dedos. Minha visão ficou embaçada e tudo girou.

"Eu estava em casa. Mas ela estava diferente. Eu estava parada no corredor. De repente uma garota passou por mim correndo em direção a cozinha. Os cabelos presos em uma trança, de vestido e descalça. Outra menina passou por mim. Essa era loira. Espera aí...era eu e a Maria. Papai saiu da cozinha com as duas no colo sorrindo. Ele parecia mais jovem. Bateram na porta, e depois ela abriu. Arregalei os olhos. Julieta. Ela sorriu ao me ver, pegou me no colo e beijou-me no rosto. Ela estava diferente, não na aparência, mas nas roupas e jeito. Eles olharam para mim mas não me enxergaram. Passaram por mim como se eu fosse um fantasma. A próxima cena foi de mim, papai e Julieta desenhando na parede. Vasculhei minha mente, como eu não lembrava disso? Como nunca enxerguei esses desenhos? Por que?"

Limpei minhas mãos. Eu estava com lágrimas nos olhos. Ouvi um barulho. Sequei as lágrimas e prestei atenção. Não era nada e nada menos que um galho batendo na janela. Subi as escadas. Minha nossa, esses desenhos estavam em toda parte. Verifiquei os quartos e o banheiro. Depois entrei no quarto do papai. O dele era o único sem os desenhos. Na verdade o quarto dele era o único que continuava normal. Fui até o armário, entrei e fechei a porta. Só agora que percebi que tinha tranca dentro. Tranquei. Fui andando armário adentro e me deparei com o cômodo secreto do papai. Olhei os livros. Subi a escada que estava ali. Lendo os títulos peguei um livro que despertou meu interesse. Surgiu uma ideia na minha cabeça, e eu resolvi testá-la. Com os livros na mão, pulei dali mesmo. Pousei no chão perfeitamente e sem barulho algum. Sentei-me à mesa e abri o primeiro livro.

"Diário de Azazel.
Minha filha está crescendo rápido. A Julieta já cresceu faz tempo. Ela é uma nephilin excelente. A Laura ainda está crescendo. Fico a pensar se ela seguirá o caminho da irmã, ou se seguirá o próprio caminho. O que minha amada estará fazendo agora?"
Pulei dois capítulos.
"Eu preciso esconder a Laura da Julieta. Julieta é um monstro. Preciso encontrar os meus colegas e resolver isso logo. A Laura é uma bênção mas também é uma ameaça das grandes. Ela não pode saber do que é capaz. Nunca. Eu vou esconde-la. De tudo e de todos."
Com o choro preso na garganta pulei mais dois capítulos.
"Está difícil fazer isso. Ela está ficando poderosa a cada dia que se passa. Apagar sua memória está difícil, complicado. Não posso por sua irmã em seu caminho tão cedo. Não isto não está certo. Invocarei as forças malignas para protegê-la. Agora ou depois não fará diferença mesmo. Melhor começar desde agora."
Fechei os olhos com força engolindo o choro que ameaçava cair. Pulei mais dois capítulos.
"Ela está em perigo. Preciso escondê-la melhor. Melhor. Julieta e Castiel estão próximos, logo estarão perto dela. Logo ela estará em perigo constante. Preciso escondê-la. Chamarei meus amigos e pedirei para que fiquem próximos. Próximos o suficiente para não chegarem perto dela. Eles só querem usá-la para o próprio interesse. Interesse angelical. Não vou permitir minha filha do lado dos anjos. Isso matará a ela e a mim. Não."
Fechei o livro com força e joguei-o longe. As lágrimas já não estavam contidas. Desciam como um rio pelo meu rosto, pela minha alma. Meu pai era um demônio, eu tinha poderes, minha irmã e Pedro poderiam ser do mal. O que eu faria agora? Em quem acreditaria? Para onde iria? Não para o bairro A.C., mas também poderia ficar por aqui. Mas e se meu pai do nada aparecesse? Quem eu deveria procurar? Quem iria me ajudar? Percebi naquele momento que eu não tinha ninguém. Eu estava sozinha. Eu era minha própria ajuda. Olhei em volta e sequei as lágrimas. Eu leria todos aqueles livros e encontraria respostas através deles.
Eu já estava cansada o suficiente para deitar no chão mesmo e apagar. Já tinha lido uns dez ou doze livros. Até agora eu sabia que, meu pai era um demônio, minha irmã era meio nephilin meio demônio, eu tinha uma mãe, e Pedro é um anjç; vingador caído. Nada a mais nada a menos sobre mim. Eu teria que ler mais, mas não estava aguentando. Meus olhos estavam se fechando lentamente e meus sentidos foram se dissipando como nuvens no céu. Eu cai da cadeira e simplesmente apaguei.

Vozes. Esse som era de vozes. Vozes masculinas. Espere, uma era familiar. Aonde eu estava mesmo? Abri os olhos lentamente, eu estava no armário da casa do papai. As vozes vinham do quarto dele. Quem estava aí? Lembrei dos livros. Papai, amigos, demônios. Aí meu Deus do céu! Levantei rapidamente, todos os sentidos em alerta. Procurei pela minha bolsa a tempo de pegar a adaga e por a mesma em posição de ataque. Prestei atenção na conversa deles.
Ela deve estar aqui. Lembra do que Azazel disse?-Uma voz grossa disse.
Nós já procuramos por toda a casa. Ela não está aqui.-Outro falou.
Vamos embora. Ela deve estar em outro lugar.
"Isso!", pensei. Ouvi-os concordando e logo seus passos se distanciaram. Suspirei de alívio. Preciso comer alguma coisa. Esperei uns cinco minutos, então sai do armário. Caminhei pela casa com todo cuidado. Desci as escadas em silêncio. Corri até a cozinha e procurei por comida. Achei biscoito e leite. Pelo menos estava na validade. Despejei o leite no copo e abri o pacote de biscoito. Corri para dentro do quarto do meu pai de novo e me tranquei em seu armário. Me prendi nos livros e me determinei a sair dali quando acabasse de ler tudo.


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Notas finais do capítulo

Ate a proxima



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