The history of us escrita por Srta Silva


Capítulo 11
O subterrâneo


Notas iniciais do capítulo

Ta ai mais um capitulo, desculpe a demora rsrs, de verdade, bem boa leitura. Beijus



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"Acorde." Eu ouvi ao longe. Ainda estava dormindo. "Vamos Boneca, acorde." Tentei me mexer mas ainda estava presa no subconsciente. Logo ouvi vozes ao longe, eu estava acordando.
–Acorde meu bebê.
A voz de Pedro. Achei estar sorrindo, pois só de ouvir sua voz fiquei contente. Abri os olhos lentamente e vi Pedro. Ele estava deitado comigo, acariciando minha cabeça. Aproximou-se e beijou minha testa.
–Julieta já acordou. Ela entrou aqui para te acordar e nos achou.-Ele riu suavemente.
–Hum...-consegui falar.
Suspirei e bocejei. Olhei para frente e levantei. Me espreguiçei sentada e me senti bem melhor. Olhei para Pedro. Seus olhos pareciam duas esmeraldas refletidas pelo sol. Desde quando os olhos de Pedro ficaram tão verdes? Notei também que a coberta cobria da cintura para baixo, e que ele estava sem camisa. Pedro percebeu meu olhar malicioso ao olhar para sua barriga sarada e levantou as sombrancelhas numa pergunta silenciosa. Sorri preguiçosamente.
–Bom dia.-Falei.
–Bom dia Boneca.-Ele passou a mão pela barriga.-Então qual vai ser?
–O que?
–Vai ficar ai admirando minha barriguinha sexy?
Ri. Ele, me olhou e riu também. Idiota como sempre. Levantei e fui até o armário. Peguei uma blusa fina branca, short jeans, um par de meias e roupa íntima. Coloquei-os em cima da cama e fui procurar meu tênis.
–Você não vai sair com esse pedaço de pano Alice.
Olhei para Pedro. Ele estava com o short na mão e com a expressão ligeiramente ciumenta. Quer dizer, ele devia estar morrendo de vontade de comprar as coisas para mim do que deixar eu sair daquele jeito.
–Pedro por favor, é só um short! Fala sério, tá um calor da desgrama lá fora.
–Vá de vestido.
–Não, não quero usar vestido.
–Deixe que eu compro as coisas pra você.
Eu já estava esperando essa resposta.
–Pedro...por favor.
Ele me olhou irritado, ele realmente não queria que eu saísse assim. Eu é que não vou para a cidade com um calor infernal de vestido ou calça jeans. Ele não pode ficar dando faniquito toda vez que eu usasse algo acima da metade da coxa.
Me arrumei bem depressa, tomei café com biscoito e arrumei meu cabelo. Pedro de longe me vigiava enquanto eu me arrumava. Ele ia ficar me perseguindo mesmo? Julieta até gritou com ele por estar no caminho. Confesso que fico meio irritada quando ficam me vigiando, isso é chato. Quando já estávamos prestes a sair, dei uma rápida olhada no espelho. Blusa, short e tênis. Caso fossemos comprar roupa, seria fácil fácil tirar e botar. Pedro se despedira com um beijo apaixonado e desesperado e falou duas vezes para eu tomar cuidado. Eu estava levando escondido as adagas na minha bolsa, por precaução. Isso pesou na minha cabeça. Eu preciso falar para eles o que eu tenho aqui. Mas e se quisessem pegá-las de mim? Melhor não. São as únicas coisas que tenho do meu pai.

Julieta dissera que me daria um celular de presente, mas o resto era por conta do dinheiro de Pedro. Minhas coisas é claro. Julieta e eu voamos até a cidade. Adorei a sensação de estar lá era maravilhosa. Ela era rápida e dizia que eu era leve. Assim que chegamos na cidade, ela aterrissou atrás de um prédio. Dali fomos andando pelo menos uns dois quarteirões. Ela dissera que até poderia ter "estacionado" mais perto, mas seria muito arriscado. Nós entramos num beco atrás da Victória's Secrets. Logo no final do corredor tinha uma porta com uma janelinha perto da tranca. Julieta bateu ali e dois olhos apareceram. Ela mostrou o pulso e ele abriu a porta.
–Olha, enquanto você não vê luz do dia não desgruda de mim ok?
–Tudo bem.
Ela me olhou enquanto eu agarrava seu braço. Entramos e demos de cara com a escuridão total. Julieta pareceu se apoiar em algo e logo senti degraus embaixo dos meus pés. Que legal, um shopping subterrâneo. Se é que aquilo é um shopping. Descemos pelo menos uns 5 lances de escadas quando enxerguei uma luz a três metros de nós. Andamos até lá. Parecia um túnel. Quando chegamos no final do túnel passamos por uma suposta porta, eu não acreditei no que estava vendo. Três descrições: luz do dia, pessoas sem ser pessoas, aparência normal. Achei fantástico em ver aquelas coisas, os anjos andando com as asas expostas. Tanto os anjos quanto os demônios. E os que pareciam humanos já desconfiei que fossem nephilins. Julieta percebeu meu olhar e disse.
–Não, não se encante. Aqui é cinquenta vezes mais perigoso que o seu mundo humano. Por isso Castiel estava enchendo a porra do saco. Digo sério, mantenha-se no máximo meio centímetro de distância de mim ok?
–Ok.
Andamos pelas ruas vendo quase de tudo. Julieta me arrastou para uma loja com capas para celular nas vitrines. Assim que entramos eu me segurei para não gritar. Celulares no teto, nas paredes, anjos e demônios voando, cães que pareciam mais lobos do que cães, se é que eram cães. De repente apareceu uma garota baixa de vestido e boné. Notei as orelhas pontudas e meio cabeludas, os olhos cor de rosa, as unhas verde claro e um par de asas rosa shock. Ela me olhou e depois para Julieta. Sorriu. Me arrepiei. Seus dentes eram caninos. Olhei seu crachá. Adalfa. Que nome esquisito.
–Um celular de caçador.-Julieta disse.
–Moderno ou antigo?
–Moderno.
Ela virou-se e voou até o teto. Olhou, olhou. Pegou uma chave do bolso do vestido e abriu a pequena portinha em volta de nove celulares, pegou um e veio até nós.
–Um iPhone com GPS, rastreador de pessoas e não pessoas, identificador e outras coisas mais incluídas.
Julieta tirou duas notas rosas e entregou-as para a garota. Ela pegou as notas e saiu. Logo voltou com uma pequena sacola verde néon. Julieta inspecionou tudo e sorriu. Piscou para a menina, puxou-me pelo braço e saímos. Me abraçou e sorriu. Entregou-me a sacola. Com todo cuidado, guardei-a na bolsa.
–Nunca confie em fadas.-Julieta alertou-me.
Quase engasguei.
–Ela é uma fada?
–Sim. Não se encante e não confie. As fadas são falsas e ladras. Nunca as convide para ir na sua casa, e nunca nunca confie nelas. Você entendeu Laura?
–Entendi.
Eu ainda acho estranho ela me chamar de Laura e Pedro me chamar de Alice, se bem que não é culpa dos dois eu ter dois nomes. Caminhamos pelas ruas entrando e saindo das lojas com roupas de caçadora e algumas outras que eu gostava. Percebi logo que aquilo ali se tratava de uma rua gigante só de lojas. Eu perguntei para Julieta e ela me confirmou. Se chamava Rua da Alfândega. De repente Julieta me arrastou para uma loja que tinha dois machados na porta. Assim que entramos me deparei com fileiras de diferentes tipos de armas, espadas, adagas e outras coisas mais. Fiquei impressionada. Julieta chamou um cara barbudo e careca que estava no caixa, tirou um papel da mão e entregou para ele. Em cinco minutos ele voltou com duas sacolas pequenas na mão e o papel na outra. Entregou-os para Julieta. Ela me entregou o papel e eu li. Caramba, era uma lista de armas. Olhei para a sacola. Como? Aqui deveria ter pelo menos uns vinte itens. Como coube em duas sacolas pequenas? Nunca vou entender esse mundo doido. Julieta começou a puxar assunto com o homem, e eu prestei atenção lá fora. Vi uma movimentação estranha. Me afastei pouca coisa e olhei pela porta. As pessoas passavam pelas lojas sem olhava-las. Parecia que elas nem queriam ver as lojas. Elas olhavam estranhamente para frente. Logo vi passar um grupo de homens esquisitos. Eles estavam de preto dos pés a cabeça. Eles olhavam tudo. No meio deles tinha um homem menor, com um...olho na mão. Arregalei os olhos. O olho piscava e olhava tudo. Então ele me encontrou. Os homens pararam e olharam para mim que fiquei apavorada. Voltei para perto de Julieta e fiquei ali mesmo. O careca barbudo olhou de repente para a porta e sua expressão se desesperou. Depois foi tudo muito rápido, porém as imagens seguintes passaram em câmera lenta. Vi Julieta olhar para a porta e logo em seguida pegar uma espada nas prateleiras e lutar com aqueles homens assim que eles invadiram a loja. O careca barbudo também estava lutando. Senti Julieta me arrastar loja adentro. Ela se abaixou e me puxou. Ficamos embaixo do balcão. Ela olhou no fundo dos meus olhos e falou.
–Você vai fugir, vai correr até o túnel. É só voltar tudo que andamos. Corra, leve as coisas contigo, eu tenho uma caixa reserva aqui no meu bolso.- Ela tirou um papel quadrado pequeno do bolso. O papel se transformou num tipo de dado. Ela tocou o dado e suas laterais se abaixaram. Ela foi colocando as coisas perto do dado e ele ia absorvendo tudo. Logo tudo o que compramos estava dentro daquele dado. Ele se fechou e se transformou no papel. Ela guardou o papel na minha bolsa.- Eu vou te dar cobertura. Fuja, vá para o bairro e espere por mim lá. Tem uma moto estacionada lá em cima, é só você sentar nela e dizer o destino. É uma Harley Davidson, monta nela e fuja. Entendeu?
–Sim. Mas e você?
–Ótimo. Não se preocupe comigo. Eu vou ficar bem. Vamos.
Julieta me arrastou pela loja, pelos cantos, abaixada. Discretamente abrimos a porta e eu sai. Ela voltou. Corri. A rua estava deserta. Corri até chegar no túnel. Entrei e corri até tropeçar na escada. Subi e me deparei com a porta. Ué, não tinha um cara aqui? Estranho. Chute a porta e sai. O tempo tinha mudado. O céu estava nublado. Olhei em volta e vi a moto. Para o bairro ? Não. Eu não iria para o bairro. Eu tinha que passar num lugar antes. Falei para a moto "Rua Figueiredo Lima, casa 502." É isso. Logo logo eu estaria em casa. Que bom, ainda não tinha inspecionando tudo mesmo.


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Notas finais do capítulo

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