Astrid e Soluço: Desvendando o passado escrita por quase anonima


Capítulo 6
06: Paraíso viking.


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoinhas!
Cara, nem demorei dessa vez né?
Okay, eu demorei sim, peço mil desculpas novamente, eu ando meio enrolada com um curso que estou fazendo fora da minha cidade, aliás eu gostaria de dizer, que vou parar de escrever a fanfiction e esse é o ultimo capitulo.
Espero que gostem, boa leitura. ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/536442/chapter/6

Encarei por alguns segundos a garota, sem deixar de notar o quanto ela estava bonita, o corpo havia criado forma, mas seu rosto continuava delicado e adorável. Ao seu lado estava um dragão, um Fúria da Noite fêmea, muito parecido com Banguela se não fosse pelos olhos acinzentados e a postura tão ereta. Obviamente era Lili. Lagertha parecia fazer o mesmo que eu, ela observava. Até que finalmente quebrou o silêncio e me abraçou.

― Soluço, eu não acredito! Vocês finalmente chegaram! ― ela disse com o queixo apoiado em meu ombro. ― Eu já estava começando a ficar preocupada.

Os outros desfizeram o círculo imediatamente ao perceberem quem era ela, olhei para Astrid procurando algum sinal de ciúmes, mas ela parecia estar apenas confusa. Vikings não costumam se cumprimentar de forma tão calorosa. Lagertha se soltou dos meus braços sorrindo e ficou nos olhando com empolgação.

― Quer dizer que estamos em Vinland…? ― Astrid perguntou a Lagertha.

― Não exatamente. Eu costumo vir aqui todas as manhãs, mas Vinland fica do outro lado da floresta. E, a propósito, você deve ser a Astrid! Soluço falou muito sobre você, e com razão, você é realmente muito bonita.

Astrid sorriu meio sem graça, o que indicou que ela gostou do elogio.

― Obrigada, você também é muito bonita ― ela respondeu de imediato.

― Bom, agora que vocês já se conhecem deixe eu apresentar os outros ― falei apontando meus companheiros, tentando deixar evidente que eu estava tão empolgado quanto Lagertha. ― Estes são: Cabeça-Quente e Cabeça-Dura, Bafo e Arroto; Perna-de-Peixe e Batatão; Melequento e Dente-de-Anzol; Eret e Quebra-Miolos.

Vos noscere vos. ― Lagertha fez uma reverência e em seguida ergueu a cabeça, olhando com desconfiança. ― Prazer em conhecê-los, mas não está faltando alguém…? ― ela perguntou brincando, como se estivesse desconfiada.

Obviamente ela estava falando de Banguela, que assim como nós dois não esqueceu do nosso "passado". Para os outros, ele a tinha conhecido no suposto passeio com a minha mãe, coisa que eu inventei. Então, não teria problema se eles se cumprimentassem como se nós já fôssemos conhecidos.

Banguela estava olhando com cara de bobo para Lili. Foi preciso eu dar alguns tapinhas em suas costas para ele notar que ainda continuávamos ali.

― Banguela? Ficou surdo? É a Lagertha, lembra? Diga um "oi" para ela, amigo.

Olá... Oi ― cumprimentou desajeitadamente. Precisei conter a vontade de rir por ele estar tão sem graça. ― Quer dizer, é um prazer revê-la, Lagertha.

É muito bom te ver novamente, Banguela ― ela respondeu em dragonês. ― Aliás, gostaria de apresentar a vocês minha amiga: Lili.

É uma honra. Estou muito feliz em ver Lili pessoalmente. Sabe, eu sempre quis conhecer outro dragão da minha espécie, então…

Pois é, agora você já conhece ― Lili o interrompeu o deixando completamente sem graça e depois se virou para Lagertha. ― Pronto, já nos conhecemos. Será que podemos ir para Vinland?

Lili, não seja mal-educada! ― Ela pediu fazendo um olhar de desaprovação para a dragoa. ― E por favor, não levem minha amiga a sério, ela é um pouco... durona às vezes, mas, na verdade, é um amorzinho quando quer.

― Tudo bem, conheço alguém que era exatamente assim ― brinquei olhando maliciosamente para Astrid que em seguida me deu um soco no braço.

― Bem, acho melhor irmos, então. ― Lagertha sorriu. ― Já estamos atrasados e teremos que ir a pé, as pessoas aqui não são acostumadas com dragões de grande porte. Por favor, me sigam.

*******

Ficamos andando na floresta por aproximadamente vinte minutos, até chegarmos a um espaço limpo. As árvores, que ficaram para trás, formavam uma espécie de semi-círculo na ilha. Já era possível vermos algumas casas à nossa frente.

A vista era estonteante, pois o sol iluminava o verde do lugar como se nunca houvesse neve ou frio; o mar, um pouco mas além das casas, dava um contraste de cores perfeito à paisagem. A vila pareceria ter uma espécie de cerca de madeira ao seu redor, era uma ilha viking diferente de qualquer outra que já conhecemos, era mais plana e harmoniosa.

Olhei para trás. Astrid estava com os outros comentando e apontando, admirados, pareciam estar tão animados quanto eu estava. Lagertha e eu estávamos um pouquinho à frente, falávamos sobre Banguela, que estava com os outros dragões. Lili estava ao lado direito de Lagertha, revirando os olhos cada vez que falávamos o nome dele.

― Você sabia disso, Lili? ― Lagertha perguntou tentando colocá-la na conversa ― Banguela é o Alfa de seu clã!

― Ãh jura…? ― A dragoa murmurou. ― Só falta você me falar que ele sabe tocar arpa e cantar para eu querer me casar com ele.

― Sempre tão bem-humorada... ― Lagertha retrucou, olhei para ela e começamos a rir do mau humor de Lili.

Ficamos em silêncio por um tempo apenas caminhando e observando quando notei uma fumaça do lado direito onde ainda era floresta, como se fosse uma fogueira. O que poderia ser? Até onde eu sabia, a única civilização que existia em Vinland eram as poucas pessoas trazidas de Vanir.

― O que significa aquela fumaça? ― perguntei a ela apontando na direção da floresta.

― É onde ficam os nativos. São diferentes de nós, possuem uma pele avermelhada e falam uma outra língua. Quando chegamos aqui, não fomos muito bem-vindos; eles nos atacaram e isso resultou na morte do meu irmão... ― Ela fez uma careta como se essa frase deixasse um gosto ruim em sua boca ―, mas agora já fizemos um acordo, apesar de não podermos entrar no território deles sem permissão e vice-versa.

Apesar da lembrança ruim que eu tinha de Leif, me senti mal por ela ter o perdido. Ele era um bom irmão antes da ambição subir sua cabeça, e quando Freya lhe deu a chance de mudar, ele morreu. Nunca tive irmãos, mas sendo filho de um líder às vezes eu gostaria de ter alguém que cuidasse de mim quando meu pai estava ocupado.

― Rainha Lagertha! ― gritou Melequento correndo para nos alcançar. ― Soluço nos contou que teria uma cerimônia com competições. Que competições são essas?

― Ah, é apenas uma desculpa que inventei para divertir meu povo ― respondeu ainda de costas. ― O nome na verdade é "festival de verão" que, obviamente, acontecerá durante todos os verões a partir deste ano. Nele acontece algumas competições como torneio de espadas, arco e flecha ou qualquer coisa que você consiga atirar no alvo ― Ela pareceu se divertir com as próprias palavras. ― Ah, e é claro... festas!

Ouvi alguns gritinhos de comemoração e os gêmeos dando uma cabeçada um no outro; acho que ninguém esperava um lugar assim. Vinland já foi apenas uma lenda. Era chamado de "paraíso viking", um lugar onde a terra é fértil; o clima era mais ameno e onde poderia extrair madeira e metal. Muitas pessoas já morreram tentando chegar até aqui, e para nós não passava de uma história contada para crianças... Até agora.

― Muito esperta a ideia de Vossa Majestade. ― Ele abriu espaço ficando entre Lagertha e eu. ― Além de bela, é inteligente.

Não pude deixar de rir, Melequento sempre arrumava uma oportunidade de dar em cima de qualquer garota. Astrid deve estar agradecendo aos deuses por ele finalmente ter deixado-a em paz, porque ele estava muito ocupado com a Cabeça-Quente.

― Sem querer decepcioná-lo, meu amigo ― falei ―, mas acredito que Lagertha já esteja comprometida. Aliás, onde está Ragnar?

― Bom, é o dia de folga dele, então ele está um pouquinho ocupado... Você verá.

*******

Finalmente estávamos próximos à vila. Quando chegamos Lagertha fez sinal para que a seguíssemos. Vinland parecia deserta. Caminhávamos entre as casas, mas não víamos ninguém. As casas eram diferentes, uma próxima da outra, alinhadas e organizadas, mas não deixavam de ser rústicas.

O vazio estava me intrigando, apesar de que era possível ouvir gritos abafados de uma multidão ao longe. Caminhamos mais um pouco até chegarmos a um espaço com vista para o mar. Provavelmente era lá onde aconteceriam as competições pois havia alvos, armas, tendas e bandeiras para todos os lados, e o mais estranho foi quando vi alguns dragões pequenos; estavam voando em um local específico, onde havia uma pequena multidão de pessoas. Elas estavam gritando como se estivessem torcendo para alguma coisa. Lagertha abriu espaço entre elas e a seguimos novamente, ouvindo os cochichos e comentários das pessoas.

Ao chegarmos no fim daquela multidão havia um cercado de madeira formando um círculo onde as pessoas estavam debruçadas. Ragnar estava no meio deste círculo segurando uma espada. Ele ajudou um rapaz, que aparentava ter uns vinte anos, a se levantar do chão com a mão que não estava ocupada. O rapaz saiu do círculo parecendo estar constrangido ou, talvez, aliviado.

― E então, quem será o próximo? ― Ragnar gritava para o público com um olhar de vitorioso e ninguém se ofereceu a dar um passo a frente. ― Qual é, gente? Eu prometo pegar leve dessa vez.

Não vi quem, mas alguém me empurrou me fazendo ir parar no meio do círculo. Olhei para trás e percebi que Astrid e Lagertha estavam rindo de mim, o que as entregou. As pessoas pararam de gritar e ficaram olhando para mim. Ragnar me encarou por um tempo, provavelmente se perguntando quem eu era.

― Olá ― falei. ― Eu sou Soluço Strondus…

― Deixemos as formalidades para depois, Soluço, é melhor acabarmos com isso logo!

Ele pegou uma espada extra do suporte de seu cinto e em seguida lançou ela em minha direção para que eu a pegasse. Sempre tive habilidades com armas, principalmente com espadas, então resolvi participar da luta. As outras pessoas torciam por Ragnar, mas um pequeno grupo e meus amigos torciam por mim.

Ragnar me encarava com um olhar malicioso enquanto se posicionava para que eu avançasse em sua direção.

― Não sei de onde você veio, Espirro, mas na minha terra deixamos as visitas fazerem as honras de atacarem primeiro. Você não está com medo, né? ― ele provocou fazendo sinal para que eu me aproximasse.

Resolvi, então, atacar. Avancei com minha espada em direção a seu rosto, mas Ragnar era rápido demais. Ele defendeu imediatamente e a lâmina de sua espada empurrou a minha, o barulho deles tilintando uma contra a outra parecia agradar, pois Ragnar estava sorrindo como se já tivesse certeza de sua vitória.

Por vezes eu precisava me abaixar para que ele não atingisse meu rosto. Decidi desmanchar o sorriso dele e ser mais preciso em meus golpes. Avancei golpeando rapidamente, fazendo-o recuar. O sorriso de Ragnar estava se transformando em uma expressão mais concentrada e séria, eu estava ganhando um pouco de espaço mas ele conseguiu usar minha própria tática contra mim mesmo: sua espada chocou-se contra a minha, fazendo com que ela fosse lançada a uns dois metros de distância e ficasse cravada no chão. Ragnar encostou sua lâmina contra meu peito, obrigando que eu me rendesse.

A luta estava acabada e eu havia perdido.

As pessoas gritavam e aplaudiam Ragnar, que sorria vitorioso, acenando para elas.Ele estendeu sua mão para mim.

― Foi uma boa luta. Você é um ótimo espadachim é uma honra conhecê-lo, Strondus.

― Igualmente ― respondi apertando a mão dele.

― Eu ainda tenho disposição para mais uma luta, se você quiser dispor um de seus guerreiros.

Olhei para meus amigos, mas eles não me pareceram muito dispostos. Nem mesmo Melequento que sempre foi competitivo.

― Eu quero!

Me virei e era Astrid quem havia dado um passo à frente. Eu tinha me esquecido que ela consegue ser ainda mais competitiva que Melequento quando quer. Ragnar olhou para ela como se não acreditasse.

― Uma mulher? Tem certeza de que ela irá lutar comigo? ― ele questionou para mim erguendo as sobrancelhas.

― A questão é: tem certeza de que você quer lutar com ela? ― retruquei.

― Absoluta. ― Ragnar endireitou a postura. ― Eu não perco para mulheres. Escolha bem suas armas, donzela.

― Eu já estou com ela. ― Astrid levantou seu machado.

Ragnar riu sarcasticamente e se posicionou com a mesma espada que usou para me derrotar.

― Tudo bem, tanto faz. Boa sorte, porque você vai precisar.

― Você não devia ter dito isso ― eu aconselhei.

― Você talvez precise mais ― Astrid retrucou erguendo uma das sobrancelhas como ela costuma fazer quando tem algum truque em mente.

Peguei minha espada e me juntei aos meus amigos entre os que estavam assistindo. Cabeça-Dura e Cabeça-Quente fizeram uma aposta para decidir qual seria o vencedor. Lagertha estava apoiada na cerca enquanto olhava fixamente para a arena.

― Peço desculpas pelo comportamento de Ragnar. Digamos que ele fica muito competitivo às vezes. ― Lagertha cochichou olhando para Ragnar que esperava Astrid atacar.

― Pois é, deu para perceber... mas ele não devia ter dito aquilo pra ela ― falei.

― Não devia mesmo. ―Ela cruzou os braços. ― Ele não faz ideia do que ela é capaz.

Meus amigos começaram a torcer por Astrid. Perna-de-Peixe gritava mais do que qualquer um do público que assistia. Logo eu e Lagertha também estávamos torcendo.

Ragnar provocava Astrid para que ela o atacasse, mas ela simplesmente ficou parada até ele, finalmente, desistir e atacá-la. Quando sua espada quase acertou o rosto da adversária, ela desviou e revidou usando o peso do machado para empurrar as costas de Ragnar, fazendo-o cair no chão.

― Você até que luta bem... para uma garota. ― Ele provocou, mesmo estando caído.

Os dois ficaram se encarando, Ragnar sorria com o canto dos lábios. Ele se levantou e tentou atacá-la de novo. Astrid se preparou para o fazer perder eu seu próprio jogo. Com a mão na pega do machado ela fez com que a lâmina girasse ao redor da espada fazendo com que ela fosse lançada longe das mãos do oponente.

Ragnar parou, olhando para sua espada cravada no chão quase no mesmo lugar onde a minha foi cravada. Ele mal teve tempo de voltar a encarar sua oponente pois ela o golpeou com um chute no estômago, fazendo-o se contorcer no chão e o rendeu segurando o machado com braço esticado e o fio da lâmina encostando no pescoço dele.

Astrid sorria como sempre fazia quando ganhava qualquer competição. As pessoas vibravam, gritavam e batiam palmas. Astrid estendeu a mão para ajudá-lo a se levantar.

― O fato de ser uma garota não me torna mais fraca. Na verdade, ele me torna mais forte quando eu me comparo a você, que “acabou de perder para uma mulher” ― ela finalmente revidou a provocação de Ragnar. ― A propósito, eu sou Astrid Hofferson.

Ragnar ficou olhando para Astrid com cara de espanto, o que me fez querer rir, porque a reação que ele teve era a mesma das pessoas quando veem Astrid lutar.

― Perdão por ter sido tão idiota. ― Ele fez uma reverência discreta para ela. ― Devo reconhecer que você é uma das pessoas mais habilidosas com armas que eu já conheci.

As pessoas aplaudiam e gritavam o nome dela sem ao menos conhecê-la.

Parei de aplaudir quando notei que Lagertha caminhava até o centro do círculo e sorriu para Ragnar que retribuiu o sorriso. Ela pediu educadamente o silêncio das pessoas, que se calaram no mesmo instante. Lagertha chamou meus amigos, humanos e dragões, para nos aproximarmos. Não pude deixar de ouvir as pessoas cochichando sobre nós e, mais ainda, sobre os dragões.

― Bom dia a todos ― ela falou fazendo com que os murmúrios parassem ― Gostaria de pedir a atenção de vocês para que recebam os nossos convidados que vieram de tão longe para participar do nosso festival de verão. Muitos duvidaram da chegada deles, e principalmente, da existência de outro Fúria da Noite. Mas em nome de todos vocês quero dar as boas-vindas aos guerreiros de Berk: Astrid, Perna-de-Peixe, Eret, Melequento, Cabeça-Quente, Cabeça-Dura e ao líder, Soluço Spantosicus Strondus Terceiro ou como muitos o conhecem: o encantador de dragões.

As pessoas passaram a gritar e aplaudir como eu nunca tinha visto antes. Olhei para meus companheiros e eles não pareceram nem um pouco incomodados com a animação das pessoas. Não quero desmerecer nenhuma outra vila, mas, sem dúvidas, essa foi a melhor recepção que já tivemos. Tudo indicava que tudo seria perfeito.




Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Brincadeirinha!!!
Na verdade eu não vou parar não galera, continuarei até o fim, mesmo com toda essa demora.
Gostaria de agradecer a Theury, pela betagem, ela tem sido uma salvação e um exemplo de paciência, e é claro, agradecer as divas ou divos que continuam acompanhando a fic.
Um beijo e até a proxima!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Astrid e Soluço: Desvendando o passado" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.