Amor a prova de fogo escrita por Bianca Romanoff


Capítulo 9
Mentiras e mais mentiras


Notas iniciais do capítulo

Heey pessoal! Primeiramente queria alertar que também escrevo essa história no socialspirit, com tal perfil: http://socialspirit.com.br/natashamarie1. E aproveitem a leitura!



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O dia não começou tão bem. Logo de manhã cedo, recebi um telefonema do hospital sobre a paciente, Libby. Aparentemente, seu quadro apresentara uma séria piora no último dia.
— Vai trabalhar tão cedo, querida?
— Uma das minhas amiguinhas freiras está morrendo. Preciso ir. — eu me despedi com um beijo. — Eu te amo.
— Eu te amo mais.
Ao chegar ao hospital, quase me esqueci de vestir o jaleco. Meu olhar cruzou com o de Derek, e senti um calafrio percorrer a espinha. Ele parecia um doutor excelente, por que desligaria as máquinas dos pacientes, assim, sem explicação?
— O que houve com a Libby?
— A pressão está baixa, e ela teve uma série de alucinações.
— Os resultados da tomografia são claros, ela precisa de cirurgia imediata para extração do tumor.
— Tumor? Não havia tumor na tomografia.
— O inchaço, as convulsões, só podem ser causadas por um tumor. Se eu estiver errada, veremos na cirurgia.
— Está sugerindo que cortemos o cérebro dessa menina sem uma certeza? — eu engoli em seco. Era o que eu estava sugerindo? Meu Deus, quão complicada essa missão podia ficar? Eu só precisava eliminar aquele médico. Odiava coletar dados, simplesmente odiava quando as coisas ficavam complicadas.
Quando Libby foi preparada e levada para a cirurgia, meu corpo não parava de tremer. E se eu estivesse errada e matasse a garota? Mas fiz muitas pesquisas. Eu estava certa.
— Jane? — era Bonnie, abraçando o xale rente ao corpo e com olhos inchados.
— Oi Bonnie. Está tudo bem?
— Nem tanto, querida. Pelo que parece, a pobrezinha está em cirurgia agora. Só espero que dê tudo certo. Estamos todos orando por sua alma.
Eu assenti, nervosa. Que Deus a ouça. Vi que ela estava se preparando para conversar comigo sobre assuntos do passado. Eu não podia aceitar isso, definitivamente queria ficar com os infortunos do meu passado para mim mesma.
— Sabe, Bonnie, eu tenho um paciente agora! É... Tchau. — eu esbarrei em uma mesa de suprimentos na saída, mas continuei correndo sem direção, deixando minha amiga prostada na porta, confusa.
Entrei no banheiro para controlar os nervos. Minhas mãos tremiam e eu realmente queria derramar lágrimas e lágrimas. Qual fora a última vez que isso acontecera? Com John, no restaurante na cidade, onde entrei no banheiro feminino depois de uma valsa excitante e violenta. Como eu queria ligar para ele! Queria que ele estivesse ali comigo. Não resisti aos impulsos e telefonei para John.
— Alô? Jane? Está tudo bem? — ele soou desesperado. Sabia que eu nunca ligava para ele do trabalho.
— Estou bem, John. É só que... Ai, é complicado.
— Quer que eu busque você? Venha comigo, podemos levar a Thalia para um passeio, ou...
— Não. Só preciso que você... Fale comigo.
— Jane, está tudo bem... Não chore, querida. Você nunca chora. Não sei o que falar.
— John, relaxe. — escutei um ruído vindo da porta. Corri e tranquei-a, mas quando me virei de volta, lá estava ele. Meu irmão.
— Jane? Jane, está aí?
— John, tenho que voltar ao trabalho. — fingi ter calma, mesmo que meus batimmentos cardíacos estivessem acelerados demais e eu quisesse correr para os braços de John. — Obrigada.
— Mas Jane... — eu desliguei o telefone, o interrompendo.
— O que está fazendo aqui, Vlad?
— Sou seu irmão. Me preocupo. E também... Você é meu alvo, Janni. Os outros homens da máfia estão esperando. Preciso me livrar de você, ou eles se livram de mim.
— Você não pode me machucar. Isso seria desonroso. Disso você entende, não é? De honra. Diz que não tenho honra, mas quer matar sua própria irmã!
— Janni, eu não vim te matar. Não ainda. Mas o que vim te dizer, provavelmente vai arrasar com você.
— O que é? Você fez alguma coisa com a minha família?
— EU SOU SUA FAMÍLIA! — ele segurou meus ombros com força e me atirou contra a pia. — Escute, você é uma grande mentirosa, especialista em mentiras, não é irmãzinha?
— Faz parte do meu trabalho. — respondi, sem me alterar.
— Então vai entender quando eu disser que te contei uma pequena mentirinha.
— Sobre?
— Sobre sua vida. Você não é russa, Janni.
Eu ri, incrédula. Ele só podia estar brincando, tentando mexer com minha mente.
— É mesmo, e sou o quê?
— Eu nasci na Rússia, Janni, nossos pais ainda estavam vivos e saudáveis, felizes juntos. Seis anos depois, nossa mãe estava grávida de novo, mas tínhamos que fugir. Fugir de... Algo, ou alguém. E viemos para os Estados Unidos. Você nasceu aqui.
— Para! Você... É um mentiroso. Está... Me manipulando! Pare com isso!
— Escuta, Jane! — ele me jogou contra a pia de novo, me fazendo arquejar. — Alguém matou nossos pais! Você só tinha cinco anos, não podia lembrar, mas aconteceu! Assassinados a sangue frio e...
— Foi um acidente! — eu gritei. — Eles morreram num acidente. — eu não conseguia parar de chorar. Por algum motivo, sabia que o que ele dizia era verdadeiro.
— Eu me revoltei contra isso! Eu queria que eles morressem! E então me juntei a máfia. Por isso, não porque sou um idiota.
— Você está mentindo pra mim.
— Deixei você em um orfanato aqui, no entanto não pude ficar. Você ia ser bem cuidada... Eu não queria que você se juntasse a essa droga de agência! Queria que você fosse...
— Uma freira?! Queria que eu vivesse em silêncio, vivesse a vida que você planejou para mim? Eu tomei controle sobre minha vida! Você não podia ter mentido pra mim assim!
— Chega, não quero ouvir seu drama. Você já sabe da verdade. Se disser uma palavra para o seu marido...
— Eu conto o que quiser para ele! Saia! Saia!
Alguém bateu na porta do banheiro e me perguntou se estava tudo bem, por causa da gritaria. Eu sai, apressada.
Minha mente ainda estava permanentemente ligada aquela conversa, remoendo as palavras e tentando conectar minhas memórias. Aquele lugar cheio de neve, não era a Rússia afinal. Eu não era russa. Outras perguntas vagavam pela minha mente, como: por que ele decidiu contar agora, depois de tudo?
— A cirurgia da sua paciente acabou, doutora Aldrin. — uma enfermeira veio me informar.
— Como ela está?
— Bem. Você estava certa. É uma ótima médica!
— Obrigada, querida. — eu suspirei. Pelo menos um peso foi livrado das minhas costas.
Passei para uma última checada em minha paciente, e encontrei Derek no pé de sua cama, apenas... Olhando para ela.
— Doutor? — chamei, fazendo-o se assustar. — Parece que eu estava certa, não é? — sorri com falsidade.
— Meus parabéns, doutora. Tentei contatar a família da garota, e agora tenho um bando de freiras no saguão.
— O quê?! — eu me exaltei. — Quer dizer... Ah, que legal. Eu vou embora agora, adeus, doutor.
Cheguei em casa quase sem fôlego. John já estava lá, e tinha cozinhado o jantar. Brincava com Thalia no sofá quando entrei.
— Oi, meu bem!
— Meu Deus... Jane, você parece... doente.
— Estou bem.
Eu o abracei. Queria contar a verdade, mas não estava preparada ainda.
— Vou tomar um banho, tá? Já volto.
Tomei uma ducha rápida e quente, depois me vesti e voltei ao banheiro para pentear os cabelos. E lá estava, no espelho cheio de vapor, uma mensagem ameaçadora:
"Último aviso, Jane, mantenha o bico calado.
– V. "


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Notas finais do capítulo

Oi de novo! Eu sei, esse capítulo ficou cheio de novidades e revelações... Espero que tenham gostado! beijinhos