Amor a prova de fogo escrita por Bianca Romanoff


Capítulo 10
Uma surpresa nada agradável


Notas iniciais do capítulo

Gente, mil perdões pela demora. Nem tenho uma desculpa plausível pra isso, mas aqui está mais um capítulo, e espero que gostem!



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Jane estava agindo de maneira super estranha desde que salvou a vida daquela garota. Por mais incrível que pareça, Derek não foi assassinado, mas estava preso. Ela não parecia orgulhosa de seu trabalho, só... Cansada. Cansada e obscura. Como a antiga Jane, evitava conversas sobre sua vida pessoal, e restringia o assunto ao meu dia e a nossa filha.
— Eu nunca gostei dela. — Edd deu de ombros. Percebendo meu olhar de fúria, ele acrescentou — Mas às vezes uma conversa basta.
— Não acha que tem algo errado? Talvez algo do passado que ela não queira me contar?
— Claro que não, cara. — mas o tom de mentira em sua voz era óbvio demais.
Voltei para casa do trabalho e a encontrei brincando com Thalia na sala.
— Temos que conversar. — eu disse.
— Algo errado?
— Me diga você.
— Por mim, não. — ela era uma mentirosa meticulosa, cada mentira contada com certa indiferença.
— Jane, você está ficando indiferente. Foi algo que eu disse ou fiz?
— Não! — ela parecia querer me bater. — Não foi sua culpa. — Jane tentou se controlar, mas eu podia ver que ela não estava bem, que precisava da minha ajuda. — Como foi o trabalho?
— Foda-se o trabalho! — segurei seus ombros para forçar um contato visual, mas ela escapou, torcendo meu braço. — Ai!
— Você gritou um palavrão e acordou a Thalia, espertão. Agora você vai lá niná-la.
— Assim que você me disser o que houve.
— Eu queria poder, mas... Estou tentando proteger você.
— Sua missão já foi finalizada, você só está nos negócios, o que possivelmente pode estar acontecendo? Espera... É seu irmão de novo?!
Percebi que suas bochechas coraram. Então era isso! Ah, aquele canalha ia se ver comigo desta vez.
— John... Por favor. Vá fazê-la dormir! — eu obedeci, pegando Thalia nos braços. Ela estava diferente hoje. Algo não estava certo...
— Jane! Ela está resfriada?
— Não sei, John, você levou ela lá pra fora na neve de novo? — Jane retrucou.
— Isso foi só uma vez, e eu não sabia que estava nevando! — eu me defendi. — Ela está meio pálida. Não é, meu amor? Você está dodói? — Jane me encarou com sua máscara de julgamento, como se alterar minha voz para um bebê não fosse normal.
— Deixe-me vê-la.
Assim que entreguei-a para Jane, ela começou a chorar. E assim que a primeira lágrima escorreu, Jane alterou sua voz para acalmá-la. Arqueei as sobrancelhas para ela, que me deu uma cara amarrada em retorno.
— Ela está febril. Acho melhor levarmos ela ao médico.
Jane estava fazendo seu melhor para manter-se calma, mas não parecia verdadeiro. Então fiquei em pânico.
— Devo chamar uma ambulância? Ela tem alguma coisa? Você sabe de alguma coisa?!
— John! Está assustando a menina! Só... Pegue o carro.
Thalia não parava de chorar o caminho todo, e por causa de um documentário que assisti antes de ter o bebê, eu sabia que aquele choro não era específico de sono ou fome, e sua fralda estava limpa... então eu só pensava se ela estaria com dor, e isso me apavorava. Tanto que atravessei um sinal vermelho e Jane quase me matou.
— Preste atenção! Estamos com um bebê aqui!
— Desculpe! Desculpe, tá legal?! Não grite comigo!
— Você quem está gritando!
Então Thalia gritou, e nós dois calamos a boca.
— Pode ser só cólica. — Jane tentou nos acalmar.
— É, pode ser. Como pode ser outra coisa.
— Não diga isso. Não fique com medo, porque eu estou com medo, está bem? Preciso que você seja forte agora, e vou ser forte por você. Não deixe minhas mentiras entrarem no caminho da saúde da nossa filha, está bem?
Eu assenti e segurei sua mão em cima da marcha. Fomos acolhidos logo que entramos, e uma enfermeira levou Thalia para o quarto enquanto eu e Jane fomos obrigados a ficar na sala de espera. Olhei em volta e vi o número de pessoas chorando, ou roendo as unhas, batendo os pés... Como eu e Jane.
— Eu não estou mais amamentando. — ela revelou de repente.
— Eu sei, você disse que não queria, e eu não discordei...
— E se isso é o que está prejudicando-a? E se... Eu causei algo pra ela? Eu não quero machucá-la! Eu só... Sou tão egoísta! — Jane começou a chorar, e a passar as mãos pelo cabelo, como se quisesse machucar a si mesma.
— Para! — eu segurei seus pulsos e me aproximei. — Está tudo bem. Estou aqui, estou com você. Thalia vai ficar bem. Ela deve ter nos ouvido brigar, sabe como ela é esperta! — arranquei um sorriso de seus lábios.
— Ela é esperta como eu. — eu concordei, rindo.
Deixei que ela deitasse a cabeça no meu peito e afaguei seus cabelos. Uma enfermeira veio nos avisar que Thalia estava sendo levada para uma série de exames e precisava da nossa assinatura, mas Jane entrou em pânico.
— Pra quê tantos exames? Tem algo errado com ela? Esses exames são... Dolorosos! Não vou deixar vocês tocarem minha filha sem uma explicação!
— Senhora, você é médica?
— E isso interessa? — a enfermeira parou de sorrir.
— Ela só está sendo gentil, Jane. Assine os papéis.
— Tem algo errado com ela?!
— Eu não sei, senhora, me desculpe. Tudo que posso informar é que os médicos estã fazendo o possível para ajudá-la, e com os exames seremos capazes de diagnosticá-la.
— Tudo bem. — ela assinou rápido e voltou a chorar convulsivamente.
— Jane... Está tudo bem. Não chore, por favor. — mas eu mesmo não conseguia evitar as lágrimas.
— Ele mentiu pra mim, sobre tudo! — ela confessou. — Eu quero te contar, mas tenho medo do que ele fará se descobrir.
— Vai ficar tudo bem. Ele não vai descobrir, nunca, está bem?
Ela assentiu, e começou a falar.
Pov Jane
Desabafei com John, contei a ele, tudo, sobre minha infância que eu erroneamente pensava ser na Rússia. Depois de tudo, eu esperava que ele fugisse, que ele me julgasse, mas ele ficou. Segurou minhas mãos e me acalmou, e percebi ainda mais o quanto eu o amava. Ele não me abandonava como as outras pessoas.
— Vou ao banheiro. Os exames dela devem demorar mais algumas horas. — eu disse.
Quando estava saindo do banheiro, dei de cara com uma conhecida.
— Bonnie. O que faz aqui? — tentei sorrir, quando minhas mãos suavam. — Pensei que estivesse na Filadélfia, com a Libby.
— E eu pensei que você era médica lá.
— Eu me demiti. Não era a profissão dos meus sonhos. — mas Bonnie não parecia convencida.
— Aquele médico que cuidou dela, está preso. Por crimes verdadeiros, Jane!
— Pois é, eu também fiquei chocada. — menti.
— Ele podia ter matado a Libby!
— Ele só matava os pacientes da...
— Jane! O que há de errado com você?
— Desculpe?
— Você era minha melhor amiga. E você sabe que tenho um dom. Não vejo mais bondade nos seus olhos, Jane. Só vejo dor. O que houve com você?
— Essa coisa toda não existe, Bonnie. Nós só estávamos brincando.
— Seu irmão veio falar comigo.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Agora eu finalmente vou escrever mais sobre a história da Bonnie, com algumas surpresinhas por aí kk.