Dizem por aí que a culpa de tudo está nas estrelas; mas por quê? Como coisas tão belas podem ser as culpadas de tudo isso?

Se não deu certo, foi culpa nossa, inteiramente nossa. Fomos nós que não tentamos, que não fizemos certo.

As estrelas não são como nós, seres humanos, que podemos esconder por trás de belos olhos e doces lábios as mais sórdidas mentiras; culpados por mortes, atrocidades e guerras.

Elas são meras observadoras, assistindo ao “milagre da vida” se tornar sua própria morte, cavando sua própria cova. Como bons telespectadores, nos dão uma pequena ajuda: nos ajudam a pensar.

Inspiram pessoas mundo a fora e fazem dois tipos diferentes descobrirem que têm coisas em comum: os apaixonados e os astrônomos, ambos vivem olhando o céu em busca das estrelas; mas o quê são os astrônomos, se não apaixonados pelo céu?

A melhor terapia do mundo é observar as estrelas, e o melhor: é de graça.

Com qual finalidade as estrelas interromperiam a nossa vivência? Muitas são maiores que o nosso próprio Sol, nem se fala de nós mesmos. Têm seus próprios planetas para cuidar. Somos só aquela novela dos onze, a qual ninguém assiste; e nossas estrelas, após limparem suas casas todos os dias, adormecem nos assistindo culpá-las por tudo o quê fazemos.