Incrivelmente, eu lembro de todos os poucos lugares pelos quais passamos juntos. Lembro da sua pele encostando na minha, e do calor que seu corpo emanava. Lembro o exato caminho pelo qual meus braços passavam para chegar à você. Lembro do nosso último beijo, que eu não sabia que era o último; o último abraço, que eu não sabia que era o último; tantas coisas que eu não sabia que eram as últimas.

Às vezes, chego a pensar que estou perto de te esquecer, que não ficarei mais sofrendo por isso.

E aí eu te vejo, e tudo vêm à minha cabeça, me tortura, e você nem percebe.

Só quero tirar essa dor do meu peito, te tirar da minha cabeça, e esquecer tudo de ruim.

Te quero longe por enquanto, pelo menos até eu esquecer de tudo.

Na verdade, não sei o que eu quero.

Quero ser sua amiga, mas não por enquanto; sua distância dói, mas é para o meu melhor.

Quero esquecer o que passamos, e lembrar só por cima. Me desculpe, mas por um tempo, não quero nem lembrar do seu rosto. Por quê estou pedindo desculpas? Isso é ridículo.

Não quero mais ouvir sua voz, ou ver algo relacionado à você. Não quero ver mais seus amigos, nem ouvir suas histórias.

Posso te pôr na justiça e pedir uma medida preventiva de 250m, e ver se, finalmente, não te vejo mais...

Brincadeira à parte, afaste-se de mim, não me olhe, não fale comigo; se possível, nem respire perto de mim.

Um momento como esse exige reações radicais.

Depois de pensar e repensar, tenho duas coisas para te dizer: obrigada pelas coisas boas pelas quais passamos e por ser uma das inspirações para meus textos; e por todo o resto, vai se foder.