Nora chegou em casa, depois de se acostumar com a moto, não parecia mas uma máquina mortífera, só havia um detalhe, a mãe de Nora não sabia de sua moto, da tatuagem, mas agora não se preocupava com isso.

Elliot. Era quem não saia de sua mente, a voz de Patch repetindo como um martelo Elliot matou uma garota. E se ele voltasse dessa vez sóbrio? E se a história da garota se repetisse dessa vez com Nora? Talvez dessa vez mudasse, Patch estaria do seu lado, ou pelo menos, Nora acreditava que estava.

Nora tentou acalmar seus próprios pensamentos, para poder entrar e contar para sua mãe que fez uma tatuagem e comprou uma moto. E depois ligar para Vee e dizer toda a verdade, e o principal ficar bem longe de Elliot. Destrancou a porta com sua chave, girou a maçaneta e entrou.

–Mãe. –Nora chamou procurando. E estava prestes a chamá-la outra vez, quando viu um bilhete pendurado na geladeira.

“Nora vamos receber visitas no jantar, esteja aqui as sete ou está de castigo. Fui até o supermercado, volto logo. Sua mãe”

–Pensei que já estivesse de castigo! –Nora disse sozinha. Discorreu que talvez pudesse falar com Vee pessoalmente, já que tinha que esta em casa até as sete. Nora saiu de cãs, foi quando viu um carro surgir, não um carro, um Jeep.

Nora esperou até ele chegar mais perto, abriu o vidro escuro e inclinou a cabeça até que pudesse ver o rosto de Nora.

–Achei que talvez fosse bom repetir para ficar longe dele. –Patch disse seus olhos com o mesmo brilho negro inconfundível. Por um momento passou pela cabeça de Nora, que talvez Patch não estivesse falando a verdade, e se ele fosse o vilão de verdade?

–Por que tenho que acreditar em você? –Nora supôs rapidamente. Patch sorriu e depois ficou sério.

–Não tem que acreditar, nem confiar em mim... Talvez tenha mesmo te salvei dele. –Patch disse, deixando Nora mais confusa.

–Por que é sempre meio termo? Não é bom e nem ruim, é...

–Acho que já chega de perguntas. –Patch interrompeu, mesmo assim educado. –Já disse a Vee para ficar longe dele?

Nora olhou relutante por um tempo.

–Não. Estava indo falar com ela.

–Entre, posso te levar. –Patch disse tentando parecer confiável. Nora então entrou, quase como se o cheiro de menta do Jeep, estivesse a puxando. Nora deixou seus olhos passear no carro, como se Patch já estivesse acostumado a ver Nora no seu carro e puxar o cinto para ela, foi isso que ele fez. Nora ficou imóvel, Patch sorriu ao ver Nora tão quieta. Aproximou- se e a beijou, um simples e rápido toque de lábios, e Patch se virou sorrindo e ligou o carro. Quase como se não fosse “nada de mais”. Mas Nora continuou ainda quieta, talvez até mais, quase congelada naquele banco de couro. Sem saber o que dizer, ou ate irritada.

Ele não podia, não assim... Sentia-se quase uma idiota, sendo enganada. Tinha que dizer algo, ele não podia fazer isso, pensava Nora. Mas dizer o que, ele revidaria e deixaria Nora ainda mais sem graça.

Nora não disse nenhuma palavra, quando Patch encostou o carro enfrente a casa de Vee, Nora somente desceu, Sem olhar para trás bateu na porta da casa de Vee. Quem atendeu foi sua mãe, Nora reconheceu naturalmente.

–Oi, senhora Sky! –Cumprimentou Nora. –Vee esta em casa?

–Não. –A mãe de Vee disse, Nora sentiu um arrepio percorrer sua espinha. E se Vee estivesse com Elliot? –Ela disse que estaria com você, Nora.

–Acabei de me lembrar, marcamos de nos encontrar na Biblioteca. –Disse Nora. –Desculpe por incomodar, senhora Sky.

A mãe de Vee fechou a porta, foi como se a pancada tivesse sido na cara de Nora, que voltou com as pernas tremulando para o carro. Abriu a porta, sentou, suspirou e disse:

–Ela não esta. –Não eram as pernas que tremulavam também a voz. –Ela disse que estaria comigo.

–Se acalme Nora. Vamos encontrá-la. Ela não deve estar com Elliot.

–E se estiver? –Disse Nora quase em desespero.

–Fique calma, vamos procurá-la, não pense coisas ruins. –Patch segurou o rosto de Nora fazendo com que ela olhasse em seus olhos. –Se ela estiver com Elliot, ele deixara sinais.

Nora se lembrou das palavras de Elliot Sem a Vee ela é um saco, você e mais bonita que ela. Era isso, pensou Nora, Elliot não queria Vee. Queria ela.

–Ele esta usando ela, para chegar a mim. –Nora disse a Patch. Ele a encarou, como se houvesse um pouco de verdade naquilo.

–Tudo bem. Onde eles estariam? –Patch perguntou.

–No Delphic? –Disse Nora quase não acreditando, apenas uma teoria

–Talvez. –Disse Patch, surpreendendo Nora.

O Parque Delphic, estava completamente abandonado.

–Por que está tão vazio? –Perguntou Nora.

–Não está abandonado, eu moro aqui! –Patch disse sorrindo, mesmo na determinada circunstância. –Adoraria te mostrar outro dia, mas agora vamos a Vee.

–Mas parece tão largado. –Nora falou baixo.

–Existem túneis. Podíamos dar uma olhada. –Patch mostrou o caminho. –Antes tenho que pegar uma lanterna no carro.

Patch ajudou Nora a descer, eles estavam caminhando debaixo do parque. Patch tinha ido à frente com a única lanterna que ia iluminando o túnel. Mas parecia não haver nada ali.

–Talvez devêssemos procurar em outro lugar. –Sugeriu Nora

–Tem razão. –Patch disse, voltando.

Nora olhou no relógio de pulso, já se aproximava das seis. Patch então percebeu.

–Algum compromisso?

–Um jantar com minha mãe e um convidado. –Nora disse.

–Vamos te levo para casa. –Patch se ofereceu outra vez.

–E Vee?

–Vou continuar procurando, fique com o celular caso Vee ligue. -Patch disse, parecendo mais legal, pensava Nora.

Nora chegou em casa, tomou um banho. Pensava que talvez fosse um péssimo dia para receber visitas. Quando desceu a mesa já estava posta, e sua mãe dava os últimos retoques.

–Fico feliz que chegou na hora. –A mãe de Nora sorriu. A Campânia então tocou, Nora foi atendeu, ainda escondendo sua tatuagem com blusa de manga longa.

Mal podia acreditar.

–Dabria!