Era parecido com o Fliperama do Bo, pensou Nora. Mas havia muitas diferenças, tinha uma pista de dança lotada no centro, e era um lugar espaçoso, as pessoas eram civilizadas e ninguém parecia jogar por dinheiro. E havia uma banda tocando ao vivo, ao que parecia ser um palco improvisado.

–Bem, melhor que o Fliperama do Bo. –Nora disse a Patch, ainda se lembrando daquela noite, que sem mais nem menos tinha encontrado Patch que insistiu que aquele não era o lugar adequado para ela. E depois de ver o homem o ameaçando de morte, ela tinha desmaiado, acordando com aqueles olhos negros o observando com cautela e logo após ele a levou para casa.

Patch ofereceu um sorriso carinhoso, parecendo também se lembrar de uma forma boa.

–Bem anjo... Esse sou eu. –Patch a abraçou por trás, roçando seu queixo no seu ombro. –Com certeza os lugares que você freqüenta são melhores que os meus.

–Na verdade não sei. Na maioria das vezes não me deixa saber sobre você. –Nora se virou, para avaliar sua reação.

Claro que nos conhecíamos há pouco tempo, mas era como se não fosse.

Patch arregalou os olhos, ergueu a sobrancelha e deixou o canto dos lábios se abrirem em sorriso travesso, tudo isso para depois ficar serio.

–Digamos que esse é o meu melhor momento, e odeio falar de mim. –Patch terminou com sorriso para alívio de Nora.

–Por que não foi à aula? –Nora se lembrou curiosa.

–Foi até o hospital ver Elliot...

Patch parou ao ver a expressão de Nora, não era como se não quisesse ouvir, queria so que o assunto não agradava.

–E como ele está? –Ela incentivou.

–Ainda mal. Mas não se preocupe não vou deixar que ele encoste um dedo em você, anjo. –Patch a beijou levemente.

–E Dabria?

–Esta com ele, e pediu para que você não se preocupasse. –Patch a puxou para mais um beijo, mas Nora continuava preocupada.

–Me responda com sinceridade. –Nora prendeu seu olhar. –Dabria ainda gosta de você?

Patch hesitou por um momento.

É ela gostava.

–Mais isso não importa já quem eu gosto esta aqui comigo. –Patch recompensou com um beijo rápido.

Foi quando Nora notou que ele encarava algo, decidiu seguir seus olhos com curiosidade.

Marcie Millar.

Nora pensou que não houvesse inimigas, mas se fosse escolher uma, seria a patricinha de cabelos loiros avermelhados, que fazia questão de atormentá-la em todos os seus anos escolares. E não estava sozinha Marcie estava aos beijos com um garoto alto de cabelos pretos desgrenhados.

O garoto foi o primeiro a ver que Patch e Nora o encaravam, mas primeiro olhou para Patch, depois Nora, com isso sorriu. Já Marcie deu seu olhar sínico á Nora acompanhado de um sorriso.

Bem, agora não estava entendo mais nada.

Marcie e o garoto caminharam até os dois. Nora percebeu um sorriso vagaroso aparecer no rosto de Patch. De onde conhecia o sujeito?

–Certamente não me conhece. –O garoto ignorou Patch, olhando para Nora. –Patch não costuma declarar seu amor por mim. –Dessa vez para Patch, com um sorriso brincalhão.

–Bem,... –Nora começou, ia dizer que realmente não conhecia, mas foi interrompida por ele.

–Deixe que me apresente, sou Rixon melhor amigo de Patch. –Ele estendeu a mão, Nora passou os olhos em Patch ele apenas sorria como se lembrasse de uma piada que só ele e Rixon sabiam.

–Nora. –Ela estendeu a mão, meio se divertindo com a situação.

Patch tinha um amigo, e parecia ser próximos o bastante para compartilharem segredos.

–Marcie, esse é Patch. –Rixon se virou para Marcie.

–Nora e eu já nos conhecemos. –Marcie encarou Nora.

–E como... –Disse Nora.

–A propósito não deveria ser a boa moça e conhecer seu futuro padrasto. –Marcie a encarou, havia quase um olhar venenoso ao ver a reação de Nora sem entender.

Como ela?...

–Do que esta falando? –Nora já começava a ficar irritada, o sorriso de Marcie dizia tudo.

–Ops... –Marcie colocou as mãos na boca. –Me desculpe não queria...

–Você sabe quem é o suposto namorado da minha mãe? –Nora interrompeu.

–Mas do que imagina. Ele é o meu pai.

Enquanto um grande precipício era aberto bem na frente de Nora, Rixon e Patch encaravam as duas.

–Hank Millar e minha mãe? –Sussurrou Nora para ninguém em particular.

.. Era ele que estava deixando minha mãe com brilho nos olhos, fazendo a vestir melhor. O metido que tenha a maior concessionária de carros em Coldwater... Pai de Marcie.

–Sim. –Marcie assentiu.

Dessa vez Nora ficou calada, voltou-se para Patch e sentiu seu rosto esfriar, na certeza que estaria branco como papel. Ele a encarou captando a mensagem “queria que Marcie desaparecesse como um truque de mágica ou que pelo menos se calasse”.

–Meu velho amigo Patch. –Rixon percebeu o que estava acontecendo, antes mesmo de Patch salvar Nora daquilo que estava acontecendo. –Bem Nora. –Ele se virou para Nora, que tentava disfarçar o que sentia. –Seu fosse capaz de contar o que Patch e eu passamos juntos, ficaria... Impressionada.

Ela tentou mandar os pensamentos de ela e Marcie morando em uma casa, juntos com sua mãe e Hank para longe, um grande pesadelo isso sim, pensou Nora, pois o que Rixon começava a dizer parecia ser interessante.

–Bem, então me deixei mais impressionada do que já estou. –Nora sorriu para cada um deles, terminando em Patch que exibiu seu lindo sorriso relaxado para Nora.

–São muitas as histórias. Escolha o tema. –Rixon deu de ombros. –Amores, medos. Só não posso prometer os detalhes. –Com isso Nora ouviu uma gargalhada de Patch, um som agradável aos seus ouvidos, se virando para ele disse:

–Isso é claro se ele não se importar que nos conte dos seus... Feitos? –Patch alargou o sorriso, sem vacilar assentiu.

Nora virou-se para Rixon pedindo para que desse a largada.

–Tudo bem, Nora talvez pudéssemos começar por... –Rixon se divertia. –Como nos nós conhecemos...

–Feito. –Nora aceitou antes mesmo de ele terminar.