Sorriso Desvanecido

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Rin POV’s

Aoki estava vindo com uma bandeja com alguns remédios e um suco acompanhado de um biscoito.

– Professora... Miku vai ficar bem certo? – Eu perguntei, minha voz estava saindo preocupada.

– Não se preocupe, ela só sofre de anemia, então precisa se alimentar bem, e se não se alimentar, ela desmaia ou fica dormindo por um bom tempo, não se preocupe... ? – Ela parou a frase, queria saber meu nome.

– Rin, Kagamine Rin. – Respondi com um sorriso fraco no rosto.

– Aluna nova não? Seja bem vinda! Vejo já que tem uma amiga, espero que tudo dê certo, qualquer coisa venha falar comigo! – Explicava ela amigavelmente, parecia uma pessoa bem tagarela.

– Acho que sim! Acho que me dei bem com a Miku... – Respondi pensativa.

Dei uma rápida olhada, ela me percebeu e sorriu triste, e voltou a sua atenção para a bandeja, será que aconteceu alguma coisa?

– Bem professora, quando ela vai recuperar a voz? – Perguntei curiosa e preocupada.

– Ela já tomou os remédios, daqui uns 2 minutos ela recupera a voz, vai estar fraca, mas da pra entender. – Explicou a azulada.

Aoki Lapiz deveria ter uns 25 anos, no máximo, tinha um corpo não tão desenvolvido, mas tinha belas curvas, principalmente na cintura, seu cabelo era bem azul e curto, tinha duas mechas que iam até a área dos seios, seus olhos tinham a mesma coloração que o cabelo, confesso, era muito bonita.

Passou-se dois minutos, e Miku estava tentando falar alguma coisa, era uma pequena palavra, quando finalmente conseguiu falar, escutei Rin... Essa voz... Argh! Não pense em coisas estranhas!

– Professora, ela pode voltar pra aula já?

– Sim! É melhor vocês correrem, podem entrar na quarta aula, vocês perderam Filosofia... – Respondeu Lapiz.

– Então vamos Miku?

– Vamos. – Respondeu ela com a voz um pouco fraca.

Ajudei-a se levantar e seguimos pelo corredor ela estava andando de costas, um pouco a minha frente, ela estava sorrindo feliz pra mim, me encarava com aquele sorriso. Ah... Estou ficando sem graça...

– Por que está me olhando assim? – Perguntei inflando as bochechas fazendo uma cara brava.

– Só estou feliz que tenha ficado comigo! Hunf... – Ela respondeu desviando o olhar.

Ela estava andando de costas, e... Seus cadarços estavam desamarrados, ela acabou tropeçando e caindo, e por pura inocência, eu corri para tentar ajudar, mas... Eu cai junto!

Estava em cima dela, e o pior de tudo, nossos rostos estavam próximos! Podia ouvir sua respiração perto, e... Minha mão estava repousada em sua cintura por baixo na camiseta, dava pra ver suas curvas e seu umbigo...

Como reação, eu fiquei mais vermelha que um pimentão, eu simplesmente travei, não conseguia me mexer. Droga! Ela vai achar que quero ficar... Mas eu não quero?

Fim POV’s Rin

Miku POV’s

Eu acabei tropeçando e caindo virada pra cima, Rin tentou correr pra ajudar, mas acabou caindo em cima de minha pessoa! Ela estava de quatro em cima de mim, seu rosto estava próximo ao meu, sua mão... Estava repousada em minha cintura por baixo de minha camiseta, confesso, deveria parecer um tomate agora.

– D-D-D-Desculpa! – Desculpou-se a loira parecendo um tomate também.

– N-Não tem problema... – Respondi sem ter o que falar.

Voltamos a andar em silêncio, eu e ela estávamos com muita vergonha pra dizermos alguma coisa...

Chegamos antes que a professor Gakupo chegasse, ele era professor de química, era bem inteligente e também atraente, e era muito gentil com todos, e também carismático. Entramos sem muita cerimônia, ninguém ficava mais surpresa por eu desmaiar, era que quase normal, para mentes idiotas.

Sentei em meu lugar, e Rin sentou em minha frente, ela se virou pra mim de repente.

– M-Me desculpe por mais cedo... De verdade... – Ela se desculpava sem ter o que se desculpar.

Tão fofa...

– Não tem o que se desculpar Rin! Está tudo bem, sério! – Respondi meio que sem pensar.

Tudo bem? ... Talvez não, meu sorriso está desvanecido, não quero sorrir, quero chorar, se eu não fosse tão curiosa e orgulhosa, ainda podia voltar atrás e refazer os traços feitos, mas... Eu tenho a péssima mania de traçar o destino com caneta.

Gakupo chegou, Rin se virou pra frente, e a aula começou... Quem disse que prestei atenção? Estava totalmente perdida em meus pensamentos melancólicos e escolhas a serem feitas.

Cinquenta minutos se passaram, bateu o sinal do segundo intervalo, me levantei tristemente, estava com vontade de voltar pra casa, não queria falar com ninguém. Apenas segui pro jardim onde encontrava Luka e agora Rin.

Cheguei antes das duas, Rin deve ter se perdido, Luka ainda devia estar fazendo a prova, sentei encostada na árvore olhando pro céu, estava bem lindo, não estava calor, nem frio, o vento estava balançando meus cabelos turquesa, acabei por me desligar de tudo, sempre que ficava com um problema, eu desistia de tudo, pra não me machucar, mas dessa vez é diferente...

Não posso desistir de Rin...

Apenas fiquei lá, com a cabeça virada pra cima e os meus olhos fechados, uma presença, uma presença alegre, calorosa, que me fazia bem, uma fragrância doce invadiu o ar, estava parada, mas aos poucos, foi chegando perto, até que uma voz doce e rouca se pronunciou.

– Você está... Bem? – Perguntou a voz rouca.

A reconheci na hora, ah... Aquela loira... Aqueles olhos... Eles vieram pra me socorrer do meu oceano de tristeza. Sua voz é o meu remédio.

– Deep Sea Girl... – Sussurrei.

– Garota do fundo do mar? – Perguntou a voz.

Abri meus olhos, e estampei meu sorriso desvanecido.

– Sente-se, irei te explicar tudo. – Pedi.

Sem mais delongas, Rin se sentou, e eu comecei a explicar tudo, sobre Kaito, e sobre a música de minha autoria chamada Deep Sea Girl, mesmo tendo conhecido ela hoje mesmo, sabia que podia confiar nela, que poderia chorar em seu ombro.

Quando acabei ela estava com uma cara meio desentendida, meio confusa, talvez tenha se perdido no meio da explicação, mas logo essa expressão se mudou para um sorriso gentil, acolhedor, ela foi se aproximando, logo estava me abraçando, ela sussurrou.

– Não se preocupe, eu estou aqui, com você e por você... – Sussurrou ela gentilmente em meu ouvido.

Confesso aquilo me arrepiou.

Eu fiquei sem palavras, parecia que a conhecia faz anos, o que eu podia fazer além de sorrir nessa hora?

Ela foi se afastando hesitante, nós estávamos nos encarando, a única coisa que consegui fazer foi sorrir, mas não sorrir apenas pra não preocupar as pessoas, mas sorrir verdadeiramente, sorrir com um propósito, sorrir por um motivo.

Qual o meu motivo? Uma pessoa, uma garota, um anjo caído, Rin Kagamine, a loira dos olhos azuis eletrônicos, a menina que veio pra me salvar, a menina que me salvou de um afogamento, a pessoa que mora em meu coração.

O sorriso desvanecido da garota de cabelos turquesa

Por fim

Foi o sorriso mais verdadeiro

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