Find Yourself escrita por WhyNotPostBitch


Capítulo 4
Bebe Stevens 4 final : Explosões e Eteceteras


Notas iniciais do capítulo

SIM EU DEMOREI PRA POSTAR ESSE CAPITULO, PODEM ME BATER
Capitulo final da Bebe como a única principal (entenderas nos futuros capitulos)
Vocês devem ter percebido que a capa e a sinopse mudaram... Poisé, eu pedi pra uma garota que mora por aqui na minha cidade pra fazer uma fanart deles pra mim, e ela sumiu do mapa. Como a antiga capa era só uma improvisada, resolvi deixar mais bonita (ou feia, to por vocês). E sinopse eu só mudei por motivos de : eu quis assim.
Dividi esse capitulo em partes também, porque seriam mais capítulos, porém ficou todos muito curtos e sem muito conteúdo... ENTÃO, enjoy
(sim o primeiro "titulo" é a musica dos Arctic Monkeys, eu desafio vocês a acharem partes da musica pela primeira parte, muahaha)



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Do I Wanna Know?

Sábado por volta das 3h da manhã

– Bebe.

Eu acordei com a voz suave de Wendy me chamando, me virei para sua direção e vi que ela estava no mesmo colchão que eu.

– Que foi? - falei tentando manter meus olhos abertos, e tentando tirar a rouquidão da minha voz. Notei que ela estava com uma maldita lanterna grudada em nossos rostos... Tão próximos... - Suas bochechas estão coradas?

– Eu sonhei com o Stan! - ela falou animadamente, enquanto virava de barriga pra cima e eu revirava os olhos. - Eu precisava de alguém para falar isso... Porque foi um sonho diferente... - Ela começou a brincar com os dedos, dificilmente porque segurava a lanterna, ela parecia um pimentão - A gente fez aquilo...

Ela começou a falar do sonho sexual que teve com Stan, e eu ficava cada vez mais... Enojada. Eu não queria ouvir aquilo, ainda mais quando eu amava ela, e odiava ele.

As vezes eu sentia como... Sabe ? Aquela sensação... Como explicar...

Você já teve a sensação de que não pode mudar a maré que gruda como se tivesse algo em seus dentes?

Eu não posso mudar o sentimento de Wendy por Stan... Tampouco lutar com ele, é ... Impossível.

– Bebe... Eu gosto tanto dele... Ele com certeza deve gostar de mim, claro. Eu sou a nerdzinha bonita e popular e ele é o boy magia da escola! Nosso romance é tipo... Highschool Musical. - quando ela disse, não pude deixar de rir... Quantos anos ela tinha, 12? - Como eu faço ele perceber que eu gosto dele?

Ela se virou para mim com uma cara como se eu fosse salvar ela, e ajuda-la a ganhar a porra do príncipe encantado. Eu suspirei.

– Sugira coisas... Sabe, esconda cartas nas mangas. Torne obvio. Você sabe o quão garotos são tapados para algumas coisas.

"E algumas garotas também." Pensei enquanto ela falava coisas bobas do que poderia fazer.

"Você não tem ideia de que é minha obsessão?" virei para o teto e fiquei imaginando inúmeras coisas.. E se amanhã Stan marcasse algum ponto e fosse correndo beijar Wendy? E se ele convidasse ela para sair? E se eles começassem a namorar? São tantos "E se", e eu quero tanto ela, e mais todos esses "E se" virados para mim, queriam todas essas possibilidades para mim.

Mas o que eu mais quero no momento é que ela pare de falar sobre ele. Estou tão cansada dela falando sobre ele.

Estou tão cansada dela apaixonada por ele.

Virei minha cabeça na direção dela e ela ainda tagarelava sobre ele.

Suspirei e voltei a observar o teto.

Mas o que eu iria fazer? Contar a ela? Falar para ela "Sonhei com você quase todas as noites esta semana"? Nunca.

"Quantos segredos você consegue guardar?"

A pergunta que Henrietta fez para mim a alguns meses atrás veio a minha cabeça.

Alias, toda a conversa que ela teve comigo a algum tempo atrás veio a minha cabeça.

"Bebe, acho que já esta na hora de você falar para ela."

"Ficou maluca? A-ainda é muito cedo."

"Não acha que você esta fingindo e esperando a tempo de mais? Um ano foi tempo suficiente. Alias, foi tempo demais. Você já se aceitou, agora você tem que fazer os outros aceitarem isso."

"Mas eles nunca vão aceitar..."

"Eles não precisam te aceitar, só precisam aceitar quem você é. E Bebe, você é gay."

Mesmo tendo prometido que iria pensar no assunto, eu nunca de fato pensei sobre isso.

– O que acha Bebe?

Pisquei os olhos repetidamente, e dei um sorriso amarelo, que Wendy sabia o que significava, que eu não prestei atenção nas ultimas coisas que ela falou. Ela olhou para mim com uma cara de "serio?".

– Você acha que eu devo entregar aquele poema que fiz para o Stan?

Eu pensei um pouco, e meu estomago se revirou. Não pelo fato de ela ter feito um poema para ele, e sim por que aquele poema foi tão... Piegas...

– Aquele do "porque esta melodia que encontrei me faz pensar em você de alguma forma, quando a toco repetidamente até cair no sono" ?

Ela concordou com a cabeça sorrindo corada.

Wendy tem muitos talentos e dons, mas poesia não era um deles.

– A-acho que não Wendy... Pode assustar ele.

E assim Wendy voltou a tagarelar sem fim sobre Stan, novamente.

– Oh suas putas, já são 4h30min.

Eu e Wendy nos levantamos e olhamos para Heidi, que se encontrava num colchão aos nossos pés. Wendy foi para o colchão dela, que era ao lado de Heidi, e eu voltei para os meus pensamentos.

Mas, eu quero saber se esse sentimento é recíproco?

O que aconteceria se a Wendy realmente gostasse de mim?

As Não-Cheerleaders

10hrs da manhã - Sábado - 10hrs para O Incidente

Acordei com um barulho de porta sendo fechada tão forte que senti minhas janelas tremerem dentro das cobertas.

Olhei para os lados e percebi que nenhuma das minhas amigas cheerleaders estava lá, e as outras garotas já estavam acordadas, conversando entre si. Olhei para o lado aonde Wendy estava dormindo (bem ao meu lado, podia até sentir o cheiro do shampoo dela), e vi um bilhete.

Eu nem precisava ler, já sabia até o que estava escrito : uma desculpa esfarrapada para não precisar ajudar a arrumar as coisas que as mesmas tinham desarrumado.

Me sentei na cama, passando as mãos nos olhos, e olhei para as outras garotas e para o quarto-porão.

Eu nem tinha percebido na noite passada o quanto eu tinha... Arrumado bem. Eu tinha botado aquelas luzes de natal que são brancas e só tem uma cor por todo o quarto, botei uma mesa de madeira com uma toalha de mesa de linho rosa com branco no canto do quarto, aonde botei todas as comidas e acima dessa mesa coloquei varias fotos de todas as garotas da turma e com papel crepom rosa, cortei em pedaços, fiz bolinhas e fui colando na parede, fazendo um coração em volta das fotos.

– Bebe as garotas...

– Eu sei. - eu falei antes que Red tivesse terminado a frase, esfreguei os olhos e dei um sorriso a todas - Bom dia.

Todas me responderam com um sorriso também.

– Bem... Vou começar a arrumar.

Eu me levantei e comecei a juntar os colchões vazios que se encontravam perto de mim, ao meu lado Lolla, começou a juntar, me ajudando.

– Ta tudo bem Lolla, não precisa. - eu falei para ela com um sorriso, realmente não era necessário, eu arrumaria as coisas bem rápido com ou sem a ajuda delas, e não gostaria que nenhuma me ajudasse, não é a obrigação delas.

– Mas nós queremos ajudar.

Olhei por cima do meu ombro e todas as garotas que ainda estavam ali, limpavam o quarto e arrumavam suas coisas e as minhas também.

Nos terminamos de arrumar em no máximo 10 minutos e depois tomamos todas café da manhã juntas na minha cozinha.

Nunca tive uma manhã tão agradável.

~.~

16 hrs da tarde - Escola de South Park - 4hrs para O Incidente

– Okay, meninas, vamos fazer um intervalo de 30min.

Eu disse, ouvindo todas as garotas suspirarem de alivio.

Antes de sair do ginásio e correr para os braços de Henrietta (o que ela fazia sabado de tarde na escola? Aula de artes.), como o de costume, olhei para as arquibancadas e vi Milly Neal e Sally Turner, mais conhecidas como as escravas de cheerleaders.

Milly e Sally eram melhores amigas. O tipo de amigas que querem ser populares a qualquer custo. Ambas também são muito parecidas em aparência, já que as duas parecem bonecas de porcelana : palidas, sem curvas, e olhos grandes azuis claros. A maior diferença esta no formado do rosto (Milly tem o rosto fino e delicado, enquanto Sally tem um rosto redondinho, com bochechas salientes e sardas pelo rosto), no cabelo, ja que Milly é bem loira e tem cabelo curto ondulado, e Sally é uma ruiva natural com o cabelo beeem laranja liso e também curto. Elas tem muito em comum, até mesmo na personalidade, são bem entusiasmadas e fazem de tudo para terem o que querem e se esforçam bastante. Por mim já tinha colocado ambas na equipe, porém, as garotas não aprovaram a ideia, já que ainda querem ter... Escravas.

Depois de observar as duas e dar um Oi amigável para ambas, peguei minha lancheira e fui em direção ao meu lugar secreto.

– BEBE !

Ouvi uma voz feminina me chamar e dei um passo para atrás, olhando em direção a voz, vi Tammy Warner e Jenni Simons. Tammy balançava a mão e corria em minha direção, enquanto Jenni caminhou pouco e parou no meio do caminho, bem longe de nós.

Tammy Warner era... Gostosa. Não tem outro jeito para mim explicar ela, ela é o que ela é. Animada, sempre com um sorriso no rosto, fala alto, ri alto, tem sotaque mais caipira que o resto de South Park, tem um baita corpão, e realmente não se importa com quem vai dormir a noite. Tammy tem cabelo castanho claro liso que vai até os ombros, e uma mexa branca na frente, bem destacada, ela usa a franja sempre presa para atrás, esta sempre esta maquiada, com sombra, batom, blush e seila mais o que, ela tem um piercing de argola no nariz, um no umbigo e rumores que tem um nos mamilos. Ela usava uma blusa rosa com um decote grande, uma saia jeans branca e botas "de caubói" marrons. Para mim ela deveria ter ficado em 3º na lista de garotas mais bonitas, em vez de 7º. Mas nunca que Douglas teriam botado alguém que não fosse cheerleaders no top 5, senão seria morto.

– O que foi Tammy? - perguntei olhando a garota no meu lado, segurando os joelhos enquanto puxava o ar por ter corrido aquela distancia. Eu podia ver todo o seio dela, não pude conter um sorriso de lado.

– Eu queria agradecer. - ela disse agora ficando reta, me olhando nos olhos, ela estava corada, mas algo não me dizia que era por ter corrido aquela pequena distancia. - Sabe, Bebe, você é diferente das outras cheerleaders e garotas dessa escola, você não me julga... Você me trata como todas as outras garotas e isso me deixa extremamente feliz, porque... Ãhn... - ela abaixou o olhar ficando mais vermelha, e depois virou rapidamente para mim, segurando as minhas mãos - Eu sinto que estamos virando amigas!

Eu não pude deixar de sorrir, Tammy era fofa,e eu nem sabia disso.

– Tammy, nós já somos amigas.

Quando Tammy ouviu isso, ela me abraçou forte, e cochichou no meu ouvido "Obrigado, Bebe." , senti que ela iria chorar, então a abracei mais forte. Logo ouvi Jenni chamando ela, e então Tammy se despediu de mim. Abanei para Jenni, mas ela simplesmente virou o rosto.

Como definir Jenni Simons? Ela é particularmente... vampira. Ela começou com a modinha na escola, antes disso ninguém sabia o seu nome. Ela sempre foi amiga de Tammy, mesmo que as duas fossem nada iguais. Jenni é seria, discreta, e não liga para as pessoas. Ela é indiferente com tudo e todos. Tem cabelo repicado e pintado de branco, com uma mexa castanha na frente, no lado contrario em que Tammy tem a mexa branca, ela usa a franja comprida jogada para o lado, tem alargadores pretos nas duas orelhas, usa um piercing preto no septo, dois de bolinha na bota, e dois nas covinhas.

Eu parei de observar as duas para voltar a seguir meu caminho.

Explosão

16hrs e 20min – Atrás das Arquibancadas – 3hrs 40min para O Incidente

– Você vai explodir.

Henrietta disse como se estivesse dizendo a previsão do tempo, como se fosse algo banal.

– Eu não vou explodir se eu esperar o tempo certo para eu falar á ela.

Repliquei, um tanto zangada, massageando as têmporas.

No primeiro momento que pude conversar com Henrietta a falei o que havia acontecido noite passada, e a perguntei se deveria contar a Wendy sobre bem... a paixonite minha por ela. E a resposta clara e obvia dela foi : sim.

Direto e sincero.

O que resultou numa discussão sobre eu dizer ou não.

– Bem Bebe, você disse que ia pensar em falar, vejo que esta pensando.

Ao Henrietta dizer, eu sorri, vendo que ela estava vendo pelo meu lado, quando fui abrir a boca, Henrietta continuou:

– Só que esta pensando com a bunda. Encare os fatos, se você ficar esperando o “tempo certo” para falar, você n u n c a irá dizer. Essa é a verdade.

Terminando de falar, ela teu um gole no café.

Eu desisti de falar e me calei.

Henrietta tinha razão. Ela sempre tinha.

O jeito da Henrietta ser sempre sincera, dizer o que pensa e sempre ter razão me fez ser amiga dela. Na verdade, ela é o que eu queria ser.

Ela se veste do jeito que quer, se porta do jeito que quer, fala do jeito que quer, ela faz tudo como ela quer a hora que ela quer.

Ao contrario de mim que sou prisioneira dessa cidade.

Eu fiquei calada olhando para o nada, e depois me encontrei calada, olhando para Henrietta.

– Eu não vou explodir.

Ela revirou os olhos

– Whatever. Você esta atrasada. Go go go.

Ela falou fazendo um gesto com as mãos para eu ir embora, e eu fui correndo.

Depois de ir correndo em direção ao ginásio, e observar as garotas ainda tagarelando, ainda mais Wendy que continuava batendo sobre a mesma tecla sobre Stan, eu revirei os olhos e chamei a atenção delas.

Elas ficaram em suas posições e voltamos a ensaiar.

~.~

– Ok, vamos fazer a coreografia pela ultima vez. Dessa vez vou observar vocês.

Olhando as garotas fazendo o ultimo ensaio, eu me lembrei como era me sentir diferente.

E o que eu queria dizer com diferente.

Nenhuma garota na minha posição olharia aquelas garotas e ficaria feliz pelos movimentos suaves que elas fazem.

E aquilo me enchia de alegria e um sentimento estranho que percorria pela minha espinha e me dava arrepios.

Olhar elas daquele jeito, se movimentando graciosamente, enquanto sorriam, se divertiam. O mesmo acontecia em outros lugares.

Em qualquer lugar que fossemos e tivessem garotas assim, que fizessem coisas tão simples de um modo tão gracioso e ainda com um sorriso puro no rosto, me deixava feliz.

Mas as outras garotas não eram assim. Elas só ficavam felizes quando aqueles ogros selvagens adentravam num lugar fazendo coisas ridículos, falando coisas ridículas, e sendo... Homens.

E eu não entendia como elas podiam se apaixonar por aqueles... Bárbaros. Eu poderia fácil ser amiga de um garoto e falar coisas tão ridículas como eles, porque é de fato engraçado.

Mas eu nunca me apaixonaria por um garoto, pelo fator de ele não se comparar com uma garota em termos de... Bem, olhe para elas.

E eu sempre pensei assim, a única coisa é que eu tenho coragem para dizer elas, e pensar nelas. Mesmo que a única pessoa que ouça isso sejam Henrietta e seu amigo Georgie, que dos góticos é o único hetero.

– Excelente. – eu sorri, já empolgada com tudo que estava acontecendo ou prestes a acontecer. – Finalmente terminamos! Vamos tomar um banho e nos arrumarmos, temos uma grande apresentação pra fazer!

Todas fomos em direção do vestiário ginásio rindo e conversando. Bem, todas não.

Eu sempre sou a ultima a entrar no chuveiro, por motivos de : porque eu quis assim. Como não ia ficar no banheiro, fui em direção a entrada da escola.

Fiquei sentada na porta vendo feliz algumas famílias chegando, ou simplesmente alguns de meus colegas chegando, alguns me cumprimentando, outros nem me percebendo ali.

– Olha aí, a nossa garota!

Eu me virei surpresa olhando para meu padrasto, que se encontrava do meu lado. Ele quase nunca vem aos jogos, já que é bem ocupado com o trabalho e até eventos de caridade que proporciona.

Uma alegria exagerada me subiu ao rosto e aqueceu meu coração.

– PAI ! – disse me jogando para abraça-lo.

Eu amava ele. Ele sempre foi mais que um pai pra mim, já que o meu me deixou de lado assim que me mudei para South Park. Sem falar que ele é O Cara, de verdade. Ele pode não ser o retrato da beleza, por ser meio calvo e gordinho, mas ele é incrível, eu consigo ver sem problemas o porque que a minha mãe se casou com ele.

Nós conversamos um pouco antes de ele ir (não antes de dizer “Você esta fedendo” para mim), e então fui para o chuveiro.

Tomar banho antes de uma apresentação era deveras relaxante. Era o que tirava todo teu nervosismo antes de se apresentar. Mas naquele dia eu não parei de sentir uma sensação estranho, tanto no meu estomago quanto na minha garganta. Algo ali coçava como algo querendo sair.

Terminei o banho pensando no que gostaria de sair de lá, e como eu esperava não vomitar na frente de todo mundo.

“Eu não sou aquela loira do filme A Escolha Perfeita. Eu sou uma loira diferente. Uma que não vomita na frente de todos por nervosismo.”

Pensei enquanto me vestia normalmente, repetindo as mesmas palavras na cabeça.

– BEBE!

Wendy gritou no megafone me fazendo ter um ataque cardíaco.

– PUTA QUE PARIU WENDY, NÃO ERA NECESSÁRIO.

Dizia enquanto me sentava num bando no meio do corredor de armários do vestiário, com a mão no peito, e a FILHA DA PUTA, ria.

– Bebe você nem vai acreditar... Stan se ofereceu para fazer um ponto para mim! Sem eu precisar pedir! Não é incrível?

Algo nos meus batimentos cardíacos depois de ouvir aquilo, me lembrou um tique-taque insano de uma bomba prestes a explodir, não sei se foi o susto ou o fato daquilo estar acontecendo... A mínima chance de Stan estar gostando dela, me preocupava.

E enquanto Wendy se gabava do acontecimento, alguma coisa dentro de mim crescia e se revirava.

– Eu acho que ele esta apaixonado mesmo por mim... Awn...

Todo meu medo de Stan namorar Wendy e eu nunca a ter para mim, cresceu para um tamanho estupido, muito estupido.

Aquela coisa dentro de mim ficou maior que esse medo, e ela reinava em sair, como um vomito incontrolável. Um ser vivia dentro de mim e estava disposto a sair naquele momento.

E eu desejei ate a ultima gota de sangue meu que um ser vivo saísse da minha garganta e falasse “Oi Wendy”, e fosse embora, nos assustando. Mas algo pior aconteceu.

Eu explodi.

Assim como Henrietta previu.

– Eu odeio Stan. Eu realmente odeio ele, e quer saber por que? Por que você é apaixonada por ele, e não por mim. Eu merecia ser a pessoa que você corre atrás desesperadamente tentando chamar atenção. Eu. Porque eu me importo. Porque eu te amo muito mais que ele e eu sou apaixonada por ti Wendy.

Fui tentar me aproximar dela, mas ela se afastou, com repulsa.

E naquele momento eu não ouvia Wendy, nem a mim mesma, apenas os meus batimentos cardíacos, e acredite, eu não precisava ouvir eu mesma pra saber que durante minha explosão eu não tivesse falado a Wendy, que eu estava imensamente apaixonada por ela.

Mas eu dei graças a Deus a não poder ouvir ela no próximo segundo.

Wendy se afastava de mim com a pior cara de nojo e pronunciava palavras, provavelmente cruéis, e negava com a cabeça. Por fim, simplesmente se virou e caminhou rapidamente para fora.

Naquele momento eu senti tudo.

Eu senti vergonha.

Nojo de mim mesma.

Um coração partido.

Uma pequena explosão, que se alastrava por todo meu corpo e fazia minhas pernas tremer.

E tristeza, que fazia meus olhos derramarem lagrimas.

Eu olhei para o meu relógio que marcava 20horas em ponto.

“Horário do acidente : 20horas” pensei comigo, enquanto limpava algumas lagrimas.

O pior? É que eu não podia ir embora. Eu tinha que levantar a cabeça e sair pela porta do vestiário, já me preparando para acenar e torcer por um garoto que eu odiava e que me fez perder minha melhor amiga. Que agora não era mais, claro.

O pior do meu coração batendo forte e descompassadamente, era que ele ainda me lembrava uma bomba.

Eu caminhava pelo campo abanando para as outras pessoas desviando o olhar dos meus pais, fingia um sorriso, mentia que o choro era de emoção e ouvia Wendy gritar no megafone e pedia nós para começarmos.

E mesmo com tudo isso eu não pude parar de pensar sobre explosões.

Enquanto nos preparávamos para fazer a coreografia que treinamos loucamente, Wendy insistia em trocar de lugar com Patty, fazendo ela ficar no meio de nós. E eu não impedi ela.

Existem explosões que ninguém sabe porque acontecem, existem umas que acontece porque você deixa acontecer, outras por acúmulos e etc...

O problema de trocar de lugares é que as cheerleaders que trocavam de lugar tinham que saber exatamente o que a pessoa a qual estava no lugar tinha que fazer. Todas as cheerleaders sem excessão, são obrigadas a saber o que a outra esta fazendo, por que sempre tem substituições de ultima hora. Wendy poderia fazer fácil a parte de Patty.

Porém eu duvido muito que Patty soubesse alguma parte da Wendy.

As piores explosões nem são as grandes, são aquelas que acontecem porque uma aconteceu. E essas muito mais que grandes. Porque elas se colidem.

E é, Patty não sabia a parte de Wendy. Tanto que me fez tropeçar e ir direto na direção da mesma.

O exemplo dessas explosões é a minha em contraste a de Wendy, que só aconteceu porque eu explodi, e que também só aconteceu por que Patty me fez tropeçar, fazendo com que eu me apoiasse em Wendy, o que fez ela se afastar em mim, e com o megafone na mão gritar a pior coisa possível.

– NÃO ENCOSTA EM MIM SUA MACHORRA.

O que vinha a seguir era uma plateia calada e desnorteada, o foco da câmera do jogo na gente, eu no chão ajoelhada e com as pernas tremulas demais pra me levantar, Wendy se afastando de mim cada vez mais, as outras cheerleaders confusas, e os jogadores deixando de organizar as jogadas para nos observar.

De longe o momento mais humilhante de toda minha vida.

E naquele momento eu olhei para minha mãe, porque?

Já sentiu vontade de correr pro colo da tua mãe quando menor? Porque lá é seguro? Lá você podia chorar a vontade sem se importar?

E com isso eu fiz algo que não fazia a muito tempo:

Correr sem direção.

Infelizmente logo parando pelas pernas ainda bambas e a falta de ar, percebendo que estava na parte da entrada do vestiário em que as outras pessoas não podiam me ver.

Mas eu podia ouvi-las.

Entre os meus choros, eu ouvi torcedores uivando, xingando-me, entre outros. E nunca me senti tão humilhada.

– Bebe!

Ao ouvir a voz masculina, virei para trás e vi o que era o reflexo de perfeição para as garotas da minha escola , Stan Marsh.

– O QUE? VEIO ME HUMILHAR MAIS?

Gritei, logo apoiando minhas mãos nos joelhos, o nervosismo me deixava com asma.

– Não... Eu quero te ajudar.

– Você não veio para me ajudar. Você vai arranjar um jeito de me humilhar junto com seus amiguinhos...

– Bebe.

– Vai me ridicularizar, me ofender...

– BEBE.

Eu virei para Stan e vi que ele estava próximo, com o rosto vermelho e os olhos marejados, ele segurou minhas mãos e falou aquilo como se fosse um alivio.

– Eu sou gay.

E a partir daquele momento eu nunca amei tanto Stan Marsh.


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Notas finais do capítulo

GENTE , eu odeio a palavra “machorra” é tão depreciativa. Doeu ter que escrever 2 vezes.
Então... Vocês devem estar se perguntando o que vem a seguir... E a resposta é : STAN MARSH .
As fotos dos personagens na imagem é de acordo com a ordem que eu vou escrever sobre eles. Os últimos 8 personagens são tipo os “coo-hoast” de cada historia, como na da Bebe é os góticos(mais a Henrietta) por serem mais próximos deles.
Alguma pergunta sobre o capitulo? Criticas? Elogios? Qualquer indicio que alguém além da Caty leia essa fanfic? ;-; bjx de lucidez



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