Eu tinha arrumado minhas malas e eu estaria de volta ao apartamento hoje ou amanhã. Eu estava pronta para ir para a faculdade junto com Katie e Matt.

Pegamos um táxi e vinte minutos depois, após muito trânsito, chegamos ao nosso destino onde Henry nos esperava no campus.

– Ah, ele é tão lindo. – Katie disse olhando para Henry, que estava longe de nós.

Eu e Matt nos entreolhamos e sorrimos um para o outro.

– Algo me diz que Katie está apaixonada. – Matt disse.

Nós olhamos para ela e falamos “Hmmmmm” deixando-a extremamente envergonhada, o que foi muito hilário.

– Parem! – ela berrou me empurrando para cima de Matt. – Ai, vocês são dois idiotas! – ela disse e saiu andando com raiva na nossa frente.

Eu e Matt rimos.

– O que você acha, cupido¿ - perguntei.

– Acho que isso está totalmente ao nosso alcance. Olhe só! – ele apontou para Katie e Henry que estavam conversando. Henry estava rindo de alguma coisa que Katie estava falando.

– Que lindos! – eu disse. – Estamos juntos nessa¿

– Absolutamente.

***

– E então, você parece melhor hoje. – Henry disse sentando-se ao meu lado na sala de aula.

– Eu estou melhor. – respondi e ele sorriu.

– Que bom, você estava muito pálida, deprimida... Estava começando a ficar preocupado com você.

Sorri para ele.

– Ah que lindo. – eu disse dando um apertão em sua bochecha. – Então, me diga uma coisa, você gosta de Katie¿ - perguntei.

Ele ficou vermelho e eu reprimi um sorriso.

– Ah... – ele disse se ajeitando na cadeira. – Como assim gostar¿

Decidi ignorar sua tentativa de se esquivar do assunto.

– Gostar! O que você acha dela¿ Certamente a acha bonita. – eu disse pressionando-o.

– Ah... Sim, ela é linda. – ele disse passando a mão nos cabelos castanhos.

– Você está querendo sair com ela¿

Ele me olhou. Estava com as bochechas ruborizadas e parecia extremamente nervoso.

– Talvez. – ele disse cauteloso.

Abri um sorriso radiante.

– Ela sairá com você. – eu disse.

– Como pode estar tão convicta¿

O professor entrou na sala dando boa tarde para os alunos. Olhei para Henry que me olhava ansioso.

– Porque meu amigo, eu tenho o melhor cupido de todos os tempos.

Ele franziu a testa reprimindo um sorriso e eu ri.

***

Johnny estava me esperando como na noite anterior. Ele estava com uma calça jeans, tênis e uma camisa polo de frio.

Sorri e corri para lhe dar um abraço apertado. Pulei encima dele e lhe dei um beijo e um abraço.

– Oi. – eu disse.

Ele sorriu.

– Oi. Tudo bem¿

– Melhor agora. – sorri e ele também sorriu.

– Ainda não se passou da meia-noite, olhe a indecência. – Matt disse chegando perto de nós.

Olhei para ele tentando em vão fazer uma cara feia. Ele riu para mim e depois trocou um aperto de mão com Johnny.

– E aí, cara! Bom te ver.

– Bom te ver também, Matt. – Johnny disse. – Vocês querem uma carona¿

Matt assentiu.

– Onde está Katie¿ - perguntei.

Matt deu um sorriso malicioso para mim e apontou para uma árvore uns 3 metros longe de nós. Sorrimos um para o outro. Katie e Henry estavam conversando e rindo.

Matt assoviou e Katie olhou para nós depois disse algo para Henry e lhe deu um beijo no rosto e veio correndo até nós.

Henry, após ser beijado na bochecha, virou-se para ver Katie correndo ao nosso encontro. Ele tinha um sorriso pequeno no rosto. Coloquei a mão na boca, pasma com aquela situação. Eu e Matt tínhamos uma missão.

Olhei para Johnny que olhava para mim sorrindo.

– Não é lindo ver uma pessoa olhar para a outra assim¿ - perguntei virando-me para ficar de frente para ele.

Ele colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e me deu um beijo.

– Sim, é lindo. Eu acho que olho pra você desse jeito. – ele disse dando de ombros.

– Você olha de um jeito mais possessivo, mais... Animal. – eu disse.

Ele riu.

– Animal¿ Não. Possessivo... – ele estreitou os olhos e depois olhou para mim com seus olhos verdes acinzentados. – Talvez.

Estreitei os olhos e puxei-o pelo colarinho da blusa dando-lhe um beijo apaixonado.

Ouvi assovios.

– Tudo bem, esperem até estarem sozinhos, Johnny, você pode nos levar¿ - Matt perguntou.

Johnny olhou para ele.

– Claro, entre no carro.

Ele deu a volta no carro e entrou. Abri a porta do carona e antes de entrar disse para Matt:

– Estraga prazeres.

Ele riu e balançou a cabeça entrando no carro. Sentei-me no banco e fechei a porta. Johnny deu a partida. Ele pegou minha mão que estava no banco e entrelaçou em sua mão.

Olhei para ele e sorri, ele sorriu de volta.

***

– O apartamento continua sendo seu. – ele disse me entregando a chave.

Olhei para ele e depois para a chave. Estávamos do lado de fora do apartamento com todas as minhas malas.

Suspirei e peguei a chave de sua mão e destranquei a porta. Girei a maçaneta e a abri. Olhei para ele, ele estava olhando para mim.

– Bem vinda de volta. – ele disse largando as malas no chão e pegando-me no colo como o noivo faz com a noiva.

E era para ter sido lindo, mas acabou sendo uma cena desastrosa. Quando ele ia entrar comigo no apartamento, bateu minha cabeça no batente da porta.

– Ai. – eu disse colocando a mão na cabeça.

Ele arregalou os olhos e me colocou no chão rapidamente e depois olhou minha cabeça, separando os cabelos para ver onde tinha batido.

– Ah meu Deus, me desculpe! – ele disse.

Comecei a rir sem parar sentando no chão.

– Ah meu Deus! – eu disse gargalhando.

Ele estava parado, sério, olhando para mim. Mas, estava muito óbvio que ele estava morrendo de vontade de rir. Lágrimas começaram a cair dos meus olhos de tanto que eu ria.

Ele balançou a cabeça reprimindo um sorriso e tirou as malas do corredor, trazendo-as para dentro. Trancou a porta e sentou-se do meu lado. Eu ainda ria.

– Você está bem¿ - ele perguntou sério.

Parei de rir por um instante e olhei para ele e balancei a cabeça rindo. Dei um beijo em sua bochecha.

– Que desastre.

– Acho que é a emoção de ter você de volta.

Parei de rir aos poucos e ficamos nos olhando intensamente sem dizer nada. Respirei fundo e apoiei minha cabeça em seu ombro.

– É bom estar de volta. – eu disse. – Senti sua falta.

Ele continuou olhando para mim e então deitei no chão colocando a cabeça em suas pernas.

Sua barba fazia parecê-lo mais velho e mais sexy. Sorri.

– Me promete uma coisa¿ - ele disse.

– O quê¿ - perguntei depois de um tempo.

Ele hesitou por um momento e depois disse:

– Nunca, nunca me deixe. Não sei o que fazer sem você.

Processei suas palavras lentamente, olhando para cada traço perfeito de seu rosto.

Dei um sorriso torto.

– Eu prometo. – eu disse.

Ficamos nos olhando por longos minutos. Eu não sabia o que ele estava pensando, mas gostaria de saber. Ele não quebrava o contato visual comigo. Olhava para minha boca, meus olhos... Era sensual.

– Bem, vou levar essas malas para o quarto. – eu disse colocando-me de pé um pouco sem graça enquanto ele me olhava intensamente.

Peguei duas malas e levei para o quarto. Quando entrei nele, coloquei as malas ao lado da cama e analisei aquele quarto.

Senti sua falta. – pensei dando um sorriso torto.

Vi a sombra de Johnny se projetando perto de mim. Virei-me para olhá-lo. Ele estava com a camisa aberta olhando para mim.

Estreitei os olhos e reprimi um sorriso.

– O que foi¿ - perguntei.

Ele não respondeu e deu três passos até chegar a minha frente. Colocou a mão em minha nuca e suavemente puxou minha boca para a sua. Acho que era o seu jeito de dizer que sentiu minha falta. Acho que era o jeito que nós dois tínhamos de falar que sentíamos falta um do outro.