Contando Estrelas 3 escrita por Letícia Matias


Capítulo 2
Capítulo 2




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Abri meus olhos devagar. Eu estava sonolenta e morrendo de preguiça. Sentia meus pesados por causa do cansaço. Apoiei-me no cotovelo e virei-me para olhar para Johnny. Ele me olhava.

– Que horas são¿ - perguntei com a voz rouca.

– Três e meia.

Ele pegou uma mecha do meu cabelo que estava caindo dos lados do meu rosto e passou seus dedos entre ela.

– Você está linda.

Sorri e balancei a cabeça deitando-me novamente de frente para ele. Estávamos um de frente para o outro agora.

– Acho que você tem uma queda por pessoas com cara amassada.

Ele riu e ouvir aquele som maravilhoso, depois de uma semana torturante, era magnífico.

– Senti tanto sua falta.

– Eu também.

Ficamos em silêncio por alguns instantes, olhando um para o outro.

– Queria poder ler seus pensamentos. – ele disse.

– Agradeço por você não poder lê-los. – respondi sorrindo.

Ele estreitou os olhos e sorriu.

– Você não faz ideia de como senti sua falta. – ele disse se apoiando no cotovelo para beijar minha bochecha.

Fechei os olhos e respirei fundo. Não disse nada.

– Foi a pior semana que alguém poderia ter.

Ele se deitou novamente e tornamos a nos olhar.

– Você acredita em mim¿ - ele sussurrou.

Engoli em seco.

– Se você diz que não me traiu, eu acredito em você. Só espero que eu esteja fazendo a coisa certa acreditando em você.

Ele soltou o ar pela boca.

– Sinto que você não acredita cem por cento em mim.

Dei de ombros.

– Johnny, eu amo você. Eu chorei essa semana inteira, não foi fácil para mim, nem um pouco. Eu... Vê-lo com aquela... Vagabunda! Eu só sabia chorar e estava trancada no quarto. Eu... Amo demais você e é por isso que estamos aqui juntos novamente. Eu simplesmente não consigo... Eu não tenho forças para ficar longe de você.

Ele me deu um selinho e colou sua testa na minha e disse baixinho:

– Não suporto a ideia de imaginar você chorando por minha causa. Eu seria um tremendo filho da mãe se fizesse isso com você. Eu nunca faria isso com você, Mary. Nunca. Eu amo demais você para simplesmente estragar tudo. E não seria uma boa troca. Eu... Não trocaria você por ninguém. Eu não suporto a ideia de ficar longe de você ou ver você com outra pessoa. Acho que isso seria a morte para mim.

Sustentei seu olhar cinzento esverdeado. Ele era tão lindo que era de partir o coração. Ele estava de barba e seu bigode começava a crescer. Seu nariz reto perfeito. Ele era todo perfeito... Isso o tornava mais atraente ainda.

Meu Deus, eu amo esse homem! – pensei e ri baixinho.

– Sinceramente, gostaria de saber o que está pensando agora. – ele disse. – Estou com remela no olho ou algo do tipo¿

Ri até minha barriga começar a doer. Balancei a cabeça negativamente.

– Não.

– O que está pensando¿

– Em como você é lindo. – eu disse e sorri ao ver um pequeno sorriso aparecer em seus lábios ao mesmo tempo em que ele franzia a testa levemente.

– Você é muito mentirosa.

– Acha que estaria com você se eu não o achasse atraente¿ - perguntei.

Ele riu.

– E aquele papo de que o que vale é o interior¿

– Desculpe-me querido, mas não é só isso o que conta. Essa é a grande mentira que todos preferem acreditar e falam da boca para fora. Ninguém fica, namora, ou casa com alguém apenas por causa do interior da pessoa. O exterior também conta, mas, de fato,há muitas pessoas com uma aparência linda por fora e são pessoas horrendas por dentro. Mas, no seu caso, você é lindo por dentro e por fora.

Ele balançou a cabeça reprimindo um sorriso e me deu um beijo.

– Senti tanto sua falta. Desse seu jeito louco, da sua voz, de ver o jeito como seu cabelo é lindo e como ele cai nas costas, dos seus olhos castanhos, da sua boca. – ele disse passando o polegar em meu lábio inferior me fazendo sorrir. – Do seu sorriso perfeito... Ah Mary. – ele suspirou e me aninhou em seus braços.

Eu me sentia em paz ali. Eu simplesmente não entendia como ele podia ter se tornado uma pessoa tão importante para mim. Eu precisava dele do mesmo modo que precisava de oxigênio.

– Eu te amo muito. – ele disse.

– Eu também. – sussurrei e ele beijou minha bochecha.

Ficamos abraçados, ouvindo a respiração lenta de cada um, matando a saudade, apreciando aquele momento tão maravilhoso. Aos poucos comecei a me sentir sonolenta novamente enquanto ele acariciava meus cabelos. Então, adormeci feliz, leve e em paz.

***

Quando acordei novamente, Johnny não estava na cama e nem no banheiro, a porta estava aberta.

Espreguicei-me sorrindo. Eu me sentia tão bem... Viva! Peguei sua camisa branca e a vesti. Coloquei também suas meias. De repente queria que elas fossem pretas para se parecerem com a meia preta dele que eu tinha pegado para mim. Mas, elas eram cinza.

Levantei-me da cama e fui até a sala e então vi que ele estava na cozinha, preparando um café caprichado e colocando na bandeja. Provavelmente levaria na cama para mim. Bocejei e sorri ao ver a cena dele de costas para mim, sem camisa, com uma calça de pijama, descalço, colocando suco de laranja num copo e arrumando um buquê pequenino de margaridas em outro copo. Decidi que não seria legal estragar a surpresa já estragada. Porém, ele não sabia que eu estava vendo, então, voltei para o quarto de fininho e fui ao banheiro.

Penteei meu cabelo, escovei meus dentes com a escova de dente dele e quando saí do banheiro ele estava na cama sentado do lado da bandeja. Ele estava com uma das flores na boca, entre os dentes. Isso, eu não esperava e não tinha visto.

Ri e fui até ele para lhe dar um beijo.

– Bom dia. – eu disse.

– Bom dia.

– Muito sensual.

Ele riu.

– Preparei um café da manhã para você.

Eu sei, vi você preparando. – pensei, mas, mordi minha língua para manter-me calada.

– Ora, muito obrigada Sr. Donahue. – eu disse dando a volta na cama e sentando-me ao lado dele.

Ele colocou a bandeja nas minhas coxas e eu peguei o copo de suco e dei um grande gole. Estava gelado e muito bom.

– Hmm. – eu disse em aprovação.

Ele sorriu.

Coloquei o copo de volta a bandeja e vi o que tinha de bom.

Sorri e olhei para ele.

– Você sabe mesmo me mimar. – eu disse. – Meu café da manhã favorito. Não como isso há... Uma semana.

Iogurte natural, blueberries, cereal e suco de laranja. Também tinham dois muffins de chocolate.

– Fico feliz que tenha gostado. – ele disse.

Sorri e misturei o iogurte no cereal e dei uma grande colherada.

Ele riu.

– Porque não come isso há uma semana¿

Sorri e balancei a cabeça.

– Digamos que Katie e Matt não são muito saudáveis. O café deles todos os dias são Starbucks e muffins de blueberry. Eu não tenho nada contra muffins ou Starbucks, mas, eu tenho meu café da manhã favorito. – eu disse apontando para a bandeja.

Ele riu e eu sorri dando mais uma colherada no meu cereal deixando o iogurte cair em sua camisa.

– Oh meu Deus! – eu disse passando o dedo aonde tinha caído. Olhei para ele. – Desculpe!

Ele fechou os olhos e balançou a cabeça sorrindo.

– Johnny! – eu disse. – Pare de rir a toa, o que você tem¿ Derrubei iogurte na sua camisa, e agora¿

– Estou rindo porque eu amo seu jeito atrapalhado. E agora¿ - ele disse me imitando - Agora é só por na máquina de lavar. – ele sorriu e mordeu o lábio.

Que sexy. – pensei.

Ele passou o dedo pelo meu queixo e me mostrou em seu dedo um pouco de iogurte.

Franzi a testa e passei a mão pelo meu queixo.

Ele balançou a cabeça sorrindo.

– Eu te amo, sabia¿ - disse.

– Eu também. E agora, você fará café da manhã para mim toda vez que nos vermos.

***

Ele me deixou em frente ao prédio de Katie e disse que me buscaria na faculdade de noite.

Quando entrei no apartamento dois pares de olhos ansiosos olharam para mim. Katie e Matt estavam sentados no sofá olhando diretamente a mim com um sorriso no rosto.

Mordi o lábio e sorri.

– Eles voltaram! – Matt gritou levantando-se com os dois braços erguidos para cima.

Katie deu um pulo e gritou. Correu até mim e me deu um abraço.

– Eu sabia! Sabia que vocês iriam se acertar!

– Gente me deixe respirar.

Ela riu me largando.

– Nos conte absolutamente tudo, Srta. Anne. – ela disse.

Revirei os olhos e sentei-me no sofá. Ela e Matt um do lado do outro olhando para mim e eu olhando para eles.

– Nós voltamos, nos acertamos e passamos a noite juntos.

– Hmm. – Matt disse.

Ri e joguei uma almofada nele.

– Cale a boca, ou não contarei mais nada. – eu disse.

– Desculpe. – ele disse rindo. – Conte.

– Bem, eu... Acredito nele e acho que fui muito precipitada, sabe¿ Não sei... Nós somos tão... Tão... Conectados! Não sei explicar. Apenas... Voltamos e estou muito feliz. – eu disse sorrindo.

Katie soltou um gritinho batendo palmas.

– Ah graças a Deus! Nós todos estávamos torcendo para que vocês voltassem.

– E, ele quer que eu volte para o apartamento. – eu disse. – E no caminho para cá, ele disse que... Vai se mudar para Nova York!

Novamente, Katie gritou batendo palmas.

– Vão morar juntos¿ - Matt perguntou.

– Ainda não sei. Nós... Vamos conversar sobre isso melhor hoje ou amanhã. Ele vai me buscar na faculdade hoje, depois vamos vir aqui e pegarei minhas coisas e vou voltar pro apartamento. Eu... Agradeço por vocês terem me deixado ficar aqui. – eu disse.

Matt revirou os olhos.

– Não seja boba, Mary. Sempre estaremos de portas abertas para você. Apenas, não dê outro chilique. Vocês se amam, não vão se separar por causa de qualquer megera venenosa.

Estreitei os olhos.

– A megera gostosa de quem estava falando ontem de madrugada¿

Katie olhou para ele horrorizada e lhe deu um tabefe na cabeça.

– Que horror!

Eu e Matt rimos.

Mordi o lábio. Eu estava feliz novamente.


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