"Em qualquer lugar que eu vou, onde você está, eu estou."

Tanto Faz - Luan Santana

Esse cinco meses podem ser descritos como: sonho se realizando, saudades da família, talento sendo reconhecido e ansiedade para beijar minha namorada.

Quando Nando avisou que iriamos para casa depois da gravação da nossa nova musica, pois os dois últimos shows seriam em São Paulo e Rio de Janeiro, eu e Sol fomos os que mais comemoraram, já que eu estou morto de saudades da minha namorada, e ela do Wallace, quando estavam fazendo a mixagem na musica, aproveitei e liguei para Karina, estava pensando em contar a ela que de noite chegaria em casa, mas resolvi deixá-la acreditar que chegaria só semana que vem. Depois da música ficar pronta, fomos para o hotel e arrumamos nossas coisas, e logo saímos de Espirito Santo. A viagem seria longa, mas como saímos de lá umas dez da manhã, até umas oito da noite chegaríamos em casa. Na viagem, eu aproveito para descansar já que quero chegar em casa, e passar um tempo com Karina, claro que quero ver meus pais e Tomtom também. Eu e meu pai conversamos muito nesse tempo que eu estava viajando, eu nunca vou esquecer o que ele fez minha mãe passar, mas o perdoei por que preciso dele na minha vida. Minha mãe me ligava todos os dias, e sempre dizia que sentia muito minha falta, mesmo quando eu estava implicando com a pirralha, ou reclamando de algo. Tomtom era minha predileta, ela era dona de um fã clube da banda, e ainda por cima sempre me contava coisas sobre o que estava acontecendo com todos. João sempre conversava comigo também, ele está todo animado pois ele e Camila estão bem depois de um crise no namoro.

Chegamos no bairro era oito horas, fomos primeiro deixar Sol em casa, e depois Rominho, Luca e Paula no bairro deles, pararamos em frente ao Perfeitão, e eu logo fui ver meu pai, já que minha mãe com certeza não deve está no restaurante de noite.

– Pedro? Não sabia que vinha hoje. - meu pai diz ao me ver. Ele vem e me abraça e eu retribuo, senti falta do velho também.

– Sim, queria surpreender vocês. Cadê a mãe e a pirralha? - eu pergunto me soltando dele.

– Estão lá em cima, o coleguinha dhhhhha Tomtom ta aqui também. - ele diz e eu fecho a cara.

– O tal Paulinho? - pergunto, já subindo. Quando chego na porta escuto risadas. - Que bom que estão felizes, pois eu cheguei.

– PEDRO! - Tomtom grita, e pula assim que fecho a porta. No sofá está o tal amiguinho dela, e minha mãe na cozinha, que vem me dá um abraço também.

– Filho que saudades. - ela diz ainda abraçada comigo.

– Você é um chato, eu e Paulinho estávamos preparando uma festa pra sua chegada. - a pirralha briga comigo.

– Então esse é o famoso Paulinho. - eu digo me soltando da minha mãe e Tomtom.

– E aí cara, a Tomtom fala muito de você. - a criança estende a mão pra mim.

– Ela falou bastante de você também. - disse, e o encaro bravo e pego sua mão. - Eu to de olho em você, em pirralho.

Então me viro para as duas, minha mãe está sorrindo e Tomtom balançando a cabeça.

– Me conta tudo Pedro, como fi? E os lugares das fotos? Já está sendo reconhecido? - a pirralha me enche de perguntas.

– Eu sei que vocês querem saber como foi, e tal. Mas quero ver minha namorada.

– Ela deve está treinando com o Cobra, na academia. - minha mãe fala.

– Com o Cobra? A essa hora? - pergunto.

– Sossega, Pedro. - Paulinho se mete. - A Karina só está treinando, não precisa ficar cheio de ciumes.

– Mas é abusado essa criança, em. - digo olhando pra minha mãe. - To indo pra lá, ela vai ficar surpresa comigo chegando do nada.

– Vai lá filho, a Karina também sentiu muito sua falta. - minha mãe me abraça mais uma vez. - É bom ter você em casa.

– Também adorei voltar mãe, ah e pede pro papai subir com minhas coisas, tenho presente para vocês.

Saio de casa e vou correndo para academia, vejo as luzes acessas, e a porta está apenas fechada, não está trancada, abro e vejo Karina sentada na beirada do ringue, e encosto nas cordas e espero ela virar, quando me vê faço uma gracinha, e logo vou até ela e nos beijamos, parecia o céu. Depois de beijos, brincadeiras, ela me bater, e eu a chamar pro ringue, cosquinhas, nós fizemos amor, e como sempre foi muito bom. No chuveiro então, eu realmente adorei minha chegada. Depois fomos para minha casa, e eu dei umas lembracinhas pra todos, guardei só a do João e da Camila, que não estavam lá.

Tomtom não parou de reclamar que a festa não iria rolar, mas ela me disse quando estávamos no quarto, que ainda tinha a operação Surpresa Perina, e que eu iria adorar, ela estava esperando passar os dois shows.

Sexta chegou e de manhãzinha fomos para São Paulo, show foi ótimo, alguns sabiam nossas musicas e tudo. Dinho ao final do show nos agradece no camarim, e disse que sábado seria lá no Rio e que poderíamos levar alguem, no show e na pós festa que iria rolar na casa dele em Ipanema, só para banda e alguns conhecidos. Claro que chamei a Esquentadinha, seu pai até tentou não deixar, mas Dandara nos ajudou e disse que para a K não precisar ir cedo para o CitiBank Hall que o Gael a levaria na hora do começo do show. Mas então Cobra comprou ingresso para ele e Jade para o show, por fim Camila e João também compraram, e a Karina nem iria ficar sozinha, e Nando pediu que para Dinho que eles vissem o show aonde a gente da banda ficava quando acabávamos de apresentar, e foi até melhor que Karina não ficaria sozinha enquanto eu toco com a banda. No sábado fomos cedo para o local do show, já que sempre passávamos o som antes, e eu estava nervoso, como sempre fico antes do show. Quando foi dando a hora, do show começar, nos ajeitamos, fizemos a roda com todo o pessoal do Capital e depois fomos, eu sabia que Karina estava ali assistindo, e então quando cantamos Esse Seu Jeito, ofereci a musica a ela mesmo não a vendo, mais sabia que ela estaria vermelha. O show foi ótimo, logo que acabou eu dei um jeito de ir para onde eles estavam, até o Cobra elogiou a banda, mas então eu a vi de costas, fui até ela.

– Uau, você está tão gata. - digo.

– Eu e Jade fizemos um acordo. - ela responde olhando feio pra Jade. - Mas até que essa roupa não ficou tão mal.

– Não ficou nada mal, você está muito gata, todos daquela festa irão me invejar, apesar do óbvio.

– Que seria? - ela pergunta.

– Eu ser um Deus da musica e por eu ser gostoso. - digo, arrancando risadas dela e de todos que estavam ali.

Karina

Eu e Jade estávamos discutindo, num sábado a tarde, faltando duas horas para o show do Pedro. Quando eles ficaram sabendo que iriamos no show do Capital, logo compraram os ingressos, iriamos João, Camila, Cobra e Jade, que me implorou para me arrumar para o show, ele veio com a famosa chantagem emocional.

– K por favor, você sabe que me arrependo até hoje de ter te zoado quando foi naquela festa de vestido, eu me sinto mal por isso até hoje. Por favor, deixa eu te arrumar, juro que não irei exagerar, e que você vai ficar inda mais linda.

De tanto ela pedir, eu aceitei, mas com uma condição, que eu não usaria vestido dessa vez, ela concordou. Mas chegou no dia, ela me veio com uma saia.

– Não acredito Jade, eu não irei desse jeito. - reclamo.

– Karina, você prometeu, e outra depois vocês tem a festa, e tipo é importante para o Pedro.

– Eu sei qe é importante pra ele, mas não irei igual palhaça. E ainda de barriga de fora. - reclamo mais ainda.

– Okay, vamos fazer o seguinte. - ela se senta na cama ao meu lado. - Se você se vestir com essa roupa, que é linda e sexy, euzinha Jade irei fazer uma aula experimental de Muay Thai.

– Sério isso? - eu pergunto chocada.

– Sim, seríssimo, e você pra se vingar, deixo me vestir no dia do treino com essas suas roupas. - ela diz, e eu pondero, e admito internamente que a roupa não é de todo ruim.

– Fechou então. - então ela começa a produção, quando estou pronta, eu aprovo o resultado mas não conto pra ela.

– Okay, pelo menos irei ver você apanhar na academia por isso. - reclamo. Quando ela está pronta, então vamos pra sala, e meu pai quase tem um treco, dizendo que eu não sairia daquele jeito de casa, mas por fim ele deixou. Chegamos no lugar e estava lotado, a Galera da Ribalta entrou e eu percebi que já tinham alguns fãs deles também, quando Pedro ofereceu a música para mim, fiquei super vermelha, eu nunca vou me acostumar com isso. Quando acabou, Pedro veio até a gente, e não parou de me elogiar, e toda hora ficava falando que minhas pernas eram lindas, e que seria o cara mais invejado na festa. Curtimos o show inteiro com Pedro, e nossos amigos. Quando acabou eles foram embora e eu e Pedro fomos para o camarim, para que saímos para ir pra tal festa. Quando Pedro me falou da festa eu não estava muito animada, já que não curto isso, e além de ter meus traumas com festas desde o ano passado com aquela lá na Ribalta, mas aceitei pois queria muito ver ele tocar, não que eu admitiria para ele. Fomos de carro com Rominho dirigindo, e quando chegamos na casa, eu me surpreendi, era enorme. Estava tipo uma balada no lugar, entramos e logo depois o lugar estava lotado, eu e Pedro curtimos a noite inteira, dançamos juntos, depois íamos pra varanda e ficávamos conversando. Quando eram três da manhã fomos para sua casa, eu mandei uma mensagem para Bianca dizendo que dormiria na casa do Pê, para ela acalmar meu pai e não deixar ele pirar.

Pedro

A noite foi perfeita, a madrugada ainda mais, na festa Karina e eu curtimos muito, dançamos e conversamos bastante, quando acabou falei pra ela dormir lá em casa mesmo que já estava tarde. Quando chegamos abri a porta devagar e peguei a mão dela.

– Shiu, ta todo mundo dormindo. - então olho para o pé dela, e aquelas botas perfeitas. - Acho melhor você tirar isso, vai fazer barulho.

– Ta bom, me ajuda aqui. - ela concorda, e cuidadosamente tira as botas e as segura na mão. - Pedro, eu to com fome.

– Vem, o que você quer comer? - pergunta enquanto ela para na minha frente, e eu fecho a porta.

– Acho que quero qualquer coisa, estou com muita fome. - ela sussurra, e eu aproveito para agarrar ela por trás e vamos andando assim, ela joga abota no sofá.

– Podemos assaltar a cozinha inteira, mas primeiro quero isso. - digo baixinho, e a viro para nos beijarmos. Vamos andando até encostarmos na pia, e encostar nas panelas, fazendo barulho.

– Ai meu Deus. - ela sussurra, e então começamos a rir. Então olhamos e vemos que ninguém acordou, eu a levanto e a sento na pia, a sua saia que já é curto fica um pouco mais. Eu a beijo profundamente, apertando sua cintura, e ela enrola as pernas em volta na minha. Eu paro de a beijá-la e vou dando chupões em seu pescoço.

– Para com isso, Pedro. Vou ficar marcada. - ela fala baixinho, fingindo está nervosa.

– Relaxa, Karina. - eu digo, e beijando na bochecha. - Vamos comer algo, você sabe que se continuarmos nisso, não iremos parar.

– Sim, eu sei. - ela diz, e mesmo no escuro vejo que ela está corada.

– Senti falta de te ver ficar envergonhada. - eu digo, enquanto ela desce, e vai arrumando a saia indo para sala. - Sério, me lembre de agradecer a Jade por essa saia.

– Para de graça. A saia é dela, e nem ficou tão boa assim em mim. - ela diz, e se senta no sofá, colocando a bota pra baixo.

– Fica melhor em você, sério mesmo. - digo pra ela, e então para mim mesmo acrescento baixinho. - E sua bundinha fica espetacular.

Eu sei que ela escutou, mas ignorou, eu fuço na geladeira e acho alguns sanduíches, pego suco, e vou levando pra o sofá.

– Ta bom pra matar a fome, isso?

– Está ótimo. - ela diz e pega o sanduíche.

Comemos tudo, e ficamos conversando, ela me conta um pouco dos planos que o tal Diego tem pra ela, e eu conto o que Nando que agora virou nosso empresário tem pra banda, então eu levo os pratos pra cozinha, e então a chamo pra ir pro quarto. Tomtom está dormindo, e eu tiro minha roupa e fico só de cueca e Karina pede uma blusa minha, passo pra ela, e ela a veste. Me deito e ela vem se deitar do meu lado, nos cubro, e beijo o topo de sua cabeça.

– Obrigado por ter isso hoje, adoro ter você nos meus shows. - agradeço.

– De nada, e eu adoro ir nos seus shows também. Tenho muito orgulho de você, Pedro Ramos.

– E eu de você, Karina Duarte. - digo, e ela dá uma risadinha. - Quem diria que os dois estaria realizando os sonhos assim tão cedo? E quase ao mesmo tempo.

– Damos sorte um ao outro. - ela diz, e então me ajeito pra ficar bem perto do seu ouvido, e começo a cantar bem baixinho.

– Tudo de bom que você me fizer, faz minha rima ficar mais rara. O que você faz me ajuda a cantar, põe um sorriso na minha cara. Meu amor, você me dá sorte. Meu amor! Você me dá sorte, meu amor! Você me dá sorte na vida! – canto a musica inteira, até perceber que ela adormeceu, a jeito mais no meu peito, e caio no sono também.