It's you. escrita por Carina Everllark


Capítulo 9
Capítulo 9.


Notas iniciais do capítulo

Heey, espero que gostem do capítulo e não esqueçam de comentar, por favor!
Leiam minha outra fanfic: http://fanfiction.com.br/historia/542916/One_day/



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– Katniss, não fica triste... Sua mãe vai ficar bem –Annie me abraçou. – Nós vamos para a praia, você vem?

– Não sei...

– Ah, você vem sim – Clove puxou-me para fora da cama e me empurrou para dentro do banheiro, jogando meu biquíni lá dentro.

Eu não queria, mas coloquei meu biquíni, passei o protetor solar e fui para a praia com as meninas. Fui para ficar abandonada na areia, porque a Annie mal chegou e já estava dentro da água com Finnick. Clove foi ficar com Cato e os surfistas gatos na beirada da água.

Que beleza. E eu sozinha na areia, ouvindo música e mexendo no celular para disfarçar a solidão.

– Hey, gatinha – Peeta se sentou ao meu lado.

– Oi – respondi desinteressada.

– Bom, hoje começam suas aulas de natação comigo.

– O que?!

– Ora, você não sabe nadar e eu vou te ensinar. Fique tranquila, ninguém vai nem perceber que você não sabe, sou um ótimo professor – ele se levantou e me estendeu a mão.

– Eu não vou – respondi.

– Ah, vai sim – ele me puxou a força.

– Ei! Me solta!

– Katniss! Você devia ficar feliz por ter a oportunidade de aprender. Com a sua idade, todo mundo sabe nadar, mesmo que seja no raso!

Fiquei quieta. Eu odiava o meu trauma de criança, adoraria perder o medo, mas... Sei lá.

– Por que você não quer, Katniss?

– É que... – eu não sabia que podia me abrir com ele.

– Pode me contar, eu não vou falar para ninguém – ele segurou minhas mãos. Ele estava diferente, nem parecia ele. Ele não estava falando com malícia ou querendo ser o gostosão.

– Eu tenho um trauma de infância... Eu me afoguei quando criança e nunca mais consegui entrar em piscinas ou praias... Por favor, não ria de mim, eu era uma criança...

– Não vou rir – ele apertou mais minhas mãos. – Sabe que você pode perder esse medo, não é? Sempre ouvi que para perder um medo você tem de enfrenta-lo. Posso te ajudar nisso – ele sorriu. – Que tal?

– Não sei... – abaixei a cabeça.

– Ei, se você ficar com muito medo nós saímos – ele levantou meu queixo com um dedo, fazendo-me olhar para os olhos dele. – Vamos lá – ele me puxou pela mão.

Foi estranho tudo aquilo. Ele estava diferente, carinhoso, normal... Não estava metido, como sempre foi. Por alguns momentos, gostei de estar com Peeta. Com aquele Peeta, não com o metido.

Fui puxada até a beira do mar. Meus pés já tocavam a água e o medo consumia meu ser. Não sei por que eu tenho tanto medo só de pisar na água.

– Não precisa tremer, não vai acontecer nada de ruim, estou aqui – Peeta apertou mais a minha mão e foi entrando devagarinho. Ele estava um fofo comigo.

Fomos entrando mais e quando uma onda bateu nos meus joelhos eu dei um grito. Corei na hora. Todos da praia olharam para mim, esperando ver algo acontecendo. Peeta começou a rir olhando para mim. Senti uma raiva horrível, uma dor horrorosa, percebi que toda a fofice dele era só para me fazer passar vergonha.

Mas não parecia que ele estava rindo de verdade... Ele estava forçando!

– Ri! – sussurrou ele durante as gargalhadas forçadas.

Comecei a rir forçadamente e as pessoas pararam de nos olhar, devem ter pensado que éramos apenas mais dois adolescentes idiotas gritando e rindo na praia.

– Obrigada – sussurrei.

– De nada – ele disse e continuamos entrando.

Como eu sou estranha. O julguei antes de saber por que ele estava rindo. Não devia ser tão ignorante.

Quando a água estava na minha cintura, ele parou, segurou minhas duas mãos e ficou de frente para mim.

– Seguinte, primeiro vou te ensinar o nado cachorrinho, que é o mais simples e fácil – ele disse e soltou-me.

Ele se jogou na água, se inclinou com a barriga na água e com os pés e os braços se movimentava. Não parecia difícil.

– Sua vez – ele disse e ajudou-me a agachar na água. Eu estava tremendo muito por causa do medo.

Sentir aquela água fria na minha pele era... Maravilhoso! Imagino como deve ser bom mergulhar pelo mar todos os dias, sem medo e sem receio. Eu adoraria ter essa oportunidade.

– Só uma coisa, se você ficar submersa, é só colocar o dedo no nariz e apertar que não entra água. Ou fique soltando bolhas pelo nariz que também funciona.

– Qual das formas você usa?

– Nenhuma das duas – ele riu, se achando. – Já estou acostumado, eu apenas prendo a respiração e deixo rolar.

Ele tinha voltado a sorrir maliciosamente pra cima de mim. Esse garoto é com certeza mais bipolar do que eu, bem mais.

Peeta me fez ficar na posição do nado de cachorrinho, mas ele estava com as mãos na minha barriga, fazendo com que eu não afundasse.

– Agora mexa os braços e as pernas do jeito que eu fiz.

Tentei fazer aquilo, mas não deu certo. Os movimentos foram tão ridículos que eu espirrei litros de água no meu olho e no de Peeta.

– Argh, Katniss! – ele riu e foi coçar os olhos.

Na hora que ele me soltou eu quase morri de tanto susto. Afundei e entrei em desespero, achei que fosse morrer ali mesmo. Toda a adrenalina e o medo da primeira vez voltaram.

Não passou dois segundos que eu tinha afundado e braços fortes já tinham me trazido para a superfície e me envolvido.

– DESCULPA, KAT! Eu esqueci que estava segurando você, perdoe-me – ele estava realmente sendo sincero.

– Seu idiota, eu quase morri de medo! Seu idiota! – bati no peito dele e tentei me soltar dos seus braços.

Que músculos, meu Deus. Nem tinha lembrado de reparar, mas agora meus olhos estavam focados lá.

– Cuidado que você vai babar – ele riu. – Sei que sou gostoso, mas seria feio alguém te ver babando.

– Se liga garoto – soltei-me dele. Só então percebi que ele estava me deixando no alto, que eu não estava com os pés no chão. Tudo bem que estávamos no raso, mas eu levei um susto.

– Não vai querer continuar? – ele perguntou quando viu que eu ia saindo.

– Prefiro que não tenha ninguém na praia. Pode ser de manhãzinha, não deve ter ninguém.

– Melhor ao entardecer então, tem menos gente do que de manhã – ele disse, acompanhando-me até a areia.

– O.k.

– O.k.

– Para de querer imitar a culpa é das estrelas, Peeta! – empurrei-o com a minha cintura e ele fez o mesmo só que mais forte. Quase caí na areia por causa da força que ele colocou, mas ele me segurou.

– Toma cuidado, gatinha – ele sorriu malicioso.

Droga de lado metido dele! Acho que eu o amaria se ele fosse meigo como ele foi hoje todos os dias. O.k, amar é demais, mas com certeza seria maravilhoso.

Fui para perto de Annie e Clove e ele foi se juntar com a turma dele.

– KATNISS! AI MEU DEUS! VOCÊ ESTAVA MESMO NADANDO? E COM PEETA MELLARK? ALGUÉM ME SEGURA QUE EU VOU DESMAIAR – Clove disse.

– Ele está me ajudando, só isso...

– UHUM, EU VI O “SÓ ISSO” COM ELE TE SEGURANDO, VOCÊS SE EMPURRANDO, ELE SEGURANDO SUAS MÃOS DE UM JEITO CARINHOSO, ELE LEVANTANDO SEU QUEIXO... ANW! – Annie entrou na conversa.

As duas estavam vibrando de felicidade por minha causa. Coitadas, não sabem de nada mesmo.

– E eu vi você olhando para o abdome dele! Admite que ele é gostoso pelo menos.

– Ele é bonitinho...

– AI MEU DEUS! ELA ESTÁ ADMITINDO, CLOVE! ELA ESTÁ ADMITINDO! – Annie se jogou para trás. – Quando que eu achei que Katniss Everdeen seria capaz de se apaixonar de novo? Lembra que começou com “ele é bonito” da outra vez?

– AFF! VOCÊS DUAS SÃO UMAS IDIOTAS, QUE SACO! EU NÃO GOSTO DO MELLARK E PRONTO! VÃO SE FERRAR, QUE DROGA! – armei o barraco e saí furiosa da praia.

Estava realmente brava com elas. Que tipo de garota elas acham que eu sou?! Pelo amor de Deus.

*

– Alô, Katniss? – Prim disse.

– Oi, Prim! Tudo bem?

– Sim. A mamãe pediu para mim te avisar que quinta que vem ela faz a cirurgia.

– A-ah, tudo bem. Como vai aí, patinha?

– Tudo normal... Eu fiz uma nova amiguinha! Ela chama Rue.

– Ah! Que legal!

Ouvi o som de alguém bater na porta.

– Prim, tenho que desligar, até mais – desliguei o celular.

Peguei meus óculos de sol, meu celular e saí devagarinho para não acordar as meninas. Tinha combinado com Peeta que hoje de manhã ele ia me ensinar a nadar. Ele preferia que fosse ao entardecer, mas eu preferi que fosse de manhã.

Eu nem tinha olhado na cara das duas o resto do dia de ontem. Ignorei-as o tempo todo, até quando elas vieram pedir desculpas.

Eu tinha ficado muito animada para aprender a nadar. Tipo muito mesmo. Eu tinha a oportunidade de aprender, então por que desperdiça-la?

– Oi, gata.

– Oi – bufei e nós fomos em direção à praia.

– Kat, eu, meus irmãos, suas amigas e todo mundo vai para um acampamento depois de amanhã. Vamos ficar lá por uma semana apenas, vai ser muito legal! É duas horas daqui. Você vem?

– Não – respondi seca. – E por que ninguém tinha me contado que vão me abandonar sozinha?

– Disso eu não sei, só sei que você vai ir e acabou. Não vou te deixar sozinha aqui, mas eu não vou ficar, então você vai – ele tirou os chinelos e a camisa, ficando apenas com a bermuda.

Tentei disfarçar, mas eu não conseguia parar de olhar para o abdome dele. Até parei de discutir. Tirei a saída de banho que eu estava usando, tirei os óculos de sol e soltei meu cabelo, que estava em um coque.

Ele ficou um longo tempo olhando para mim e depois me puxou:

– Vamos lá? Sua babona.

– Eu né? Babão!

Ele ficou tentando me ensinar o nado de cachorrinho, que ajudou bastante. Em uma hora eu já sabia nadar daquele jeito. Ele pegava a minha mão e íamos um pouco mais para o fundo, para eu me acostumar. Muitas vezes eu quase me afoguei, mas era salva pelos braços musculosos de Peeta. Ele estava um anjo comigo, não estava querendo ser o gostosão e me respeitava muito quando eu não conseguia. Cheguei até a gostar dele por alguns momentos.

– Quando voltarmos do acampamento eu vou lhe ensinar a mergulhar – ele disse, enquanto nadávamos. Ele também nadava cachorrinho, para me acompanhar. Eu ainda errava algumas coisas, quase me afogava e tal, mas estava indo bem.

– Já disse que não vou.

– Ah você vai. Ou paro de te dar aulas de natação.

– O que?! Nossa cara, que ridículo. Seu chantagista, isso não é nada bonito tá legal? Aff – fiquei brava. Meu humor mudou.

Fui saindo da praia e quando já estava com a água na cintura apenas, senti uma onda enorme quebrar nas minhas costas e cabeça. Ia caindo de cabeça, já esperando a falta de ar e o afogamento, fui envolvida por braços fortes.

Abri os olhos, que estavam fechados por medo, e encontrei um ser loiro a centímetros de mim. Peeta me envolvia com os dois braços, pressionando-me contra o peito dele. Seu cabelo molhado grudava em minha testa, seu nariz estava junto ao meu e seu lábio chegando ao encontro do meu.


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