Teen Paradise escrita por Annia Ribeiro


Capítulo 4
Calipso


Notas iniciais do capítulo

HEY GUYS!
Como vão? Hoje o cap vai pro Team Caleo... E pra quem não gosta da Calipso vai passar a gostar agora... kkkk
Vou avisando que vou demorar bastante pra postar o prox cap por que EU estou fazendo o trailer de TP e vai ser o primeiro trailer da minha vida OEOIEOIE
Enfim, para não entrarem em abstinencia... já viram a maratona que está acontecendo em Unbroken? Não?! Pois bem, aqui está: http://fanfiction.com.br/historia/496717/Unbroken/



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Calipso se sentia péssima. Havia levado um fora do garoto que morava na mesma casa que ela e que parecia ter sentimentos pela mesma, mas que havia a rejeitado. Pelo visto ela estava enganada. Ainda bem que só teve que compartilhar o mesmo espaço que ele na hora do jantar, pois no resto do tempo ele se manteve fora da vista dela. Ela ficou feliz por isso, mas também só comprovava o fato de ele ser um idiota.

– Você tem certeza de que vai à festa com essa cara de quem comeu e não gostou? – perguntou Rachel, calçando os sapatos em cima da sua cama.

Hoje teria uma festa e é claro que Calipso fora convidada, afinal, ela era popular na escola e todo mundo gostava dela. Não que ela fosse um tipo de patricinha e puta, mas porque ela era legal com todos e divertida.

– Já te contei o que aconteceu, então não enche – Cali respondeu, suspirando.

– Esquece esse tal de Leo, vamos nos divertir... não se deixe abalar por um... lance de uma semana, vamos – a ruiva puxou Cali pela mão, fazendo-a se levantar da cama.

Normalmente seus pais são super conservadores, então quer dizer que proíbem Cali ir a qualquer festa, mas isso não é problema, já que sempre quando tem uma ela pede para dormir na casa da Rachel, sua melhor amiga.

– Tudo bem, vamos nos divertir – decretou Calipso, deixando ser levada por Rachel.

Elas foram ao carro de Rachel e a ruiva dirigiu em direção a festa. Cali se achava normal para a ocasião. Shorts brancos curtos, coturnos, blusa verde larguinha, os cabelos numa traça de lado, maquiagem básica... tudo bem simples, nada largado demais e nem chique demais.

Elas conversaram o caminho todo, mas Cali só conseguia pensar em Leo. Ele era tão diferente, com uma história tão batalhadora, sem falar que ele parecia um ursinho fofo e tinha um sorriso lindo. Ele morava na mesma casa que ela.

Que ódio que ela sentia por ele ser tão idiota. Ou talvez ela que era a idiota.

– Chegamos! – declarou Rachel, animada, quando estacionou no meio fio. Dali já conseguiam ouvir a batida de música eletrônica. Rachel estava abrindo a porta do carro.

– Rachel? – chamou Cali, antes que a menina saísse totalmente do carro.

– O que? – exclamou a ruiva.

– Nada de drogas ou ervas naturais, ou bebidas, ok?

A menina revirou os olhos e fez uma careta, mas concordou. Cali odiava esse tipo de coisa que os jovens de hoje insistiam em achar que era legal. A garota saiu do carro e fechou a porta, entrando no pub do Dionísio junto com Rachel.

A festa estava animada. As luzes dançavam de forma alucinótica, piscando em várias cores e deixando Cali tonta. A batida explodia nas caixas de sons e a única luz parada era a que estava em cima do DJ. Cali sorriu, vendo todos dançarem e pularem e logo ela e Rachel se jogaram em meio a multidão, dançando em meios as luzes e acompanhando a batida.

Em poucos minutos ela já tinha se perdido de Rachel e um garoto já estava colado em Cali, a segurando na cintura e dançando com a garota. Calipso achava isso estranho, mas era algo normal em festas e desde que o garoto não tentasse nada demais estava tudo bem. A garota continuou a dançar, jogando as mãos para cima e o quadril para os lados, rebolando no ritmo da música.

Até que viu algo muito interessante. Ela não fazia o tipo de fofoqueira, mas a cena merecia ser contada e recontada. Ela pegou o celular e tirou uma foto de Thalia e uma garota desconhecida se beijando ali, no meio da festa. Thalia simplesmente odiava Calipso (e o sentimento era reciproco); desde que Thalia havia derramado um prato de macarrão na cabeça de Cali na frente de todos a garota vem tentando se vingar. Ali está um prato de ouro.

Cali deu uma risadinha, mas assim que o garoto a segurou com mais força ela parou de ri e fez uma careta de dor. Aquilo havia realmente a machucado, e o garoto estava apertando cada vez com mais força a sua cintura. Ela olhou feroz para o louro e tentou o empurrar para longe, mas ele continuava lutando contra ela.

Cali gritou, mas sua voz foi apagada pela música alta. Ninguém a percebia, ninguém a ajudava.

– Hoje irei receber o serviço completo, gatinha – disse o cara no ouvido dela – Pode deixar que você também.

O garoto começou a arrastar Cali para algum lugar. A garota começou a se debater e a gritar, protestando apavorada. Aquilo não podia estar acontecendo. Cali mal conseguia pensar na possibilidade de perder a virgindade para aquele cara. O garoto a pressionou contra a parede, fazendo Cali dar um grito de dor, ela ainda ficava aliviada por estar no meio da festa – não que as pessoas ao redor estivesse se importando, mas Cali torcia para que alguém a salvasse mesmo assim. O cara a forçou a beija-lo, e ela mordeu a boca dele, o que só fez com que ele segurasse as bochechas delas com força e fizesse a seus lábios ficarem colados com o dele.

A mão dele desceu até os seios dela e o apertou por cima da blusa. Ele continuava a segurando pela cintura contra a parede. Ela tentou o chutar, mas ele jogou o corpo dele contra o dela, fazendo-a ficar completamente esmagada na parede enquanto ele chupava e mordia o pescoço dela. Num movimento bruto ele rasgou a frente da blusa dela ao meio, fazendo-o ficar num estilo colete, que não ficou muito tempo no corpo dela. O mesmo já estava no chão.

– Você é muito gostosa – ele disse, descendo a mão até a bunda da garota, deslizando para dentro do short e apalpando o local. Cali usou toda a força que a raiva lhe proporcionava e chutou qualquer ponto que conseguisse alcançar. Por sorte o aperto do cara se afrouxou e ela conseguiu sair correndo.

O coração dela batia a mil enquanto procurava por alguém. Impossível. Todas pulavam e dançavam como se fossem tudo um só. As luzes dificultavam tudo.

Cali olhou para trás e lá estava o cara que tentava a estuprar. Ela praguejou e saiu correndo entre as pessoas, abrindo uma porta e subindo uma escada. Ela se tocou depois que fora burra, nunca devia ter feito isso. Enquanto subia correndo os degraus ela ouviu a porta que acabara de passar se abrir. A garota não ousou olhar para trás, virou a esquerda, subiu mais uns lances de escada, virou novamente a esquerda e bum. Deu de cara com uma pessoa que a fez ficar feliz e triste ao mesmo tempo.

Feliz porque era alguém que ela conhecia e não deixaria nada de mal lhe acontecer.

Triste porque ela sentiu seu coração desfalecer. Ele estava com outra, se beijando, ambos sem camisa e num clima notoriamente quente.

– Leo... – ela arfou, apavorada. Não pode deixar de sentir as lágrimas brotando em seus olhos.

O garoto demonstrou demasiada surpresa ao ver Cali ali, flagrando aquela cena. Leo até pensara que ela estava chorando por causa dele... bem idiota.

Leo não sabia muito bem o que fazer, então foi até Cali e a abraçou. Bianca, sem entender nada, botou a blusa e ficou sem graça vendo a cena. A garota não estava entendendo nada, mas também não queria. Desde que Percy lhe pagasse com as pílulas que prometera já estava bom.

– Está fugindo de mim, amorzinho?

Cali fechou os olhos com força, abraçando Leo como se sua vida dependesse daquilo.

– Quem é ele, Cali? – perguntou Leo, com cautela. – Você o conhece?

A garota apenas balançou a cabeça negativamente. Nem queria se lembrar que estava abraçando Leo só de sutiã, se não iria cavar um buraco e enterrar a cabeça.

– Po cara, eu cheguei primeiro – disse o cara. Leo soltou Cali, fazendo-a ficar ao lado de Bianca.

Claro que as garotas se conheciam. Bianca era melhor amiga de Thalia e amiga de Rachel, mas ela e Bianca nunca se falavam. Nunca. Cali achava a garota muito estranha, assim como Bianca achava que Cali era muito metida.

– Caia fora, deixa a garota em paz! – gritou Leo, empurrando o garoto.

– Sai fora você, mauricinho – disse o cara, dando um soco no queixo de Leo.

Bianca deu um grito e Cali levou a mão até a boca. Ela se sentia impotente por não fazer nada, uma inútil. Ela nem devia estar nessa festa, e ter se refugiado para cá fora um erro.

Leo revida o soco após se recuperar, o acerta no nariz, fazendo um filete de sangue escorrer. O cara dá um sorriso sinistro e acerta Leo no estomago. A briga começou e eles faziam movimentos tão rápidos que Cali nunca seria capaz de descrever. As vozes de Bianca e Cali se misturavam, como um uníssimo de terror.

– Pare! – gritou Cali desesperada. Leo estava apanhando muito feio do cara. Cali não poderia ficar ali sem fazer nada.

Ela avançou na direção dele e o estapeou por trás, dando uns pontapés cegos. Ela puxou o cabelo dele com extrema força e cravou suas unhas no pescoço dele. O cara grunhiu de dor, mas sua mão voou na direção de Cali, batendo com força na barriga dela e a fazendo ir para trás, caindo no chão.

A visão da garota ficou turva, mas ela conseguiu ver Leo se levantando e socando o garoto, que se desequilibrou e caiu da escada.

Calipso se levantou, ignorando a dor e os pontinhos pretos na sua visão. Sua respiração estava falhando, ela tem quase certeza de que o ar está ficando rarefeito. Ela parou em pé na beirada da escada, ao lado de Leo e Bianca, olhando o corpo parado do garoto lá trás.

Bianca estava com uma expressão assustada, não muito diferente de Leo e Cali.

– Ele... ele está morto? – ousou Cali a perguntar. No fundo ela não queria saber a resposta.

– Vamos sair logo daqui – disse Bianca, começando a descer alguns degraus.

– E deixa-lo aqui? – perguntou Cali.

– O que você quer que façamos?! – Bianca gritou. Cali não sabia, então não respondeu nada. – Leo, finja que não presenciei nada disso, ok? Fale para Percy que fizemos aquilo quando ele perguntar e seu segredo vai estar guardado, capiche?

– Você está me ameaçando? – exclamou Leo.

– Não, Leo, estou apenas garantindo que não me meterei em confusão – Bianca deu as costas e desceu as escadas correndo, desparecendo na curva.

Cali não estava se sentindo bem, seu estomago ainda doía muito e a cada respiração era um esforço extra. Mas agora estava tudo bem, não tinha mais ameaças. Apenas a dor.

A dor física, a dor emocional e a dor de ter flagrado o garoto que gostava beijando outra.

Ela desceu as escadas, chorando e parou ao lado do garoto caído no chão. Por sorte não tinha nenhuma poça de sangue, apenas um filete escorrendo no nariz. Ela pegou o pulso dele e sentiu a pulsação, ficando tranquila ao perceber que ele ainda estava vivo.

Leo já estava ao lado dela quando a mesma se levantou.

– Vamos para casa – disse Leo.

– Não, irei dormir na casa de Rachel hoje... – ela respondeu, não olhando para Leo.

– Cali... deixa eu explicar... não é...

– Nada aquilo que estou pensando? Certamente – ela disse com ironia – Esse garoto iria me estuprar, então muito obrigada por me ajudar... preciso encontrar Rachel.

– Ei – disse Leo, segurando delicadamente o braço de Cali. Ela se lembrou de como aquele cara havia a segurado, a tocado, e se sentiu nojenta. Leo tirou o casaco e o entregou para Calipso. Ela havia até esquecido que sua blusa havia sido arrancada. Ela pegou o casaco e agradeceu, o vestindo enquanto descia as escadas correndo.

***

Calipso estava no quarto a alguns dias, só saia para escola e para ir a casa de Rachel; ela não acreditava que estava se afundando naquela depressão, mas não conseguia encontrar animo para nada além de ficar lendo.

Isso era tão anti-Calipso.

Afinal, ela era a mais popular do colégio, a líder das animadoras de torcida, a ‘queridinha de todos’... isso tudo não era a toa, não era porque Cali era uma víbora manipuladora nem porque ela maltratava todos, mas sim porque ela era uma garota carismática, muito simpática, animada e divertida.

E agora Calipso nem ao menos sabe aonde essa garota foi parar.

Pode parecer exagero, mas Leo estava acabando com ela.

Era um fardo que a garota teria que aguentar por mais algumas semanas. Mais algumas semanas olhando para ele e tentar reprimir a raiva crescente dentro dela.

Claro que ela também não ajudava; o ignorava toda vez que ele tentava puxar algum assunto, às vezes fingia até que não o via, mas era difícil.

Alguém bateu na porta e, pensando ser sua mãe ela mandou entrar. Seu pai nunca entrava no seu quarto, e Leo já havia desistido, então só poderia ser sua mãe.

Mas ela se enganou.

O estomago da garota se afundou quando viu Leo abrindo a porta rapidamente e a fechando. Os olhos castanhos do mesmo estavam cansados e sobrecarregados. Cali se levantou da cama e cruzou os braços, tentando forja sua melhor expressão de quem estava nem ai.

– O que você quer, Leo? Dá para sair do meu quarto? – ela perguntou duramente; em resposta o garoto se virou para porta e a trancou, guardando a chave do bolso. Cali arregalou os olhos e abriu a boca num formato oval. – O que você fez?! Me dá essa chave!

Cali avançou em direção a Leo, mas o mesmo era muito mais rápido e segurou seus pulsos antes que pudesse fazer qualquer ação. O rosto da garota esquentou, tanto de raiva quanto da vergonha por estar tão perto do garoto que ela gostava e que agora estava trancando em seu quarto.

O sonho de qualquer garota, mas para Cali mais parecia um pesadelo.

Sem aviso prévio, sem delongas e sem qualquer palavra, Leo puxou Calipso para si, segurando-a pela cintura e a beijou, como sempre desejava. Por alguns segundos (talvez milésimos), Calipso se sentiu desnorteada, como se tudo estivesse girando e ela tivesse ficado tonta. Antes que pudesse o empurrar para longe seus comandos foram tomados pelos seus desejos. Ela o queria. E não podia lutar contra isso.

Cali segurou as costas de Leo, o beijando com fervor. Ela temia que seu corpo entrasse em combustão a qualquer momento, pois é assim que ela se sentia.

Quando eles pararam de se beijar o ar parecia ser diferente. A respiração de Calipso estava pesada e os batimentos estavam anormais.

– Cali... – começou Leo, a encarando com tanta intensidade que ela sabia que ficaria ainda mais vermelha – Me desculpe, fui um idiota com você. Eu estava com medo de dizer tudo que eu sinto por você, do quanto eu gosto de você. Fui um completo imbecil, eu estava inseguro e depois da festa... bem, fiquei com vergonha. Não sou muito bom em chegar em alguém.

– Ai você decidiu aprender com Bianca? – Cali endureceu novamente sua expressão, assim como Leo.

– Tecnicamente. Não queria parecer um idiota com você, então pedi a Bianca para me ajudar a... beijar – Leo adquiriu um tom vermelho pimentão e desviou os olhos de Cali.

Pareceu que a raiva toda da garota se esvaiu. Aquilo era muito engraçado, e também um alivio, de forma que a garota começou a gargalhar. Ela nunca havia pensado naquilo. Ela fora tão estupida. E era apenas aquilo. Ele não gostava de Bianca e nem estaca dando uma galinha.

Ela abraçou o garoto, ainda rindo, mesmo que isso fizesse a mesma se sentir uma idiota.

– Eu gosto muito de você, só não me ignore novamente – ele disse, afagando os cabelos da garota.

– Desculpe, TPM mexe terrivelmente com nossos hormônios.

– Não quero começar uma conversa sobre o universo feminino.

– Nem eu – Cali riu novamente e puxou a mão de Leo, o conduzindo até a cama – Que tal... vemos um filme?

– Ótimo – Leo disse e puxou Calipso para um beijo novamente – Tenho que me acostumar em ter uma garota tão linda gostando de mim.

– Nem é tão difícil quando também se é bonito.

Calipso se deitou na cama e Leo ficou ao seu lado, se encarando.

– Nunca mais seja idiota – disse Leo, acariciando os braços da garota.

– Nem você – comentou Calipso, dando uma risadinha.

E eles voltaram a se beijar.


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