Teen Paradise escrita por Annia Ribeiro


Capítulo 3
Leo


Notas iniciais do capítulo

OOOI AQUI EU MAIS UMA VEZ DE NOVO NOVAMENTE!
gente, pf cometem, estou me sentindo solitária ;-;
soltem o verbo, me amem ;-; to depressiva qq
ai, boa leitura que hj nao to bem ;-;



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As condições de Leo não eram uma das melhores atualmente. A oficina que administra sozinho está quase falindo e as contas estão se acumulando. A vida era difícil para o garoto, mas ele foi quem escolheu assim. Poderia estar morando na casa de um estranho e vivendo-o as custa dele, tendo apenas que chama-los ‘pais’, uma vez que o garoto é órfão e menor de idade.

Dizem que Leo é masoquista, pois fora naquele mesmo galpão velho que sua mãe morrera num incêndio. Agora o garoto morava e trabalhava ali, concertando carros para viver. Não era a vida perfeita, mas era o que Leo gostava de fazer.

– Já disse que esse lugar daria para fazer uma bela festa? – perguntou Percy, se encostando no seu velho carro (que Leo achava que era milagroso o fato de poder andar ainda).

– Já, trinta e cinco vezes – disse Leo, debochado, abrindo o capo do carro, fazendo com que toda a fumaça de lá saísse e o cheiro de algo queimado impregnasse o nariz de Leo. O garoto tossiu algumas vezes e virou o rosto. – Cara... isso não tem mais jeito.

– Claro que tem, você concerta tudo, Leo! Um gênio da mecânica! – disse Percy, sorridente, indo até Leo e dando umas palmadinhas no ombro do garoto. – Aliais, você sabe muito bem o pagamento que vou te dar se você concertar essa lata velha.

Percy deu um sorriso, esperando alguma reação de Leo, mas o garoto apenas revirou os olhos. Leo bem sabia que Percy era muito bom em conseguir o que queria, a proposta do garoto realmente foi tentadora e isso poderia mudar de vez a vida de Leo. Todas as inseguranças e negatividades estariam apagadas para sempre. Só precisava concertar o maldito carro.

– Claro... transar com Annabeth. Tem certeza que você vai conseguir convence-la? – indagou Leo, analisando o motor do carro e tendo suas esperanças escaparem como água. É realmente quase impossível concertar aquilo.

– Claro que sim cara, não duvide de mim – diz Percy, mas empolgado do que Leo gostaria que estivesse – Annabeth não perde a chance de corromper os pobres virgens.

– Igual você fez com ela, né? – Leo tentou provocar, mas notoriamente não era muito bom nisso. Ele era um bobão e gostava de fazer piadas, mas ultimamente sua animação está se esvaziando.

– Dei a ela o que ela sempre quis, querido amigo – disse Percy, com um sorriso soberbo no rosto.

– Que nojento – Leo fez uma careta para Percy e fechou o capo do carro.

Leo achava engraçado de que conhecia Percy muito bem e nada dos outros. Na verdade, ele só conhecia os outros pelo o que Percy falava para ele. Já havia ido a festas com eles e tudo o mais, mas nunca tinha intimidade. Percy era o mais perto de amigo que Leo já teve um dia; eles se conheceram quando Percy trouxe o carro uma vez na oficina de Leo e desde então vem nutrido uma amizade.

Leo achava que era pelo fato de ele ter uma vida tão estranha, mas sabia que se estudasse ele teria mais pessoas no seu círculo de amigo.

– Pego o carro daqui a uma semana, no dia da festa do Pub do Dionísio... Lá você vai receber seu pagamento – Percy deu uma palmadinha no ombro de Leo e saio.

O garoto deu uma risada nasal e balançou a cabeça, quase não acreditando o quanto que Percy consegue ser seguro até mesmo nos momentos em que a incerteza deveria prevalecer. O moreno transpirava segurança, fazendo com que Leo acreditasse em cada palavra dita por ele.

Poucos minutos após Percy sair do galpão, um homem engravatado entrou no galpão, sendo acompanhado por dois policiais armados. Leo logo se colocou numa posição defensiva; ele já sabia o que viria a seguir.

Sua mãe havia morrido de uma forma muito chamativa. Um incêndio. O desastre atraiu muitos olhares, principalmente do Departamento dos Direitos das Crianças e Adolescentes, e todos se voltaram para o pequeno e indefeso jovenzinho de 11 anos que havia sobrevivido. Leo era considerado órfão, seu pai havia desaparecido da face da terra e seus parentes nem ao menos moravam ali, sua mãe nascera no México e viera para cá, deixando tudo de lado. A partir daquele momento em diante Leo apenas ia vagando em casa em casa, tendo que morar com gente estranha que era obrigado a chamar de papi e mama. Ele odiava, claro, então começou a fugir. Mas sempre o encontravam, mesmo se demorasse meses.

– Leo Valdez, certo? Sou James – disse o homem, olhando uma ficha e franzido o cenho – Seu histórico não é muito bom... Fugiu de todas as moradias que te colocaram... Bem, vim aqui apenas fazer um acordo com você. Sou do DDCA.

– Se você quer apenas fazer um acordo mande esses caras saírem – respondeu Leo, cruzando o braço e encarando o homem. Não era de se rebelar contra gente importante, mas não poderia ser um bobo. Ainda mais quando se tratava sobre sua vida. Tipo assim, a vida era dele e aqueles engravatados metidos queriam conduzi-la. Isso o deixava com muita raiva.

James fez um movimento com as mãos e os polícias saíram do galpão, deixando James e Leo sozinhos em meio a vários carros que Leo ainda teria que concertar.

– Então? – Leo perguntou, erguendo uma sobrancelha. James estava olhando em volta do galpão e Leo não estava gostando nada daquilo.

Conduziu o homem até um pequeno conjunto de poltronas velhas que Leo chamava de sala de estar e se sentou bem longe do homem.

– Você tem apenas 15 anos e está nas leis que tem que ter moradia e pessoas que respondem por você. Mas analisei o seu caso e encontrei uma saída...

– Por que seu interesse em mim? – perguntou Leo ríspido, cortando o homem.

– Faço parte do setor de Soluções de problemas e melhorias de vida. Então esse é meu trabalho. Vamos lá... Claramente você não quer ser adotado ou morar na casa de outros, então você pode se emancipar.

– Já tentei isso, precisaria de um responsável para assinar, coisa que está claro que eu não tenho – disse Leo, com azedume.

James hesitou por um momento, desconfortável e visivelmente não acostumado a lidar com ‘pestinhas com a resposta na ponta da língua’.

– Por isto estou aqui, resolver esse problema. O senhor teria que ter um responsável, ou seja, alguém teria que te adotar, então quando todos os processos forem concluídos o senhor poderá solicitar a emancipação – disse James, esperando alguma resposta mal educada do garoto.

– E quem disse que eu vou ficar caçando alguém que queira me adotar? O cara vai achar burrice me adotar... você não é tão bom em resolver problemas, não é?

James deu um sorriso e retirou da sua pasta um envelope. Entregou a Leo, que apenas encarou confuso o papel.

– O que é isso? – por fim perguntou.

– Leia todas as cláusulas com atenção e verá que não é idiotice. A decisão é sua, caso não aceite teremos que te escoltar até um internato. Sinto muito.

James se levantou e retirou-se do galpão, deixando apenas Leo com o envelope nas mãos, a confusão em sua mente e a certeza de que odiava sua vida.

***

Leo achara que fizera a coisa certa. Ele tinha que ter feito. Por isso ali estava ele, apenas com uma mochila nas costas, parado de frente a sua nova casa onde moraria com gente que ele nunca havia conhecido.

A proposta até que era boa. Ele moraria com uma família que o adotaria, um mês depois, quando o processo fosse finalizado ele poderia se emancipar.

O que a família ganha com isso? Bem, a mãe sempre quis ter um filho, ela é bem amigável e solidária. O pai não é diferente, e ele tem uma oficina e soube que Leo é um dos melhores mecânicos da cidade, então Leo só teria que trabalhar de 13hs até 19hs para ele. Sem falar que caso Leo fizesse alguma besteira eles não seria responsáveis, já que ele logo seria considerado maior de idade pela lei. Maravilhoso, tudo que Leo gostaria.

Tocou a companhia, admirando a beleza da casa. Com certeza os moradores eram ricos, ou quase isso. Alguns minutos depois a garota mais linda que ele já conhecera abriu a porta para ele. Leo meio que ficou parado no seu lugar, prendendo a respiração e olhou para trás, vendo James dentro do carro acenando positivamente. Leo voltou a olhar para a garota, sem saber o que falar.

– A-aqui é a casa do-dos Watts? – Leo perguntou, totalmente idiota.

A garota riu, o que fez com que Leo quase desmaiasse. A risada dela era tão melódica que Leo pensou que pudesse ouvir o dia todo. O cabelo dela era castanho, assim como os olhos, mas ela não era nada comum, sua beleza extrapolava o limite do comum sem apelar para cabelos louros ou olhos claros. Ela era perfeita e delicada.

– Sim, é, eu sou a Cali, e você deve ser o menino que vai morar conosco, Leo? – ela perguntou, abrindo mais a porta e dando Leo caminho para passar.

– É, sou eu. Leo, eu. Prazer, Cali – Leo estava totalmente sem graça. Ele ficava envergonhado quando chegava na casa de alguém estranho, mas nesse caso foi totalmente pior.

– Calipso? Querida, nosso convidado especial chegou? – perguntou uma voz vinda da cozinha, tão melodiosa quanto da Calipso. Quer dizer, Cali.

– Sim, mama, ele está aqui – disse Cali, comportada e refinada, chamando Leo para segui-la. Ela o conduziu até a cozinha, onde a Srª Watts colocava um prato cheio de cookies que acabaram de sair do forno.

A mulher era um pouco gordinha e de estatura média, mas se vestia muito bem e tinha olhos mel bonitos.

– Ah queridinho, que bom que você chegou! Está tão sujinho. Graxa! – ela praticamente gritou a última frase, tocando com as pontas dos dedos na barra da camisa de Leo. O garoto ficou mudo, não sabendo como reagir. Tipo, aquela mulher havia acabado de o chamar de sujo. – Igualzinho ao meu marido quando chegar em casa... Quer cookies? Preparei para você.

Leo ficou desnorteado. Ninguém nunca havia o esperando tanto, nem o chamado de especial, e nem preparado cookies para ele. Estava perdido, mas conseguiu se sentar em comer, respondendo as milhares de perguntas da Sr

ª Watts. Cali ficava quieta, comendo seus cookies e bebendo do suco de laranja, com um sorriso de lado que transpassava inocência.

– Gostaria que pudesse ficar mais tempo, vou sentir falta de cuidar de alguém quando minha pequena Cali for para a universidade semestre que vem – comentou a Srª Watts, dando um pequeno afago no braço da filha, a mesma apenas sorriu de lado.

Leo encarou Calipso, sentindo algo se descontrolar dentro de seu corpo. Talvez um parafuso tenha se soltado ou algo parecido.

Após mais um tempo de conversa (sério, Leo nunca se manteve tanto tempo numa conversa onde ele mesmo mal falou), a Sr

ª Watts o mostrou o quarto onde ficaria e o emprestou roupas novas, então enfim o deixou em paz.

***

Calipso deixava Leo ansioso e nervoso. Já fazia seis dias desde que ele se mudara para lá e o garoto não conseguia parar de pensar no fato de que apenas uma parede os separavam, mas infelizmente ele era covarde demais para tentar fazer algo, tinha medo de fazer tudo errado. Nunca havia beijado uma garota, e muito menos feito outras coisas. Ele andava de um lado para o outro no seu quarto. Cali continuava a viver sua vida normalmente, saindo com as amigas e quase não se importando com a presença de Leo, mas continuava sendo educada e graciosa como sempre. Mas não demostrava interesse nele. Claro que não.

Eram 10hrs e ele não tinha muita noção no que fazer a não ser ficar ali, ainda não se sentia totalmente livre no seu lar provisório. A Sr

ª Watts bateu na porta e logo a abriu a porta.

– Leo, querido, irei ao supermercado comprar as coisas para o almoço, quer algo?

– Não, muito obrigada, Sr

ª Watts.

– Ah que isso, me chame apenas de Jenna – ela dou um sorrisinho e fechou a porta do quarto novamente.

Leo caminhou até a janela e viu o carro de Jenna sair da garagem. Ele estava sozinho em casa agora, já eu o Sr. Watts estava na oficina e Leo só iria para lá as 13hrs.

Leo nunca deixaria um menino estranho ficar sozinho na sua casa, mas aquela família era um tanto quanto estranha. O garoto abriu a porta do quarto e foi até a cozinha para beber algo, mas se deparou com Cali lá. Ele tentou dá meia volta, mas a garota já havia o visto.

– Leo! Maninho, quer suco? – ela ofereceu, balançando uma caixa de suco de uva nas mãos. Leo concordou com a cabeça, tentando não ter imaginações sexuais com Cali no vestido rodado que a garota vestia. – Você está bem? Parece um pouco nervoso...

– Não... tá tudo bem, ótimo, perfeito – disse Leo, pegando o copo e despejando o suco ali. Ele bebeu com pressa, tentando se acalmar. Tudo em vão. Ele olhou para Cali, a garota sorria, e Leo pensou que ela estava o admirando por ficar tanto tempo mantendo contato visual.

– Quer ver tv? Tem um programa legal passando – Calipso o guiou até a sala e eles se sentaram um do lado do outro. Enquanto Cali procurava o canal, comandando a tv, Leo tentava se acalmar e pensar no que havia lido do que não se fazer quando vai beijar uma garota. Cali era muito linda para se decepcionar.

Eles ficaram vendo em silencio o programa, até que Leo deixou escapar: – Você é muito linda.

– Obrigada, também te acho muito bonito – Cali dei um risinho e se virou para Leo, com o sorriso no rosto e um brilho no olhar.

– Mas você é... a garota mais linda que eu já vi.

– Leo... – Cali ficou séria agora, meio preocupada, o que fez com que Leo pensasse que logo havia falado besteira.

– Não... deixa – cortou Leo, antes que ela desse um pé na bunda dele, não seria nada legal. O garoto voltou a encarar a televisão. Cali segurou a mão sele com firmeza.

– Não é isso, é que eu acho que... estou gostando de você – ela confessou baixinho, como se fosse um segredo precioso. Leo sentiu todo seu sangue fugir para algum lugar que não fosse seu resto e o frio invadiu. Ele sabia que ele teria que tomar uma atitude de homem e beija-la, mas invés disso ele apenas beijou a testa dele e se levantou, saindo da casa.

***

Leo se odiava a cada maldito segundo que passava concertando o carro de Percy. Ele não podia acreditar que havia amarelado naquela hora, a garota estava na dele e ele fugiu!

Acontece que o garoto se sente inseguro demais em relação a isso para arriscar qualquer coisa agora, ele precisa treinar primeiro. Depois tomaria qualquer atitude ousada. Ele só precisava saber e seria vergonhoso pedir para Cali ter paciência e ensinar a ele como beijar e tal.

Quando finalmente o carro de Percy ficou pronto já estava na hora de ir para a oficina trabalhar para o Sr.

Watts, então não poderia entrega-lo hoje, mas sim amanhã, o dia da festa. Domingo, onde graças a deus ele tinha folga. Até receber seu pagamento teria que evitar contato com Calipso, depois poderia pedir ajuda ao Percy de como concertar a burrada que havia feito. Leo mal podia esperar.

[...]

– Leo, não disse que você é o melhor?! – disse Percy, todo orgulhoso conferindo o motor do carro em frente a sua casa. – Sem dúvidas merece seu pagamento. Vou conversar com a Annabeth e no final da noite você não vai ser mais virgem!

– Fale baixo – repreendeu Leo, olhando em volta para ter certeza de que não tinha ninguém por perto – Cara, pode ser qualquer uma... Eu conheci uma garota muito incrível...

– Ai você quer ter certeza se você é bom?

– É – Leo concordou – Ontem eu fiz uma merda, a garota se declarou para mim e eu sai correndo tipo mariquinha... Eu preciso consertar isto!

– É fácil, é só você chegar nela já beijando e tirando a roupa, falar algo de como você é um idiota e depois a elogia. Mulheres adoram isso... – Percy fechou o capo do carro e entrou no mesmo, ligando o motor. Leo entrou no banco do carona, já todo arrumado para a festa.

– Tudo bem, só me arranje alguém para essa noite.

[...]

A festa estava lotada. Leo nunca imaginara que o minúsculo Pub do D poderia caber tanta gente.

As luzes dançavam loucamente no teto, dando uma impressão psicodélica sinistra. Ele sabia que não conheceria ninguém no local, a maioria dos jovens presentes era da escola, lugar que Leo não frequentava.

– Cara, fica aqui no bar, vou pegar seu premio – disse Percy, sumindo entre o mar de gente.

O coração de Leo batia rápido e ele se sentia agitado. Toda hora mexendo os dedos, olhando pros lados, arrumando o cabelo... ele se sentia muito nervoso.

Leo se vira para o balcão e pede uma bebida bem forte. Talvez aquilo o ajudasse a se soltar. O homem barrigudo logo pegou uma garrafa com um líquido meio amarronzado. Leo pegou o copo sem nenhuma delicadeza e o virou num gole só na boca.

Ele tomou mais uma dose, mais uma e mais uma. Até que Percy chegou com uma morena muito bonita, com olhos negros misteriosos e um ar de boa moça. Mas Leo não pode deixar de perceber que ela estava um pouco triste. Deve ser por que teria que servir como premio para Leo, mas o garoto duvidava que fosse isso.

– Leozinho, essa é minha amiga Bianca.


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Notas finais do capítulo

Aai, gente, só digo uma coisa: o próximo cap tá mto nhonhonho ♥♥
Kisses ♥



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