(Ponto de visão: Hermione)

Quando abracei Malfoy, senti que eu podia confiar nele, pelo menos naquele momento. Mas ele era um sonserino, e eu, um grifinória, nunca nasceria uma amizade entre nós dois. Talvez em um universo paralelo, mas ele é TÃO arrogante, que não sei.

Enfim, ele queria que eu contasse o que tinha acontecido, que eu poderia confiar nele. Eu, é claro, não contei, porque não confio nele, e provavelmente ele sairia contando para a escola inteira que eu sou corna.

Logo Gina veio correndo até mim:

– Ah, Hermione, o que... – parou de falar quando percebeu a presença de Malfoy, que agora segurava minha mão, tentando me acalmar. Puxei-a rápido. – Tudo bem, volto outra hora. – Ela disse, caminhando para trás.

– Espera, Gina! Não é nada disso que você está pensando! – Abandonei Malfoy, que me lançou um olhar do tipo “okay, vai lá” e piscou, e fui correndo até Gina.

– COMO OUSA TRAIR MEU IRMÃO? – “Okay. Agora ela tá BEM puta. Ela vai me matar. Por Merlin, cadê a minha varinha?” pensei. – E COM MALFOY? NÃO TINHA UM MELHORZINHO, NÃO?

– GINA! PARA! VOCÊ NÃO SABE DA VERDADEIRA HISTÓRIA! – Gritei no mesmo tom que ela. Funcionou!

– Me conta, então. E é melhor que tenha uma ótima explicação. – Falou ela, mais calma.

– Vamos para o quarto.

Fomos em silêncio. Que bom que não tinha ninguém no dormitório feminino da Grifinória. Lá, contei tudo para ela, que ficou de queixo caído.

– E eu não fiquei com o Malfoy, tá louca? Ele se preocupou porque eu chorava, pergunto o porquê e eu não disse, óbvio! – completei.

– Porque ele ficaria preocupado com você? Não era ele que te odiava porque você é “sangue-ruim”? Aí tem coisa... Sinto cheiro de armação... ou de romance! – Ela riu. Minha vez de ficar puta.

– Cala boca, Ginevra Weasley!

– Ah, eu vou lá embaixo espancar o meu querido irmão, e já vou te espancar também, se não parar de me chamar assim. – Gina disse, levantando-se da cama, fazendo menção de ir falar com Rony.

–NÃO! Senão ele vai saber que eu vi. Espera um pouco, eu falo com ele depois.

Gina desceu para jantar, eu fui tomar banho e preferi não descer, para não ocorrer assassinatos. Gina trouxe algumas coisas para comermos aqui no quarto.

Logo, uma coruja chega em nossa janela, uma coruja negra, com olhos extremamentes azuis, certamente não era a coruja de Harry, Rony ou Neville, nenhuma de suas corujas eram pretas. Ela segurava no bico uma carta, que bem no centro do envelope estava escrito: “PARA GRANGER”.

– E agora? Abro ou não abro? – perguntei para a Gina.

– Sei lá... ABRE NÉ!

Abri. Li. E me perguntei por que ele me enviou isso. Se você acertar, ganha um sapo de chocolate. Se você pensou no Malfoy, você acertou, mas eu comi o seu sapo. Sim, Malfoy me enviou essa carta.

“Hey, Granger!

Como você está? Andei pensando, e acho que foi o Weasley, não foi? A Pansy também não quer me dizer o que aconteceu. Notei que você não foi jantar. Por quê? Espero resposta.

– Draco Malfoy”

Eu não responderia, não mesmo. Acariciei o bico da coruja e mandei-a embora. Fechei a janela e entreguei a carta à Gina.

– Ou ele é MUITO falso e quer alguma coisa, ou ele está realmente apaixonado por você.

– Prefiro acreditar na primeira opção.

– Eu também.

No dia seguinte, Ron veio falar comigo como se nada tivesse acontecido. Que cara de pau!

– Oi, meu amor, não te achei ontem depois do jogo. – Tentara me beijar, mas eu virara o rosto. – O que houve?

– Claro que você não me achou, você estava com a Pansy. E não se faça de desentendido, Ronald Weasley. E a propósito, não me dirija à palavra até eu me acalmar. E não pense que eu vou ficar chorando por aí. – Me virei e fui falar com Simas, para não ter mais que olhar para a cara do Rony. – Ei, Simas, ainda quer ajuda em Aritmancia? – Eu disse, me sentando ao lado dele para tomar café da manhã.