Alice's Key escrita por My Dark Side
Em Copas existia uma rainha má
Alice a tirou de seu trono de terror
Quando completou cinquenta anos
Sua neta reinou com amor
Partir... Ele não quis dizer morrer, não é?
Eu espero que não.
— Cantará com as taças ao fim do sétimo pôr do sol? — Zak perguntou sorrindo.
— Junto com os bastões, partirei com a origem. — Callyda respondeu soltando mais fumaça. — O passarinho tem de aprender a voar.
Passarinho? Será... Uma criança?
— Xis! — um pontinho azul correu por debaixo do cogumelo, pulando no chapeleiro. — Achei que você não ia voltar! Eu lembro que no último festival voltaram em cima da hora, não foi?
— Eu não lembro, não era nascido.
— Ah! Desculpa, eu me esqueço disso. É que você é tão grande! — ele olhou para os lados, e depois para o cogumelo. — Cally! Cally! Você pode me dar o chapéu! Tem que devolver para ele! — falou pulando, fazendo os cabelos azuis se mexerem. — Por favorzinho, irmã.
— Pegue. — a imagem enevoada foi na direção da criança, pousando em sua mão, e se transformou em um objeto real.
— Aqui, Xis! Eu pedi para a Cally guardar, senão eu ia perder. E eu sei que é muito importante para o festival, certo? Afinal, não dá para ser o chapeleiro sem um chapéu. Apesar do chapéu não definir você como chapeleiro, continua precisando do chapéu...
— Jojo, se acalme. — Blue revirou os olhos. — Você é inquieto demais.
Virei na direção de Kit, arqueando as sobrancelhas.
— Eles conseguem falar normalmente? — ele deu de ombros.
O pequeno me encarou com os olhos claros inquietos, e veio saltitando.
— Você é a Alice nova? De qual naipe você é? Já tem alguma ideia? Você veio do mundo dos humanos, não foi? Como é lá? É frio ou quente? Seu cabelo é laranja mesmo? Sabia que você parece a Mad? Eu acho que você não vai gostar da Mad... Você gosta da Cally? Você me lembra o outono... Eu prefiro a primavera, tem mais flores e é mais colorido. Não estou falando que você não é bonita, você é linda! As estações mais lindas são as frias...
— Jonas, você parece um rio que desce a montanha e ataca ferozmente a foz, tão intenso quanto uma avalanche. — Callyda o repreendeu.
Estou dizendo que ela fez isso, não porque eu entendi, mas é a única opção. Eu nunca vi alguém que falasse tanto!
Nem eu falo assim.
Esse menino é uma anomalia.
Muito fofa! Eu quero levar ele para casa! Tem como embalar para a viagem?
— Desculpe-me... — disse, girando os dedos. — Qual é o seu nome? O meu é Jonas!
— Allya. Posso te chamar de Jojo?
— Sim! E você pode ser a Lyly? Porque Allall fica muito estranho, não acha? É a mesma coisa que falar Allyally, estranho e repetitivo, pode ser a Lyly?
— Allyly?
— Também serve, mas comprido demais. Lily, igual lírio, que tal? Você lembra um lírio! Uma flor linda, não é?
— Muito linda.
— Kitkit! Eu não vi você aí! Como foi a viagem lá em cima? Você se divertiu? Em quantos lugares vocês foram? Faz dez dias que vocês estão longe, não é?
— Não vou falar com você, azulzinho. Se esqueceu de mim, e ficou conversando com as outras visitas. Sequer me cumprimentou.
— Gatinho... Perdão! Eu tinha que devolver o chapéu para o Zakshees e eu nunca vi a Allya!
— Realizou os desafios impostos pela visão?
— Ainda não, Cally... — ela inspirou fundo e ele se encolheu.
— Ainda precisa da mamãe pássaro? E do vento?
— Não. Até depois! — e sumiu, tão rápido quanto chegou.
— Você acabou de conhecer o caçula das lagartas. — Kit comentou — Um pouco hiperativo, mas um bom menino.
— Nos temos que ir, até outro dia.
— Não se esqueça da nossa conversa. — Callyda lembrou Zak.
Ele assentiu e entrou na trilha.
— Vamos passear pelo reino, depois acamparemos em um dos bosques. As árvores sempre nos protegem.
Meu estômago começou a reclamar, e gemi. Eu estava ignorando a fome com as loucuras a minha volta.
Agora, nada pode conter esta fera.
— Quer uma fruta?
— Pelo amor de Liddel! Entregue-me isso! — arranquei o suculento alimento da mão de Chess me encarou abismado.
— Estava com tanta fome assim?
Mordi, sentindo o caldo doce escorrer pela minha garganta. E isso me fez suspirar de alívio. Não era uma fruta conhecida, porém... Maravilhosa.
Espera.
Pode estar envenenada e eu irei morrer antes de sair da floresta.
Ou contém algo que me transformará em uma pessoa normal.
....
Prefiro a morte!
— Marav é uma fruta daqui mesmo, não precisa se preocupar. Ela alimenta muito mais do que certas coisas por aqui.
— Marav? Por que marav?
— Não é uma maravilha?
— Com cer...
Realmente, eu tenho que treinar o raciocínio rápido.
Estou mais lerda que as lagartas!
Coloquei a mão sobre o estômago após terminar, aquela foi a melhor refeição desta semana.
Por mais que seja uma coisinha tão pequena.
— Com licença! — só tive tempo de ouvir o grito e no minuto seguinte estava no chão. — Eu não avisei por nada, sabe? — o ser que me atropelou falou levantando a cabeça.
— Desculpa, entretanto, acho que você avisou em cima da hora.
— Eu estou atrasado, sabe? O festival vai começar em pouco tempo! Tenho que me apressar! — levantou batendo nas roupas para tirar a poeira. — Quem é você, afinal? E o que está fazendo com eles? — sinalizou para os dois na nossa frente.
— Will... Eu acabei de sair de uma maravilhosa visita com o Blue, não me irrite. — Kit sorriu irônico.
— Isso não me importa. Eu ainda tenho que ir para casa, pegar a roupa da cerimônia e ir para Copas.
— Você sabe que o festival começa daqui uma semana? — Zak questionou se aproximando.
Will parou de limpar o colete rosa e fitou Hatter com os olhos negros.
— Meu irmão vai me matar. Eu fiz de novo! Não acredito! — agarrou os cabelos pretos e as duas mechas mais longas se mexeram. — Eu achei que estava quase conseguindo imitar o verdadeiro Coelho! Eu ainda não consigo chegar tarde!
Orelhas.
Mais um que não tem orelhas humanas.
Mas dessa vez é o coelho branco.
......
O coelho branco não deveria ser um albino de olhos vermelhos?
— Você é o coelho?
— Sim. — respondeu com os olhos cheios de lágrimas. — Eu não consigo imitar o vovô branco! Todo mundo da família conseguiu, menos eu! Já não basta eu seu o coelho negro, ainda tenho que ser o adiantado!
— Por que você não vai para casa, e tenta sair depois do seu irmão? — Kit perguntou se ajoelhando, enquanto Zak estendia a mão para me ajudar a levantar.
— Eu não consigo! Ele é muito pontual! Não consigo chegar depois dele! Tenho que chegar primeiro!
— McTwisp! Onde você está? — os arbustos falaram.
As plantas falam!?
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Quem será?