Pokémon: The Wrong Path escrita por andressc95


Capítulo 4
Capítulo 3 - Parado aí, ladrão!




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A baixa enfermeira de longos fios de cabelo rosado rapidamente caiu em um terrível sono profundo, derrubando o taco no chão.
Nate nem sequer olhou pra ela: entrou rapidamente na porta à sua esquerda, que levava à escadaria do segundo andar. Correu o mais rápido que pôde pelas escadas, chegando logo ao andar de cima.
O segundo andar não era muito diferente do primeiro: o piso e o teto eram brancos como nunca, sendo o último de um estranho formato arredondado apenas por uma questão de estilo, e apenas três portas estavam presentes naquele pequeno corredor, junto com alguns pequenos vasos de orquídeas ao lado de suas bases. 
O garoto então abriu a porta à sua direita o mais rápido que pôde, pois sirenes de polícia já podiam ser ouvidas de onde ele estava. O rangido da porta foi alto, e antes que ele pudesse se dar conta de onde estava, sentiu um toque em seu ombro.


- Parado aí, ladrão! – disse uma doce e brava voz, que vinha exatamente de trás dele.

Nate rapidamente se virou, e se assustou com a imagem que viu. Uma linda garota, morena, de profundos e maravilhosos olhos verdes estava parada em sua frente, com um revólver em sua mão direita, e um Togetic em seu ombro esquerdo.

- Não to vendo ladrão nenhum aqui. – disse ele, lentamente. – Acho que ele deve ter subido!

O garoto realmente mostrava não estar nem um pouco abalado pelo fato de ela estar apontando um revólver para sua cabeça.
A garota, ao ver sua face, fez uma cara de espanto monstruosa. 


- Nate? Nate Wegils? O famoso Nate Wegils? Campeão da TPAS? Não acredito…eu aqui, na sua frente, e nem arrumei meu cabelo... – disse ela, abaixando a arma e puxando um espelho de um dos bolsos de sua calça jeans. – Sou Samantha Stewart, mas pode me chamar de Sam.

Nate ouviu as palavras da garota e pensou que poderia se aproveitar delas com sabedoria.

- Prazer, Sam. – disse ele, pegando a mão dela vagarosamente a beijando.

“Sei que sou lindo e tal, ela ainda é minha fã, não vai resistir” – pensou ele, mostrando seu arrogante sorriso novamente.

- Mas...O que você faz aqui? Com esse capuz ainda... – perguntou ela, olhando ele de uma maneira observadora.
- Ahh, nada de mais não, preciso apenas ir ao terceiro andar salvar meus pokémons desse terrível ladrão que tá a solta por aqui! Coloquei esse capuz para o caso de ele me reconhecer... – respondeu Nate, na maior cara-de-pau, retirando seu capuz e jogando-o no chão.
- Nossa...se arriscando pra salvar seus pokémons...você é maravilhoso mesmo! Posso ir com você? – pediu ela, olhando-o com os olhos brilhando. – Acho que alguém deveria me proteger, caso achássemos o ladrão...
- Falou a garota do revólver... -respondeu ele, rindo, disfarçando perfeitamente. – Mas afinal, o que você faz aqui?
- Meu pai é o chefe da polícia de Slateport. Como ele tá meio doente nos últimos dias, ele queria vir pra cá quando ouviu o chamado... - respondeu ela, enquanto os dois subiam as escadas rumo ao terceiro andar. – Mas eu roubei a arma dele e vim aqui sozinha...

Ao dizer isso, ela quase caiu no chão de tanto rir.

- Mas, é claro, daqui a pouco ele vem atrás de mim. – ela disse, enxugando as lágrimas que saiam de seus olhos depois de uma crise de riso.

Depois disso, Nate preferiu ficar calado. Subiram os outros dois lances de escadas no maior silêncio, com o garoto apressando os passos, pois ouviam barulhos de passos vindo atrás deles cada vez mais próximos.

- Parece que chegamos ao terceiro andar... – disse a garota, mais tentando puxar assunto do que realmente falando.
- É, estamos aqui. – disse Nate, tentando se esquivar de Sam. - Eu to indo lá pegar meus pokémons na sala ali do lado, se quiser esperar aqui...
- Não, eu vou com você, pode deixar! – disse ela, segurando o braço direito dele com as duas mãos.

O terceiro andar era realmente diferente dos outros. Com um imenso telhado de vidro arredondado que mais parecia uma cúpula e com apenas uma porta à frente deles, mas com os inconfundíveis pisos brancos ainda aparentes. Nate correu para a porta, seguido pela garota, enquanto ouviam gritos vindos do andar anterior.

- Ele subiu, ele subiu! – ele ouvia.
- Não atirem, minha filha tá com ele! – gritava outra voz, que apenas Nate pôde ouvir.

A sala aonde ficavam guardadas as pokébolas era verdadeiramente muito grande: os pokémons eram todos separados por data e horário em que haviam lá chegado, portanto, extensas prateleiras recheavam o imenso espaço do local, que apenas não era maior por haver uma também enorme janela no fundo da sala, com um parapeito proporcional. Nate correu para onde os mais recentes estavam, e pegou as cinco pokébolas que achou.

- São esses seus pokémons? – perguntou ela, interessada. – Qual a espécie deles?
- Eles são... – disse Nate, tentando se lembrar do que os agente haviam dito. - Hã...insetos? 

Nesse momento, uma forte explosão quebrou a porta que havia atrás deles. De lá, um enorme homem apareceu, cabelos realmente muito negros, alto, musculoso, vestindo o uniforme da polícia, e com uma expressão realmente irritada.

- Filha, saia de perto desse idiota, agora! – gritou ele, com sua grave voz ecoando por todo o local.
- Que idiota? Só to aqui com o Nate... – disse ela, se agarrando ao braço dele novamente.
- Ele é o ladrão! Saia já daí filha, vou acabar com ele! – disse ele, puxando a garota. – Ninguém mexe com a filha de Norton Stewart! Vai, Slaking!

O imenso marmanjo lançou uma pokébola ao chão, precisamente ao seu lado, e um imenso pokémon macaco com uma pelagem de cor marrom, parecendo muito preguiçoso, instantaneamente apareceu.

- Cara...você não vê TV mesmo, né? Mandar um Slaking contra meus pokémons... disse Nate, friamente, lançando uma pokébola bem à sua frente. - Petti, vamos, acabe logo com isso. 

Nate esperava seu Banette sair de lá, mas o que saiu foi uma criatura diferente, um pokémon dourado, mais parecido com um inseto, com um imenso bigode estampado em seu rosto.

- Desde quando o Petti é um Kricketune Shiny? – perguntou Sam, com os olhos arregalados.
- Boa pergunta... – disse ele, olhando os bolsos - Acho que errei a pokébola...
- Ninguém perguntou nada! Slaking, use o Strenght!

O pokémon-macaco-gigante saiu correndo derrubando todas as prateleiras de pokébolas que encontrasse em sua frente com os dois braços que tinham um intenso brilho avermelhado, e acertando três poderosos socos na testa do pokémon que Nate havia chamado, jogando-o para o fundo da sala.

- HaHaHa... – riu Norton, sozinho. - Isso é tudo, garotinho?

Nate realmente se irritou após ouvir isso, e deu uma breve risadinha.

- Kricketune, use o Bug Buzz!

O pokémon levantou-se correndo, e ao abrir sua boca, um grito ensurdecedor tomou conta da sala, fazendo ondas sonoras poderosíssimas irem em direção ao Slaking, que se encontrava no chão, bocejando. As ondas sonoras apenas o fizeram finalmente adormecer, porém, desacordando seu treinador e Sam. Nate, inteligentemente havia colocado sua jaqueta no ouvido, pois sabia do efeito do golpe. 
Nate fez Kricketune voltar à sua pokébola, pegou as outras quatro que tinha a missão de buscar, e abriu a imensa janela ao seu lado.


- Vai, Honchkrow! – sussurrou ele, lançando sua pokébola ao chão. – Me leve para onde aquele pessoal do Farfalla Team tá, por favor.

Um pokémon pássaro negro, mais parecido com um corvo, exceto pelas plumas brancas em seu pescoço e um pequeno chapéu em sua cabeça, apareceu ao abrir da pokébola.

- Aonde pensa que vai? 
Ao ouvir essa voz novamente, Nate se virou, e se assustou ao ver a garota levantando.
- Acha que eu sou idiota igual ao meu pai? Eu sei os efeitos de um Bug Buzz, tapei meus ouvidos... – continuou ela.
- Legal... – disse Nate, se virando, e subindo nas costas de Honchkrow.
- Não vai me dizer o que realmente veio fazer aqui?
- Eu já disse, vim pegar meus pokémons...
- Eles não são seus... – disse ela, se aproximando, com um olhar de dúvida estampado em seu rosto. - Eu vi seu olhar ao lançar aquela pokébola e ver um Kricketune! O que você realmente veio fazer aqui? 

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Enquanto isso, ao lado do centro pokémon...

O celular de 29 havia acabado de tocar. O barulho era realmente estranho, semelhante ao de um Munchlax adormecido.


- Alô? – disse ele, atendendo.
- Sou eu. – disse uma voz masculina, do outro lado da linha. – Acharam o Nate?
- Sim, senhor. – respondeu ele, com um sorrisinho.
- Em quanto tempo acham que podem trazer ele aqui?
- Não sei, em uns dois dias, acho.
- Levem ele pra Mauville antes, eles pegaram nosso ginásio lá. – disse a outra voz, tentando esconder um risinho. – Deixe que Nate cuide deles.
- Como o senhor quiser. – disse 29, desligando.

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O garoto não viu mais escolha. Ela já havia visto quase tudo, assim como seu pai. Ele tinha que contar, talvez ela pudesse ser útil. Foi o que ele fez.

- Farfalla e Metalla? – gritou ela, assustadíssima. - Você se meteu com os dois? 
- Fala baixo, eles vão acordar. – sussurrou Nate, colocando seu dedo indicador na frente dos lábios dela. – E é claro que sim...me fizeram uma boa proposta...
- Eles são criminosos que tem uma rivalidade extrema e fazem de tudo para prejudicar um ao outro! – disse ela, tentando falar o mais baixo que podia. – Qualquer coisa mesmo...
- Não me importo, os problemas são meus. – disse ele, subindo nas costas de seu pokémon. - Posso ir agora?
- Claro que não! – disse ela, subindo atrás dele. - Eu vou com você!
- Para com isso, isso são problemas meus, você não tem nada a ver com isso!
- Eu sou fascinada por você desde que era muito pequena... – disse ela, olhando nos olhos dele. - Se você não me deixar ir, te prendo agora!

Nate não viu outra saída daquela situação: o resto das forças policiais já estava chegando. Os dois se agarraram forte no Honckhrow, e foram levados ao exato local em que o garoto havia se encontrado com 29 e 31 antes de entrar no Centro Pokémon, exatamente embaixo de onde estavam. Lá estavam os dois agentes, parados no mesmo local que antes, com as mesmas roupas, longe das viaturas da polícia.

- Pronto, tão aqui seus pokémons. – disse ele, literalmente jogando as pokébolas na direção dos dois encapuzados.
- Pera ai, quem é essa garota ai? – perguntou 31, mostrando sua irritação por Nate ter levado outra pessoa com ele.
- É da sua conta? – perguntou Nate, olhando fixamente em seus olhos.
- É da nossa conta, sim! – gritou 29, tomando a frente. – Quem é ela?
- Ela é... – dizia Nate, quando foi interrompido.
- Meu nome é Samantha Stewart, mas todos me chamam de Sam! Sou filha do chefe de polícia de Slateport, e sei tudo sobre vocês! – disse ela, com um enorme sorriso no rosto, como se houvesse acabado de encontrar alguém extremamente importante. 
- Filha do chefe de polícia? - perguntou 31, assustada. - E você trouxe ela aqui, Nate? Você tá louco?
- Não tive escolha, ela me parou. – respondeu ele, mostrando não se importar. - Mas vamos ao que interessa, eu tô dentro, ou não tô?
- Não sei...depois do que você fez, não conseguiu completar sua missão corretamente e ainda trouxe essa garota para cá.. – disse 29, calmamente. - O que você acha, 31? 
- Acho que pelo o que ele fez hoje, ele não merece... – disse ela, caminhando em círculos. - Mas o chefe acabou de ligar, disse que alguns Metalla tomaram o ginásio de Mauville! Nate, vá para lá agora, fica ao norte daqui, para recuperar o comando daquele ginásio para nós. Se você cumprir sua missão, entrará na nossa equipe. 
- E com o tempo poderá ter sua vingança, além de poder ficar com um desses nossos raros pokémons insetos Shiny. – disse 29, sorrindo.
- Eu farei isso, com certeza, estou indo para lá agora. Fácil.- disse Nate, arrogantemente. – Mas não preciso desses seus inúteis insetos, nada é melhor do que pokémons da noite.
- Posso ir com você? Posso, posso? – perguntou Sam, com os olhos brilhando novamente.
- Claro que não. – respondeu ele, friamente. – Vou sozinho.

Nate se virou, deixando os três parados no mesmo local, e se dirigiu para sua casa. Em questão de minutos, chegou, e subiu correndo para o seu quarto.

“O dia hoje foi corrido...agora preciso ir para Mauville, conquistar o ginásio de lá.. Será meu primeiro encontro com o Metalla Team, melhor me preparar.”

Ele pegou sua mochila azul convencional, jogou suas quatro pokébolas lá dentro, colocou suas melhores roupas e agasalhos, assim como suprimentos para alguns dias, e se deitou em sua cama, mesmo com o horário ainda perto das oito horas da noite.

“E aquela garota? Era linda, desinibida...realmente estranha! Parecia louca! Tomara que não faça nenhuma besteira..” – uma pequena pausa – “Ok, ela definitivamente vai fazer. Mas e daí?”

Ele trocou de lado da cama, com dificuldades para dormir.

“E o Shinx do garotinho? Prometi que o acharia...”

Nate então caiu no sono.

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No dia seguinte...

Nate acordou realmente muito cedo, perto das seis horas da manhã. Se vestiu correndo, sem tomar banho, e desceu as escadas de sua casa, saindo apressado, trancando-a, e respirando o ar puro de mais uma manhã de domingo. Ventava muito naquele dia, folhas se espalhavam pelo chão e faziam os cabelos esvoaçarem na mais fraca corrente de vento.
O garoto começou a caminhar em direção ao norte, à saída de Slateport, rumo à Rota 210. Pelo caminho, ele percebia que as pessoas olhavam feio para ele.


"Será ainda por causa da TPAS? Ou descobriram sobre o que fiz ontem?"

Resolveu não dar importância. 
Andou cerca de cinco quadras, e já se encontrava na Rota 210, a estrada para Mauville. Nate nunca havia saído de Slateport, e estranhou a sensação de ver como era aquele lugar: mato, mato e mato. Esse era o jeito mais fácil de descrevê-lo. Havia uma estrada para ciclistas logo à sua direita, e uma pequena estradinha de barro para pedestres à esquerda, com um pequeno lago dividindo os dois.


- Esse pokémonzinho ai? Você acha mesmo que ele é poderoso? – disse uma voz, vinda de trás de um espesso conjunto de árvores que Nate podia enxergar próximo a entrada da via de ciclismo.
- Claro! Ele pode mudar de formas, não sabia? – disse outra voz, mais autoritária.
- Então vamos pegá-lo rápido, antes que alguém apareça! – disse a voz mais submissa. - Vai, Mawile!

Nate resolveu se aproximar, curioso para ver o que acontecia. 
Lá, no meio daquelas árvores, estavam dois homens baixos: um estava pouco acima do peso, o outro era mais magro, porém os ambos cultivavam a mesma coloração azul brilhante na cabeça, os tornando evidentemente gêmeos. Dois pokémons estavam à sua frente: uma criatura muito pequena, branca, quase transparente, no formato de um fantasma; e outra um pouco maior, nas cores marrom e preto, com uma espécie de boca saindo de sua cabeça. 


- Ei, garoto, tá fazendo o que ai? – gritou o primeiro, ao colocar os olhos em Nate- Esse Castform é nosso! 
- O que eu tô fazendo não importa pra vocês.
- Importa sim! Saia já daqui, ou nós vamos dar um jeito em você! – disse o outro, arrogantemente, desafiando Nate.
- Tentem. – Nate era a pior pessoa para se desafiar. Ele era extremamente competitivo e não se intimidava com nada, aceitando qualquer coisa para poder mostrar sua superioridade. 


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