Corpos e Corvos escrita por Laurique


Capítulo 9
"Tentando não morrer"




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Após ouvir o que a mulher lhe disse, Shun não sabia como se comportar Esta mulher está relacionada ao Laurique de alguma forma, mas como? Pensou ele. Sabiamente, perguntou se ela sofria de apagões e as vezes acordava em locais desconhecidos, a moça fez que sim (Laurique também sofre desses apagões).

– Eu fui ao médico para saber se era algo grave, mas ele me informou que era apenas sonambulismo e que uma hora iria passar.

– E passou?

– Não – Tomou a última colherada do sorvete e se levantou. - Bem, foi muito bom me abrir com um estranho, mas tenho que ir.

– Tudo bem, mas você ainda não me disse o que veio fazer aqui. – Shun deixou escapar um sorriso sarcástico enquanto franzia sua testa, segurou a mão pálida e macia de Aline, sua pele era tão branca quanto uma folha de papel ofício, se fosse pressionada com um simples toque imediatamente ficaria vermelha.

– Tudo bem, mas por que está tão interessado?

– Porque talvez possa te ajudar, mas sou irei ter certeza se me contar o motivo de ter viajado para a américa do sul.

–ok- Assentiu voltando a se sentar na cadeira, retirou sua mão suavemente de perto da de Shun.

O atendente percebeu que seus clientes estavam sentados ali por muito tempo, mesmo após tomarem seus sorvetes, então resolveu perguntar se eles iriam pedir mais alguma coisa, mas ambos responderam unissonante, “não, obrigado”. Aline começou a explicar o motivo de estar na américa do sul.

– Por causa do sonho.

– Aquele sonho que você me contou?

– Sim

– E por que aqui, na Argentina?

– Em meu sonho eu vi o Obelisco de Bueno Aires, em cima dele estava um homem, que não consigo me lembrar do rosto, sinto que ele tinha uma feição perturbada, olheiras profundas e usava um pijama branco com listras azuis, como um uniforme de presidiário, era muito magro ou gordo não me lembro, mas era rápido e forte. Ao meu lado havia um rapaz, jovem, aparentava cerca de vinte e um ou vinte e dois anos, também não me lembro ao certo como era o seu rosto, porém sei que ele tinha fios cabelo que eram negros como penas de corvo, esses tais fios percorriam o corpo do rapaz até pouco abaixo do joelho, não consigo trazer de volta mais nenhuma memória exceto pelos seus olhos dourados me encarando com tamanha serenidade, ele me dizendo que iria dar tudo certo e que eu deveria ficar calma, me chamava de Kayle.

Que tipo de monstro poderia ser rápido e forte? Qualquer um. Shun tinha mais um probleminha nas mãos para resolver, agradecido pelas informações, ele agradeceu meio que sem jeito e se desculpou por pressioná-la, disse que agora tinha certeza de que poderia ajuda-la, pois sabia onde estava uma pista muito boa que a ajudaria desvendar o seu sonho. Shun levou Aline até Laurique que já estava ao lado de um homem argentino, baixinho, gordo, de cabelo grisalho, com um bigode enorme preto e que possuía uma placa na mão que dizia:

Laurique Damons, por favor, por aqui.

Ali está ele, pelo visto também lá está o nosso carona. – Apontou para seu amigo ruivo que conversava com o motorista.

Laurique percebeu e acenou para eles, acenaram de volta, o motorista argentino também acenou.

– Este é Laurique, meu amigo e inquilino.

A pele de Aline passou de branca como um algodão para azul bebe, seus olhos verdes de contraíram e ela ficou paralisada olhando para Laurique sem saber o que dizer, não tinha certeza se Shun não estava lhe pregando uma peça, acabara de conhece-lo, mas ao apertar a mão do possível impostor, as memórias de seu sonho passaram como flashes e ela conseguiu recuperar mais uma lembrança.

– Você está na chuva, mas você não é você – Apontou para todo o corpo de Laurique de cima a baixo– É alguém mais poderoso, imortal até, atrevo a dizer, você me diz que vai ficar tudo bem, e eu também não sou eu. Não se lembra de nada?

– Shun o que ela está dizendo? Quem é esta mulher?

– Ela está te dizendo o que você tanto procura – Respondeu Shun com a mão no queixo ainda incrédulo com o que estava acontecendo.

– Podemos ir? – Disse o motorista, seu nome era Flanco, ele os levou até o seu taxi, perguntou se a moça iria junto também, ela assentiu. Se passaram quinze minutos desde a conversa no aeroporto, Shun havia explicado tudo para Laurique e Aline, eles estavam cada vez mais próximos da resposta, passado o tempo Aline notou que o taxista não estava indo pelo caminho correto de onde ficava a rua que foi pedida “Rua florida, número 666”.

– Ei senhor, me desculpe, mas a rua florida fica para o outro lado. – Apontou para a sua direita. – O senhor deveria ter dobrado essa esquina segundo o meu aplicativo do celular.

– Não se preocupe estou cortando caminho, esses aparelhos...o GPS, nunca funciona de verdade, não deve confiar neles, deve se confiar nisso. – Deu três toques na lateral de sua cabeça.

– No cabelo? – Laurique brincou.

–Na mente – Disse o motorista olhando pelo retrovisor, parecendo querer devora-lo por tamanha insolência.

Mais alguns minutos depois o GPS de Aline indicava que eles estavam se afastando do destino ao invés de se aproximar, então ela bateu no celular na esperança de que ele voltasse a funcionar, mas de nada adiantava. Foi quando Shun notou que o taxímetro estava desligado, ou Flanco era deficiente mental, ou era o novo Mahatma Gandhi, ou..., De repente um calafrio lhe subiu a espinha.

– Espera aí, o taxime... – Laurique iria completar a frase se não fosse interrompido por Aline que apontava para o motorista, que estava parando o carro em uma Praça em quanto quase ao mesmo tempo ele ia crescendo de forma desproporcional.

– É uma pena que não se lembrem de mim, mas hoje eu terei minha vingança e serei recompensado. – Rosnou o motorista amaçando o carro de dentro para fora.

– Pulem para fora! – Berrou Laurique. Todos saltaram sendo jogados mais longe ainda pelo impacto do monstro se erguendo e partindo o carro em dois. Pedaços do carro espalharam-se pela praça e as pessoas que estavam por lá correram, era de tarde o sol estava escaldante e haviam muitas pessoas por lá, mas isso não foi motivo para impedir que o monstro atacasse em plena luz do dia.

– É um Lhanna! - Imediatamente Laurique reconheceu.

O monstro pegou um pneu que estava rolando pelo chão e atirou para cima de Laurique, o mesmo rolou para a direita deixando que a roda atingisse a mesa atrás dele, ela quicou para longe fazendo com que carros de outra esquina bem longe de lá começassem a colidir e emitir sons de freadas bruscas. Flanco pegou um pedaço de metal do carro que não foi possível identificar e tentou esmagar Aline, por sorte ela conseguiu se esconder atrás de o que parecia um coqueiro. Na mira do monstro agora só estava Shun que começou a tentar rezar, mas não se lembrava de como fazia, Flanco serrou o punho tomou distância e se preparou para dar soco mais forte possível até que um som de tiro de snipe ecoou pela praça e monstro caiu para trás com um pequeno buraco na testa.


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