Corpos e Corvos escrita por Laurique


Capítulo 6
"Um passo mais próximo"




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Assustados com a situação, Shun inventou uma mentira afirmando que Laurique apenas subiu até lá para pegar uma foto que foi levada pelo vento, mas as pessoas e a polícia que chegou em seguida o pressionou para que ele dissesse o porquê do possível suicida ter citado ser um “bruxo”. Sagazmente Shun respondeu que o seu amigo havia sim dito que era um “bruxo”, mas por ter encontrado a foto. Algumas pessoas próximas riram da situação, por outro lado outras ficaram decepcionadas, logo Laurique foi ajudado pelos policiais e bombeiros a descer, um deles muito bem humorado, com um sorriso largo, pediu para que ele o mostrasse a bendita foto, Shun se intrometeu culpando a foto como muito comprometedora, onde ele e Lauri não estariam vestidos apropriadamente. O policial entendeu a gravidade e respeitou a privacidade do casal.

Ao chegar em casa eles decidiram não comentar sobre o acontecimento sobrenatural até o dia seguinte, pois isso poderia deixar Laurique perturbado mentalmente mais uma vez, passando assim a noite em claro. Riram no sofá vendo uma serie TV ao lembrar como havia sido o dia, foi tocado no assunto relacionamento, Lauri percebeu que dentro dos 6 meses que esteve morando com Shun nunca o havia visto sair com nenhuma garota.

– Shun, você é gay? Quero dizer, nunca te vi sair com ninguém durante os seis meses que estive aqui?

– Laurique, você também não saiu com ninguém, só isso não significa que eu possa ser gay. – Disse Shun com um tom provocador e sarcástico.

–Minha esposa está morta, foi o que me disseram, seria estranho eu sair com alguém assim, mesmo que mesmo que eu não seja o dono desse corpo, respeito ele.

–Me desculpe Lauri, eu me exaltei, acho que posso me desabafar com você. – Fez uma breve pausa para respirar fundo e depois continuou. – Desde que minha esposa me trocou por outra mulher eu não consigo sentir desejo por mulher nenhuma, eu sempre me lembro da cena minha mulher me traindo, acho que nunca mais vou poder me envolver com alguém novamente, a única mulher, na verdade, ela ainda é uma menina, que eu vou sempre amar é a minha pequena irmã.

Laurique ficou triste pelo amigo, mas sorriu pelo modo como Shun sempre falava sobre sua irmã, quase sempre com elogios, menos as vezes quando ficava bravo no celular ao saber que ela havia tirado notas baixas, Familia era um sentimento que o homem sem memorias desconhecia, mas admirava ao ver, desejando que um dia pudesse ter. Mas você já faz parte da família, era o que Shun tinha vontade de dizer, mas não o fazia, pois poderia interferir no tratamento psicológico.

– Sua irmã, quantos anos tem mesmo?

Antes que tal pergunta fosse respondida, ambos ouviram o soar da campainha, Shun se levantou para atender e ao chegar lá olhou primeiramente pelo olho mágico, observou que lá havia um homem e uma mulher vestidos de preto, achou melhor abrir a porta.

– Boa noite, eu me chamo Samuel e ela é a Jéssica, estamos procurando por Laurique Damons, segundo a vizinhança é aqui que ele reside, a colaboração dele é de muita importância para nós. – Disseram eles mostrando os distintivos.

– Neo, é para você!

– Quem é? E por que está me chamando de Neo? – Laurique aproximou-se para ver quem era a visita. – Ah entendi, boa noite, Trinity, Morpheus.

Disse ele olhando primeiramente para a mulher e logo após para o rapaz. Sam e Jess deixaram um leve sorriso sair, porém sem perderem a postura com o humor da possível testemunha e o amigo dele.

– Podemos entrar? – Disse Sam.

– Claro, fiquem à vontade.

Os visitantes entraram na residência e sentaram-se no sofá, Shun foi para cozinha preparar um chá para servi-los, deixando a sós com a testemunha, Larique ficou um pouco preocupado com o que poderia acontecer caso contasse a verdade, mas para que fosse possível um dia recuperar seu corpo e memória, seria necessário se abrir com alguém, Eles são suspeitos, não parecem ser da polícia, vou contar tudo o que sei e vão achar que eu sofri um choque devido a visão do corpo da vítima. Então Lauri contou tudo o que sabia sobre isso, sobre sua história e visão que teve naquela tarde ao voltar a cena do crime, ele esperava que seus interrogadores saíssem de lá cientes de que era louco, porém não aconteceu o esperado.

– Se o que diz é verdade, então temos muito a conversar. – Disse Sam.

– Este é o nosso número quando quiser ajuda com o seu caso nos ligue, mas lembre-se, no momento que ligar, terá que estar cônscio das consequências e preparado para um mundo que desconhece, não haverá mais volta.

Ao ouvir tais palavras Laurique sentiu um frio em sua barriga, sabia que estava cada vez mais próximo de encontrar a resposta. Enquanto Shun chegava com o chá, os visitantes caminhavam em direção a porta e se despedindo, se despediu sorrindo e voltou para cozinha chateado por não terem nem sequer provado. Ao deixarem a residência Sam e Jess se olharam como tivessem achado uma mina de ouro.

– Esse homem poderia ser....? – Perguntou Jess.

– Eu não sei, talvez, só não entendo o porquê de você ter dado seu número e não o da nossa associação. – Respondeu Sam enquanto desativou o alarme do carro seguindo em direção ao mesmo.

– Se ele for o que estamos pensando não vou dar a chance de mais alguém daquele ninho de víboras ficar com o mérito.

Ambos abriram as portas do carro concomitantemente, Jess no acento do carona e Sam no do motorista. Ao entrarem no carro, Jess atende a uma chamada de vídeo urgente e um jovem loiro, barba curta e óculos de grau aparece.

– Ei, Jess, Sam, parece que temos um código 667, as direções estão sendo enviadas para o computador, boa sorte.

– Já faz tempo que não extermino um desses, poderia detalhar a situação? –Disse Jess.

– Parece que um rapaz está recebendo ajuda de um demônio classe A para conquistar garotas, o problema é que a “demônia”, as possui e faz sexo com ele posteriormente, basicamente uma fantasia sexual.

– E qual o preço para ele? – Indagou Jess.

– Nenhum, parece que ela gosta mesmo do rapaz, o problema é que as garotas após possuídas, entram em depressão profunda e se matam, apesar de não se lembrarem de terem tido relações sexuais com o rapaz.

Sam deu partida no carro indo em direção ao acontecido, porém percebeu que o GPS estava lendo as direções.

– Oh, Mat....? – Disse Sam.

– Já até sei o que vai dizer, “por que o GPS não mostra a trajetória?”, simples, é porque fica difícil ir de carro até a américa do sul.

Ao ouvir a voz sarcástica de Mat, Sam ficou confuso com o que seu companheiro estava tentando insinuar.

– Parabéns, vocês foram transferidos de agência!

Em meio a festa que os dois faziam, Matheus fez um acréscimo.

– E claro, eu fui escolhido como o suporte. – Disse ele sorrido e comemorando como eles.

– Espera um pouco, mas e o código 447? - Perguntou Sam.

– Parece que os Lhannas estão vindo da américa do sul, aparentemente estão fugindo de alguma coisa, o que vocês estavam procurando já foi encontrado, está morto, pereceu devido a fome, os melhores Mentalistas, seguiram o rastro da memória do falecido e encontraram isso.

A imagem do rapaz sumiu da tela dando lugar a uma imagem desfalcada de algo no escuro com dois olhos vermelhos cintilantes.

– Onde o 447 viu isso? – Sam.

– Brasil, Amazônia, mas vocês devem resolver o caso que foi dado a vocês, Karl e Sarah ficarão com o 447.

– Aqueles dois filhos da puta! – Jess esbravejou socando o porta luvas.

De qualquer forma foram comemorar a transferência bebendo até amanhecer na casa de Sam, já que a filha de Jess estava na casa de Mama uma senhora que cuidava da menina enquanto a mãe trabalhava.


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Notas finais do capítulo

Shun estava acessando um site no computador ao perceber que Laurique se aproximava.
— O que você está vendo? – Perguntou Laurique.
— Ah, é só uma história, o autor finalmente postou mais um capítulo. – Shun respondeu se virando para seu amigo.
Laurique se aproximou mais do monitor para observar.
— Que coincidência, eu também estou acompanhando esta história, porém ele demorou bastante para postar o capitulo, que folgado.
— Eu soube que ele ficou sem internet semana passada. – Disse Shun.
— Isso não é motivo, para isso existe o word.
—Vamos deixar para lá e ler esse capitulo.

Monstros revelados até agora :
Lhanna- Demônio indígena
Vampiro- O mais nobre de todos os monstros.
Humano- Imagem e semelhança de Deus.
Mentalista- Se alimenta de memórias de outros seres vivos ou que morreram a pouco tempo, também pode acessar memorias presas em objetos e lugares.
Demônio- Também chamado de anjo caído,é dividido em quatro classes : C,B,A e por fim S.



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