Corpos e Corvos escrita por Laurique


Capítulo 5
"Amaldiçoados pelo sangue: Parte 2"




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A fera lentamente voltava seu olhar em direção a Nik e aqueles olhos vermelhos logo se tornaram verdes a as grandes presas regrediram-se ao estado de caninos comuns, quando congelado pelo medo Nik ouviu a voz de sua mulher vindo da direção do monstro.

–Nik? O que está fazendo aqui? Não era para você estar aqui a esta hora!

Artemis se levantou da cama com sua sede de sangue saciada e foi andando lentamente até seu noivo pedindo para que ele ficasse calmo e o disse que explicaria a situação logo após pegar uma toalha para se cobrir, Nik estava assustado de mais para racionar, então foi tomado pelo forte impulso de gritar, porém não o fez, pois aqueles olhos vermelhos cintilantes novamente surgiram o paralisando.

–Nik, se esse é o único modo para você ouvir o que eu tenho a dizer, que assim seja, irei terminar meu banho então não saia daí. – Disse a bela noiva coberta de sangue enquanto sorria e permitia que lagrimas caíssem de seu rosto olhando para seu parceiro.

Artemis sabia que não o mataria, deixando a ele a escolha de segui-la ou abandoná-la, por isso não o permitiria fugir sem pelo menos dar uma explicação. Entrou no banheiro terminou seu banho, depois retirou o corpo da casa o levando para bem longe dali onde ninguém poderia encontrar e alguns minutos após ela retornou limpando o quarto enquanto o noivo ainda estava paralisado, mas ciente de tudo do que estava acontecendo, aqueles olhos arregalados de medo agora estavam confusos, aquela realmente era a Artemis, sempre tão limpa, vaio a mente de Nik. Após toda a limpeza o quarto não parecia o mesmo que antes havia revelado uma cena totalmente desumana, Artemis guiou Nick ainda enfeitiçado pelos seus olhos até a cama, porém percebeu que isso afetou mais ainda seu choque, o levando para sala de estar em seguida o sentando em uma poltrona negra que ele tanto gostava e passava horas e horas lendo o jornal nas manhãs, estava pouco ao lado dela que estava sentada em um sofá-cama de cor cinza. Olhando para Nik, os olhos de Artemis voltaram a cor verde.

– Está mais calmo, meu amor? Se eu te soltar me promete que não vai sair gritando? -Perguntou Artemis.

Nik balançou a cabeça para cima e para baixo como sinal de “sim”, então Artemis levantou a mão direita estalando os dedos polegar e médio e de repente ele estava livre. Com o impulso do medo Nik saltou da poltrona dando três passos rápidos para frente e caindo logo em seguida derrubando a pequena mesinha da sala e o livro que ele ainda não terminara de ler, levou seus olhos em direção a aparente doce mulher.

– Desculpa, mas você ficou muito tempo paralisado, não vai conseguir andar tão cedo, vamos deixe que eu te ajude. – Disse a bela moça.

– Não encoste em mim. – Resmungou Nik em um baixo tom de voz, então se levantou sozinho e com calma colocou a mesa e o livro de volta em seus lugares “Drácula, que ironia”, pensou ele ao ler a capa do romance.

– Tudo bem, estou pronto, quero que me diga quem era aquele homem e principalmente, quem é você.

Artemis endireitou-se no sofá e contou a Nik toda a sua história e de como o encontrou em uma lanchonete com o plano de beber seu sangue durante um dos encontros, mas que no decorrer do tempo que passava entre um encontro e outro ela percebeu que Nik era o homem mais amável que já havia conhecido durante esses novecentos anos que vivera e ele era bom, sempre ajudava quem precisava, sua possível presa Nikolai deixou de ser uma simples presa para se tonar o grande amor de sua vida. Por mais que Nik se esforçasse não conseguia impedir que as lagrimas caíssem de seu rosto, o mesmo acontecia com Artemis que também sorria enquanto pronunciava aquelas palavras, “Desde quando te conheci a três anos atrás, você nunca consegue chorar sem sorrir”, pensou Nik. A linda noiva estava usando um vestido branco de renda, enquanto ele estava ainda com a roupa do trabalho, um terno preto listrado e com uma gravata cinza, seu cabelo castanho ainda estava “lambido” com o excesso de gel que ela usava para que seus cachos não ficassem a amostra.

– Como ainda posso te amar, mesmo sabendo que você é um monstro, como o desse romance? – Disse ele olhando para o livro.

– Eu te amei mesmo sabendo das minhas restrições... – Respondeu ela.

Aqueles olhos verdes penetravam a alma de Nik de forma tão profunda, maior do que a magia que Artemis usara para paralisa-lo anteriormente.

– Eu nunca te contei, mas o motivo por eu ter me apaixonado por você foram esses olhos, não pela cor, mas como eles penetram dentro de mim, como se você me pedisse um favor antes mesmo de falar. – Disse ele.

– Sim, eles sempre pediram que você me amasse.

Nikolai nunca poderia esquecer aquela cena, mas não conseguia deixar de amar Artemis, mesmo controlado pelo medo, lentamente ele se levantou quase tropeçando novamente na mesa e por fim se aproximou de sua noiva lhe dando um breve selinho.

– É o máximo que eu consigo por enquanto. – Disse Nikolai.

– Isso para mim já é o suficiente – Respondeu Artemis.

Então Nikolai e Artemis passaram a tentar superar suas diferenças e viveram como humano e vampira por alguns anos até o dia do seu casamento, quando Nikolai foi mordido por um vampiro que queria vingança de sua ex-mulher em frente a várias testemunhas.

– Artemis! Este é o meu presente de casamento a você e seu marido humano, que em breve se tornará meu servo.


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