Corpos e Corvos escrita por Laurique


Capítulo 4
"Respostas"




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Shun chegou em casa quando observou que Laurique estava em frente ao computador verificando fotos de um corpo de uma jovem mutilada, imediatamente percebeu que o cabo USB da câmera estava conectado ao computador.

– Você que tirou estas fotos Lauri? – Perguntou Shun.

Laurique tomou um susto se virando em direção a amigo, pedindo que não o assustasse daquele jeito novamente, desligou a tela do computador se levantando para tentar disfarçar o ocorrido.

– Sim, para um trabalho. – Respondeu.

– Você deveria levar estas fotos até polícia. – Disse Shun.

– A polícia já esteve por lá e já tiraram fotos suficientes.

Shun tocou o ombro do seu velho amigo e então seguiu para o quarto guardar suas coisas. Ele era um psicólogo renomado que tratava de seu amigo no hospício. Quando a mulher e os filhos de Laurique morreram em um acidente de carro onde ele estava dirigindo e foi o único sobrevivente. Ele não só criou um mundo com monstros, como também alegou ser um deles, mas afirmava não recordar de qual espécie pertencia, a única coisa verdadeira em suas memórias era o seu nome “Laurique”, sendo mulher e filhos coisas que seus inimigos implantaram em sua mente para confundi-lo e impedir que se lembre de sua real identidade, ao ouvir sobre a história de Lauri e como ele era interessante e não muito agressivo, Shun revolveu dar uma chance, o deixando morar em sua casa e lhe arranjando um emprego como fotógrafo, devido ao talento que possuía aquele homem ruivo com uma cicatriz na bochecha bem próximo a barba.

– É melhor você não ver – Disse Laurique.

– Você sabe que eu sou profissional. – Shun respondeu.

Ao ligar novamente a tela do computador, Shun se sentou na cadeira e passou as fotos lentamente e observando as mordidas no corpo da vítima.

– Minha nossa, o que poderia ter feito isso? – Disse Ele.

Laurique ficou meio receoso em dizer o que pensava, mas sabia que poderia confiar em Shun e contar o que achava mesmo sabendo que ele não iria acreditar em suas ideias.

– Acredito que isso possa estar relacionado ao meu passado.

– Como assim?

– Olhe essas marcas, não existe nenhum animal em Karakura que seja capaz de ter presas e garras tão grandes. - Disse Laurique apontando para a clavícula da vítima em uma foto e a perna solta do corpo da mesma em passando a imagem. – Demorou cerca de 7 minutos desde quando eu ouvi o grito e saí correndo para ajudar a moça e quando cheguei no local, já havia acontecido, sangue e pedaços de carne por todo lado, de alguma forma eu pude sentir a presença dele.

– Tudo bem, vamos voltar ao local do crime, talvez você possa “sentir” algo lá. – Shun deixou escapar um sorriso.

Laurique ficou meio chateado com a brincadeira de mau gosto do amigo, mas relevou, Shun sempre foi bem humorado. Os dois voltaram a cena do crime no dia seguinte, o corpo já havia sido levado e já não tinha mais faixas amarelas pedindo para que se afastassem, tudo estava limpo, parecia até que nunca havia acontecido nada por lá.

– Já está sentindo alguma coisa? – Perguntou Shun.

– Apenas, fique calado, certo?

Ao fechar os olhos o homem ruivo estendeu e esticou a sua mão direita na altura do peito com a palma virada para baixo e então de repente imagens do que poderia ter ocorrido na noite passada vieram em sua mente “Fome, estou com muita fome, preciso me alimentar”, ao ouvir tal voz em sua mente, Laurique abriu os olhos, um pouco tenso, mas Shun o confortou dizendo que estava ali e que ele poderia continuar, então novamente o homem fechou seus olhos e se concentrou, podia ouvir a mesma frase vinda de uma voz desconhecida e rouca com sons de rosnados e lambida de beiços, logo os sons se tornaram imagens e o que ele viu foi um monstro com cerca de dois metros e meio de altura, olhos totalmente negros, com presas afiadas por toda boca, um focinho como o de porco, careca, gordo e com uma boca enorme que poderia engolir um humano inteiro em questão de segundos, mas ele estava muito cansado e com fome, não conseguia nem andar direito, se localizava ao que parecia ser em um beco escuro quando avistou uma jovem beijando um rapaz, a visão do monstro era um pouco acinzentada como a de um cachorro , percebeu que o moço perecia ter visto algo e saiu correndo deixando apenas a jovem que gritou por socorro, enquanto chorava.

Ao acordar totalmente assustado Laurique não consegue saber onde estava, mas ainda permanecia de pé e com a mão esticada para frente, o chão parecia estranho, percebeu ele, mais frente tinha um formato estranho, não era plano, então se lembrou de abaixar a mão e continuou caminhando para ver onde isso iria dar , mais a frente ao dar uns passos pôde ver a rua do alto com carros passado e a torre do centro da cidade com o relógio que marcava 15:02 achou estranho, pois chegaram no local do crime as 15:00, dois minutos de diferença era muito pouco tempo para ele ter saído de lá, porém seu pensamento foi interrompido ao ver Shun acenando de baixo no passeio.

– Como me deixou para aqui?!

– Eu não sei! Um minuto você estava bem na minha frente e no outro já está do outro lado da rua!

– Ei Shun, você acredita em magia ou bruxaria ?!

– Não, por que a pergunta? Ai meu Deus do céu, não me diga que você está pensando que é um daqueles...

– Um mago ou bruxo?! Talvez, existem muitos seres mágicos! – Laurique interrompeu.

Pouco a pouco algumas pessoas iam amontoando-se ao redor de Shun, celulares e câmeras por todo lado, o mesmo ia ficando assustado com a situação que estava prestes a acontecer, percebeu que alguém estava chamando os bombeiros ou possivelmente a polícia, afirmavam que havia um homem louco em cima de uma igreja que proclamava-se um bruxo e estava tentando se atirar do alto.


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Notas finais do capítulo

Monstros revelados até agora :
Lhanna- Demônio indígena
Vampiro- O mais nobre de todos os monstros.
Humano- Imagem e semelhança de Deus, tem a capacidade de criar e destruir, apesar de não parecer é um ser muito perigoso, jamais confie nele.



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