Corpos e Corvos escrita por Laurique


Capítulo 3
"Amaldiçoados pelo sangue: Parte 1"




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Transilvânia em 1960.

Era mais um dia ensolarado, as pessoas cumprimentavam seus vizinhos aguardando o garoto do jornal passar, Nikolai é mais uma delas, sentindo a brisa acariciar seu rosto acenava para o menino que passava jogando o jornal. Dentro de casa sua linda esposa preparava o café da manhã, o nome dela era Artemis, sempre quando Nikolai a mirava tinha a sensação de ouvir Chopin tocar piano, era como um sonho, então entrou em casa tocando os doces lábios de sua amada a abraçando, recostou sua cabeça nos ombros dela onde ali poderia sentir o cheiro daqueles cabelos loiros, lembrava-se quando ele a abraçou pela primeira vez em uma lanchonete, era como se cheirasse Camélias em um jardim. Abraçando sua esposa bem forte, tinha pequenos flashes do pesadelo que havia tido na noite passada sangue por todo lado, era a única coisa que se recordava.

Mais tarde no mesmo dia Nik havia saído para o seu trabalho como vendedor de imóveis enquanto sua bela esposa ficou em casa cuidando da faxina, ele ainda estava preocupado com o pesadelo e um mau pressentimento que o assombrava, pensou em sair mais cedo do trabalho para ver se seu amor estava bem e também não poderia se esquecer “daquilo”.

Artemis estava com muita sede sangue, fazia semanas que ela não se deliciava do mel de cor vermelha, sabia que se continuasse assim poderia acabar ferindo alguém, principalmente seu querido noivo, apressava-se ao arrumar a casa e preparar a janta, pensou em fazer uma visita a tão estimada vizinha Beth e encantá-la com seus preciosos olhos vermelhos enquanto sutilmente cravava suas presas no pescoço da viúva retirando da veia exposta um pouco daquele delicioso sangue e voltando para casa sem que a vizinha se lembrasse da pequena visita. Artemis olhou para o relógio carrilhão de parede, ainda tinha muito tempo até que seu noivo chegasse, pensou em colocar em ação o plano de se alimentar do sangue de Beth, então foi para o banheiro se arrumar, afinal não poderia levantar suspeitas na vizinhança. A banheira já estava cheia e água morna quando Artemis entrava para se banhar, pouco a pouco colocava um pé após o outro entrando por fim totalmente ali, ao se deitar na banheira, com seu cabelo loiro amarrado, passava suavemente o sabonete por seus ombros, rosto, descendo para os seios em seguida para barriga, mais abaixo até umbigo, enquanto imaginava-se sugando o sangue daquela mulher após semanas com sede, tenho que ter cuidado não acabar a matando, disse para si mesma, antes que perceber a mulher em seus pensamentos se tornou Nick e o sangue se tornou mais doce e quente , descendo pela garganta como valsa em um baile de formatura e os belos olhos cor de esmeralda de Artemis se tornaram vermelhos cintilantes e pérfidos, enquanto a mão esquerda acariciava sua nuca, a direita sabiamente percorria as curvas de seu esbelto corpo umbigo abaixo, o sabonete agora distante flutuava sobre água, seus dedos com unhas ainda com sobras do esmalte vermelho usado na semana passada percorriam da virilha, passando pelos grandes lábios até o clitóris, a doce donzela tomada pelo desejo e sede sangue se contorcia na banheira se deleitando do prazer e culpa por desejar o sangue de seu amor, quando é surpreendida por um homem que aparentava 30 anos lhe apontando uma Desert Eagle onde ao lado estava escrito Blood Slayer, instintivamente Artemis percebendo a gravidade da situação não esperou muito tempo para reagir partindo para cima do homem que ainda conseguiu disparar dois tiros em na direção dela, apenas um lhe acertou de raspão lhe deixando uma pequena ferida no braço direito que estranhamente não se regenerou, em questão de segundos ela já estava face a face com o invasor o jogando para fora do banheiro como se fosse algo que pesasse apenas 1 quilo, o homem por sorte caiu sobre a cama do casal que o salvou do impacto da força que foi atirado. Rapidamente o homem se levantou estendendo a arma em direção a Artemis mais uma vez, a mesma não se permitiu cometer o mesmo desleixo segurando o braço direito dele e levantando para o alto fazendo com que o tiro escapasse para teto.

Ao recuperar o folego o invasor finalmente pôde olhar nos olhos dela e mesmo com todos aqueles anos de experiência não podia evitar o medo que sentira, tenho que fugir daqui, pensou ele, porém estava aprisionado por aqueles olhos, que não se deixavam esconder dos fios de cabelo que percorriam a face da temida vampira. Todo seu corpo desencadeou uma carga de adrenalina entrando em pânico, queria gritar, porém nenhum som saia de sua boca, estava taciturno, sabia que iria morrer ali, percebia isso devido aura esmagadora que o monstro emitia, de repente o homem foi tomado pela visão de um rato sendo jogado a cobra para que ela se alimentasse dele, naquele breve momento em que seu braço era arrancado de seu corpo percebeu que tudo não passava de uma ardilosa cilada para que ele se tornasse a refeição da bela fera, misturada ao seu sangue e gotas de água que desenhavam a perfeição das curvas do corpo nu da donzela que se aproximava o rosto ao pescoço dele sem dizer uma palavra como, quem te enviou até aqui? ou quem é você?, carinhosamente o deitou sobre a cama que estava com a borda banhada de sangue do braço despedaçado que estava caído no chão junto com a arma, não sabia se era devido à perda imensa de sangue, mas o corpo da bela vampira fervia de uma forma descomunal o envolvendo enquanto ela se rastejava até o pescoço do homem cravando por final suas presas fatais e sugando o pouco que sobrava dos fluidos vitais do invasor.

Já era noite, Nik estava se aproximando de casa lembrou de comprar rosas e chocolates, esta noite era a comemoração pelos dois anos de noivado deles, imaginava a cara de surpresa de Artemis ao notar que ele conseguiu se lembrar do aniversário. Ao chegar em casa notou que a porta já estava semiaberta com sinais de arrombamento, resolveu entrar em silêncio para surpreender o possível invasor antes que ele fizesse algum mal a sua amada, a cada passada que dava com suas longas pernas ouvia um barulho de respiração ofegante e movimentos sutis, percebeu que tal som vinha do quarto deles logo resolveu ir verificar Não pode ser o que estou imaginando, pensou ele com medo de que sua noiva estivesse tendo um caso, mas por quê seu amante arrombaria a porta? Então a conclusão mais sensata que Nik chegou no momento foi que ela estaria sendo abusada sexualmente do invasor, com esta cena em mente agiu brutalmente e como um tigre de cabelos negros ele saltou para dentro do quarto esbravejando:

– Solte já a minha mulher!

Não podia acreditar na cena que seus olhos lhe revelaram, só poderia ser uma alucinação, um homem pálido e aparentemente morto deitado em sua cama com os olhos revirados enquanto algo que semelhante a sua noiva estava arroubado pelo sangue, a fera estava montada em cima do invasor lhe tirando todo sangue através do pescoço enquanto mais ainda jorrava pelas bordas da cama e se espalhando pelo chão o transformando em uma poça vermelha.


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Notas finais do capítulo

Monstros revelados até agora :
Lhanna- Demônio indígena
Vampiro- O mais nobre de todos os monstros, é mais conhecido por seu desejo por sangue, alguns podem viver por muito tempo e até para sempre, mas poucos conseguem ultrapassar os mil anos sem serem mortos, assim como outros seres.



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