Corpos e Corvos escrita por Laurique


Capítulo 11
"Vamos a caçada"




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Chegamos a cena do crime, me parecia uma tentativa de suicídio, havia uma garota morena, cerca de uns 18 anos, ela estava deitada em uma banheira coberta de sangue, o seu braço esquerdo estava do lado de fora com um corte fundo no pulso, flutuando sobre mistura entre água e sangue havia uma gilete. Com os olhos revirados, seus cabelos negros cobrindo parte da face, a garota estava pálida, porém estava viva, afirmou Sam checando a respiração.

– Eu pensei que deveríamos estar indo atrás do garoto. – Eu comentei enquanto ajudava o Sam a encobrir os ferimentos e tira-la da banheira.

– E estamos, essa garota pode nos dar uma informação que nos leve até lá. – Após Sam me ignorar completamente, Jess me respondeu.

Carregamos a garota até a sala da casa, Sam media a pressão e temperatura dela através de um aparelho que parecia um celular.

– Temos que leva-la a um hospital. – Aline opinou.

– Mas não vamos. – Sam colocou uma pulseira na moça, então a ferida começou a cicatrizar mais rápido, a temperatura ficou estabilizada e o mesmo aconteceu com a pressão do corpo dela.

– Essa pulseira... –Shun olhou boquiaberto para a pulseira que como um carregador de bateria de celular tinha uma luz vermelha que piscava lentamente.

– Ela acelera o metabolismo humano, quando a luz ficar verde e parar de piscar significa que ela está curada.

Após um tempo, cerca de 5 minutos a luz parou de piscar e ficou verde, Sam tocou na luz e a pulseira se abriu, então ele a tirou da garota que estava recuperando a consciência aos poucos.

– Quem são vocês? Por que estão na minha casa? – A garota se levantou subitamente e caiu novamente sobre o sofá.

– Não levante assim, você quase morreu hoje. – Disse eu.

– Quase morri? A sim, agora eu me lembro.

Nesse meio tempo Shun havia preparado um chá, entregou para a garota e perguntou o nome dela, Daiane, respondeu.

– Eu estava na casa do meu namorado quando me lembrei de um sonho ruim que tive sobre traí-lo com um menor de idade e também ter matado pessoas. Ele me disse que achou que eu tinha terminado com ele, perguntei o motivo e ele me disse que eu não ligava a mais de um mês, foi quando percebi que meu sonho na verdade eram lembranças quando meu namorado me contou essas coisas e então voltei para casa desesperada – A moça começou a chorar e tomar uns goles do chá de Shun, ela agradeceu a ele e corou, percebi que Aline sentiu uma pontada de ciúmes - Depois eu tomei umas cervejas e vim para minha casa, fazer o que tinha que fazer, pois esse é o destino de uma assassina como eu.

– Interessante, você sofreu de possessão, não se preocupe, não foi você que fez aquilo, foi um demônio, aqui- Sam tirou do paletó um cartão com um número de telefone e endereço, esse psicólogo é muito bom, garanto que estará melhor em menos de uma semana.

– Obrigada – A Garota pegou o cartão.

– Não vai ter problema de ela saber de toda a verdade? – Perguntei baixinho a Jess.

– Vai, por isso o “psicólogo”, na verdade é um mentalista. – Sussurou de volta para mim.

Antes de irmos embora, Sam perguntou a moça se ela não se lembrava mais de nada, mesmo de um local ou algo que ajudasse a encontrar o demônio, a garota pareceu um pouco receosa ao acreditar na ideia de demônios, mas suas memorias não lhe enganavam, dava para ver no olhar em seu olhar, Daiane sentia a realidade da situação. Ela nos disse que a única coisa que se lembrava era quando foi na festa no apartamento do garoto, os pais dele não estavam lá. Perguntei se ela os havia matado, Sam me corrigiu, reformulando a pergunta, para se o demônio havia matado os pais do garoto. Daiane respondeu que não, ele saiu de casa e desde então só vive se mudando.

–Espera um pouco – Daiane esfregou a cabeça e deu tapinhas, para força-la a lembrar, tempos depois Shun me disse que achou fofo, eu achei estranho. –Consegui, rua San Luis, só não me lembro o número do apartamento.

Fomos até o local, rua estreita com muitos carros, perguntamos a várias pessoas se conheciam o rapaz da foto, muito afirmavam terem o visto, mas não se lembravam onde ele estava morando, perguntei para o Sam o motivo de ele não ter trazido Daiane conosco, ele me disse que ela já havia passado por muita coisa e ir até lá só agravaria o trauma da garota. Ao fim da tarde decidimos nos separar para procurar Igor e o demônio, então eu fui com Jess, já o Shun, Aline e Sam foram por outro lado. Podia sentir que Sam não ia muito com minha cara.

– Acha mesmo que esse demônio terá respostas sobre meu passado? – Indaguei.

– Talvez, nunca se sabe.

Ela sorriu para mim, e por um instante quase me esqueci que Jess era assim com todos os caras, fazia parte do seu charme. Enquanto procurávamos por pistas e fazíamos perguntas a moradores da rua, conversamos sobre nossas vidas.

– Então, o que te levou a ser uma Agente?

– Se eu te contar, terei que mata-lo. – Sorriu para mim e deu uma piscadela.

– Serio? – Engoli a seco, pois o olhar dela era muito sedutor e perverso ao mesmo tempo, não sabia se Jess falava a verdade.

Antes que ela pudesse responder avistamos Igor entrando no prédio, então o seguimos até lá. Enquanto nos aproximávamos Jess me deu uma arma, era uma pistola 9 mm Parabellum.

– É para caso de algo dar errado. Aponte, mire e atire, mas tenha cuidado com o coice. – Sorriu rapidamente, e voltou-se para o garoto, ela parecia uma fera selvagem, caçando sua presa, me arrisco a dizer que ela adorava o que estava fazendo, era perceptível, um leve sorriso escapar pelo seu rosto, com a empolgação do momento.

Ao chegar no quarto que ele estava, nos aproximamos de Igor até quando aparentemente íamos surpreende-lo, senti algo quente e pontudo perfurar minhas vértebras até meu estomago e a única coisa que pude pensar foi Eu deveria ter comido mais, por isso não deixe para amanhã o que pode comer hoje. Enfim, de dentro de minha barriga saiu uma mão de mulher, segurando minhas vísceras, enquanto meu sangue escorria lentamente por minha roupa, os dedos tinham com unhas enormes com esmalte vermelho, pareciam garras, e a pele era grossa como a de um crocodilo, antes que eu percebesse a mão já havia sido retirada e o que era antes minha barriga agora era um buraco vazio, caí no chão do corredor. Me impressionei com os reflexos de Jess, imediatamente ela rolou para trás e atirou com sua SMT 9C, não faço ideia de onde ela tirou aquela arma, então ela atirou no demônio que me deixou de barriga vazia. Desesperado eu pedi uma pulseira curativa, suspostamente Jess também deveria levar uma consigo, pelo menos foi o que eu pensei.

– Jess! Socorro...pulseira. – Implorei quase sem folego.

– Ai meu Deus, eu sabia que tinha me esquecido de alguma coisa! – Disse ela tentando manter a calma.


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