Shiver escrita por Aurora


Capítulo 6
A Sky Full of Stars


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o novo capítulo! Espero que gostem - altas aparições do Kaito divo~~~-



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O cheiro de cigarro era forte e a havia impregnado por dentro. O som de bolas de bilhar e gritos de comemoração sobressaíam a quase tudo, e vários grupos de amigos se reuniam nas mesas.

Miku estava sentada ao lado de Rin no balcão, enquanto conversavam tranquilamente.

– Hoje, eu espero que você tenha mais consciência na bebida. – falou, debruçando-se sobre o balcão e bebendo um pouco de sua piña colada, enquanto sorria.

– E como. Aquela foi uma das piores ressacas da minha vida! E olha que até hoje não foram poucas – e riu-se. O celular de Rin vibrou sobre o balcão de madeira, fazendo um barulho horroroso. A loira checou a tela do celular e o guardou na bolsa, se levantando. – É o Len. Ele não está achando lugar para estacionar. Vou lá fora ver se tem como ajudar, ok?

Miku sorriu, assentindo.

– Ah, sim. Len. Vamos falar sobre os dois mais tarde, gatinha.

Rin gargalhou e revirou os olhos. Sabia disfarçar bem, mas Miku já havia pegado a manha para saber quando ela estava envergonhada. As orelhas sempre ficavam vermelhas como pimentas.

Ela saiu do bar, e Miku respirou fundo. A companhia da amiga era realmente algo maravilhoso, mas não o bastante para fazê-la esquecer dos problemas.

Talvez o álcool ajude! Sua mente persistiu, mas no fundo ela sabia. Não conseguiria.

Uma queimação nas costas a alertou e o cheiro de Azzaro preencheu o ar ao seu redor. Virou-se para a porta a tempo de ver Kaito entrando no bar, vestido com roupas pretas e de couro, com um cigarro entre lábios. Deviam estar à pelo menos a dez metros de distância e ele não parecia tê-la percebido ali.

Respirou fundo e se virou, disfarçando. Por algum motivo não queria ser reconhecida. Sentia como se fosse um ímã. Parte sua a atraía incrivelmente, enquanto outra era completamente aversiva. Não sabia qual já estava lá antes do ataque, mas algo ali fora implementado recentemente.

Abaixou a cabeça e fingiu estar ocupada batucando com as unhas sobre a madeira do balcão. A olência de Marlboro de menta misturada com Azzaro se tornava mais forte e ela sabia que ele se aproximava.

Kaito se sentou ao seu lado, a encarando com veemência. Miku fingiu surpresa como se só o tivesse reparado ali agora, mas conseguiu ver em seus olhos que ele não acreditava. Então bufou e deu de ombros.

– Está me seguindo? – perguntou ela, bebendo a piña colada e olhando para frente.

– Como uma raposa atrás de um coelho. – sorriu com presunção, não descolando seus olhos por um instante.

– O que quer?

– Nunca se sabe. Você pode ter uma recaída e matar todos nesse bar. – ele deu de ombros, sinalizando ao garçom para trazer uma cerveja.

Miku franziu as sobrancelhas, não podendo conter uma olhada confusa para ele. Parte sua achou que era uma desculpa razoável, enquanto outra conseguia praticamente sentir que ele estava mentindo.

– Como sabia que eu estaria aqui? Grampeou meu telefone?

Kaito suspirou, virando o sorriso em sua direção.

– Não preciso. Tenho uma lista de todos os lugares que você frequenta desde 2008. Um pouco de lógica e bam, sabia onde você estaria.

Ela engasgou com o ar, e sentiu vários olhares seguindo para os dois.

2008?! Meu deus, você é um perseguidor! Está mesmo falando sério? talvez ela tenha falado um pouco alto demais, já que várias pessoas pararam de conversar só para encará-los. Kaito não pareceu se importar. Bebeu um pouco de sua cerveja direto do gargalo, apagando seu cigarro no cinzeiro.

– Em parte. Mas não precisa se preocupar com isso.

– Oh, mas é claro que não, só acabei de descobrir que tem um maníaco que me persegue há seis anos! Eu nem morava na América seis anos atrás.

– Eu também não. – ele deu de ombros. Virou o rosto levianamente na direção da porta, e o corpo de Miku fez automaticamente o mesmo; só não sabia por quê. – Sua amiga está voltando. Acho que devo me distanciar um pouco.

Ele levantou e pegou a garrava. Deu um olhar ardente para Miku antes. Não sabia exatamente o que via naqueles olhos, ou o que sua expressão queria dizer. Poderia estar a admirando, poderia estar simplesmente estudando-a. Ela não tinha como dizer. Soltou um riso fraco e foi para o fundo do bar, sentando-se de frente para ela, sem se poupar de encará-la à distância.

Como previsto, Rin e Len entraram no bar novamente, entretidos numa conversa cheia de risos e palavras embargadas.

– Miku! – a voz de Rin saiu num tom engraçado, e ela se segurava em Len para não cair no chão. – Você não adivinha o que aconteceu lá fora!

Miku estaria mais que contente em ouvir o que Rin tinha a dizer, mas simplesmente não conseguia. Seus sentidos estavam todos em guarda perante Kaito, e tudo o que ele fazia. Quando ele movia para pegar a cerveja, quando movia o rosto, quando sua respiração tinha qualquer alteração, seu corpo a informava e ela olhava imediatamente.

Não foram poucas vezes.

A noite já estava acabando quando o trio saiu do FH. Miku esperava que saísse de lá bêbada, mal se mantendo sobre as pernas, mas não. Havia bebido demais, mas nunca havia se sentido mais lúcida.

Rin e Len bambeavam e riam como dois típicos bêbados. Miku suspirou. Por ser a única sóbria, caberia a ela a função de chofer. Entrou no carro de Rin e os dois bêbados caíram no banco de trás, falando baboseiras e coisas sem sentido.

A ideia de que estava completamente sóbria a perturbou. Nunca havia bebido tanto, e ainda assim, não sentia nenhum efeito. Nenhuma tontura, mistura de cores ou felicidade exagerada.

Parou o carro na frente da casa de Rin.

– Ops, acho que aqui é a minha parada! – ela se levantou do banco de trás falando embargada. – Len, você entra pra me ajudar, não sei me virar sozinha bêbada.

Len riu, se recostando no banco.

– E acha que dois bêbados é uma soma melhor do que um só? – Len bêbado era uma criatura extremamente sonsa. Até Miku que viajava em pensamentos havia entendido as intenções da Rin.

– Acho! – ela o agarrou pela gola da blusa e o arrastou para fora do carro. – E você! Devolva meu carro, hein! – Rin exclamou, no meio do caminho até a porta. Miku assentiu e esperou que entrassem para fazer seu caminho até sua casa.

Dirigiu com paciência até a porta. Estacionou no meio fio do outro lado da rua, entrou em casa silenciosa como um gato e se trancou em seu quarto. Lavou o rosto, jogou o vestido longe e colocou uma blusa folgada. Não precisava muito mais que isso.

Tropeçou numa bagunça terrível até sua cama, onde se deitou. Ligou seus cobertores elétricos e sua luminária, desligando a luz. Seu estômago roncou furioso, mas ela não iria levantar mais naquele momento.

Deixou seu travesseiro macio e cheiroso de plumas a carregar para um sono pacífico, que talvez fosse um pouco melhor que sua recente realidade.


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Notas finais do capítulo

Um pouco de RinxLen pra quem curte, e sim, não ficou nada enorme mas pretendo fazer um maior próxima vez... Até logo, meus lindos e lindas!



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