Shiver escrita por Aurora


Capítulo 16
The Monsters Among Us


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! Esse cap tem um pouco de tudo!



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Chegou em casa quando já era tarde da noite, depois de uma das suas maravilhosas farras com Rin e Len. Seus pés começavam a criar calos, mas ela mal se importava, extasiada com a felicidade que tinha vindo junto à diversão.

Todas as luzes da casa já estavam apagadas e o silêncio era o rei. Foi cuidadosa ao subir ao atravessar a sala de estar em direção às escadas, quando uma voz a chamando a despertou de seus devaneios.

– Filha? – sua mãe estava sentada sobre o sofá, e acendeu a luz do abajur ao vê-la.

– Te acordei?

– Não, eu estava te esperando.

Miku franziu as sobrancelhas, mas não tinha nada em mente.

– Certo... – ela se aproximou devagar, sentando-se ao lado – O que foi?

– Eu sei que você não está muito aconchegada com essa ideia de casamento, mas eu gostaria que tivéssemos uma conversa aberta quanto a isso.

– Pode dizer.

– Estava querendo acelerar as coisas. Fazer o casamento mais cedo, e que Al viesse morar conosco logo.

– Já vi onde isso vai dar. – ela soltou o ar em uma risada um pouco sem jeito, e depois olhou para a mãe. – Não se preocupe. Vou começar a olhar por apartamentos no centro amanhã.

– Não precisa se mudar.

– Eu quero. Sabe, vocês vão estar começando uma vida nova juntos e não precisam de duas filhas adultas para acompanhar. Tenho certeza que Luka gostará de dividir um apartamento comigo.

– Aí que está; já conversei com Luka e ela já se acertou em se mudar para a casa do namorado.

– Ahn, sem problemas. Vou pegar um outro trabalho e banco sozinha.

– Eu vou pagar sua hipoteca e impostos para ficar mais leve. As contas ficam por você, está bem?

– Certo. E quando quer que seja o casamento?

– Duas semanas, no mais tardar. Estou ansiosa, e na quinta vou olhar os vestidos. Gostaria que viesse comigo.

Ela forçou um sorriso bem falso, mas contou com a lugubridade do lugar para dar-lhe um bom disfarce.

– Maravilha. Agora vou deitar. Boa noite.

Não esperou pela resposta para que subisse as escadas de dois em dois degraus, se trancando em seu quarto logo em seguida. Era bastante pressão. Havia acabado de se mudar e agora já tinha que fazer as malas novamente.

Pegou seu celular no bolso novamente, e contando que a amiga já estivesse em casa, discou o número. O aparelho tocou quatro vezes antes que alguém atendesse.

– Rin?

– Miku? O que foi?

– Posso passar a noite na sua casa? As coisas estão meio estreitas aqui e eu preciso achar outro lugar pra ficar.

– Sem problemas! Posso te ajudar a achar um lugar pra morar depois. Um amigo meu é dono de um loft por aqui, acho que ele pode fazer um preço bom pra você.

– Você é demais. Te encontro ai em trinta minutos, ok?

Pegou algumas mudas rápidas de roupas e colocou dentro de uma bolsa sem zelo algum. Jogou pasta de dentes e escova, carregador e dois pares de sapatos. Colocou a bolsa sobre o corpo e foi para a janela.

Ele já conseguiu fazer isso. Então eu consigo também.

Abriu a janela devagar para que não rangesse. Colocou uma perna primeiro e depois a outra. Agarrou-se ao galho e engatinhou até a parte mais segura. Desceu como se fosse uma escada, tendo cuidado onde pisava para não fazer nenhum barulho desnecessário. Pulou de um galho baixo aterrissando no chão sem fazer muito barulho.

Trotou levemente até seu Spyder, pulando a porta para entrar. Ligou a ignição e saiu da garagem correndo.

Pouco depois já estava na casa de Rin. A amiga já esperava na porta com um pijama largado e cabelos presos.

– Pode começar a dizer o que está acontecendo, mocinha.

– Nossa. Bem, pelo menos agora você vai ser cem por cento independente. – Rin levou a xícara de chocolate quente a boca, enquanto arrumava os cobertores sobre a cabeça. As duas estavam na sala. Haviam movido o sofá para trás e a mesa de café para o lado, colocando vários colchões, cobertas e almofadas na sala, ligando a TV em alguma série estreante.

– É. – ela não podia contar a amiga o que estava realmente acontecendo. O problema é que tem gente lá fora louco para ter minha cabeça na parede. – Quero algo bem discreto.

– Discrição é sempre bom.

– O que você sabe de discrição? Sua casa é um palácio, e você mora sozinha.

– Não tão sozinha nesses últimos dias. – ela fez um olhar extra sugestivo antes de levar mais uma vez a xícara a boca. O queixo de Miku caiu, quando ela pegou uma grande almofada e jogou na amiga.

– Sua vadia! Eu achei que só tinha sido rolo de uma noite!

– Era pra ter sido, né. Mas sabe como é, se a primeira é boa por que não outras?

– Sabe que é com esse ditado que as pessoas acabam viciadas em metanfetamina em clínicas de reabilitação no Canadá, certo?

– Sei, mas estamos falando de sexo, não de drogas. Estou um pouco cansada. Podemos ir dormir agora?

– Sim, também estou acabada. Boa noite.

– Boa noite.

Pela manhã, Rin foi trabalhar e Miku resolveu tirar a manhã de folga para procurar um apartamento. Olhou nos classificados online, jornais, mas nenhuma oferta parecia muito boa. O sol estava brilhando sem a companhia de nuvens quando ela passou na frente de um parque de diversões. Por ser dia ele não estava aberto, mas seria uma boa ideia ir até lá durante noite.

– Miku! – a voz de Gakupo soou atrás dela e ela se virou. O trio composto por Luka, Gakupo e Kaito seguia em fila na sua direção e ela sorriu.

– O que estão fazendo?

– Só respirando um pouco de ar, longe da floresta. E você?

Ela levantou um panfleto de venda em condomínio para justificar.

– Procurando apartamentos.

– Porque não vamos tomar alguma coisa? Tem uma loja de conveniências na outra esquina, podemos pegar umas cervejas e sentar em algum banco. – Gakupo sugeriu, com um sorriso amigo.

– Vamos.

Andaram um pouco antes de chegarem ao posto, mas logo ele apareceu. Pacato e sem muitos clientes, não era nada exorbitante. Gakupo e Luka resolveram esperar do lado de fora enquanto Miku e Kaito compravam as cervejas.

– Acha que está bem saindo sozinha assim? – ele perguntou quando passaram para dentro da loja.

– É o centro da cidade. Ninguém vai fazer nada, muito menos em plena luz do dia.

– Você não pode baixar sua guarda, Miku. – ele se recostou no freezer ao lado enquanto ela se abaixava para ver as marcas.

– Light? Ou normal? Não sou muito fã de cerveja mas assumo que você deva ter alguma experiência no assunto.

A porta da loja se abriu e um sujeito completamente estranho passou por ela, mãos no bolso e capuz. Suas intenções eram óbvias.

– Ele vai assaltar o lugar, não vai? – sua voz saiu com tanta tranquilidade que nem pareceu que se tratava de um assalto de verdade.

– Provavelmente. Fique abaixada e ele nem vai perceber que está aqui. – Kaito cruzou os braços e vetou o sujeito. Ele procurou por câmeras de seguranças e na falta de uma, tirou um revólver pequeno do bolso e apontou para o recepcionista.

Miku se levantou instantaneamente. Não estava preocupada consigo, mas com o atendente.

O homem começou a gritar com o atendente descaradamente, enquanto revezava entre apontar a arma para ele e para a caixa registradora.

Tendo cuidado onde pisava, Miku se aproximou devagar, mantendo as mãos onde ele pudesse ver.

– Calma. – ela falou. Sua voz saiu pacífica e até mesmo o rapaz pareceu relaxar um pouco. Mesmo assim, ele apontou a arma para ela, mesmo sem fazer menção em atirar.

– Cala a boca! – ele estremeceu com a arma, fazendo com que Kaito tomasse um passo a frente, empurrando Miku mais para trás.

– Não queremos confusão. E você não quer fazer isso. Ninguém aqui vai te dedurar se você for embora agora. É um preço caro para pagar quando o prêmio é apenas alguns trocados de uma loja de descontos.

– Você não sabe de nada! Agora fique quieto antes que eu atire!

– Vá embora enquanto você pode. Ninguém vai atrás de você.

– Eu disse para calar a boca! – o estrondo de cinco tiros soou alto dentro do recinto e o atendente gritou. O som estoiro ainda ecoava na sua cabeça quando o homem teve um ataque de pânico e saiu correndo da loja. Miku correu para a frente de Kaito.

Cinco furos vermelhos tingiam sua camisa clara, mas ele não parecia sentir o menor sinal de dor ou agonia.

– Fique aqui. – foi tudo que ele disse antes de sair da loja atrás do homem que deveria tê-lo matado.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero que sim! Comentem!