O Caso do Slender Man escrita por Hunter Pri Rosen


Capítulo 2
Boas Novas


Notas iniciais do capítulo

Oi geeenteeeeeeeeeeeeeee!!!

Já chegou o disco voador! Digo, eu!

Bem, primeiramente quero agradecer a todo mundo que gostou da ideia desta fic, que comentou o capítulo anterior, que favoritou, que está acompanhando e eitcha lelê!

Fiquei tão feliz por saber que a sociedade aprovou este devaneio que me inspirei para escrever o capítulo 2. Aeeeeeeeeeee!!!

Pero antes, uma explicação:

O capítulo em questão vai mostrar dois flashbacks e algumas coisinhas sobre o Slender Man. Tudo muito importante para o andamento da fic. Aí, no próximo capítulo, eu vou retomar a história de onde ela parou no capítulo anterior, ok?

Achei este capítulo bem meigo kkkkkkkkkk espero que gostem e se divirtam porque eu ri escrevendo algumas partes ae...

Desculpem a falta de originalidade no título, mas basicamente é disso que ele trata. Boas novas, famigeradas notícias, novidades...

Bjs!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/533818/chapter/2

Oito anos atrás

Era madrugada e o Impala seguia por uma estrada nas proximidades de Portland. Depois de solucionarem um caso por lá, que envolvia alguns vampiros, Dean e Natalie estavam procurando algum hotel na região, onde passariam a noite. Então, na manhã seguinte, eles continuariam a viagem de volta ao bunker.

Excepcionalmente naquela caçada, Natalie concordou em deixar o seu Camaro no bunker e ir no Impala com Dean.

Particularmente, ela achava o seu carro muito melhor e mais bonito do que o dele, mas para o que ela pretendia fazer, era bom que os dois passassem mais algum tempo juntos. E nada melhor do que pegar uma carona para isso.

Natalie pretendia contar algo para o caçador. Algo que ela havia descoberto há poucos dias, mas que ainda não tinha tido coragem de contar. No fundo, ela não sabia como dizer aquilo. No fundo, ainda estava se acostumando com aquela novidade. No fundo, ainda não sabia o que pensar direito.

Algo tinha acontecido e Natalie sabia que teria que arcar com as consequências. Mas não sozinha, já que Dean também tinha a sua parcela de participação no ocorrido.

E apesar de saber que o primeiro passo era dividir a notícia com ele, Natalie estava com medo. Não sabia por onde começar, não sabia como Dean iria reagir, não sabia como dizer aquilo de uma forma sútil. Não sabia como dizer aquilo de forma alguma.

Se eles fossem um casal comum, com vidas normais, tudo seria bem mais simples. Mas Dean e Natalie eram caçadores e, portanto, nada era simples em suas vidas. E, portanto, aquele era um assunto bem delicado para eles.

Além disso, a loira mal conseguia entender o que estava sentindo. Ela estava preocupada e apavorada com o que havia acontecido, mas ao mesmo tempo estava feliz. Sentia-se bem, completa, diferente.

Enquanto pensava em tudo isso, e sem perceber, a caçadora deixou que uma das suas mãos encostasse suavemente em sua barriga. A acariciou por alguns instantes, mas ao perceber que Dean tinha olhado em sua direção, ela afastou a mão imediatamente e a levou até a nuca, tentando disfarçar.

Natalie ficou olhando a paisagem pela janela lateral ao mesmo tempo em que Dean voltava a se concentrar na estrada.

Mas, um tanto intrigado com o comportamento da esposa, o Winchester achou melhor perguntar:

— Baby, está tudo bem com você?

Natalie respirou fundo e olhou na direção dele ao dizer um tanto tensa:

— Sim, tudo perfeito. Por que não estaria?

— Eu não sei, me diga você. — desafiou Dean sentindo que a loira estava lhe escondendo algo. E diante do silêncio dela, ele resolveu recomeçar: — Olha, eu só estou preocupado. Você anda muito estranha ultimamente. Quase vomitou quando eu cortei a cabeça daquele vampiro e...

Ao lembrar daquela cena, Natalie levou uma das mãos à boca. Dean a olhou de canto, ainda mais intrigado, até que ela afastou a mão e reclamou:

— Droga... Por que você tinha que dizer isso justo agora?

— Desculpe. — lamentou ele sem entender como uma caçadora como Natalie Jones podia ficar enjoada diante de uma cena que já tinha visto inúmeras vezes. Além disso, ela também já havia matado vampiros antes. A sua repulsa não fazia o menor sentido para Dean. — Você disse que queria me contar uma coisa. — lembrou ele, já que a loira havia dado aquela justificativa para deixar o Camaro no bunker e seguir com ele no Impala. — O que era?

Depois de um longo silêncio, tomando coragem para dar a notícia a Dean, Natalie pediu:

— Pare o carro.

— Por quê? — estranhou o caçador. — É tão grave assim? Naty... Você está doente? — preocupou-se.

— Não. — respondeu a loira.

Dean respirou aliviado e depois disse:

— Neste caso pode me contar. Eu aguento.

Percebendo que Dean não tinha intenções de parar o carro, Natalie se encheu de coragem e resolveu dizer a primeira coisa que lhe veio à cabeça:

— Ok, sabe... Ovos de Páscoa? Daqueles que tem uma surpresa dentro?

O Winchester franziu o cenho sem entender o que aquilo tinha a ver com a conversa. Mas em seguida respondeu:

— Sei.

Natalie passou as mãos pelos cabelos, tentando conter a ansiedade, e prosseguiu:

— Então... Eu acho que... Eu meio que... Virei algo assim.

Após um longo momento de silêncio, e cada vez mais confuso, Dean quis confirmar:

— Você está querendo dizer que... Virou um ovo de Páscoa?

— Não literalmente, mas... Simbolicamente. — respondeu a caçadora, se sentindo meio idiota por ter usado aquela comparação.

Dean ficou em silêncio, pensando, tentando encontrar alguma lógica no que a esposa tinha dito. Instantes depois, ele retomou:

— Então você está dizendo que tem uma surpresa dentro de você? É isso? Desculpe, Naty, mas eu não estou entendendo. Do que você está falando? Que tipo de surpresa?

Com receio de que aquela conversa ficasse ainda mais maluca, a caçadora se encheu de coragem mais uma vez e simplesmente deixou que a resposta saísse de sua boca:

— Uma mini pessoa. Ou melhor, a nossa mini pessoa.

Sem saber se tinha ouvido direito, Dean olhou para Natalie ao seu lado e, diante da expressão dela, entendeu que não tinha entendido errado. Ela tinha mesmo dito aquilo.

Então Dean arregalou os olhos e a ouviu completar:

— Eu estou grávida.

Em choque com a revelação, o Winchester freou o Impala bruscamente e Natalie se segurou no banco assustada. O veículo saiu da estrada e parou no acostamento.

Preocupado, Dean retirou o cinto de segurança, se aproximou um pouco da loira e indagou:

— Baby, me desculpe, você está bem?

Depois de se recompor, Natalie respondeu:

— Estamos.

Só depois ela percebeu que tinha respondido no plural e olhou para Dean, que a fitava atordoado e ainda surpreso. Ele se afastou um pouco, apontou para a barriga da caçadora e quis confirmar:

— Desculpe, eu não sei se ouvi direito... Você disse que está... Grávida? Que tem uma... Mini pessoa aí dentro? De você? É isso?

Natalie não aguentou e riu diante da reação de Dean. Logo depois, e mais relaxada, ela confirmou:

— Sim, foi exatamente o que eu disse, seu idiota.

Dean levou uma das mãos à boca e pareceu ainda mais chocado e surpreso com aquela confirmação. Ele se endireitou no banco e passou a olhar ora para o rosto da esposa, ora para a barriga dela, enquanto assimilava o que tinha ouvido. Só depois de fazer isso algumas vezes, Dean conseguiu perguntar:

— E como foi que isso aconteceu?

Sem acreditar que o caçador tinha mesmo feito aquele tipo de pergunta, Natalie decidiu lembrá-lo:

— Bem... Você estava em cima de mim e depois eu fui pra cima de você e... Geralmente nós quebramos a cama no final... Isso quando nós estamos de passagem em algum hotel, porque a nossa cama no bunker tem resistido bem...

— Naty. — interrompeu Dean fazendo a loira olhar em seus olhos. — Eu sei como as mini pessoas são feitas.

— Então por que perguntou? — estranhou Natalie. Mas ao perceber algo no olhar dele, ela mesma respondeu: — Oh... Certo. Pergunta retórica.

— O que eu estou tentando entender é como que isso foi acontecer com a gente? — esclareceu ele. — Nós tomamos todos os cuidados, não tomamos?

— Nem sempre. — respondeu a loira e Dean ficou em silêncio porque sabia que ela tinha razão. — E de qualquer forma, nenhum método é 100% garantido, você sabe disso. E eu acho que... Quando uma coisa tem que acontecer... Geralmente, ela dá um jeito de acontecer. Nós fomos premiados, Sr. Awesome. E eu sei que isso é loucura, mas eu não vou mentir. Eu... Eu estou feliz. Eu acho que nós podemos fazer isso dar certo. Eu acredito nisso.

Dean pensou um pouco. Depois de algum tempo, mais calmo, ele segurou a mão de Natalie sobre o banco e disse:

— Eu estou feliz também, baby, e claro que nós vamos fazer dar certo, mas como você disse... Isso é loucura. Você e eu? Pais? Uma mini pessoa no meio do family business? Uma mini pessoa dentro de você... Crescendo enquanto nós conversamos? E o que nós vamos fazer quando ele resolver sair daí?

— Criá-lo, amá-lo, protegê-lo. — enumerou Natalie sentindo uma serenidade que até então desconhecia. — Como a maioria dos pais fazem.

— E prepará-lo. — completou Dean depois de pensar um pouco e lembrar dos riscos que aquela criança poderia correr. — Não como a maioria dos pais fazem.

— Prepará-lo apenas para se defender. E só se for extremamente necessário — frisou a loira. — Eu não quero que o nosso filho seja um caçador, Dean. Eu não quero essa vida pra ele.

— Claro, nem eu. — concordou o Winchester ao lembrar de como foi difícil ter crescido naquela vida, se privando de uma infância normal, de uma vida normal. Depois de pensar sobre tudo o que tinha ouvido, ele recomeçou: — Espera... Você disse mesmo que está grávida?

Natalie riu levemente e confirmou:

— Sim. É tão difícil de acreditar assim?

— Naty... Você não devia ter ido caçar comigo. — reprovou o Winchester. — Eu sei que gravidez não é uma doença, mas você vai precisar diminuir o ritmo por enquanto que a mini pessoa estiver aí dentro.

— Eu sei. — concordou Natalie percebendo que Dean tinha razão. Ela devia pensar naquela criança agora. No seu filho.

— Mas por que se comparar a um ovo de Páscoa? — questionou Dean pensativo. E com certo deboche, acrescentou: — Quem, em sã consciência, se compara a um ovo de Páscoa?

— Aparentemente, a mãe do seu filho. — respondeu Natalie e depois de pensar sobre aquela resposta, completou: — Nossa... Que engraçado. Você ouviu o que eu falei? Que coisa mais estranha e doida. E boa, ao mesmo tempo. Eu vou ser mãe. De uma mini pessoa. Com bracinhos, perninhas e tudo mais. Quem diria que isso ia acontecer um dia e quem diria que ia ser com um idiota como você, como pai...

— Eu também te amo, baby. — interrompeu Dean depois de revirar os olhos, incomodado por Natalie ter o chamado daquele jeito. Em seguida, sem perceber, ele colocou a mão sobre a barriga dela, mas a afastou logo depois e perguntou: — Você acha que ele gosta de ser tocado assim?

— O que eu sei é que eu gosto. Então ele deve gostar também. — disse Natalie trazendo a mão de Dean de volta e a colocando em seu ventre.

Os dois se olharam em silêncio. Estavam confusos com aquela novidade, sabiam que criar uma criança no meio do family business não seria algo fácil, mas ao mesmo tempo, estavam felizes. E um tanto, incrédulos ainda.

Depois de encarar Natalie por mais algum tempo, Dean deu um meio sorriso e falou:

— Nós vamos ter um bebê. Isso é...

— Awesome. — completou Natalie finalmente assimilando completamente aquela novidade.

— Um bebê awesome. — disse Dean arqueando as sobrancelhas e fazendo a loira sorrir com o apelido.

Em seguida, os dois se aproximaram e se beijaram de uma forma carinhosa. Momentos depois, Dean afastou o rosto e perguntou com certa malícia:

— Ei... Nós vamos poder brincar normalmente por enquanto que o Bebê Awesome cresce aí dentro, não é?

— Depende do que você quer dizer com "normalmente." — respondeu Natalie mordendo o lábio inferior ao se lembrar de alguns momentos nada normais com Dean. Depois de encará-lo por mais algum tempo, ela esclareceu: — Foi como você disse, gravidez não é doença. Além disso, o desejo sexual de algumas mulheres costuma aumentar durante a gestação. — e enquanto reaproximava o rosto do dele e dava alguns selinhos em sua boca, Natalie insinuou: — E algo me diz que eu estou dentro desta estatística.

— É mesmo? — interessou-se Dean.

— Pode apostar. — confirmou Natalie antes dos dois se beijarem mais uma vez.

Em seguida, os dois se afastaram e se olharam de um jeito que só eles entendiam o que significava. Com desejo, sentimento e felicidade.

Instantes depois, Dean colocou o cinto de segurança, o Impala voltou para estrada e o casal seguiu viagem. Pararam no primeiro hotel que viram pelo caminho e Dean comprovou que Natalie estava mesmo dentro de uma certa estatística...

Seis meses depois

Sam estava na sala principal do bunker, lendo um livro sobre uma criatura misteriosa que, aparentemente, estava por trás do desaparecimento de algumas crianças, numa cidade do interior da Carolina do Norte.

A tal criatura era conhecida como Slender Man e apesar de haver muitas informações sobre isso na Internet, Sam preferiu consultar as fontes dos Homens das Letras primeiro, já que a maioria dos relatos na rede eram falsos, apenas histórias inventadas em fóruns ao longo dos anos.

Garth havia ligado naquela manhã pedindo ajuda com este caso, no qual estava trabalhando, e Sam estava pesquisando uma forma de matar o Slender Man. Mas isso não parecia ser algo muito fácil já que era praticamente impossível localizar a tal criatura, que dirá o seu ponto fraco.

O Slender Man se esconde em florestas e bosques, usa um terno preto e não possui rosto. Ele é magro, alto, seus braços são extremamente longos, e aparentemente, podem se estender ainda mais para capturar suas vítimas. Tudo isso faz com que ele tenha uma grande capacidade de se camuflar entre as árvores e em meio às sombras.

Os Homens das Letras não descobriram exatamente o que o Slender Man faz com suas vítimas, já que elas simplesmente desaparecem e nunca mais são vistas, mas eles acreditavam que a criatura precisava delas para sua própria sobrevivência, como uma fonte de energia, e que depois de capturar um número determinado de pessoas e absorvê-las de uma forma desconhecida, e provavelmente dolorosa, o Slender Man passava os próximos oito anos hibernando.

O Slender Man tem preferência por crianças porque elas são mais fáceis de serem capturadas, mas os Homens das Letras também relataram casos em que adolescentes e adultos desapareceram. E havia fortes indícios de que a criatura estava por trás de cada um desses desaparecimentos também.

Enquanto Sam terminava de ler uma das páginas e virava para a seguinte, Claire desceu a escada lentamente e se aproximou da sala principal. Observou Sam à distância por algum tempo, antes de respirar fundo e criar coragem para adentrar o recinto.

— Ei... Bom dia. — começou a caçadora se aproximando da mesa.

Sam ergueu o olhar em sua direção e viu que Claire vestia um hobby rosa por cima da delicada camisola branca.

— Eu não acredito que você ainda estava dormindo. — debochou ele se movendo na cadeira quando Claire parou diante dele.

Ela passou os braços em volta do pescoço de Sam e em seguida acariciou os seus cabelos. Se inclinou para beijá-lo e, depois de ter feito isso, explicou com certa malícia:

— O que eu posso fazer se você me deixou exausta ontem à noite?

Sam passou os braços em volta da cintura de Claire, a trazendo para mais perto de si, e protestou:

— Ah... Quer dizer que a culpa agora é minha? Sabe, Sra. Winchester, se você não aguenta as consequências, é melhor não me provocar tanto da próxima vez.

A caçadora pensou no verdadeiro motivo para ela ter dormido tanto e seu olhar ficou um tanto distante. Claro que Sam tinha contribuído para aquilo, mas não era apenas isso. Claire andava sentindo muito sono ultimamente. Entre outras coisas e sintomas.

Sintomas que a fizeram comprar algo na farmácia no dia anterior, mas que somente há alguns minutos, ela teve coragem de testar. E ela ainda estava assimilando o resultado indicado pelo produto.

Ao notar que a esposa estava um tanto distraída, o Winchester perguntou:

— Você está bem?

Claire voltou a si e respondeu:

— Sim. Melhor impossível.

Sam estranhou a resposta porque parecia que havia algo implícito por trás daquelas palavras. Ele franziu o cenho intrigado, mas quando ia perguntar o que Claire quis dizer com aquilo, ela olhou o livro aberto diante dele e mudou rapidamente de assunto:

— E você? O que está fazendo?

— Ajudando o Garth com um caso. — respondeu Sam. — Quer ajudar também?

— Claro. — assentiu a caçadora e em seguida se afastou um pouco dele, puxou a cadeira ao seu lado e se sentou.

Sam a observou por alguns instantes antes de esclarecer:

— Eu quis dizer depois que você tomasse o seu café da manhã.

Enquanto pegava um livro sobre uma pilha na mesa, Claire justificou-se:

— Não, está tudo bem. Eu acordei com o estômago meio embrulhado hoje. Acho melhor não comer nada por enquanto.

Preocupado, Sam ofereceu:

— Quer que eu faça um chá para você?

Claire lhe lançou um meio sorriso e dispensou:

— Não precisa, obrigada.

Então ela abriu o livro e seus olhos percorreram as linhas aleatoriamente enquanto Sam a observava de canto. Claire folheava cada página de uma forma rápida e Sam resolveu interrompê-la dizendo:

— O que você está fazendo?

— Como assim? — rebateu ela.

— Eu não te expliquei nada sobre o caso e, a menos que você faça leitura dinâmica e nunca tenha me contado, eu diria que você não está prestando a mínima atenção neste livro. — expôs Sam, fazendo Claire olhar em sua direção. — Você quer me contar alguma coisa. Desde que entrou aqui. O que é?

Claire pensou um pouco enquanto o encarava. Em seguida, sentou meio de lado e questionou:

— Como que você me conhece tão bem?

— Então eu acertei. — deduziu o caçador. — O que você quer me dizer, Claire? Algum problema? Você sabe que pode me contar qualquer coisa, não sabe? Então... O que aconteceu?

Depois de permanecer em silêncio por alguns instantes, ela começou a explicar:

— Primeiro, eu quero que você saiba que eu não planejei isso. Eu não queria que tivesse acontecido. Pelo menos, não agora. Mas aconteceu.

— O quê? — indagou o Winchester sendo invadido pela curiosidade e por certa apreensão.

— Eu sei que nós já tínhamos conversado sobre isso. Inúmeras vezes, aliás. E concordado que ainda não era o momento. Que era melhor esperar. Esperar o momento certo, esperar o mundo se tornar um lugar mais seguro, lutar para que ele se tornasse um lugar assim. — prosseguiu a caçadora, enquanto uma parte da consciência de Sam começava a entender o que ela estava querendo dizer. — Mas... Você não acha que o mundo melhorou? Um pouco, pelo menos? Eu quero dizer... A situação dos anjos foi mais ou menos resolvida e o Crowley também não tem sido um problema nos últimos tempos. Eu sei que ainda há muito o que se fazer e muito mal a se combater, mas eu acho sim que o mundo se tornou um lugar mais seguro. Você não acha?

Cada vez mais intrigado e sentindo que não estava raciocinando direito, do contrário já teria matado a charada, Sam questionou visivelmente tenso e ansioso:

— Claire, o que você quer dizer com tudo isso?

A caçadora pensou um pouco, escolhendo as melhores palavras, depois segurou as mãos de Sam entre as suas, fazendo-o relaxar um pouco, respirou fundo e respondeu:

— Eu estou querendo dizer que embora eu não tenha planejado isso, eu estou feliz que tenha acontecido. Eu não queria e não planejei, mas agora eu não consigo pensar em outra coisa. Eu não consigo parar de querer essa coisa que aconteceu, entende?

— Claire... — começou a dizer Sam.

— Nós estamos grávidos. — revelou a caçadora por fim, sentindo uma forte emoção ao dizer aquelas palavras.

Então ela ficou observando a expressão de Sam. A surpresa em seu semblante, o choque, a incredulidade, a confusão.

— Grávidos? — repetiu ele com a voz falha enquanto olhava para a barriga de Claire e depois voltava a fitar seu rosto. — Você quer dizer que nós vamos ser... Pais?

Claire riu levemente e respondeu:

— É essa a ideia. Daqui a nove meses, caso você não saiba. Se bem que... Pelas minhas contas, eu devo estar com quatro semanas, então...

Claire parou de falar no instante em que Sam se aproximou e pressionou seus lábios contra os dela, ao mesmo tempo em que segurava o rosto dela entre as mãos.

Por mais que sentisse que nunca estaria pronto para ser pai, por mais que achasse que ele e Claire deviam esperar mais um pouco para dar aquele passo, por mais que aquilo envolvesse complicações para o resto de suas vidas, e principalmente para a vida daquela criança, Sam não pôde evitar. Ele tinha ficado feliz. Muito feliz.

Ele, que teve que abrir mão de uma vida normal para se tornar caçador, e que chegou a pensar que estava condenado a viver sozinho, como a maioria dos caçadores, não só tinha encontrado uma mulher que o completava, como ia ter um filho com ela. Uma filha, se a previsão que Mia teve há alguns anos se realizasse.

Enquanto pensava nisso, Sam afastou o rosto e ficou encarando Claire sem conseguir dizer nada.

— Parece que alguém gostou da notícia. — deduziu ela feliz. Mas ao ver o marido lutando para manter os olhos abertos e a cor sumindo do seu rosto pouco a pouco, ela chamou preocupada: — Sam? Sam? Meu amor, está tudo bem? — o caçador fechou os olhos de vez e caiu para trás depois de perder os sentidos. — Ai meus Deus! Sam, acorda! Sam! — chamou Claire saindo da sua cadeira e afastando a cadeira de Sam que tinha caído perto dele. Então, ela se ajoelhou ao lado dele no chão, deu leves tapas em seu rosto e se aproximou para sentir a sua respiração. Depois, ela se afastou um pouco e o chamou novamente: — Sam! Sam!

De repente, ele abriu os olhos voltando a si e Claire respirou aliviada.

— Eu estou bem... — murmurou ele segurando a mão da caçadora e a puxando sutilmente.

Claire entendeu que ele queria que ela deitasse ali com ele e resolveu fazer isso. Se encolheu ao seu lado e apoiou a cabeça em seu ombro. Em seguida, entrelaçou uma das mãos dele com a sua e ficou preocupada ao notar o quanto Sam estava gelado.

— Desse jeito você não vai poder assistir o parto. — brincou a caçadora, fazendo Sam rir por alguns instantes.

O silêncio voltou a reinar entre eles até que o Winchester sentiu que estava voltando ao normal e conseguiu dizer:

— Obrigado.

— Pelo o quê? — quis entender Claire.

— Por ser a melhor coisa que aconteceu na minha vida. — explicou o caçador virando um pouco o rosto para conseguir olhá-la. E depois de colocar a mão suavemente sobre o ventre de Claire, corrigiu: — Ou melhor, por serem as melhores coisas. Vocês duas.

Claire sorriu, aproximou o rosto e beijou Sam carinhosamente por um tempo irrelevante. Depois, voltou a apoiar a cabeça em seu ombro e os dois ficaram olhando para o teto em silêncio. Imaginando como seria criar uma criança naquele lugar. Teoricamente, o lugar mais seguro do mundo. O bunker dos Homens das Letras.

No fundo, Sam e Claire sabiam que tanto a criança que ela gerava, como o bebê que estava na barriga de Natalie, iriam crescer um dia e não iriam se contentar apenas em ficar no bunker. Eles iam querer ir para a escola, passear, fazer amigos, saber o que os pais fazem.

Ia ser difícil lidar com cada uma daquelas coisas e etapas, mas eles tinham um ao outro e dificuldades sempre estiveram presentes em suas vidas.

Claro que os dois casais não queriam privar os filhos de terem vidas relativamente normais, mas sabiam que precisavam alertá-los para certos perigos. Não só os perigos sobre os quais todos os pais costumam alertar seus filhos, mas também sobre as ameaças sobrenaturais que espreitam o mundo. As crianças teriam que saber a verdade. Ou pelo menos, uma parte dela.

Mas os futuros pais ainda tinham tempo para pensar em como fariam tudo isso exatamente. O mais importante era ir com calma e dar um passo de cada vez. O resto, eles fariam dar certo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eles querem fazer dar certo, mas será que vai dar certo, gente? Caçadores tendo filhos? Será? Oi?

E aí? O que acharam?

Eu ri escrevendo o lance do ovo de Páscoa e o Sam desmaiando de emoção ahahahahahahah

Bem, é assim que eu imagino como seria as meninas dando as famigeradas notícias para os futuros papais. Gostaram?

Sobre o Slender Man, vocês viram que eu dei uma diquinha? Que o bicho aparece por uns tempos, toca o terror e depois some por alguns anos? Mais precisamente por oito anos?

Então, se as meninas estavam grávidas quando o bicho deu as caras na Carolina do Norte e se agora as mini pessoas tem sete anos, isso significa que?
Pois é, pois é, pois é.

Ah! E só para constar, algumas coisas sobre o Slenderzinho (oi?) eu estou me inspirando no que tem por aí na Internet, mas outras coisinhas eu vou criar, inventar, devaneiar, ok?

Bem, é isso.

Até o próximo capítulo! Em breve em um cinema perto de vocês!

O disco voador já foi embora...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Caso do Slender Man" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.