O Caso do Slender Man escrita por Hunter Pri Rosen


Capítulo 3
A verdade


Notas iniciais do capítulo

Oi, meu povo e minha pova!

Eu aqui outra vez e trazendo um capítulo bem especial que amei devaneiar!

Na verdade verdadeira, ele ia ser o capítulo 4, mas como a ordem dos fatores não altera o produto, resolvi escrever esta parte primeiro e explicarei por que lá nas notinhas finais.

Espero que gostem!



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O dia estava amanhecendo e os primeiros raios de sol entravam através da cortina que revestia a janela de um quarto infantil, em uma residência em Wichita Falls.

A casa não era luxuosa e ficava em uma rua mais afastada de um bairro relativamente tranquilo daquela cidade.

O quarto possuía uma pintura lilás e várias prateleiras brancas podiam ser vistas nas paredes. Nelas, havia bonecas e ursos de pelúcias de todos os tamanhos, entre outros brinquedos e alguns livros de estórias infantis.

A mobília também era branca e na cama, que ficava no centro do quarto, uma garotinha de seis anos e de feições muito delicadas dormia em meio ao edredom.

Seus cabelos castanhos, como os de sua mãe, caíam por seus ombros. Mas quando a menina acordou um tanto assustada e abriu os olhos, era possível ver a mesma tonalidade de azul dos olhos de seu pai.

Apavorada com o pesadelo que tinha acabado de ter, a garotinha sentou na cama ofegante e olhou tudo em volta com certa apreensão. Deteve o olhar na poltrona ao lado da cama, torcendo para que o seu pai ainda estivesse ali, mas infelizmente ele já tinha ido embora e apenas um livro, que ele havia lido para ela à noite, repousava no assento.

Então a menina lembrou da babá, que sempre ficava com ela quando sua mãe precisava viajar, e resolveu chamá-la:

— Sra. Taylor!

Mas a babá não respondeu, muito menos apareceu. Quando a menina se preparava para chamá-la mais uma vez, ela ouviu passos na escada e em seguida no corredor. Ficou ainda mais apreensiva e se encolheu na cama, com medo de que a criatura do seu pesadelo entrasse no quarto.

Mas, ao invés disso, quando a porta se abriu, alguém muito familiar para a menina adentrou o recinto e disse:

— Oi, princesa. Eu cheguei antes do previsto e já dispensei a Sra. Taylor por hoje.

— Mamãe! — exclamou a garotinha saindo da cama, correndo até Mia e a abraçando com força na altura da cintura.

Com isso, a caçadora se desequilibrou um pouco e deu um passo para trás. Mas logo se endireitou e passou a acariciar os cabelos da filha.

Ao perceber que a menina estava um pouco trêmula, Mia perguntou preocupada:

— O que foi, Isabel? Está tudo bem?

— Eu tive um pesadelo horrível. — contou a menina. — O Henry e a Rachel estavam em um lugar que parecia uma floresta. Tinha um homem atrás deles. Um homem magro e sem rosto... Eles estavam com tanto medo...

— Foi só um sonho, meu amor, não se preocupe. — tranquilizou Mia.

— E se não for só um sonho, mãe? E se for um sinal? E se o Henry e a Rachel estiverem mesmo em perigo? — questionou Isabel visivelmente preocupada, erguendo o olhar na direção de Mia. — E se eu herdei o seu dom de prever as coisas?

Mia ficou sem reação por algum tempo. Não entendia como Isabel sabia sobre o seu dom, já que ela havia optado por só contar aquilo para a filha, bem como todo o resto sobre a sua vida, quando a menina fosse maior e tivesse mais capacidade de entender certas coisas.

Então a caçadora se desvencilhou do abraço, se abaixou diante de Isabel e segurou gentilmente em seus ombros antes de perguntar:

— Como você sabe disso?

Sentindo que tinha falado demais, a criança hesitou um pouco antes de dizer receosa:

— Meu pai esteve aqui ontem e... Me contou algumas coisas.

— Ah... Ele te contou algumas coisas? — indagou Mia incrédula e sentindo uma raiva crescer dentro de si, já que o combinado era que ela e Castiel conversariam com Isabel juntos e no momento certo.

— Só porque eu insisti muito. — explicou a menina tentando defender o pai.

Mia respirou fundo, tentando manter a calma, e em seguida sondou:

— E o que mais aquele... O seu pai te contou?

Depois de pensar um pouco, avaliando se devia ou não responder, Isabel resolveu que era melhor contar de uma vez:

— Ele me contou que você ajuda as pessoas. Que você sonha que elas estão se machucando e as salva dos monstros antes que elas se machuquem de verdade. E que é por isso que você viaja tanto e precisou contratar a Sra. Taylor para cuidar de mim.

— O quê...? — murmurou Mia em pânico por descobrir que graças a Castiel agora Isabel sabia da existência de monstros e que ela caçava aquele tipo de coisa.

— Ah! E ele me contou que é um anjo. — completou a garotinha com certa tranquilidade, fazendo a mãe cair para trás, sentada no chão.

— Ele o quê?! — exclamou Mia atordoada e levando as mãos à cabeça.

— Não fica brava com ele, mamãe. No fundo, eu já desconfiava que vocês escondiam alguns segredos de mim. No fundo, eu sempre soube que você era algum tipo de heroína. E o meu pai... Bem, ele está sempre com a mesma roupa, aparece e some de repente. Eu nunca vejo de onde ele veio, só escuto aquele barulho de... Asas, que te falei algumas vezes. Eu devia ter adivinhado que ele era especial. Assim como você. — ao perceber que a mãe estava em choque, Isabel tentou tranquilizá-la: — Está tudo bem, mamãe. Eu não me importo que vocês sejam diferentes. Eu continuo amando vocês do mesmo jeito.

Mia olhou a filha com carinho, se ajoelhou e a abraçou por alguns instantes. Depois se afastou um pouco, a olhou nos olhos e esclareceu:

— Não se trata disso, meu amor. Acontece que não era para você saber dessas coisas agora. Eu... Nós íamos te contar, mas só quando você crescesse mais um pouco. Eu só queria te proteger de certas coisas, Isabel, você é só uma criança. E eu aposto que teve este pesadelo porque ficou impressionada com as coisas que aquele anjo linguarudo te disse. — Mia respirou fundo, voltando a ficar irritada ao lembrar do que Castiel havia feito. Em seguida começou a dizer em tom ameaçador: — Sabe, o que eu vou fazer com ele? Eu vou arrancar cada uma daquelas penas. Com uma pinça!

— Será que antes de brigar com o meu pai, e fazer as pazes como vocês sempre fazem, você poderia ligar para o tio Sam e para o tio Dean? Eu só quero saber se o Henry e a Rachel estão bem. — pediu a menina.

— Isabel... — começou a dizer Mia.

— Por favor. — insistiu ela. — É importante para mim.

Mia encarou a filha por alguns instantes ponderando aquele pedido e, por mais que acreditasse que Isabel tinha tido apenas um pesadelo (por culpa de Castiel, que pagaria muito caro por isso), ela achou que não teria mal algum em ligar e conferir se as crianças estavam bem.

Então a caçadora se levantou do chão e concordou:

— Tudo bem. Eu vou ligar enquanto eu preparo o nosso café da manhã.

Empolgada ao ouvir uma certa palavra, Isabel pulou, bateu palmas e exclamou sorridente:

— Oba! Café!

— O seu com bastante leite, tudo bem? — salientou Mia. — Você é muito pequena para se entupir de cafeína e ficar elétrica como a sua mãe. O que pensando bem... Seria um bom castigo para o seu pai. Ter que aguentar nós duas bem elétricas... — depois de pensar um pouco, a caçadora voltou a si e encerrou: — Esquece. Vai tomar o seu banho. Eu já vou ligar para os Winchester, ok?

A menina assentiu com um meneio de cabeça, se afastou e caminhou até o guarda-roupa. Mas quando Mia ia deixar o quarto, Isabel lembrou de algo e resolveu perguntar:

— Mãe, — Mia parou na soleira da porta e olhou para a filha — eles caçam monstros também?

A caçadora pensou um pouco sobre aquela pergunta. Isabel era muito esperta e sempre que Mia a levava até o bunker para visitar os amigos, a menina ficava observando os livros do lugar e também os comportamentos dos pais de Henry e Rachel. Ela percebia que assim como a sua mãe, eles também viviam viajando e estavam sempre preocupados que alguma coisa machucasse os filhos.

Já que Isabel já sabia sobre ela e Castiel, Mia resolveu dizer a verdade e confirmou:

— Sim.

— Por que o Henry e a Rachel nunca me contaram? — questionou Isabel um tanto ressentida.

— Eu pedi para eles não contarem. — respondeu Mia. — Eu sinto muito, filha, mas como eu disse, eu não queria que você soubesse dessas coisas tão cedo. Eu queria te preparar melhor, te proteger. — e depois de uma pausa, indagou preocupada: — Você não está com medo?

— Você quer dizer dos monstros? — perguntou Isabel. Depois que a mãe confirmou com a cabeça, ela respondeu: — Meu pai me disse que eu não preciso ter medo. Que ele sempre vai me proteger. Nós duas, aliás. Que mesmo quando ele não está aqui, ele está olhando para a gente. Além disso, você é uma heroína, mãe. Eu confio em você também. Eu sei que tudo o que você faz é para me proteger. E você está fazendo isso muito bem.

Mia refletiu um pouco, enquanto observava Isabel, e perguntou quase para si mesma:

— Como foi que eu tive uma filha tão fofa e tão madura para esta idade?

— Por falar nisso, por que você ficou tão assustada quando descobriu que estava grávida de mim? — perguntou a menina.

Mia ficou um tanto pálida ao lembrar daquela ocasião e rebateu:

— O seu pai te contou isso também, foi?

Isabel sorriu levemente e confirmou com um meneio de cabeça. Mia fechou os olhos por um instante, controlando a raiva que sentiu ao ouvir aquilo, e, antes de sair do quarto, afirmou:

— Ele me paga.

XXX

Claire e Sam ainda dormiam no quarto, quando o celular do caçador começou a tocar sobre o criado-mudo.

Instantes depois, Sam finalmente acordou, esticou a mão, pegou o aparelho e, ainda de olhos fechados, atendeu com a voz sonolenta:

— Alô?

Do outro lado, Mia estava na cozinha de sua casa, preparando o café da manhã, e segurando o telefone sem fio contra o rosto.

— Oh... Olá, Sam! É a Mia. Desculpe, eu te acordei? — começou ela.

— O que você acha? — balbuciou ele enquanto Claire se mexia na cama.

— Bem, neste caso, eu vou ser breve. — anunciou a caçadora. — A minha filha teve um sonho com a Rachel e o Henry e ficou meio preocupada. Eu só estou ligando para confirmar se está tudo bem com eles.

— O quê? Você quer dizer que a Isabel teve uma premonição? — indagou Sam abrindo os olhos e se sentando na cama, enquanto Claire acordava e olhava para ele. — Eu pensei que você tivesse dito que ela não tinha nenhum tipo de poder.

— E ela não tem. — confirmou Mia. — Mas um certo anjo, que eu vou matar lentamente assim que tiver a oportunidade, resolveu contar para ela sobre a existência de monstros, entre outras coisas. Eu acho que a Isabel ficou impressionada e acabou tendo um pesadelo com um desses monstros. Eu disse que tinha sido só um sonho, mas ela não vai sossegar enquanto eu não confirmar que está tudo bem com o Henry e a Rachel, então... Tudo bem por aí?

Claire sentou na cama. Enquanto afastava o cobertor para olhar a filha, Sam respondeu:

— Sim, tudo... — mas ao ver que a menina não estava ali, ele se interrompeu e olhou para a esposa ao seu lado. — Ela deve ter voltado para a cama... — supôs o caçador um tanto intrigado.

Mas em seguida, ele e Claire ouviram Rachel gritar de algum lugar do bunker. O Winchester soltou o telefone na cama imediatamente. Em seguida, ele e a esposa se levantaram e deixaram o quarto às pressas, se guiando pelo grito da filha.

Natalie e Dean também acordaram, levantaram preocupados, saíram do quarto e encontraram os dois no corredor. Ao passar em frente ao quarto de Henry, viram que a cama do menino estava vazia e se desesperaram ainda mais.

Os dois casais desceram a escada enquanto chamavam pelos filhos, mas tudo que ouviam era o grito agudo de Rachel. Então eles passaram pela sala principal e foram parar na biblioteca. E finalmente encontraram as duas crianças.

Rachel vestia um casaco da mãe, bem como um par de sapatos também de Claire, e estava maquiada. Henry estava na sua frente e vestia um dos ternos de Dean. Mas apesar de estarem com roupas enormes para eles, os dois pareciam bem.

— O que está acontecendo aqui? — quis entender Dean, um tanto bravo, dando alguns passos na direção dos dois.

— Nós só estávamos brincando... De agentes do FBI. — contou Henry abaixando a cabeça como alguém que tinha aprontado.

— Mas por que você estava gritando? — questionou Sam se aproximando da filha que continha um choro.

— O Henry grudou chiclete no meu cabelo. — contou a menina com pesar mostrando uma das mechas do seu cabelo totalmente emaranhada com o chiclete.

Natalie repreendeu o filho com o olhar e ele se justificou:

— Ela me chamou de Bebê Awesome.

Rachel mostrou língua para o primo enquanto Sam olhava para Claire e pedia:

— Liga para a Mia, ela só queria saber se estava tudo bem com as crianças.

— Ela teve alguma premonição? — preocupou-se Natalie.

— A Isabel teve um pesadelo. Mas parece que foi só um sonho mesmo. — explicou Sam.

Claire assentiu e deixou a biblioteca enquanto Dean e Natalie repreendiam Henry. Rachel, por sua vez, começou a chorar de fato, borrando toda a maquiagem que passou no rosto enquanto os pais estavam dormindo, e observou com tristeza o chiclete grudado em seu cabelo.

— Papai, eu vou ter que cortar? — perguntou a menina com a voz trêmula.

— Provavelmente. — respondeu Sam, mas se arrependeu em seguida porque a filha chorou ainda mais ao ouvir aquilo.

Então ele a abraçou, a pegou no colo e resolveu levá-la até o banheiro, onde tentaria dar um jeito no que Henry havia aprontado com o cabelo da menina.

XXX

Depois de ser tranquilizada por Claire, que lhe explicou o que havia acontecido no bunker e assegurou que Rachel e Henry estavam bem, Mia encerrou a ligação e colocou o aparelho sobre a bancada da cozinha no mesmo instante em que Isabel entrou no cômodo.

— Está tudo bem com os seus amigos. — relatou Mia.

Então ela percebeu que a filha tinha ficado muito aliviada ao ouvir aquilo. Com certeza, o pesadelo havia a impressionado muito.

— Obrigada. — agradeceu a menina enquanto se aproximava de uma mesa, puxava uma cadeira e se sentava. — Você ainda está brava com o papai? — sondou depois de observar a mãe por alguns instantes.

Mia sorriu um tanto irritada e disse com sarcasmo:

— Eu? Brava? Acredite, meu amor, o seu pai ainda não me viu brava. — e enquanto colocava a garrafa de café sobre a mesa, o leite e ajeitava uma cesta de pães, algumas torradas e um pote de geleia, que tinha disposto ali antes de ligar para Sam, ela disse em tom ameaçador: — Ele vai se arrepender do dia em que foi criado por nosso Senhor. Ah... Aquele anjo linguarudo... Traidor... Ele me paga... Eu não acredito que ele fez isso... Desgraçado...

Um barulho de asas ecoou pela cozinha e Mia parou de falar automaticamente. Olhou para a filha que sorriu por cima do ombro dela, como se estivesse vendo alguém logo atrás da mãe. E de fato, Isabel estava vendo mesmo.

— Ele está bem atrás de mim, não é? — adivinhou a caçadora.

Isabel assentiu e a voz de Castiel por fim foi ouvida:

— Mia, eu posso explicar.

A caçadora fechou os olhos e respirou fundo, tentando controlar a raiva mais uma vez e a vontade que tinha de bater em Castiel naquele exato momento.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo: quebra pau Miastiel. Ahahahahahahahahah

E aí, gente? Gostaram? Eu já amo a Isabel. E tipo assim... Será que ela realmente não tem nenhum poder ou será que eles ainda estão se desenvolvendo? Será que ela teve um simples pesadelo mesmo ou aí tem coisa? Não vamos esquecer que ela é cria de um anjo e da garota sobrenatural, então... Sacomé né?

Bem, conforme eu disse lá no início, eu antecipei os acontecimentos deste capítulo (que ia ser o 4) por causa de uma certa leitora e mishamiga chamada Mah Moura que estava agoniada para saber sobre Miastiel e sua mini pessoa. Ainda não deu para responder todas as suas perguntas, mas aos pouquinhos tudo será explicadinho. Prometo.

Também explicarei que casa é essa que a Mia mora, por que ela não mora mais no bunker e se ela encontrou uma forma de parar de envelhecer ou não.

Agora, só para constar, eu ri aqui do Henry e da Rachel brincando de agentes do FBI KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

Pobre Rachel, pobre cabelo da Rachel, pobre Bebê Awesome KKKKKKKKKKKKKKKKKK

Well, no próximo capítulo, além do quebra pau Miastiel, veremos os desdobramentos desta brincadeira das duas pestinhas e voltarei a falar sobre o Slender. Vixe... Será que vai ficar muito longo? Se ficar muiiiito longo, eu dividirei em duas metades iguais, ok? kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Ah! E para quem ainda não sabe, minha história A Redoma ficou em quarto lugar no Desafio da Copa! Nem acredito! Tô happy! Quem ainda não leu e quiser dar uma conferida, me fará muito happy!

Bem, bjs e inté o próximo capítulo. Lembrando que tentarei postar sempre um capítulo por semana porque tenho que priorizar Heaven and Hell, ok?

Fui!

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