O Caso do Slender Man escrita por Hunter Pri Rosen


Capítulo 17
Momento em família


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal!!!

Aproveitando que postei H&H mais cedo, decidi atualizar OCSM hoje também!

Well, este capítulo é, teoricamente, o final. Explico o "teoricamente" lá embaixo.

Espero que gostem! Ai ai...



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Depois que deixaram a casa da família Carter para trás, Sam e Dean seguiram com os filhos para uma lanchonete da cidade, onde Claire e Natalie os aguardavam.

Os caçadores haviam ensaiado mil maneiras de entrar em um assunto delicado com os filhos: estava claro que Henry e Rachel precisavam aprender mais sobre o sobrenatural, para assim se defenderem melhor, caso uma situação como a ocorrida com o Slender Man se repetisse.

Então, quando todos terminaram o lanche e enquanto aguardavam as sobremesas, Dean finalmente decidiu começar:

— Ah... Crianças, tem algo que nós precisamos conversar com vocês.

— Tem algo que eu e a Rachel queremos dizer primeiro, papai. — avisou Henry e em seguida olhou para a prima, que estava completamente distraída, admirando a rosa que tinha ganhado do Tony. — Rachel? — chamou ele.

A menina suspirou profundamente, o que fez Sam e Claire estreitaram os olhares na direção dela. Eles nunca tinham visto a filha tão encantada por algo, como por aquela rosa. Até a boneca, que Claire tinha lhe dado de presente há alguns dias, estava meio abandonada no canto do banco onde a menina e o primo estavam sentados. Claro que Henry estava na outra extremidade, afinal uma coisa era atirar no Slender Man, outra bem diferente era ficar perto daquelas coisas medonhas.

— Tão linda. — disse Rachel sem perceber que agora Dean e Natalie também a encaravam intrigados. — Ai ai... — murmurou depois de suspirar novamente.

— Ok, já chega. — repreendeu Sam antes de pegar a rosa das mãos da filha, lhe causando um sobressalto.

— Papai... — protestou a menina com uma voz chorosa.

— Nós vamos conversar e depois eu devolvo. — determinou Sam sendo firme.

Aquilo não convenceu Rachel a desistir de recuperar a sua rosa naquele momento. Então ela franziu o cenho e lançou um olhar pedinte na direção do pai.

Claire soltou um suspiro e comparou:

— Tal pai, tal filha.

Sam olhou para a esposa e questionou um tanto ofendido:

— Você não vai continuar dizendo que eu faço essa cara, vai?

Antes que Claire respondesse, Dean se intrometeu:

— Desculpe, Sammy, mas você faz cara de cachorrinho abandonado sim. É a sua especialidade depois de caçar e ser um nerd.

Henry, que observava a expressão angustiada da prima, pediu:

— Rachel, por favor, para com isso. Deste jeito, eu vou chorar.

— Eu também. — confessou Natalie que também a observava aflita. — Sam, devolve logo esta rosa para a menina! — pediu voltando-se para o cunhado com indignação. — Você não está vendo que ela vai chorar?

— Ela não vai chorar. — duvidou Sam, mas ao olhar para a filha de novo, e perceber um leve tremor em seu queixo e que seus olhos estavam mais úmidos do que o normal, ele engoliu em seco, se convenceu do contrário e pediu: — Rachel, por favor, não chora.

O olhar de Rachel se tornou ainda mais melancólico e suplicante, o que causou um aperto no coração de Claire. Sam ainda tentava se manter firme, mas estava cada vez mais difícil.

Sem aguentar mais, Claire pegou a rosa das mãos do marido e entregou para a menina, que a segurou prontamente e abriu um enorme sorriso, abandonando completamente a expressão suplicante e triste de antes.

Sam fitou a esposa com certa incredulidade e Claire defendeu-se:

— Você sabe que eu não resisto a essa cara. Além disso, você também não estava aguentando mais, então...

— Certo. — assentiu ele sem querer discutir aquilo. Instantes depois, voltou-se para a filha e recomeçou: — O que você e o Henry tem para nos dizer, Rachel?

A menina parou de admirar a rosa, a colocou sobre a mesa, se endireitou no banco e respondeu com naturalidade e segurança:

— Eu e o Henry conversamos e decidimos que queremos ser caçadores. Quando nós crescermos mais um pouco, é claro.

Os adultos se entreolharam surpresos e depois voltaram a olhar para Rachel e Henry. Logo depois, Dean arqueou as sobrancelhas e, achando inapropriado ouvir aquilo de uma criança, questionou:

— Vocês conversaram e decidiram?

Depois de balançar a cabeça afirmativamente, a menina explicou melhor:

— Bem, na verdade, o Henry já queria isso, mas agora ele tem certeza. E depois do que aconteceu, depois do que houve com a Emily, eu percebi que é isso o que eu quero também. Salvar pessoas. Protegê-las de criaturas como o Slender Man. Caçar essas coisas.

— Vocês sabem, o negócio da família. — completou Henry de um jeito natural e direto, apoiando os braços sobre a mesa.

Sam, Claire, Dean e Natalie se entreolharam e depois observaram os filhos com certa admiração, por conta da maturidade que eles demonstraram e pela lição que tiraram de todo aquele caso envolvendo o Slender Man.

Por outro lado, eles também encaravam os filhos com compaixão e receio, afinal os dois eram apenas crianças e não podiam tomar uma decisão como aquela. Aliás, nenhuma criança deveria tomar uma decisão assim.

Pensando nisso, Natalie segurou uma das mãos de Henry sobre a mesa, o fitou de uma forma carinhosa e argumentou:

— Meu amor, depois do que aconteceu, o seu pai, eu, o tio Sam e a tia Claire percebemos que falhamos na missão de proteger você e a sua prima. E estamos dispostos a consertar isso, ensinando tudo o que sabemos sobre... O negócio da família. Ensinando você e a Rachel a se defenderem de criaturas como o Slender Man. Mas nada disso significa que vocês tem que entrar de vez neste ramo. Vocês ainda tem escolha.

— Eu sei, mamãe, mas eu já fiz a minha. E isso não vai mudar. — reforçou Henry e olhando também para o pai, Sam e Claire, esclareceu: — É claro que eu e a Rachel não vamos sair caçando por aí agora, não se preocupem. Eu sei que vocês nem permitiriam isso. Eu sei que, por enquanto, nós somos apenas crianças. Mas no futuro, quando eu for maior, eu espero que vocês respeitem a minha decisão. Porque ela será exatamente a mesma.

— A minha também. — afirmou Rachel e todos olharam para ela.

— O que aconteceu com o sonho de ser modelo? — lembrou Claire.

Rachel ficou em silêncio por alguns instantes e em seguida respondeu:

— Eu acordei, mamãe.

Claire sentiu um aperto em seu coração ao ouvir aquilo, assim como Sam. E após mais um momento de silêncio, Henry recomeçou empolgado:

— Eu não entendo por que vocês estavam tão aflitos para conversarem comigo e com a Rachel, se aprender mais sobre o sobrenatural e a nos defender é exatamente o que nós dois queremos. É um ótimo começo, é quase como um... Treinamento para o futuro. Vai ser awesome!

Dean ia repetir aquela última palavra com certa indignação e dizer que não tinha nada de awesome naquele ramo, mas então Rachel se pronunciou antes dele:

— Portanto, relaxem. Ou como diria a tia Mia, não entrem em pânico. Vocês terão muito tempo para se acostumarem e nos ensinarem tudo o que sabem.

Mais relaxado, e achando engraçada a forma madura como a filha e o sobrinho falavam às vezes, Sam sorriu levemente, estreitou o olhar na direção dos dois e disse:

— E vocês terão muito tempo para serem crianças ainda. Eu não quero que vocês se esqueçam disso, ok? Independente do que acontecer.

— Vocês continuarão indo à escola, fazendo os deveres, brincando, fazendo o que toda criança faz. — completou Claire.

— Mas nas horas vagas, terão uma matéria que nenhuma escola ensina. — disse Natalie.

Dean observou o filho e a sobrinha por alguns instantes e em seguida finalizou:

— E se forem bem aplicados e não mudarem de ideia, no futuro, com certeza, serão grandes caçadores. E, apesar de não ter planejado isso para vocês, eu estaria mentindo se dissesse que não ficarei orgulhoso. Sujeitos como o Slender Man que se cuidem.

Rachel e Henry fitaram os pais com certa admiração e carinho. Apesar do assunto delicado que motivou aquela reunião entre eles, aquele era um momento familiar muito importante que, certamente, todos eles guardariam para sempre na memória. Tinha sido importante ter aquela conversa, esclarecer certos pontos e pensar sobre o futuro.

No entanto, quando a garçonete trouxe as sobremesas, Henry e Rachel voltaram a ser apenas crianças, ergueram as mãos em comemoração, sorriram e vibraram, ansiosos para saboreá-las.

Os pais sorriram diante daquela cena e, assim como os filhos, decidiram se concentrar no presente e em viver mais aquele momento com eles.

Enquanto isso em Wichita Falls...

Mia estava sentada em uma cadeira na cozinha, de frente para um balcão, lendo alguns folhetos de escolas da cidade, quando um barulho de asas ecoou pelo recinto e um vento suave balançou os seus cabelos levemente.

Ela sorriu e suspirou antes de dizer:

— Oi, amor. Muito trânsito?

Logo atrás dela, Castiel sorriu de volta, puxou uma cadeira e sentou-se ao seu lado. Então Mia parou de ler os folhetos, inclinou-se na direção do anjo, passou os braços em volta do seu pescoço e o beijou de um jeito carinhoso.

Em seguida, ela afastou o rosto e perguntou interessada:

— Novidades?

— Eu encontrei a Colt na floresta, perto do local onde a Isabel apareceu. — contou ele.

— Isso é ótimo. — refletiu Mia.

— Pois é, e eu já passei no bunker e o Bobby se encarregou de guardá-la em um lugar seguro, longe das crianças. — relatou Castiel. — Eu também passei no quarto da Isabel agora e vi que ela está dormindo. Deve ter apagado enquanto assistia televisão. Então o que você acha de aproveitar este momento e...? — insinuou arqueando as sobrancelhas sutilmente, esperando que Mia entendesse o que ele queria dizer.

A caçadora abriu um sorriso, entendendo perfeitamente o recado, e propôs:

— Eu acho uma ótima ideia, anjo. Mas só se você prometer que depois vai me ajudar a escolher uma escola para a Isabel. Já está mais do que na hora dela ter contato com outras crianças e aprender coisas novas. Eu acho que é a melhor forma dela superar o que aconteceu.

— Tudo bem. — concordou o anjo e depois ressalvou: — Desde que você pare de fugir daquele assunto.

— Que assunto? — indagou Mia, mas em seguida lembrou-se do que se tratava, se afastou um pouco do anjo, apoiou os braços no balcão e disse seriamente: — Cas, você já contou coisas demais para a Isabel. O resto pode esperar.

— Quanto tempo? — pressionou ele.

Mia suspirou, um pouco desconfortável com aquele assunto, e sugeriu evasivamente:

— Alguns anos.

Castiel avaliou aquela resposta e depois argumentou:

— Mia, a Isabel é inteligente. Não vai demorar muito tempo para ela perceber que você não está envelhecendo. E mais cedo ou mais tarde, ela vai questionar a origem do seu dom de premonição. Então o que nós vamos fazer? Eu não quero mentir para ela, Mia. Nem que ela descubra a verdade por outra pessoa.

— Nem eu. — assegurou a caçadora que, assim como Castiel, queria sim contar toda a verdade para a filha. Mas isso demandava tempo, escolher as palavras certas e o momento certo de contar. Não era algo tão simples e prático.

— Então? — insistiu o anjo.

Mia o encarou por alguns instantes antes de se reaproximar, passar os braços em volta do pescoço dele mais uma vez, sorrir e lembrá-lo:

— Eu pensei que nós fôssemos conversar sobre isso depois.

— Então você promete que nós vamos conversar? — quis assegurar Castiel.

— Prometo. — comprometeu-se Mia e depois de beijá-lo mais uma vez, pediu: — Agora me leva voando para o nosso quarto, anjo. Você está muito vestido para o meu gosto e eu tenho que dar um jeito nisso.

Castiel sorriu e levantou da cadeira prontamente, segurando Mia pela mão. Os dois ficaram mais próximos e se beijaram novamente. Instantes depois, a cozinha ficou vazia e o barulho de asas ecoou pelo recinto.

Fim


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Notas finais do capítulo

WTF "FIM"????? kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Calminha lá que agora eu vou explicar o "teoricamente". Bem, digamos que este não é o fim fim fim, tem o fim depois do fim e é disso que vou falar nos próximos dois capítulos (bônus) e no epílogo. Adianto que teremos uma significativa passagem de tempo e talvez as mini pessoas não estejam mais tão mini assim. Oi?

Mas sobre o capítulo de hoje, o que vocês acharam? Gostaram da conversa emblemática entre pais e filhos sobre o futuro? Bem que os papis e mamis tentaram evitar, mas não teve jeito, né? Rachel e Henry seguirão o caminho deles no family business.

Ai ai... Rachel e a rosa. Rachel e a cara a la Sam... Ai ai...

E Miastiel? Gostaram do singelo momento entre eles?

Será que eles vão contar para a Isabelzinha sobre os outros paranauês? Descubram no próximo capítulo.

Inté lá!

Bjs!

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