O Caso do Slender Man escrita por Hunter Pri Rosen


Capítulo 16
Uma visita cordial


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!!!

Bem, primeiramente, desculpem o tamanho do capítulo, mas garanto que não ficou cansativo e acho que vocês vão gostar...

Ele se passa uma semana depois da volta das mini pessoas e tem uma grande surpresa envolvida, sobre a qual eu falarei lá embaixo.

Este foi um dos capítulos que eu mais gostei de escrever até agora e espero que vocês curtam também!

E sim, hoje não é sábado, mas eu não resisti. Estava louquinha para compartilhar este devaneio com ocês!

Lá vai...



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Disfarçado de agente do FBI, Dean estacionou o Impala em frente a propriedade da família Carter. Também disfarçado, Sam estava no banco do passageiro, enquanto Rachel e Henry estavam acomodados no banco detrás. A menina segurando com apreço a boneca, que a sua mãe havia lhe dado de presente quando ela voltou da dimensão do Slender Man, e Henry olhando a casa de Emily pela janela lateral com certa ansiedade.

Sam e Dean se entreolharam, depois olharam na direção dos filhos e o mais velho perguntou:

— Prontos?

Henry fitou o pai e balançou a cabeça afirmativamente, bem como Rachel.

— Certo, então vamos. — disse Sam.

Os irmãos abriram as portas, saíram do veículo, depois abriram as portas traseiras e Henry e Rachel saíram também. Instantes depois, os quatro estavam na varanda da casa de Emily e Sam tocou a campainha.

Henry estava ao lado de Dean. Rachel deu a mão para Sam, se escondendo um pouco atrás dele.

Foi o Sr. Carter que abriu a porta e, ao reconhecer os dois "agentes", começou um pouco desanimado:

— Bom dia, agentes. Ah... Não me levem a mal, mas se vocês vieram aqui para falar sobre o sequestro da Emily, eu e a minha esposa, já conversamos com a polícia local. E a nossa filha não se lembra do que aconteceu, então, infelizmente, ela não poderá ajudá-los a pegar o monstro que fez isso.

Enquanto Henry olhava para o chão, entristecido por descobrir que a história da amnésia de Emily era mesmo verdade, Sam tomou a palavra e explicou de uma forma gentil:

— Nós entendemos perfeitamente, Sr. Carter. Mas na realidade, eu e o meu parceiro não viemos aqui como agentes. Nós já conversamos com a polícia local sobre o caso e não vamos importuná-los com mais perguntas. Mas o que aconteceu com a Emily, nos deixou particularmente sensibilizados. Então, antes de irmos embora da cidade, nós decidimos fazer uma visita, apenas para conversar, saber se vocês precisam de algo, essas coisas.

— Inclusive, nós trouxemos até os nossos filhos. — pronunciou-se Dean e o Sr. Carter olhou para Henry, Rachel e sorriu levemente para eles. — Quem sabe conversar com alguém da idade dela não será bom para a Emily?

Depois de ouvir aqueles argumentos, o Sr. Carter ficou mais animado com aquelas visitas e, no fundo, até sentiu-se comovido e agradecido. Falar com mais algum agente ou policial sobre o sequestro de sua filha era algo que ele queria evitar ao máximo, afinal ele e sua família queriam superar o que aconteceu, colocando uma pedra naquele assunto.

Mas, se aqueles dois agentes estavam ali para fazerem uma visita cordial, então ele estava disposto a recebê-los de bom grado. Pensando desta forma, ele abriu mais a porta, deu passagem para as quatro pessoas na varanda e assentiu:

— Neste caso, podem entrar.

— Obrigado. — agradeceu Sam antes de entrar com a filha.

— Valeu. — disse Dean entrando com Henry.

Sam olhou para trás e fuzilou o irmão com o olhar, como se quisesse lembrá-lo do disfarce e que agentes do FBI, geralmente, não falavam daquele jeito informal.

No entanto, aquilo não pareceu chamar a atenção do anfitrião, que fechou a porta, adentrou a sala e indicou um sofá para que todos se sentassem.

Logo a esposa dele desceu uma escada, que levava ao andar superior da casa, também reconheceu os agentes e sorriu um tanto surpresa, antes de cumprimentá-los:

— Agentes.

— Sra. Carter. — repetiram os irmãos ao mesmo tempo.

— Eles vieram apenas para uma visita informal, meu bem, e não para nos encherem com mais perguntas. — esclareceu o marido dela.

Depois que se aproximou do sofá, a Sra. Carter olhou para as duas crianças ali e perguntou simpaticamente:

— E quem são estes?

— Meu filho Henry. — explicou Dean, já que não viu problemas em dizer o nome verdadeiro do menino. Pelo menos, não o primeiro nome.

— E esta é a Rachel, minha filha. — disse Sam indicando a menina ao seu lado, que sorriu para a dona da casa com certa timidez.

— Parabéns, vocês tem filhos lindos. — felicitou a Sra. Carter. — E as mães?

— Elas estão perto daqui, nós vamos almoçar em um restaurante da cidade daqui a pouco, e depois vamos embora. — explicou Sam.

— Eu posso ver a Emily? — perguntou Henry um tanto ansioso, chamando a atenção de todos, inclusive de Dean, que o repreendeu com o olhar.

Antes que o Winchester mais velho se desculpasse por aquela pergunta tão repentina, o Sr. Carter fitou a esposa e expôs:

— Eles trouxeram os filhos para conversarem com a Emily. Você acha que pode fazer bem para ela?

— Eu não vejo nenhum problema. Com certeza vai distraí-la um pouco. Enquanto isso, eu vou fazer um café para nós. — respondeu a mulher sorrindo mais uma vez. Em seguida, ela fez um gesto com a mão, chamando as crianças, e os dois levantaram do sofá no mesmo instante. Então ela indicou o caminho: — Sigam por aquele corredor, vocês vão ver uma porta no final dele, do outro lado fica o quintal. A Emily está lá, no balanço.

Henry e Rachel correram imediatamente, mas pararam quando Dean começou a dizer firmemente:

— Não corram, pesti... — ao perceber que os anfitriões o encararam um tanto intrigados e que o seu irmão estreitou o olhar na direção dele, Dean corrigiu: — Se comportem, meus amores.

Então as crianças seguiram pelo corredor indicado pela dona da casa, mas desta vez se seguraram para não correr. Logo chegaram ao quintal e, como dali os adultos não conseguiam mais vê-los, eles voltaram a correr em disparada.

Enquanto a Sra. Carter foi até a cozinha, preparar o café, o marido dela puxou assunto com as visitas:

— Eles crescem tão rápido, não é?

— Nem me fala. — disse Sam.

— Rápido como grama. — refletiu Dean com um sorriso debochado.

XXX

Emily estava sentada em um balanço, embaixo de uma árvore e ao ver as visitas que se aproximavam, levantou imediatamente e disse surpresa:

— Henry? Rachel? Eu não acredito! Ai meu Deus, vocês estão bem... Espera, o que vocês estão fazendo aqui?

Henry se aproximou e abraçou a menina fortemente enquanto comemorava feliz:

— Eu sabia que você não tinha me esquecido! Que bom que você está bem, Emy...

Instantes depois, os dois se afastaram e se encararam um tanto constrangidos. Em seguida, Emily deu um abraço apertado em Rachel, depois a soltou e disse:

— Que bom que vocês conseguiram escapar daquele lugar também. Por um momento, eu pensei que...

Ela parou de falar quando Rachel indagou confusa:

— Por que você mentiu para a polícia? Por que disse para todo mundo que não se lembra de nada do que aconteceu?

Henry, que também queria entender aquele detalhe, estreitou o olhar na direção de Emily. Então ela expôs:

— O que eu devia fazer? Contar que fui sequestrada por um monstro chamado Slender Man e que o Henry atirou nele bem a tempo de salvar todos nós? Se eu contasse a verdade, iam pensar que eu sou maluca. Ninguém ia acreditar em mim. Talvez até me internassem em um hospício por causa disso.

— Faz sentido. Foi melhor você ter mentido mesmo. — refletiu Henry.

—E todo mundo acreditou, afinal, eu passei por um grande trauma. — acrescentou a menina. — Mas e a Isabel? Ela conseguiu voltar para casa? Ela está bem? — indagou preocupada ao se lembrar da nephilim.

— Ela está bem. — tranquilizou Rachel. — De castigo, mas está bem.

— Nós viemos com os nossos pais, que para todos os efeitos, são agentes federais e não tem nenhum parentesco entre si, ok? — explicou Henry.

— Certo. — assentiu Emily e depois de esboçar um leve sorriso para o menino, agradeceu: — Obrigada por ter vindo, Henry. Eu pensei que nunca mais fosse te ver.

— Eu pensei a mesma coisa. — admitiu ele. — Eu fiquei desesperado quando soube que você tinha perdido a memória. Ainda bem que isso é mentira.

— Eu nunca vou te esquecer, Henry. Não se preocupe. — assegurou Emily o olhando de um jeito carinhoso que fez Rachel sentir que estava “sobrando” ali. — Nem de você, Rachel. Nem da Isabel. — acrescentou a menina voltando a si e olhando ora para um, ora para o outro. — Eu sei que vocês vieram para se despedir, mas o que eu vivi com vocês naquele lugar, eu nunca vou esquecer. E não se preocupem, eu vou manter o discurso de que perdi a memória até o fim e nunca vou contar para ninguém que os seus pais são caçadores. Tudo isso será o nosso segredo.

— Obrigado. — agradeceu Henry segurando uma das mãos de Emily quase sem perceber.

Rachel observou o gesto um tanto intrigada, mas em seguida, os dois soltaram as mãos e ficaram em silêncio, apenas se olhando.

Sentindo-se um pouco desconfortável, Rachel olhou para o outro lado do quintal, que era coberto por uma grama extremamente verde e bem aparada, e viu que tinha uma estufa do outro lado.

— Posso dar uma olhada? — perguntou ela voltando-se para Emily.

— Claro. Minha mãe planta orquídeas e outras flores lá. É lindo. Você vai gostar. — disse a outra.

Sem pensar duas vezes, Rachel seguiu na direção da tal estufa, carregando sua mais nova e inseparável boneca. Logo ela abriu a porta do lugar, a deixou aberta e entrou. Parou depois de dar alguns passos, impressionada diante do cenário que viu. Emily tinha razão, o lugar era lindo.

Separados por alguns corredores, havia vários tipos de flores colorindo o ambiente, que era iluminado constantemente pela luz solar que atravessava as paredes e o teto transparentes. Era difícil dizer qual flor dali era a mais bonita, mas algumas rosas, no final do corredor onde Rachel se encontrava, lhe chamaram mais a atenção.

Lentamente, ela caminhou até lá, enquanto se perguntava se depois de tudo o que aconteceu, Emily não tinha medo de entrar ali ou de ficar embaixo daquela árvore do lado de fora. Era impossível não se lembrar que o Slender Man gostava de cenários assim.

Rachel balançou a cabeça negativamente, afastando aquele pensamento. O Slender Man não gostava de cenários bonitos como aquele. Ele gostava de bosques sombrios, florestas intimidadoras e até de alguns parques com grandes concentrações de árvores, onde pudesse se camuflar e espreitar as vítimas. Aquela estufa ou a árvore do balanço lá fora não tinham nada a ver com aquele monstro. Além disso, o Slender Man estava morto. Mesmo que ele quisesse aparecer ali, naquele momento, não conseguiria porque ele estava morto.

Era isso que Rachel repetia mentalmente toda vez que lembrava do que viveu e sentia uma ponta de medo dominá-la. Como não tinha visto as circunstâncias da morte do Slender Man, porque estava desacordada, às vezes, ela também pedia para Henry contar exatamente como aquilo aconteceu. E toda vez que o primo relatava o acontecido com detalhes, Rachel respirava aliviada e se convencia de que agora ela estava segura. Emily, Henry e Isabel também estavam seguros. Todas as crianças do mundo estavam seguras. Pelo menos, no que dizia respeito ao Slender Man, já que ele estava definitivamente morto.

Rachel afastou aqueles pensamentos e tocou suavemente em uma das rosas. Elas tinham a coloração rosa também e eram simplesmente lindas.

Distraída, a menina não percebeu que tinha companhia.

XXX

Enquanto Sam dizia para os pais de Emily o quanto estava feliz por a filha deles ter sido encontrada, sã e salva, e dizia coisas gentis aos dois, algo chamou a atenção de Dean em uma estante no canto da sala e ele levantou do sofá intrigado. Aproximou-se do móvel e pegou um porta-retrato. A imagem mostrava Emily com os pais, sorrindo, todos felizes, típica foto de família. Mas o que chamou a atenção do caçador foi uma quarta pessoa na foto.

Então Dean virou-se na direção do sofá, indicou o menino na foto, e perguntou:

— Quem é este?

Sam parou de falar e, assim como os Carter, olhou na direção de Dean e fitou o porta-retrato. Depois de colocar a sua xícara de café sobre a mesa de centro, a mulher respondeu:

— É o nosso filho Tony.

— Vocês tem outro filho? — indagou Dean sem conseguir esconder a surpresa.

O Sr. Carter segurou a mão da esposa entre as suas e explicou:

— Na verdade, ele é fruto do meu primeiro casamento. Eu fiquei viúvo quando o Tony ainda era um bebê. Um ano depois, eu conheci a Margareth, me apaixonei e me casei de novo. Por isso, ela considera o Tony como filho também.

— Desculpem por não ter citado isso no dia em que vocês vieram aqui, agentes. Mas o Tony nem estava conosco naquela ocasião. Ele estava em um internato até a semana passada. Voltou há poucos dias. — explicou a Sra. Carter.

— Ele está aqui agora? — indagou Sam.

— Sim, só não sabemos dizer onde exatamente. — respondeu o Sr. Carter e em seguida riu um pouco. Como os agentes não entenderam a piada, ele explicou: — Digamos que o Tony é um pouco travesso. Um ótimo menino, com um ótimo coração, mas... Travesso. Vocês entendem, não é?

— Entendo. — balbuciou Sam enquanto o irmão colocava o porta-retrato de volta na estante.

— Em outras palavras, ele deve ser uma peste. — sussurrou Dean de uma forma que ninguém na sala o ouvisse.

XXX

Rachel ainda tocava com as pontas dos dedos, suavemente, as rosas daquela parte da estufa, quando começou a ter uma sensação estranha. Era como se alguém a observasse atentamente. Ela quase podia ouvir uma respiração ao longe e sentia um olhar constante sobre ela. Foi impossível não se lembrar da sensação que teve quando estava sendo perseguida pelo Slender Man.

Rachel engoliu em seco e afastou a mão da roseira com cuidado. No entanto, quando olhou na direção da porta, ela viu que não era um monstro que a observava, era só um menino. Mesmo assim, ela teve um leve sobressalto. Sentiu o seu coração disparar diante da surpresa e ficou encarando o menino em silêncio.

Ele aparentava ter uns nove anos, tinha olhos verdes e os seus cabelos tinham uma tonalidade castanho claro. Ele estava com as mãos nos bolsos, de uma calça escura e casual que usava, e que combinava bem com o suéter verde oliva que também vestia. Em outras palavras, o menino era muito bonito. Parecia ter saído de alguma capa de revista ou filme. Com certeza, era modelo infantil. Pelo menos, foi isso o que Rachel imaginou naquele momento antes de se afastar um pouco da roseira.

Quando ela fez isso, o menino a mediu da cabeça aos pés. Rachel franziu o cenho, um pouco incomodada com aquilo e decidiu quebrar o silêncio, murmurando timidamente:

— Oi. — como o garoto misterioso não respondeu e ainda por cima a mediu novamente, Rachel repetiu com mais firmeza: — Oi! — novo e longo silêncio. — O que foi? Você é surdo ou o gato comeu a sua língua? — perguntou já sem paciência. E quando o menino a mediu mais uma vez, Rachel bufou, deu alguns passos a frente, parou no meio daquele corredor cercado por flores e rosas, e questionou irritada: — Está olhando o quê?!

Tony finalmente parou de examiná-la minuciosamente e a fitou nos olhos. Em seguida, arqueou as sobrancelhas e respondeu de um jeito sacana:

— Desculpe, é que eu não sabia que boneca andava.

Apesar de muito nova, Rachel percebeu que aquilo era uma cantada. Muito barata por sinal. Ou talvez não fosse uma cantada, e sim uma brincadeira idiota. Então ela estreitou o olhar na direção dele e rebateu:

— É engraçado porque eu não sabia que estrupício falava.

Tony fingiu espanto e que tinha ficado ofendido, antes de sorrir e responder:

— Eu gostei de você. Qual é o seu nome e o que está fazendo na minha casa?

— Sua casa? — repetiu Rachel incrédula colocando as mãos na cintura.

— Ah! Desculpe, eu não me apresentei, boneca. Eu sou um dos donos. Meu nome é Tony. Na verdade, Anthony. Tony é apelido e todo mundo me chama assim desde sempre. — apresentou-se o menino. — Mas você pode me chamar do que quiser.

— Então eu acho que vou te chamar de estrupício mesmo. — rebateu Rachel.

O menino riu, deu de ombros e respondeu:

— Se você quer assim, boneca.

— Dá para parar de me chamar assim? — reclamou ela.

— É que você ainda não me disse o seu nome. Diga e eu passo a te chamar por ele. — propôs Tony e como a menina permaneceu em silêncio, ele insistiu: — Qual é o seu nome, boneca?

Com raiva por ser chamada daquele jeito de novo, Rachel respondeu entredentes:

— Não é da sua conta, estrupício.

— Resposta errada. Qual é o seu nome? — insistiu Tony a medindo novamente de um jeito que irritou a menina.

— Eu quero sair daqui. — avisou Rachel dando alguns passos a frente e tentando passar pela porta.

O menino impediu a sua passagem e disse:

— Resposta errada de novo. Qual é o problema? O seu nome é tão feio assim? Vamos lá, me diga logo, eu prometo que não vou rir.

— Sai da minha frente! — esbravejou Rachel chamando a atenção do primo e de Emily, que ainda conversavam perto do balanço. — Me deixe passar! Eu quero sair daqui! — pediu enquanto o empurrava.

Tony desviava das agressões e continuava impedindo a menina de passar pela porta. Enquanto isso, Henry se aproximava a passos largos e Emily o seguia apressada.

— Deixe ela em paz! — ordenou Henry firmemente parando diante da porta.

O irmão de Emily olhou para trás e encarou Henry com certa antipatia. Rachel aproveitou o momento de distração para passar pela porta. Quando ela parou ao lado do primo, ele lhe perguntou preocupado:

— Está tudo bem, Rachel?

— Sim. — respondeu ela ainda com raiva daquele menino idiota que a importunou.

— Rachel? — repetiu Tony olhando para ela com certo interesse. — Humm... Eu gosto de Rachel. É um bonito nome, aliás. Por que você não queria me contar?

— Porque você estava me irritando, me olhando daquele jeito. — respondeu Rachel.

— Desculpe, boneca. — pediu Tony erguendo as mãos em sinal de rendição.

— Do que você a chamou? E de que jeito você estava olhando para ela? — indagou Henry dando um passo na direção do menino, que estufou o peito, disposto a brigar se o outro quisesse.

No entanto, Rachel segurou o braço do primo e pediu:

— Henry, não... Não liga pra ele. É só um estrupício.

— Ei! — protestou Emily se aproximando mais da roda que tinha se formado ali. — Mais respeito, por favor. Ele pode ser um estrupício, mas é o meu irmão.

— Ah... Muito obrigado, irmãzinha. — disse Tony ironicamente.

— Irmão?! — exclamaram Henry e Rachel ao mesmo tempo e sem conseguirem disfarçar a surpresa.

— Sim. — confirmou Emily e em seguida fez as devidas apresentações: — Tony, estes são o Henry e a Rachel. Eles são meus... — a menina gaguejou e, lembrando-se de que Tony desconhecia a forma como ela conheceu os dois, corrigiu-se rapidamente: — Eles vieram com os agentes federais que estão conversando com os nossos pais na sala. São filhos deles.

— Sei... — murmurou Tony visivelmente desconfiado enquanto olhava ora para aqueles dois, ora para a irmã. Para ele estava bem claro que os três estavam escondendo alguma coisa.

— Agora será que dá para você parar de ser tão implicante e chato e nos deixar sozinhos? — pediu Emily sendo firme.

Tony observou os três mais uma vez. Não importava qual era o segredo que eles estavam escondendo, ele iria descobrir. Mais cedo ou mais tarde.

Depois de suspirar profundamente, Tony respondeu:

— Claro, irmãzinha. — e olhando para Rachel e Henry, continuou de um jeito meio provocador: — Desculpem qualquer coisa e sintam-se em casa. — e enquanto tocava em uma mecha do cabelo de Rachel, finalizou dizendo: — Vejo você por aí, boneca.

Rachel fechou a cara e bateu com a boneca na mão de Tony, que recuou um pouco, sorriu, piscou para ela e depois se afastou.

Henry o seguiu com o olhar e se controlou para não ir atrás dele, jogá-lo no chão e enchê-lo de socos e pontapés. Rachel ainda segurava o braço do primo e só o soltou quando percebeu que ele estava mais calmo.

Assim que Tony entrou na casa, Henry olhou para Emily e quis confirmar:

— Você tem um irmão? Digo... Aquele estrupício é seu irmão?

Emily riu da indignação do menino e respondeu:

— Ele parece meio idiota, mas no fundo ele é legal. Acho que só não está em um bom dia. Sei lá... O Tony é meio problemático mesmo. Difícil de entender.

— Ele ficou desconfiado. — disse Rachel.

— Não se preocupem. Com ele eu me entendo depois. — tranquilizou Emily.

Neste momento, Sam e Dean abriram a porta da casa que dava para aquele quintal e o mais velho chamou:

— Ei, crianças! Hora de irmos embora.

Rachel se despediu de Emily com um abraço e depois sorriu. Em seguida, ela correu até o pai, e seguiu com ele pelo corredor que os levaria à sala e, consequentemente, à saída.

Dean, por sua vez, ficou esperando o filho se despedir de Emily. Pelo entrosamento entre eles, o caçador entendeu que ou Emily tinha recuperado a memória subitamente ou, na verdade, ela nunca tinha esquecido o que passou na dimensão do Slender Man.

— Promete que nunca vai me esquecer? — pediu Henry a fitando nos olhos.

Emily sorriu levemente e argumentou:

— Você salvou a minha vida, Henry. Como eu vou te esquecer depois de tudo o que você fez por mim? A propósito, obrigada.

Então Emily se aproximou dele e lhe deu um beijo na bochecha como agradecimento. Quando ela se afastou, Henry sentiu que o seu rosto inteiro estava pegando fogo.

Emily notou que ele ficou vermelho, mas não disse nada porque também sentia que o seu rosto estava ruborizando. E aquilo era engraçado porque eles não entendiam por que ficavam tão nervosos diante do outro. Naquele momento, eram crianças demais para entenderem.

— Eu não devia dizer isso, já que vim aqui só para ver como você estava e para me despedir, — recomeçou Henry — mas eu te prometo, Emily, que isso não é uma despedida. Nós vamos nos ver de novo. Palavra de Henry Jones Winchester.

A menina sorriu, feliz diante daquela promessa, e disse:

— Então, até este dia.

— Até lá. — assentiu Henry a olhando com carinho, antes de se afastar e caminhar na direção do pai.

Antes de deixar aquele lugar com ele, Henry ainda olhou uma última vez para Emily e acenou.

Momentos depois, do lado de fora da propriedade, Rachel, Henry, Sam e Dean caminharam até o Impala e logo os quatro entraram no veículo. Dean ia dar partida, quando o Sr. Carter saiu da casa, correndo e acenando para que eles esperassem.

— Será que ele descobriu que nós não somos agentes? — indagou Sam temeroso.

— Sorria e acene, Sammy. Sorria e acene. — orientou Dean fazendo isto, enquanto o irmão o fuzilava com o olhar por achar aquilo ridículo.

Quando o Sr. Carter se aproximou da janela ao lado de Sam, este finalmente sorriu, tentando transmitir naturalidade, e perguntou:

— Algum problema?

— Não, nenhum. É que o meu filho pediu para entregar uma coisa para a sua filha. — explicou o Sr. Carter.

— Que coisa? — estranhou Sam.

Então o homem mostrou uma rosa que trazia em uma das mãos, junto com um pequeno bilhete, e apesar de não ter gostado do atrevimento do tal Tony, Sam se convenceu de que aquilo era só uma coisa de criança, totalmente sem importância. Então o caçador assentiu e indicou a filha no banco detrás.

Em seguida, o Sr. Carter deu alguns passos em direção a janela detrás e entregou a rosa e o bilhete para Rachel, sob o olhar atento de Henry.

Sam agradeceu a gentileza e o Sr. Carter começou a se afastar, enquanto Rachel admirava a rosa em suas mãos. Era uma das rosas que ela havia visto na estufa, da roseira que tinha achado a mais linda de todas.

Depois de admirar a rosa por mais alguns instantes, a menina lembrou-se do bilhete e o abriu.

Henry esticou o pescoço e leu em voz alta:

— "Desculpe de novo, Boneca. Assinado: Estrupício." — e em seguida reclamou indignado: — Mas é muito abusado mesmo! Eu não entendo como a Emily pode ter um irmão desses... A minha vontade é voltar lá e partir a cara daquele paspalho!

Enquanto Sam e Dean pediam para o menino explicar o que significava aquele bilhete e por que ele não tinha gostado do tal Tony, Rachel olhou para a casa dos Carter. Logo notou que havia alguém em uma das janelas do andar superior. Reconheceu a calça escura e o suéter verde oliva. E teve a nítida impressão de que Tony estava olhando especificamente para ela.

Quando Dean deu partida no Impala e o veículo começou a se afastar, Rachel acenou para Tony, lhe dando "tchau" e sorriu levemente, demonstrando que ele estava desculpado.

O Impala seguiu pela rua e aquela casa foi ficando para trás. Mesmo assim, Rachel podia jurar que Tony tinha acenado de volta.


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Notas finais do capítulo

Depois de Hemily (Henry + Emily), apresento-lhes Rachony (Rachel + Tony) kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Eu sei, a combinação ficou muito negoçada, mas é o que temos para hoje, sociedade. Sorry.

Gostaram do pestinha? Digo do estrupício do Tony?

Aiiiimmm eu amei criar este personagem e amei a forma como ele se inseriu na coisa, como meio irmão da Emily. E claro, amei o primeiro contato dele com a boneca Rachel kkkkkkkkkkkkkkk

Tony Carter era a surpresa do capítulo, gente, e esse comportamento meio pervertido do menino (afinal ele literalmente "secou" a Rachel) tem a ver com o lance dele ser problemático, não ter conhecido a mãe biológica, querer agir como um adulto, ser um pestinha, e claro... Porque ele gostou da Rachel de alguma forma. Mas, conforme dito no capítulo, apesar dos pesares, ele é um bom menino e por isso pediu desculpas para ela depois.

Por falar nisso, achei tão fofis ele ter dado uma rosa com um bilhetinho para a Rachel...

O Henry não gostou muito, é verdade, porque ele é como um irmão para a Rachel, então ele acha que tem que protegê-la dos malfeitores. Sabe de nada, inocente kkkkkkkkkkkkk

Ah! E não pensem que eu esqueci da Isabelzinha, hein? Afinal, vocês lembram do Erik, certo? O filho do homem que tentou impedir a nephilim de correr desgovernada para a floresta? Pois é, pois é, pois é. Ele voltará a aparecer por aqui em breve e então falarei mais a respeito de... Isaberik.

Bem, viram que a Emily não perdeu a memória coisa nenhuma? Gostaram? Gostaram da despedida com cara de "até logo" entre Hemily?

Gostaram do capítulo, gente? Eu amei escrevê-lo!

Em breve tem mais!

Bjs!

Cadê as minhas reviews? Eu quero...



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