The Call Of The Moon escrita por Raquel Ferreira


Capítulo 6
Quem é o Alfa?




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/533768/chapter/6

– O que vocês pensam eu estão a fazer? – Uma mulher idosa entrou no quarto, cheia de energia, e olhou para Joanne e Tyler. – Eu disse-vos para não começarem logo com as explicações quando ela acordasse! – A mulher apontou para mim, depois suspirou. – Ninguém me ouve! – Reclamou. – Como estás, minha querida?

– Bem – disse, simplesmente.

A mulher sorriu.

– Chamo-me é Kailene, mas podes-me chamar Kai, - disse, docemente. – Eu sou a Ansia da Alcateia. – Fiquei confusa.

– É a mulher mais velha, - explicou Tyler. – Como tal é a ela que te deves dirigir quando precisas de ajuda ou conselhos, relacionados com a tua licantropia.

– Licantropia?

Jo sorriu.

– Sim – assegurou. – Licantropia, sabes? Lobisomens? Loup Garou? – Fiquei ainda mais confusa. O quê? – Tyler, eu acho que ela ainda não percebeu. – Jo disse, olhando para o homem.

Tyler suspirou e olhou Kailene, à espera de permissão.

– Vai ser uma longa tarde – disse ela. – Mas primeiro, eu preciso de analisá-la!

– Analisar-me? – Ela confirmou. – Mas eu estou bem! Vê? – Perguntei, enquanto me levantava.

Bem, aquelas não eram as minhas roupas. Eu tinha vestido umas calças pretas justas e uma tshirt enorme vermelha.

– Onde estão as minhas roupas? – Perguntei, curiosa.

– Rasgadas – informou Tyler. Olhei-o, incrédula. – Hey! Não tive a culpa!

– Mas eu tenho mais roupas na minha mala – disse.

– Eu duvido muito que te sirvam – brincou Jo. Fiquei confusa, outra vez. Bolas, não gostava dessa sensação. – Olha-te ao espelho! – Ela apontou para o lado esquerdo.

Segui o seu olhar e vi uma mulher a olhar para mim.

Ela era alta, com cabelos castanhos-escuros volumosos, que caiam até ao final das costas. Os olhos azuis brilhavam na sua cara, onde também era possível ver lábios rosados e grossos e um nariz reto. A pele dela era clara mas sedosa, e o seu corpo bem constituído, com curvas nos lugares certos mas sem exagero. Barriga lisa, cintura fina.

Durante alguns segundos, eu pensei que fosse outra mulher que tinha acabado de entrar no quarto, mas depois reparei nas roupas. As roupas eram as mesmas que as minhas. Levantei a mão para tocar no rosto e a mulher imitou-me.

Arregalei os olhos. Aquela era eu!

Espera! Era eu? Mas como? Porquê?

– C-Como? – Questionei sem tirar os olhos da figura refletida.

– Tu tens dezoito anos, agora. – Disse Tyler, calmamente. – Atingiste a maioridade!

Olhei-o, ainda espantada.

– Eu tenho a certeza que isto não acontece às pessoas quando fazem 18 anos, – argumentei. Olhei para o espelho, novamente. – Eu estou… - qual a palavra? Bonita? Jeitosa? – Diferente! – Passei as mãos pela minha barriga e cintura, até chegar aos seis. – Ah, eu tenho mamas! – Disse, sem pensar.

Ouvi o riso de Joanne e de Kailene.

– Eu acho que vou reagir assim, também, quando as minhas cresceram! – Brincou Joanne.

Virei-me na sua direção e corei, lembrando-me de que havia um homem no quarto e eu tinha acabado de comentar os meus atributos físicos.

– Zoey, por favor, senta-te, - pediu Kailene, apontando para a cama. Obedeci. Algo me dizia que ela era muito importante e que lhe devia respeito. – O que tu sabes sobre a tua família?

– Nada – admiti. – Eu fui deixada no orfanato quando tinha alguns dias de vida, eu acho. E nunca ninguém perguntou por mim.

– E o que sabes sobre lobisomens? – Questionou Tyler, nunca descruzando os braços.

– Lobisomens? – Aquilo era alguma piada? – Ah, metade homem, metade lobo. Lua cheia. Balas de prata.

– Sabes como são criados? – Perguntou ele.

– Sendo mordidos por outro lobisomem, certo? – Procurei confirmar.

– Alguns – disse ele. – Outros nascem com o gene, – informou. – Como tu!

– O quê? É alguma brincadeira? – Ele negou. – Como assim como eu?

– Há dois tipos de lobisomens – admitiu. – Os originais, que já possuem o gene no organismos desde o nascimento, e os criados por uma mordida, os mais comuns, - informou. – Existem poucas famílias com o gene. Os Moore, os Williams e os Turner.

– Williams? – Questionei. – Eu sou uma Williams!

– Calculei que fosses – disse ele. Olhei-o confusa. – A tua família foi devastada à 18 anos atrás. Calculo que alguém te enviou para um orfanato longe para tua segurança.

Olhei para Joanne e Kailene. Ambas acenaram com as cabeças, dando-me coragem.

– Então, eu sou lobisomem? – Perguntei, receosa.

– Não! – Suspirei de alivo. – Tu és uma Loup Garou. – Olhei-o. Aquilo não me soava muito bom, na mesma.

– Uma quê?

– Loup Garou – repetiu.

– O que é isso? – Questionei. – Metade humana, metade passaro? – Perguntei, um pouco irónica.

– Não. Metade lobo, - informou. – A diferença dos lobisomens e dos loup garou está na mudança. Lobisomens só conseguem mudar na lua cheia, tu podes mudar de forma quando quiseres – informou. – Um Loup Garou nasce com o gene mas, até atingir a maioridade, este não se manifesta, - continuou Tyler. – O novato aparenta ser pequeno e fraco, até completar 18 anos. Nesse dia, ou noite, o corpo começa a mudar até atingir a forma final.

– Forma final? Ou seja, esta, – apontei para o meu corpo. Ele confirmou com a cabeça. – Oh meu deus!

– Hey, não fiques assustada, - disse Joanne. – Vais ficar bem, vais ver!

Sorri-lhe.

– E porque eu fiquei desmaiada? – Quis saber.

– Loup Garou podem transformar-se quando quiserem, mas mesmo assim têm de se transformar na Lua Cheia, - esclareceu Tyler. – Ficamos cansados depois da lua cheia e, além disso, a primeira transformação é a pior. A dor e o calor são enormes! – Ele disse e eu lembrei-me da sensação dos meus ossos a estalarem. – Tu tiveste azar de o teu aniversário de 18 anos, calhar numa lua cheia. Isso, e o facto de tu não saberes nada dobre o que és, fez com que o teu corpo precisasse de mais tempo para se recuperar.

– Estás a dizer que eu transformei-me? Em lobo? – Arregalei os olhos.

– Sim, - indicou ele. – Alguma duvida até aqui?

Assenti.

– Tu disseste que temos de nos transformar na Lua cheia, certo? Mantemos as nossas consciências? – Perguntei.

– Bem, não – admitiu. – Durante a noite de lua cheia, não pensamos como humanos mas sim como lobos. Caçamos em alcateia, principalmente – indicou. – Mas não precisas de te preocupar, não vais atacar ninguém! Não existem humanos na reserva, só os guardas e eles não patrulham o nosso território de caça.

Suspirei, aliviada.

– Mais alguma coisa? – Insitiu ele.

– As transformações… elas são sempre tão dolorosas?

– Não, apenas a primeira é, – afirmou. – Nas outras, apenas sentes um arrepio e um calor excessivo.

– Ainda bem, - disse. Depois lembrei-me. – Quem é o alfa?

– O quê? – Perguntou ele.

– O alfa? Os lobos têm alcateias organizadas por hierarquias – anunciei. – Quem é o alfa da tua?

– Eu, - admitiu Tyler.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Call Of The Moon" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.