Crônicas de São Paulo escrita por Pepper


Capítulo 7
Irmãs do Ibirapuera


Notas iniciais do capítulo

Outra crônica! Espero que gostem dessa nova história^^ Quem tem irmãos irá se identificar, principalmente se for caçula!



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Era mais um dia de sair com nossos amigos. Como todo sábado.

E como todo sábado ás oito da manhã, surgem os mesmos problemas.

Eu acordo na sala, como sempre faço para levantar sem incomodar nossa mãe, vou e a chamo. Quem? Minha irmã mas velha de dezessete anos.

Problema número 1: Hora de acordar.

Vou até seu quarto para acordá-la, já estávamos atrasadas pois ela demora para se arrumar. Eu a chamo uma, duas, três vezes... Ela reluta a levantar.

– Aaah, me chama daqui a meia hora...

– Luisa, nós já estamos atrasadas! São oito horas!

– Oito e meia me chama. - Ela resmunga.

– Levanta agora vai! Vou indo me arrumar. – Saio do quarto e não espero sua resposta.

Não tenho paciência para ficar chamando ela o tempo todo.Vou me arrumar, tomo um bom banho e ponho um roupão. Seco meu cabelo e ponho a chapinha para esquentar. Volto pro quarto e a chamo mais duas vezes, quando informo o horário, ela pula da cama e grita:

– PORQUE PORRA VOCÊ NÃO ME CHAMOU MAIS CEDO?

– Para de gritar! Quer acordar a mãe? E eu te chamei sim mais cedo! A culpa é sua que é preguiçosa!

Ela bufa e vai se arrumar.

Problema número 2: Dividir.

Minha irmã, não gosta de tomar banho de manhã. Ela lava o rosto e escova os dentes, depois segue para pôr uma roupa, arruma o cabelo e depois se maquia. E ela consegue demorar muito pra fazer isso.

Enquanto ela põe uma roupa, eu faço chapinha no meu cabelo. Com a chapinha, eu faço uns cachos nas pontas. Estava na metade do cabelo quando Luisa chega e tira a chapinha da minha mão.

– Ei, eu estava usando! – Reclamo em vão.

– Mais velhas primeiro. – Disse ela já alisando seu cabelo.

Fico com raiva, mas claro, não adiantava discutir. Ela começaria a gritar falando coisas nada haver, minha mãe acordaria e lhe daria razão. Não é drama, acredite.

Eu a fito e noto a roupa que ela está usando. Um shorts, tênis, e uma blusa regata e larga com a parte de trás maior do que a da frente e com a estampa da Inglaterra. É minha

– Essa blusa é minha!

– E eu estou usando ela agora.

– Não vai usar não! É minha e você não pediu permissão!

– Vai usar?

– Não.

– Então pronto.

– Mas que custa pedir?

– Tempo?

– Meu Deus! Como você é chata! Insuportável.

Eu saio e vou pro outro banheiro, era menor, porém lá tinha minha maquiagem. Eu abri uma gaveta e peguei o estojo, eu o escondia lá para Luisa não pegá-lo. Quando o abri, notei que o esconderijo fora em vão. A base e o lápis estavam lá, mas o pó e o blush não. Fechei os olhos e respirei fundo. Fui até o outro banheiro onde minha irmã fazia seu cabelo e perguntei:

– Onde está meu pó e meu blush?

– E eu vou saber?

– Sim! Estavam nas minhas coisas e sumiram! Cadê?

– Sei lá garota, procura na minha mala.

– Saco viu? Não tem respeito por nada e nem por ninguém? Porque não pede as coisas ou avisa?

– Tá, cala a boca e vai pegar sua maquiagem.

Eu me retiro, engolindo uma resposta malcriada, para evitar confusões. Vou até sua mala e tiro tudo de dentro até achar o que me pertence. E quando acho, não me preocupo em colocar nada dentro da mala de novo.

Vou e me maquio. Como minha irmã está fazendo o cabelo, eu resolvo me trocar primeiro. Ponho um shorts e uma blusa branca com detalhes em azul um pouco justa. Não sou lá tão gorda, mas também não sou magrela, o que me incomoda blusas muito justas, mas aquela era exceção. Amava aquela blusa. E coloquei um tênis preto.

Eu estava pronta, exceto pelo meu cabelo.

Quando minha irmã terminou, ela desligou a chapinha e não me avisou. Então tive de esperar a chapinha esfriar para enrolar novamente a ponta dos meus cabelos. Quando terminei, a esperei no sofá da sala, ela estava, provavelmente, dando seus retoques.

Problema número 3: Atrasos.

Eram dez horas quando o meu celular toca, eu o atendo. Era o Dú, um amigo que tínhamos em comum:

– Onde vocês estão? A gente está esperando vocês na Ana Rosa.

– É...

– A não, Lucy! Não me diz que vocês estão em casa! – O Dú não estava surpreso, e sim enraivecido.

– Eu estou esperando a Luisa!

– Ah meu Deus... Isso vai demorar...

– Relaxa, são só três ou quatro estações, já já estamos chegando. – Minto.

– Quero ver baixinha.

– Relaxa.

Ele desliga e eu corro até Luisa que retocava seu cabelo. Com outra blusa minha.

– Meu, vamos logo, já são dez horas, e o Dú já ligou!

– Ele que espere. – Diz ela desinteressada.

– Meu Deus Luisa, vai logo!

– CALMA PORRA! – Ela grita sem tirar os olhos do espelho.

Eu a espero terminar o cabelo e procurar seu bilhete único sem muita paciência. Já comentei que não tenho paciência?

Luisa me irrita nisso, se mostra sempre desinteressada em tudo, parece que faz isso para me irritar, não sei, ter uma irmã não é assim tão fácil. E nós não éramos o tipo “Irmãs unidas” o que era ruim, pois não tínhamos afinidade o suficiente para ela me respeitar. Parece patético, mas era assim que era com ela. Tinha de ser suficiente pra ela.

Quando saímos de casa eram dez e vinte, Dú ligou quando saímos de casa.

– Onde vocês estão, demônias? – Ele estava impaciente e com raiva.

– Hm... – Hesito. Penso, Minto. – Estamos no metrô! Mais cinco minutos! Espera mais um pouquinho, vai!

– Okay, mas só mais cinco minutos! Era para estarmos no parque já!

– Relaxa. – Eu desligo e me viro pra Luisa. – A culpa é sua, estamos atrasadas!

– Vamos correr. – Ela segura meu braço e acelera o passo.

Passamos como duas desesperadas na paulista até chegar à estação Trianon – Masp. E dela fomos até a Ana Rosa passando pela Brigadeiro, Paraíso e chagando na Ana Rosa. Lá nossos amigos nos esperavam na catraca do metrô, impacientes.

– Porque tanta demora? – Perguntou Du.

– Foi ela. – Dissemos em uníssono.

– Tá, deixa quieto, vamos logo. – Quem disse Foi Malu, outra amiga nossa que sempre ia com a gente para o parque.

E seguimos para o parque do Ibirapuera.


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