La Reine du Monde escrita por Laëtitia


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Gente do céu, 3 anos sem atualizar essa fic aaaaa eu sinto muito galera mas tive um writer's block terrível e nada estava fluindo. Finalmente depois de tanto tempo consegui ter ideias para a história



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Ginevra não havia notado que estava tão cansada até abrir os olhos novamente ao som de rouxinóis. Ela grunhiu e se virou para o lado, parando para refletir em tudo que havia acontecido a ela e seus amigos em apenas uma questão de dias.

"Maldição...como a vida de alguém pode se virar de cabeça para baixo tão rápido" Sussurrou para si mesma.

Não demorou muito para que uma criada aparecesse no quarto, carregando roupas novas para ela, no caso, um vestido na cor creme que definitivamente era bem diferente das vestes em tons avermelhados que ela, assim como todos os Capuleto estavam acostumados a vestir.

A criada a ajudou a se vestir e penteou seus cabelos.

"Os outros já estão acordados e a aguardam no salão principal. Uma carruagem já está sendo preparada para levá-los" Ginevra acentiu e logo que estava pronta, se deslocou para o salão, o qual dessa vez ela lembrava o caminho.

Ali já estavam Romeu e Julieta de mãos dadas, conversando baixo, Benvólio estava sentado em uma poltrona obviamente lutando para permanecer acordado. Ginevra cumprimentou logo os amigos, que apenas acentiram quando a viram. O clima era de tensão, ansiedade e tristeza. E estava quieto demais.

"Onde está Mercúcio?" Perguntou assim que notou a falta da alegria e agitação que ele carregava consigo a todo lugar que fosse.

"Está no escritório do Príncipe. Os dois já estão lá dentro discutindo a quase meia hora" Respondeu Romeu. Benvólio bufou.

"E sabem do que se trata a discussão?" Insistiu Ginevra. Ele apenas deu de ombros.

Os quatro permaneceram pelo menos mais meia hora esperando Mercúcio e o Príncipe aparecerem. Nesse tempo, Benvólio havia conseguido adormecer em uma posição desconfortável e Ginevra já havia andado de um lado para o outro do salão tantas vezes que era capaz de abrir um buraco no chão.

Quando já não aguentava mais e estava prestes a invadir o escritório do Príncipe, a porta do escritório se abriu e de lá saiu Mercúcio, mancando com passos duros. O Príncipe saiu logo atrás dele, com uma veia saltada na testa e os braços cruzados. Conhecendo os dois, haviam brigado.

"Pois bem. Desculpem, meu sobrinho e suas ideias rídiculas acabaram atrasando sua viagem. Uma carruagem está esperando vocês nos jardins. Os levarei até lá"

O grupo seguiu o príncipe pelos corredores porém Ginevra não pode deixar de notar a raiva nos olhos de seu amante.

"Mercúcio? Está tudo bem?" Sussurrou para o rapaz, que nada respondeu, apenas fez um sinal negativo com a cabeça.

"Depois te explico" Ela resolveu não tocar mais no assunto.

Chegando nos jardins, havia uma grande carruagem de mogno, parada esperando por eles. O príncipe parou e olhou para todos eles.

"É aqui que me despeço de vocês. Terão uma longa jornada pela frente e com toda sinceridade, desejo sorte para vocês. Aqui está uma pequena quantia que ajudará vocês a começarem uma vida nova em Mantua. Estarei mandando mensalmente uma pequena porção de dinheiro para se manterem" Disse Escalus, entregando um saquinho cheio de moedas de ouro para Benvólio, que arregalou os olhos.

"M-muito obrigado, vossa alteza" Respondeu em choque, todos ali sorriram, exceto Mercúcio, Ginevra apenas franziu as sobrancelhas e lhe deu a mão, que ele segurou com força.

Julieta correu para abraçar o príncipe, deixando todos ali surpresos, inclusive o próprio Escalus.

"Muito obrigada novamente por fazer isso por nós, o senhor é uma alma abençoada" Disse com lágrimas nos olhos. Depois do choque, o príncipe sorriu, abraçando a menina de volta.

"Não precisa me agradecer querida, vocês são o futuro de Verona, e saber que vocês desejam acabar com a rixa entre as famílias é extremamente gratificante. Quem sabe um dia, vocês poderão voltar e o povo entenderá isso." Respondeu Escalus.

Terminaram de se despedir e subiram todos na carruagem. Foram entregues para eles, mantos com capuzes para que não fossem reconhecidos, quem os visse acharia que era apenas uma carruagem levando monges ou freis. Um cocheiro tomou as rédeas da carruagem e assim foram em direção a Mantua, onde teriam nomes novos e uma vida nova.

A viagem em si não foi tão longa quanto esperavam. Passaram grande parte do caminho ouvindo Romeu reclamando que estava enjoado e Julieta ficou encantada olhando a paisagem, Ginevra não a culpava, a pobre menina nunca havia saído de Verona. Benvolio havia retornado a dormir (como, Ginevra não sabia, já que a carruagem tremia ao passar por pedras na estrada) e Mercúcio permanecia sem expressão, apenas olhando para o horizonte e batendo com os dedos no assento de madeira.

Ginevra contemplou perguntar o que havia de errado mas sabia que Mercúcio não gostava de falar sobre seus sentimentos assim abertamente, então resolveu que assim que ficassem a sós ela o questionaria sobre o que o havia deixado irritado.

Quando o sol já estava em seu ápice, ela pode ver algumas construções no horizonte, pelo tempo de viagem ela deduziu que já estavam chegando. A cidade não era muito diferente de Verona, com suas casas em tons rosados e amarelados, ruas estreitas e uma grande catedral no centro.

Ao entrarem na cidade porém notaram uma grande diferença, ela era calma. As pessoas não andavam na rua com medo de serem atacadas ou se meterem no meio de um duelo entre Montecchio e Capuleto, as ruas eram mais vazias e os habitantes andavam com um sorriso no rosto.

A carruagem andou por algumas vielas até parar em uma rua um pouco mais larga do que as outras.

"É aqui." disse o cocheiro, apontando para uma casa com um grande portão em arco. Não se comparava a mansão dos Capuleto ou a Villa dos Montecchio mas era uma das maiores que haviam visto desde que chegaram em Mantua. Tinha três andares e plantas cresciam em sua lateral, emoldurando as grandes janelas.

Saíram da carruagem e tiraram os capuzes, admirando a construção. De dentro dela, um rapaz magro e baixinho saiu. Ginevra o reconheceu como Lucca, o assistente do príncipe. Mercúcio revirou os olhos ao vê-lo.

"Ah, chegaram. Espero que tenham feito uma boa viagem. Sua Alteza me mandou mais cedo para que eu pudesse preparar a casa para sua chegada." Disse sinalizando para que entrassem.

O lugar era aconchegante, uma sala com lareira, uma grande cozinha com uma mesa de jantar, quartos nos andares superiores com baús cheios de roupas novas e um pequeno pátio com uma fonte e um jardim nos fundos.

"Receio que não terão criados aqui. O príncipe quer o mínimo do contato de vocês com pessoas de fora, para não correr o risco de serem reconhecidos." Disse Lucca, após mostrar a casa para eles.

"Não há problema, somos cinco, garanto que podemos nos virar" Disse Romeu. Benvólio apenas bufou com a ideia de fazer tarefas como lavar roupas ou fazer o jantar.

"Claro, não precisamos mais de sua ajuda Lucca, pode rastejar de volta para o buraco de onde saiu" Disse Mercúcio, que havia se sentado no balcão da cozinha.

Lucca respirou fundo porém manteve a compostura, sorriu e se despediu, alegando que tinha outros serviços do príncipe para cumprir, e deixando os cinco se acomodarem.

"Eu gostei daqui" Disse Benvólio, se deitando no sofá com os braços atrás da cabeça. Julieta abraçou Romeu.

"Estou tão feliz que tudo deu certo para nós." Disse sorrindo. Romeu lhe deu um breve beijo na testa.

"Concordo. Devíamos comemorar, vou ver se há vinho na dispensa" Disse, enquanto se retirava. Benvólio virou para Mercúcio, que permanecia com uma expressão séria no rosto.

"Não precisava ser mau com ele. Só estava fazendo o seu trabalho" Brigou, Mercúcio apenas revirou os olhos, deixando Ginevra irritada, já que era tudo que ele havia feito desde que haviam saído de Verona.

"Sim Mercúcio, há algo errado? Está tão calado. Algo o incomoda?" Perguntou Julieta. Até a menina que o conhecia a pouquíssimo tempo sabia que aquele comportamento não era comum.

"Não há nada errado, será que podem me deixar sozinho?" Disse se levantando e subindo as escadas. Ginevra, subiu logo atrás, parando no meio do caminho para recuperar o fôlego já que o ferimento no abdômen havia começado a doer.

"Mercúcio?" Perguntou ao entrar no primeiro quarto que viu. Ele andava de um lado para o outro, murmurando para si mesmo, nervoso. Ela se aproximou e colocou a mão em seu ombro. Ele se virou para ela com os olhos arregalados.

"Ginevra..." Ela segurou seus braços e o guiou para que sentasse na cama com ela.

"Me conte o que está havendo. Não gosto de lhe ver assim" Disse preocupada. Ele respirou fundo e coçou o pescoço.

"É complicado" Respondeu, bufando e se deitando na cama, cobrindo o rosto com as mãos.

Ginevra deitou ao seu lado e acariciou seus cabelos, que devido a umidade do ar na cidade estavam mais cheios do que o normal.

"É sobre a discussão que teve com o príncipe hoje de manhã? Sobre o que era? Não precisa me contar se não quiser" Perguntou. Ele deu um sorriso e acentiu com a cabeça. Ele pegou a mão dela e começou a brincar com seus dedos.

"Você merece saber. Eu...o que você acharia de oficializar nosso relacionamento?" Perguntou de repente. Ginevra ficou surpresa, sentindo borboletas no estômago, e sorriu.

"Essa é a sua forma de me pedir em casamento?" Perguntou. Ele deu de ombros como se fosse a coisa mais simples do mundo.

"Se você quiser." Ela abriu um sorriso maior ainda.

"Claro que quero! Mercúcio, eu quero passar o resto dos meus dias com você!" Acariciou sua bochecha. Ele respirou, aliviado. Algo veio então a cabeça da menina.

"Mas, o que isso tem haver com o príncipe?" Perguntou confusa, ele se sentou rapidamente.

"Fui pedir a benção de meu tio porém ele não concorda com essa união. Ele acha que sou muito instável e que você merece alguém melhor. Disse também que eu devo casar com alguém da realeza para manter a linhagem" Cuspiu com raiva. Ginevra o puxou para um beijo.

"Mercúcio, com benção ou não, não importa o que seu tio acha, nós iremos nos casar"

O rapaz riu com ironia.

"Ele é um príncipe, ele que manda em tudo, não tem jeito" Ginevra então se lembrou de um ponto chave.

"Ele é príncipe apenas de Verona. Estamos em Mantua. Suas regras e leis não são válidas aqui, vamos nos casar e para o inferno com o que o príncipe acha!" Ele riu e a beijou novamente.

"Não podemos ir a nenhum padre ou frei para realizar o casamento. Não podemos correr o risco de sermos reconhecidos" Explicou. Ela apenas deu de ombros.

"Não me importo, vamos nos casar aqui, agora. São apenas palavras não é mesmo? Podemos fazer isso" Ela se ajeitou de joelhos na cama, virada para ele, que imitou a ação, se virando para ela. Ela entrelaçou seus dedos com os dele.

"Eu, Ginevra Capuleto, te recebo como meu esposo, Mercúcio Escalus e prometo te amar e respeitar, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida"

Ele permanecia em choque que ela havia aceitado seu pedido e respirou fundo.

"Eu, Mercúcio Escalus, te recebo como minha esposa, Ginevra Capuleto e prometo te amar e respeitar, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida"

Eles trocaram olhares e começaram a rir, o rapaz então tirou um dos anéis que usava nos dedos e colocou no dedo anelar de Ginevra. Nele havia um grande rubi.

"Não tenho uma aliança no momento, sinto muito" Se desculpou.

"Tudo bem. É perfeito." Respondeu. No mesmo momento, ouviram alguém bater na porta.

"Está tudo bem com vocês?" A voz de Julieta ressoou. Ginevra conteve o riso.

"Está sim, já estamos descendo"

"Venham logo, Benvólio já tomou quase a garrafa de vinho inteira e está confiante de que consegue fazer malabarismo com as taças de vidro...e Romeu o está encorajando."

Mercúcio soltou uma de suas gargalhadas características.

"Melhor irmos logo evitar uma catástrofe" Disse Ginevra se levantando. Antes de abrir a porta, Mercúcio a abraçou por trás.

"Eu amo você mais do que tudo, Ginevra Escalus" Disse. Ela sorriu contra seus lábios.

"Ginevra Escalus...eu gosto de como isso soa"


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