La Reine du Monde escrita por Laëtitia


Capítulo 8
Capítulo 8




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O príncipe levou o grupo a uma enorme sala, adornada por estátuas de mármore, e quadros nas paredes. Ele se sentou em sua cadeira e levantou uma sobrancelha.

"E então? O que querem falar comigo?" Perguntou cruzando os braços. Todos se entreolharam e Mercúcio deu um passo a frente.

"Hm...tio, é, o senhor já deve estar sabendo do que aconteceu ontem" Disse enquanto ria, sem graça.

"Se eu sei? Verona só fala sobre isso, não sei como conseguiram chegar até aqui sem serem vistos" Mercúcio mexeu nos cabelos, nervoso.

"Desculpe, eu..." Começou porém foi interrompido.

"Chega de desculpas! Você sempre se mete em confusões e esta última quase lhe custou a vida! Você é meu herdeiro Mercúcio, tem que se comportar como um!" O príncipe levantou a voz, fazendo Benvólio se encolher um pouco ao lado de Ginevra e Julieta se agarrar ao braço de Romeu.

Mercúcio ficou vermelho.

"Eu não quero ser seu herdeiro! Coloque Valentino em meu lugar, aposto que ele se sairia melhor do que eu."

"Esse não é o momento para discutir isso. Me contem com detalhes o que aconteceu" O príncipe mudou de assunto ao perceber que os outros convidados estavam nervosos Ninguém falou nada, então Ginevra resolveu se pronunciar.

"Então, tudo começou na semana passada, quando eu vim para Verona." Começou. O príncipe a olhou, atento e abriu um sorriso.

"Ah sim, você deve ser Ginevra Capuleto, sobrinha do Lorde e Lady Capuleto. Você estava morando com sua tia não é? Como ela está? Bem?" Perguntou.

"Não tenho tido muitas notícias dela, mas creio que sim" Respondeu. Benvólio, Mercúcio e Romeu tinham expressões confusas em seus rostos.

"Continuando, eu vim para cá e mais ou menos uma semana após minha chegada, me reencontrei com Romeu e Benvólio, que eram meus amigos na infância" Explicou. O príncipe continuou prestando atenção nela, assentindo conforme ela contava a história.

"No dia seguinte conheci Mercúcio e acabamos nos tornando amigos. Foi no dia do baile dos Capuleto" Romeu foi para o lado da amiga e continuou a história para ela.

"No baile, eu conheci Julieta. Me apaixonei na hora, porém não sabia que ela era uma Capuleto. Acabamos trocando juras de amor naquela noite" Julieta corou e escondeu o rosto nas mãos.

"Teobaldo, o irmão de Ginevra, ele havia nos visto e o ódio que ele já tinha pelos Montecchio aumentou." Romeu segurou a mão de Ginevra ao mencionar o nome do irmão dela. Ela abriu um pequeno sorriso.

"Eu me casei com Julieta escondido de todos. No dia seguinte, Teobaldo jurou que me mataria. Ele nos encontrou na praça principal e começou a briga, na qual Mercúcio e Ginevra acabaram feridos."

"E o que aconteceu ao jovem Teobaldo?" Perguntou o príncipe.

"Ele, hm, está morto. Eu o matei" Contou. Ginevra baixou a cabeça.

"Enquanto Ginevra e Mercúcio eram tratados, Julieta tomou uma poção para que achassem que estava morta e assim poder fugir comigo." Romeu terminou.

O príncipe se mexeu em sua cadeira, desconfortável.

"Os Capuleto vieram aqui mais cedo. Eles sabem que Romeu matou Teobaldo e acham que ele também tem algo a ver com o sumiço de Ginevra e do suposto corpo de Julieta. Eles o querem morto." Falou. Julieta cobriu a boca com as mãos e correu para se abraçar com seu amado.

"Tio, você pode fazer algo a respeito?" Perguntou Mercúcio. O príncipe deu uma risada desanimada.

"Eu também tenho que obedecer leis, Romeu matou um Capuleto, nada mais justo que ele seja sentenciado à morte" Respondeu. Ginevra deu um passo a frente, enfurecida.

"Justiça? O que sabe sobre justiça? Anos e anos desta maldita rixa entre os Montecchio e os Capuleto e eu nunca vi nenhuma das duas famílias serem punidas por seus atos. Não é agora que vão puni-lo por matar em legítima defesa." Ginevra aumentou a voz. Mercúcio segurou seu braço, porém ela o chacoalhou até se livrar dele.

"Ginevra, acalme-se" Sussurrou em seu ouvido.

"Não vou me acalmar! Pessoas perderam suas vidas por causa disso e ninguém faz nada. Meu pai morreu por isso, o pai de Benvólio também, meu irmão e quase que eu e você morremos também...não aguento mais"

Julieta ajoelhou-se aos pés do príncipe, lágrimas em seus olhos.

"O senhor não pode diminuir a pena de Romeu? Qualquer coisa, menos a morte" Pediu desesperada.

"Eu posso tentar fazer com que ele seja apenas banido. É a pena mais baixa por assassinato" Julieta se levantou e abraçou Romeu.

"Mas o que faremos quanto à Julieta e Mercúcio? Todos em Verona acham que eles morreram" Benvólio disse.

"Se o senhor banir Romeu, eu vou junto" Julieta interviu.

"Eu também" Ginevra concordou, se colocando ao lado da prima.

"Também irei" Mercúcio disse.

"Bom, alguém responsável tem que tomar conta de vocês, então eu vou também" Benvólio suspirou.

"Eu vou me reunir ainda hoje com alguns nobres influentes de Mantua. Se eu conseguir diminuir a pena de Romeu, posso ver com eles se eles permitem que vocês vão para lá escondidos. Por enquanto, Mercúcio os levará para seus aposentos. Podem passar a noite aqui." Os dispensou.

"Ginevra, espere, eu mesmo a levarei você para o quarto onde ficará." A menina andou até ele enquanto seus amigos saíam, os deixando sozinhos.

"Sim senhor" Disse. Ele se levantou e colocou a mão em seu ombro, a guiando para fora da sala.

"Vi que tem estado muito próxima de meu sobrinho" Ginevra corou e abaixou um pouco a cabeça.

"Sim senhor" Murmurou.

"Quero que saiba, Mercúcio pode ser doce quando quer. Mas isso é algo raro" Ginevra parou, franzindo as sobrancelhas.

"O que o senhor quer dizer?" Perguntou.

"Quero dizer que ele não é...são. Ele foi proibido de entrar nos bordéis de Verona. Você nunca viu o número de homens e mulheres que entram e saem de seu quarto. Alguns já vieram até mim, pedindo ajuda e me contaram como ele os tratou. Puxões de cabelo, hematomas, mordidas, arranhões...você ainda é inocente Ginevra, não quero que acabe assim" Ela ouviu tudo sem piscar.

"Não me leve a mal, amo meu sobrinho, mas ele é louco" Continuou a guiando para seu quarto.

"Todos tem um pouco de loucura dentro de si" Defendeu, sem acreditar em nada que ele lhe contava.
"Mercúcio tem mais loucura do que sanidade." Eles chegaram até um quarto e pararam.

"Só estou lhe contando para o seu bem. Mercúcio não costuma agir da forma racional como tem feito ultimamente. Ele costuma ser explosivo, rude e desagradável. Ele machuca as pessoas" Insistiu.

"Ele não me machucaria" Ginevra respondeu. O príncipe balançou a cabeça.

"Tenho que ir, tenho trabalho a fazer. Pense no que eu lhe disse Ginevra, tome cuidado" A deixou sozinha.

Ela entrou em seu quarto e se deitou na cama, refletindo.

Não demorou muito e ela se sentiu sozinha.

Saiu do quarto e caminhou pelos corredores, uma vez ou outra esbarrando em um servo ou empregada. Com seu péssimo senso de direção e a ajuda dos empregados, ela conseguiu achar o quarto de Mercúcio.

Ela bateu na porta e logo ouviu um murmúrio baixo que dizia para ela entrar.

Ela entrou e fechou a porta atrás de si. Mercúcio estava deitado na cama de barriga para baixo, a cabeça enfiada em um travesseiro. Seu irmão, Valentino, estava empoleirado em uma cadeira enquanto lia um livro.

Assim que a menina se aproximou mais, este se levantou e se despediu, saindo rapidamente.

Ginevra se sentou na cama ao lado de Mercúcio.

"Oi" Ele disse, o som ainda abafado pelo travesseiro. Ela passou a mão por suas costas, tomando cuidado com as bandagens.

"O que meu tio quis dizer quando falou de sua tia? Pensei que sua tia fosse mãe da Julieta." Ginevra suspirou.

"Ele se referia a minha outra tia. Irmã de minha mãe." Mercúcio se levantou e se sentou de frente para ela, para ouvir a história.

"Minha mãe morreu dando luz à mim. Portanto nunca a conheci. Eu e Teobaldo vivemos uma pequena parte de nossa infância em aqui, com nosso pai, pois era onde minha tia, Lady Capuleto, morava. Assim eu acabei conhecendo Romeu e Benvólio." Ela explicou. Mercúcio assentiu para ela continuar.

"Quando eu tinha dez anos, meu pai foi morto pelos Montecchio. Lembro-me vagamente deste dia. Eu havia passado a tarde com Romeu e Benvólio e quando voltei para casa, minha tia chorava e Teobaldo estava ao seu lado, com uma expressão indecifrável no rosto. Ela nos contou o que havia acontecido. Nem eu ou Teo choramos. Não erámos muito ligados com nosso pai. Ele era muito severo e constantemente mal humorado"

"Já sei a quem o rei dos gatos puxou" Mercúcio murmurou, fazendo Ginevra ficar desconfortável. Ela não gostava quando seu irmão era comparado ao seu pai, não era algo bom em sua opinião. Seu pai era abusivo, e sempre que seu irmão ficava irritado, a lembrava dele.

"Teobaldo decidiu que ficaria em Verona, ele queria treinar para um dia matar todos que eram associados ao homem que manchou o nome de nossa família. Eu decidi ir morar com a irmã de minha mãe em Roma. Sabe, eu nunca havia me visto como uma Capuleto. Eu preferia o lado da minha mãe da família. Se parar para pensar, eu não sou uma Capuleto, quer dizer, só carrego o título pois minha tia casou com o Lorde Capuleto."

Mercúcio riu.

"Então o rei dos gatos não era um Capuleto de verdade? Seria tão bom se ele estivesse vivo...eu iria importuná-lo com isso eternamente"

"Mas enfim. Eu vivi em Roma minha adolescência toda até semana passada. A tia com a qual eu morava ficou doente e não podia mais cuidar de mim, então eu tive que vir para cá."

Mercúcio a abraçou e ela retribuiu, envolvendo o pescoço dele com seus braços e enterrando sua cabeça na curva do pescoço dele.

"Fico feliz que tenha vindo. Assim eu pude te conhecer" Ele disse.

Ginevra se afastou um pouco dele e sorriu, o beijando levemente. Se separaram e Ginevra se deitou, abraçando o travesseiro que cheirava exatamente como Mercúcio.

Mercúcio se ajoelhou na cama e engatinhou até ela, baixando a cabeça e a beijando novamente. Dessa vez as coisas foram diferentes.

O beijo era cheio de desejo e as mãos de Ginevra se enlaçaram em seu cabelo. Ele se afastou, arrancando a camiseta e deixando expostas as bandagens que cobriam sua barriga.

"Droga Ginevra" Ele sussurrou ofegante, voltando a beijá-la. Ela ainda tentou dizer alguma coisa, porém os lábios de Mercúcio atacaram seu pescoço, transformando as palavras em um gemido baixo.

Isso pareceu incentivar Mercúcio a ir mais além.

Ele baixou uma das alças do vestido de Ginevra, beijando não só seu pescoço como seu ombro também.

Era a primeira vez que Ginevra se sentia daquela forma. A primeira vez que sentia desejo. Ela não queria parar.

Ela fez um pouco de esforço para se levantar e inverteu a posição com Mercúcio, sentando-se em seu colo. Ele soltou uma risada ofegante e jogou a cabeça para trás assim que ela devolveu os beijos no pescoço, dando leves mordiscadas.

Logo os beijos seguiam outra direção, ao invés de apenas no pescoço e ombros ela começou a descer, beijando o ferimento enfaixado em seu peito e barriga. Assim que suas mãos já estavam trabalhando em desamarrar o laço das calças de Mercúcio, este a segurou pelos braços e inverteu suas posições novamente, voltando a ficar em cima dela.

O problema é que dessa vez ele parecia muito mais dominador e bruto do que antes. Sem cerimônias ele levantou o vestido de Ginevra, acariciando suas coxas e as apertando com força, a trazendo para mais perto dele. Com certeza isso deixaria marcas roxas. Embora fosse uma sensação prazerosa para Ginevra, estava começando a se tornar doloroso.

"Mercúcio..." Ela gemeu assim que ele começou a beijar suas pernas e foi subindo até chegar em suas coxas. Ele levantou o rosto para olhar para ela e ela pode perceber que ele estava diferente.

Suas pupilas estavam extremamente dilatadas, de forma que mal dava para ver o verde de seus olhos. Devido aos beijos intensos, sua boca estava vermelha e inchada. Ela podia apostar que seus próprios lábios também se encontravam desta maneira.

Ele beijou sua boca novamente e começou a desamarrar a calça. Mal terminou de soltar os laços e Ginevra pôs a mão sobre a sua, o parando.

"Acho melhor não, eu...não estou preparada" Ela murmurou ainda sem ar. Ele pareceu desapontado, bufando e se jogando com força ao lado dela. Frustrado, ele esfregou o rosto.

"Você me faz perder o controle Ginevra Capuleto" Ele riu ofegante.

"Só não perca o controle completamente" Ginevra franziu as sobrancelhas, penteando seus cabelos com os dedos. Ele cruzou os braços acima do peito.

"E o que eu faço em questão a isso?" Perguntou apontando para a própria virilha, onde um volume se formava. Ginevra cobriu o rosto, envergonhada.

"Acho que você sabe como se livrar disso" Ela respondeu. Mercúcio bufou novamente e se levantou.

"Volto logo" Vestiu a camiseta que estava jogada no chão e saiu, indo cuidar de seu "probleminha". Não muito tempo depois, Julieta, Romeu e Benvólio entraram no quarto.

Benvólio olhou ao redor.

"Meu deus, uma tempestade passou por aqui?" Perguntou. Ginevra então notou que os lençóis da cama estavam completamente desarrumados, um dos travesseiros havia ido parar no chão e o vestido de Ginevra ainda tinha as alças abaixadas e estava levantado até um pouco acima dos joelhos, que ela correu para puxar para o lugar. Romeu balançou a cabeça, olhando para ela.

"Acho que alguém andou se divertindo por aqui" Riu. Julieta se aproximou da prima e mexeu em seu cabelo.

"O que é isso em seu pescoço?" Perguntou apontando para Ginevra. Esta se levantou e foi se olhar no espelho de corpo inteiro próximo à porta.

Diversas manchas avermelhadas e roxas haviam se formado, estas últimas possuíam formato de dentes. Ginevra corou. Benvólio foi para seu lado e cutucou uma das marcas, fazendo a menina tremer levemente, pois doeu um pouco. Ele riu.

"Não ficamos nem duas horas longe e vocês agem assim? Imagine se não viessemos aqui...afinal, onde está Mercúcio?" Perguntou procurando o amigo pelo quarto.

Falando no diabo, Mercúcio entrou na mesma hora. Os cabelos presos para trás e o rosto um pouco suado.

"Onde esteve?" Perguntou Romeu. Mercúcio respondeu apontando para a virilha e fazendo um gesto um tanto quanto obsceno, que fez Benvólio cobrir os olhos de Julieta com as mãos.

"Resolvendo problemas que certas Capuleto me causam" Piscou para Ginevra. Com o cabelo preso, dava para ver as marcas roxas no pescoço de Mercúcio também. Romeu as olhou e riu, sendo acompanhado por Mercúcio e Benvólio. Julieta permaneceu confusa.

"Eu realmente não precisava saber disso..." Benvólio balançou a cabeça.

Os cinco se reuniram então em uma sala que havia próximo ao quarto de Mercúcio, segundo ele, era uma área de lazer que nunca havia sido usada antes.

"Não é como se eu convidasse todos que conheço para uma festinha no palácio" Disse assim que entraram. A sala era gigante, com grandes sofás e estantes de livros.

Romeu e Julieta se sentaram em um dos sofás, ela encostada em seu peito enquanto lia um dos livros que pegou na estante. Benvólio se sentou no sofá de frente para eles com Ginevra ao seu lado. Mercúcio obviamente não perdeu a oportunidade e se deitou em cima dos dois, os fazendo bufar.

Depois do que pareceram horas porém foram apenas minutos de tortura com Mercúcio cutucando Ginevra e chutando Benvólio e Romeu e Julieta sendo extremamente fofos e melosos como sempre, a porta foi aberta por um empregado que pôs a cabeça para dentro.

"O príncipe quer falar com vocês em seu escritório"

Todos se levantaram depressa, o que fez com que Mercúcio fosse derrubado no chão. Foram correndo até a sala do príncipe e abriram a porta, ansiosos com a notícia que o príncipe Escalus teria para eles.

"Muito bem, falei com meus associados em Mantua" Começou deixando o grupo nervoso. Julieta apertava a mão de Romeu com força e Benvólio estava começando a suar.

"Eles permitiram que vocês fiquem lá" Ele sorriu. Julieta soltou uma exclamação de alegria e pulou nos braços de Romeu, o beijando. Ginevra abraçou Mercúcio e logo depois Benvólio.

"Amanhã antes do sol nascer uma carruagem estará esperando vocês. Serão levados escondidos. Apenas algumas pessoas sabem que vocês estão indo para Mantua. Chegando lá, uma moradia será providenciada para vocês. Sugiro que vão dormir logo, será uma longa jornada" Os dispensou. Cada um foi para seu quarto em silêncio.

Ginevra viu que uma camisola havia sido posta em cima de sua cama.

Ela a vestiu, deixando o vestido que usava antes em cima de uma cadeira e engatinhou para debaixo das cobertas, fechando logo os olhos e pensando em como seria viver em Mantua.


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