Cavaleiros do Zodíaco - A Saga do Sol (INTERATIVA) escrita por DiamondTargaryen


Capítulo 18
Gaiden Capricórnio: A Face de Esmeralda, o Legado de Shura.


Notas iniciais do capítulo

Eae pessoal, acabou ocorrendo um problema nas postagens e já normalizei... repostando esse capitulo, mas antes voltem para o capitulo 16 que nao tinha sido postado ;)



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— Madrid, Espanha.

Era por volta de seis da tarde, uma névoa gélida pairava a cerca de um metro do chão. Ikki caminhava pelos arredores do rio Manzanares, quando ouviu um clamor distante. Correu até a beira da ponte, e olhou firme para baixo. Viu então, boiando próximo da margem, um cesto com um vulto dentro, o vulto gania, e o som refletia puro desespero. Ikki tirou a urna da armadura de suas costas, e mergulhou no rio. Ao emergir, carregou a cesta com o desconhecido de volta para a ponte. Lá, desembrulhou um amontoado de lençóis e encontrou um bebê, que suspirava.

O bebê estava magro, claramente subnutrido, e respirava ofegante após ter chorado a plenos pulmões por tanto tempo. O bebê abriu os olhos, Ikki afastou-se dois passos do cesto. Os olhos do bebê eram muito verdes, brilhantes e puros. Tão verdes quanto os de Shun, tão verdes quanto os de sua amada, Esmeralda. O bebê então balançou seu bracinho e colocou a mão sobre os dedos de Ikki, o qual se assustou. O toque de sua mão, embora fria por estar no rio, era macio, tenro e delicado, como o de Esmeralda. Todas as lembranças vieram à mente de Ikki, e ele lembrou-se da única pessoa que havia sido gentil em seus seis anos de terror na Ilha da Rainha da Morte, não se conteve e uma lágrima caiu de seu olho.

Ikki retirou a bebê da cesta e dos cobertores encharcados, ele estava nu e Ikki pôde comprovar que se tratava de uma menina. Aconchegando-a em seus braços, colocando a urna de volta em suas costas, correu o mais rápido que pôde. Estava indo em direção ao Santuário.

~Templo de Athena, Santuário.

— Saori, cuide dela. Mantenha-a viva e segura — disse Ikki.

— Claro que acho nobre e correto salvar uma vida, e em especial de uma criança, mas fico curiosa, Ikki. Por que exatamente ela?

— Preciso explicar os motivos?

— Não. Não precisa, qual o nome dela?

— Esmeral... — Ikki se conteve, não iria dar o mesmo nome dela à bebê, pensou em outra pedra preciosa com a cor verde vibrante de seus olhos, e respondeu: — Jade.

Saori sorriu, e levou a bebê direto para os seus aposentos, quando voltou encontrou Ikki andando de um lado para o outro.

— Você também sentiu quando a tocou, não foi? — perguntou a deusa.

— Sim, ela tem um cosmo impressionante. Um pequeno universo no interior daquele corpo, e está explodindo. Posso sentir a energia daqui. — respondeu o Fênix.

— 12 Anos Depois / Santuário, Grécia.

Jade cresceu no santuário, sobre a vigia de Athena e dos cavaleiros de ouro, sempre observando os aprendizes a cavaleiros, e escondida imitava os seus movimentos. Ela havia acabado de completar 12 anos, e Ikki veio visitá-la no Santuário, como de costume em seus aniversários.

— Tio Ikki — Jade correu animada e abraçou o cavaleiro, — senti tanto sua falta!

Ikki abraçou a garota, ela era alta para sua idade e tinha um rosto muito semelhante ao de Esmeralda, embora fosse mais branca e tivesse os cabelos castanhos.

Naquele mesmo dia, enquanto Ikki andava pelo Santuário, Jade, que espiava o treinamento de aspirantes a cavaleiros no coliseu, foi vista por um deles. Todos de repente aproximaram-se dela, e começaram a dizer-lhe palavras nojentas, e ela começou a afastar-se em direção a parede. Um dos aspirantes pegou-a pela cintura e tentou beijá-la.

Ikki ouviu de longe o grito de Jade e correu até o coliseu, quando lá chegou encontrou três aspirantes a cavaleiro no chão, e Jade socando o rosto de um quarto, que também caiu no chão inconsciente. Ikki podia sentir o cosmo de Jade vibrando. Ela parecia aterrorizada com aquilo que fizera. Ikki gritou pelo seu nome, e juntos eles correram até o templo de Athena.

Saori ouviu a história pacientemente, conduziu-os até a sala do GM. O grande mestre estava lá, e pareceu estremecer a presença de Ikki, que ignorou completamente a identidade do mesmo, o qual ele conhecia. Saori sussurrou nos ouvidos dele, e ele dirigiu-se á Jade:

— Garota, o cavaleiro de Fênix e a própria Athena constataram que você tem um forte potencial para uma Amazona. — disse o GM — E eu, naturalmente, preciso saber se você está interessada?

Jade titubeou, não fazia idéia do que responder. É claro que ela adorava imitar os aspirantes a cavaleiros treinando, e secretamente imitá-los. Mas teria ela força e coragem para iniciar seu próprio treinamento?

Ikki colocou a mão em seu ombro, e ela sentiu0se encorajada, sorriu e respondeu ao GM: — Sim, estou.

O GM entregou uma máscara para Jade, e ela pôs no rosto. — A partir de agora, você terá de abandonar sua feminilidade, cobrindo o seu rosto com essa máscara. Esta é a principal regra das Amazonas. Há duas coisas á fazer com um homem que ver seu rosto, matá-lo ou amá-lo.

Jade balançou a cabeça afirmativamente, olhou então para Ikki. Ikki encarou-a.

— De agora em diante, você não me chamará mais de “Tio Ikki”, a partir desse momento serei seu mestre. E você me deve sua obediência. Está entendendo?

— Sim... mestre.

— Ótimo. Vamos partir.

Athena assentiu para eles e os deixou seguir. Enquanto desciam as escadarias das doze casas, o cavaleiro Shiryu de Dragão as subia. Jade e Shiryu se encararam, e Jade sentiu então uma dor repentina em seu braço direito, e uma grande quantidade de imagens aleatórias invadindo a sua cabeça. Ela parou de correr por um instante e olhou para trás, o cavaleiro de dragão continuava subindo como se nada houvesse acontecido. Ikki olhava para ela com curiosidade, e ela então continuou a descer as escadas. Aquele seria o nascer de uma nova Jade.

— 8 Anos Depois / Ilha da Rainha da Morte, em algum lugar do oceano.

— Você é tão fraca assim? Já estamos há meses nessa rotina de treinamento e você ainda não conseguiu intensificá-la! — disse Ikki, desdenhando. Jade não respondeu, apenas continuou tentando golpear seu mestre, que desviava de seus golpes. — Isso além de sua “incompatibilidade” com as técnicas que tentei lhe ensinar, onde estão as técnicas secretas que você me disse que de alguma forma estão em sua mente?

Jade ergueu o seu braço e baixou-o com velocidade. Ikki conseguiu desviar, mas mesmo assim um corte apareceu em seu ombro. Ikki encarou Jade. Só havia conhecido duas pessoas com esse poder, Shura e Shiryu. Aquilo era a sagrada espada de Athena, a Excalibur.

— Como você fez isso? — perguntou Ikki.

— Eu realmente não sei, foi instintivo. Existem coisas na minha cabeça, parecem alucinações, mas são tão reais! — Jade soou um pouco desesperada. — Eu não consigo entender essas coisas. E nessas alucinações, vejo esse golpe. Algo chamado de “Excalibur”.

Como isso foi parar em sua mente? Ikki se perguntou. Aproveitou que Jade estava de guarda baixa e golpeou-a com o Golpe Fantasma de Fênix, não para destruir sua mente, mas apenas para entendê-la. Quando invadiu sua mente, viu então o momento em que, a 8 anos atrás, ela cruzou com Shiryu, e pôde sentir o poder de Shura que estava adormecido no cavaleiro de dragão encontrar alguém em quem habitar. Saiu então da mente de Jade.

— Mestre?

— Eu nunca vou conseguir te ensinar meus golpes, Jade — disse Ikki, — a partir de hoje, você irá treinar os golpes do seu legado.

— Legado?

— Sim, o legado dos cavaleiros de Capricórnio escolheu você para habitar. E você deve treinar os golpes que estão perturbando sua mente.

Jade passou a treinar apenas sob a observação de Ikki, e este se mostrou impressionado na forma com que o desempenho da Amazona cresceu, ao treinar aquilo o que era apta. Jade treinou arduamente, sem responder as provocações de Ikki, e sempre concentrando-se em domar o golpe que estava correndo pelo seu sangue. Passaram-se dois anos, e Jade desenvolveu sozinha novos golpes, além daqueles que Shura havia lhe ensinado.

Ikki entrou em contato com o Santuário, avisando ao GM que quando Jade estivesse pronta, assumiria seu lugar na casa de Capricórnio.

— 2 Anos Depois. / Ilha da Rainha da Morte, em algum lugar do oceano.

— Chegou o dia — disse Ikki — se você conseguir me atingir, poderá partir de volta á Grécia, e então reclamar a armadura de Capricórnio que lhe é de direito. A questão é, conseguirá você?

Jade não respondeu, assumiu postura de combate. O combate iniciou-se feroz, com os dois guerreiros movendo-se próximos a velocidade da luz, Ikki desviando dos golpes de Jade e a mesma golpeando com sua Excalibur ferozmente. Ikki ergueu seu punho.

— Ave Fênix — desferindo o golpe em direção a Jade, que com esforço desviou.

— Há anos você tenta me ensinar esse golpe, eu já conheço toda a sua essência — disse Jade, tomando alguma distância de Ikki — Lâmina de Energia!

Jade moveu seu braço e em uma fração de segundo, uma grande rachadura no chão na direção do golpe foi se formando, Ikki saltou para o lado, porém um grande corte apareceu em sua perna esquerda e ele foi de encontro ao chão. Jade correu até ele e baixou-se no ferimento de seu mestre.

— Muito bem, garota. Agora vá até o santuário, prometo te encontrar lá um dia.

— Mestre! — Jade tirou sua máscara, e beijou a bochecha de Ikki. Ikki estremeceu ao toque de seus lábios, não estava acostumado com gentileza ou carinho, ele colocou a mão no rosto de Jade e eles encararam-se.

— Você conhece a lei das Amazonas, — disse Ikki — vai me matar?

— Ficaremos com a segunda opção. — disse Jade, corando e colocando de volta a sua máscara. — Estou partindo para o santuário, mestre... eu sei que o senhor é capaz de recuperar-se.

— Irei com você então — disse Ikki, levantando-se com dificuldade e apoiando-se em Jade.

— Eu não esperaria menos da Fênix — disse Jade sorrindo.

Viraram os dois de costas e não olharam mais para trás, tinham um encontro marcado no santuário, com o Grande Mestre e Athena.


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