Mon Amour Inconnu Meu Amor Desconhecido escrita por minsantana


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Alguém lendo???
Esse cap é muito emocionante... peguem os lencinhos!



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Capítulo 4 – O Portal do Julgamento

Em 1 hora estávamos na frente da catedral gótica mais famosa do mundo. De fato, sua fama se deu pelas histórias de contos de fada que ouvíamos quando éramos pequenos. Lembram do Quasímodo e das Gárgulas? Bom, deixa pra lá.
- nossa! Como é enorme! – ele ficou boquiaberto com o lugar.
- só uma palavra define esse lugar: grandiosidade. – eu disse já do lado de dentro. Gerard ainda estava parado na porta, sem coragem de entrar. – que foi?
- eu não posso entrar.
- ué, por que não?
- não confessei meus pecados. – ele disse sério e depois começou a rir.
Eu o puxei pela mão e entramos. Eu nunca tinha estado ali dentro antes, também era minha primeira vez.
Alguns turistas estavam por lá, não muitos pois não era época festiva e a maioria dos turistas costumava ficar pela Torre Eiffel ou pelo Museu do Louvre.
- olha isso! – ele apontava para um quadro na parede que eu confesso, não entendi muito bem.
- o que é isso? – perguntei confusa.
- é um vitral, Celine! Aqui estão os maiores vitrais construídos na história. – ele me olhou com uma cara de espanto por eu não entender do que ele estava falando.
- é melhor olharmos outras coisas. – eu disse sem graça.
Mais a frente, encontramos o que chamam de ‘O Portal do Julgamento’, onde havia figuras que representavam os escolhidos e os condenados, uma ilusão à Cristo em sua ascensão aos céus.
- que lindo. – eu dizia olhando tudo. Gerard estava calado, aquilo tudo pra ele devia ser uma grande emoção, ou sei lá. Ele estava sério demais para quem via uma estátua. – aconteceu alguma coisa, Gerard? – perguntei depois de ver que ele não se mexia.
- hã? Ah, você disse alguma coisa? – ele respondeu atordoado olhando pros lados e tentando se esconder de um inimigo invisível.
- o que houve? Você parece que viu um fantasma.
- não foi um fantasma. Não foi nada nem ninguém. Vamos?
- mas já? Acabamos de chegar.
- eu não me sinto bem. Preciso de ar fresco. Vamos?
Eu não quis retrucar seu pedido estranhamente suspeito. O segui até o lado de fora, onde ele pôr as mãos em cima de uma grade e tornou a respirar com mais força.
- o que aconteceu lá dentro? Você está bem?
- eu to bem, não se preocupe.
- mas você tá pálido. Quer que eu compre um copo d’água?
- não, não precisa. Celina, muito obrigado.
- pelo o quê?
- por ter vindo comigo e me tirado de lá.
- mas me conta, o que aconteceu lá dentro? Eu não entendo.
- vamos pra outro lugar e eu te conto.

Eles caminharam até o ‘Quai d’Orsay’, um cais que tinha na margem do Rio Sena. Lá era mais tranqüilo e eles poderia conversar sem que ninguém se intrometesse.
- agora me diz, o que tá havendo? Por que você ficou tão assustado?
- Celine, a minha história de vida não é tão perfeita como você pensa. Eu também tenho um passado de que não queria nunca voltar a lembrar. – eu me assustei com o jeito dele, não parecia mais aquele Gerard alegre de antes. Continuei a ouvir como uma boa psicóloga que eu viria a ser um dia – Quando eu era pequeno, ouvia sempre meu pai me dizer que a vida passa tão rápido que devemos dizer ‘eu te amo’ a quem mais gostamos antes de nos despedir, mesmo que seja para ir ali na esquina, nunca devemos ir embora sem dizer ‘eu te amo’ àqueles que sentiríamos falta um dia. E foi isso que aconteceu. Meu pai era tudo pra mim, meu chão, meu baú de segredos. E um dia ele me deixou, partiu pra nunca mais voltar sem que eu dissesse tudo que ele merecia ouvir. Nós estávamos brigados e ele foi sem que eu dissesse que eu o amava muito, que ele seria a pessoa que eu sentiria mais falta nesse mundo. – ele tentava não chorar, isso me doía o coração.
- mas o que aconteceu hoje que tem a ver com isso que você está me contando?
- hoje... hoje eu senti a presença dele lá, não sei porquê mas eu senti que ele estava ali, ao meu lado me pedindo perdão quando quem deveria se desculpar era eu, entende? Por um instante eu o vi no lugar de uma daquelas estátuas, como um escolhido para subir aos céus.
Eu fiquei sem palavras. Nunca imaginei que aquele rapaz tão aparentemente feliz tinha sofrido tanto na vida. Meu coração parecia explodir, eu queria confortá-lo da melhor maneira como ele havia feito comigo mas as palavras não saíam de minha boca. Ele olhou fundo em meus olhos e acho que entendeu o que eu pensava.
- não fique assim, Gerard. Ele se foi sabendo que você o amava muito, tenha certeza disso. – eu o abracei forte e então ele se permitiu chorar.
Aquelas lágrimas quentes caíram sobre meu ombro e eu também não me contive, comecei a chorar também. Mas eu precisava ser forte, afinal eu que deveria confortá-lo não é?
Segurei na mão dele e entramos num ônibus que nos levaria até nosso destino.
Pelo caminho, nem ele nem eu falávamos nada. Ele observava as pessoas pela janela, como eu costumava fazer quando estava sozinha e triste. Ele não sabia onde eu o estava levando mas também não perguntou, deixou que eu o guiasse até onde quisesse. Talvez fosse essa a melhor alternativa naquele momento.

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Notas finais do capítulo

Pra onde será que ela irá levá-lo?? hehehehe



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